[email protected] 7 Cidades Curitiba, quinta-feira, 3 de janeiro de 2019 # FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO Terras indígenas ocupam 0,63% do território paranaense No Paraná há 24 áreas que ocupam 1.253 km quadrados do território estadual, além de outras três em estudo Rodolfo Luis Kowalski As reservas indígenas brasileiras ocupam13,8% do território nacional, segundo informações que constam no site da Fundação Nacional do Índio (Funai). Já o Paraná conta com 24 territórios que ocupam uma área de 1.253 quilômetros quadra- dos, o equivalente a 0,63% da área total do esta- do. Há ainda três áreas em estudo, nos municí- pios de Londrina, Piraquara e União da Vitória. Em todo o país, são 1.170.579,17 quilômetros quadrados distribuídos em 566 terras indígenas reconhecidas. Além disso, há 115 terras em es- tudo, onde ainda estão sendo realizados estudos antropológicos, históricos, fundiários, cartográ- ficos e ambientais para fundamentar a identifi- cação e delimitação da terra indígena. Em todo o Brasil, os únicos estados que não possuem áreas indígenas demarcadas são o Rio Grande do Nor- te e o Piauí. A atual população indígena brasileira, segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 896.917 pessoas (0,47% da popula- ção brasileira), a maioria (57,7%) vivendo em ter- ras indígenas. Este Censo ainda revelou que to- dos os estados da federação, inclusive o Distrito Federal, possuempopulações indígenas.No Para- ná, são 26.559 indígenas (o equivalente a 0,25% da população), mas apenas 11.934 (44,9% do to- tal) vivemnas aldeias oficialmenre reconhecidas. Três etnias marcam presença De acordo com o Museu Paranaense e a Funai, três dasmais de 200 etnias indígenas presentes no Brasil estão no Paraná: Guarani, Kaingang e Xe- tá. A economia dessas comunidades baseia-se na produção de roças de subsistência, pomares, cria- ção de galinhas e porcos.Alémdisso, a produção e venda de artesanatos como cestos, balaios, arcos e flechas ajuda a complementar a renda familiar. A presença mais forte no estado, consideran- do-se as áreas de reservas já demarcadas, é da etnia Guarani, grupo do tronco linguístico Tupi- -Guarani, presente em 16 das 24 terras indíge- nas. Os Kaingang, pertencentes a família linguís- tica Jê, aparecem logo em seguida, com presen- ça em 14 áreas. Por último vem os Xetá, também pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani, presentes em três áreas (importante destacar que há áreas com a presença de mais de uma etnia). A influência desses grupos para o Paraná, inclu- sive, é grande. Na culinária, por exemplo, alémdo consumo da erva-mate fria ou quente, há o costu- me de preparar alimentos com mandioca, milho e pinhão, como o mingau, a pamonha e a paçoca. No vocabulário, nomes como guabiroba, maracu- já, butiá, capivara e jabuti são de origemGuarani, bem como o nome da cidade de Curitiba (kur yt yba quer dizer “grande quantidade de pinheiros, pinheiral”, na linguagem dos índios). De origem Kaingang temos os nomes de outros municípios como: Goioerê, Candói, Xambrê e Verê. Bolsonaro retira da Funai a demarcação de terras Em um de seus primei- ros atos na Presidência, Jair Bolsonaro confirmou ontem que a Funai não irá mais identificar, delimi- tar e demarcar terras indí- genas no país. Com a mu- dança, feita por meio de uma medida provisória, caberá ao Ministério da Agricultura, liderado pe- la ruralista Teresa Cristi- na, fazer as demarcações. A ministra recém-em- possada, inclusive, negou que a inclusão dessa no- va tarefa ao rol de atribui- ções de sua pasta resulta- rá na diminuição de ter- ras demarcadas. “De jeito nenhum, não vamos ar- rumar problema que não existe”, disse ela. “É sim- plesmente uma ques- tão de organização”, co- mentou, explicando que o objetivo do novo go- verno era reunir todos os temas fundiários na pas- ta da Agricultura. A publicação também transfere para a pasta a responsabilidadede regu- larizar terras quilombo- las, função antes desem- penhada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No oeste, indígenas e ruralistas brigam por terra Atualmente, a maior área indígena existente no Paraná fica no muni- cípio de Guairaçá, na re- gião noroeste do estado. É a Tekoha Guasú Gua- virá, ocupada por índios Guarani Nhandeva numa área de 240,28 quilôme- tros quadrados. Em bre- ve, porém, uma nova área, chamada Tekohá Guasu Guavirá, pode ser institu- ída nos municípios de Al- tônia, Guaíra e Terra Roxa, no oeste do estado, supe- rando o ‘recorde’ atual. Localizado numa área com pouco mais de 240 quilômetros quadrados, o local seria uma ocupação tradicional do povo Avá- -Guarani e, segundo pes- quisadores, o vínculo dos indígenas com o local é indissolúvel e abrange 14 aldeias. Essa demarcação, con- tudo, tem sido motivo de polêmica. Isso porque mais de 100 famílias de agricultores correm o ris- co de perder áreas de pro- dução na região por con- ta da demarcação, que foi suspensa no ano passado pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4). # LITORAL-CURITIBA Acidente com cinco veículos bloqueia BR-277 e deixa um morto e nove feridos em Paranaguá Um acidente na tarde de ontem bloqueou um trecho da BR-277, sentido Curitiba. O acidente envolveu cinco veí- culos — quatro carros e um caminhão — no km 7, em Pa- ranaguá. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou pelo menos uma morte, de um homem de 30 anos. O aci- dente também deixou nove feridos, entre elas uma crian- ça de dois anos, que foi encaminhada ao hospital em es- tado grave. Segundo o Corpo de Bombeiro, o caminhão, que seguia sentido Curitiba-Paranaguá, teria perdido o controle, in- vadindo a pista contrária e atingindo os quatro veículos. Entre os nove feridos, seis pessoas tiveram ferimentos le- ves, uma pessoa foi socorrida com ferimentos moderado e uma criança de dois ano foi encaminhada de helicóptero o Hospital do Trabalhador, em Curitiba. A aeronave tam- bém encaminhou uma gestante, com ferimentos mode- rados, ao Hospital Regional, em Paranaguá. Uma grande fila de veículos se formou por conta do aci- dente. No momento da ocorrência, o fluxo de retorno pa- ra Curitiba era intenso. Até o começo da noite de ontem forammais de 32 mil veículos no trajeto, número que po- deria chegar a 40 mil até a virada da noite.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU2OA==