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320 anos
Esta edição especial de aniversário é também uma
homenagem ao povo de Curitiba. Sua história, formação,
perspectivas. E para encontrar o povo e um pouco das suas
histórias, o Jornal do Estado foi até as regionais da Capital.
Nelas se concentram a maior parte dos atendimentos à po-
pulação. Onde a Prefeitura encontra e conhece os habitantes
da Core Etuba! Na definição da própria Prefeitura na sua
página na internet, “as Administrações Regionais identifi-
cam e estabelecem prioridades; promovem formas e méto-
dos de execução de projetos comunitários; desenvolvem o
planejamento local de modo compatível com as condições
e a legislação vigente, de forma a instrumentalizar as ações
concretas definidas pela municipalidade”, logo, nada mais
certo que ir ao cerne, de encontro ao povo.
Desafios —
Curitiba chega aos seus 320 anos com
desafios e provas. Os desafios de integrar uma população
de mais de 1,8 milhão de pessoas, vencer os gargalos do
crescimento, garantir o ir e vir para todos. Neste cenário,
a prova vem no próximo ano, quando a cidade será uma
das sedes da Copa do Mundo da FIFA. Com obras em
andamento, outras por serem feitas, a cidade se prepara
para mostrar ao mundo, mais uma vez, do que é capaz.
Esse mote foi usado pelo prefeito Gustavo Fruet durante
a dura campanha de 2012. Fruet insistia que Curitiba pre-
cisava recuperar a sua condição de cidade de vanguarda e
criar soluções inovadoras. Abaixo, o prefeito fala sobre os
desafios pela frente.
Jornal do Estado —O que a cidade tem a comemo-
rar, em sua opinião, nesta data?
Gustavo Fruet —
Curitiba tem conquistas históricas
que devem ser sempre celebradas. Destacaria o orgulho
de nossa gente pela cidade como a maior delas. Apesar de
hoje a cidade conviver com problemas típicos das grandes
metrópoles, Curitiba ainda conserva aquele ar provinciano
que encanta visitantes e atrai, todos os anos, milhares de
novos moradores.Ao longo destemandato, vamos trabalhar
para recuperar a habilidade curitibana de encontrar soluções
simples, inteligentes e ecológicas para os desafios de uma
cidade em crescimento.
JE — Quais são os pontos que precisam avançar?
Fruet —
É impossível imaginar que nossa cidade vai
voltar a ser aquela de 20, 30 anos atrás. Com ruas tranquilas
e pouco trânsito. Nosso principal desafio consiste justamen-
te em resgatar a capacidade de inovação. Foi assim que
Curitiba se tornou reconhecida internacionalmente. Temos
como principais metas no nosso plano de governo avanços
significativos nas áreas de saúde, educação, mobilidade e
segurança. Se melhorarmos os serviços públicos prestados
nestas áreas, com certeza teremos avanços na qualidade de
vida de quem mora e trabalha em nossa cidade.
JE — Quais são os maiores desafios que a cidade
tem pela frente?
Fruet —
Na educação, vamos ampliar as vagas em
creches e o tempo de permanência média dos curitibanos
na escola dos atuais oito para 13 anos.
Na saúde, buscamos parcerias para diminuir o tempo
de espera nas unidades de saúde. Para isso, vamos construir
novas unidades e já estamos iniciando as tratativas para im-
plantação do Hospital daMulher na região sul e do Hospital
da região norte. Curitiba hoje trabalha com pleno emprego.
Portanto, alémde gerar novos empregos, precisamos investir
em qualificação para atender a demanda por mão de obra
especializada e atrair novas empresas.Aárea de tecnologia da
informação, principalmente de games, temgrande potencial
de expansão. Na questão do lixo, nosso grande desafio é
desatar o nó em torno da licitação para instalação da usina
de processamento, que encontra-se parada por disputas ju-
diciais. Temos boas perspectivas de apresentar uma solução
ainda este ano. Temos ainda que melhorar a qualidade do
transporte coletivo para atrair novos usuários e recuperar os
que perdemos. Nos últimos quatro anos, Curitiba foi a única
capital do sul que perdeu usuários. Nas próximas semanas,
apresentaremos umparecer técnico para a questão dometrô.
Infelizmente, o projeto deixado pela gestão anterior não tem
qualquer consistência. O metrô é importante mas não pode
ser concebido a partir de preferências pessoais. Precisamos
ter base técnica para garantir a eficácia do sistema e evitar
prejuízos futuros para a cidade.
JE — E com relação à periferia da cidade?
Fruet —
Nas recentes administrações, as regiões mais
centrais da cidade receberam investimentos em detrimento
às áreas mais afastadas. Vamos inverter esta lógica, sem
abandonar os bairros doeixocentral.Algumas regiões tiveram
um crescimento acelerado nos últimos anos, mas os serviços
públicos não acompanharamo aumentoda demanda. Épreci-
so ampliar o sistema de transporte, a rede de ensino, de saúde
e a infraestrutura viária. Neste primeiro momento, estamos
equacionando as contas da Prefeitura e quitando as dívidas
deixadas pela gestão anterior para retomar a capacidade de
investimento. Tambémestamos emtratativas comoGoverno
Federal para garantir recursos em todas estas áreas.
JE—Oque a sua gestão pretende fazer para incen-
tivar os meios alternativos de transporte?
Fruet —
Sem dúvida, este é mais um dos grandes
desafios da nossa gestão. Como disse anteriormente, nos
últimos anos algumas regiões mais afastadas receberam
poucos investimentos em infraestrutura. Neste pacote, as
calçadas estão incluídas.Além de investimentos em calça-
das em parceria com moradores, o Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) estuda a implan-
tação de novos calçadões nos bairros mais populosos de
cada regional. Pensamos embairros como o SítioCercado,
Boqueirão, Bacacheri, Tatuquara e Santa Felicidade.
Houve grande polêmica quando o calçadão da Rua XV
de Novembro foi fechado para circulação de carros,
em 1972, pelo então prefeito Jaime Lerner. Porém,
ao longo dos anos, o espaço se concretizou em um
ponto tradicional de encontro e um dos principais
pólos do comércio da cidade. Podemos levar
este tipo de desenvolvimento econômico e
cultural para outras regiões.
JE — Curitiba tem se solidificado como um pólo
de eventos. O que a administração pretende fazer para
ampliar este mercado na cidade?
Fruet —
Curitiba vai ter um ganho com a Copa do
Mundo, principalmente em mobilidade urbana. Já estão
sendo realizadas obras de infraestrutura que vão ter impacto
no dia a dia das pessoas. O PAC da Copa contempla obras
como a reforma da rodoferroviária, no corredor aeroporto-
-rodoviária, no corredor da Avenida Marechal Floriano e
também na Linha Verde. Haverá a ampliação do terminal
de ônibus no bairro Santa Cândida e a implantação do
Sistema Integrado de Mobilidade (SIM). Curitiba também
está se preparando para ser a melhor sede para recepcionar
os turistas. Estamos trabalhando junto com entidades, em-
presários, Ministério do Turismo e Embratur em busca de
alternativas para qualificar o atendimento aos visitantes.
Todas estas ações, certamente, irão fomentar o turismo de
negócios em nossa cidade.
JE — Por fim, o que o prefeito de Curitiba e o ci-
dadão Gustavo Fruet têm a dizer para os curitibanos
nesta data?
Fruet —
Quero que todos tenham a confiança de que
estamos trabalhando muito para resgatar a auto-estima dos
curitibanos e dos que adotaram nossa cidade. Assumimos a
administração com um grande passivo deixado pelas admi-
nistrações anteriores. Estamos fazendo um grande esforço
para regularizar algumas pendências, sem deixar de lado
nosso plano de investimentos.Montamos uma equipe técnica
capacitada para, ao final de quatro anos, sermos reconheci-
dos como uma administração austera e inovadora. Espero
que todos se envolvam na programação do aniversário da
cidade. Aproveitem o que Curitiba tem de melhor. Nestes
320 anos, comemoramos a história da cidade que amamos
e projetamos um fu-
turo de grandes
conquistas. Que
Deus abençoe
a todos e ilu-
mine nossos
caminhos.Viva
Curitiba.
FUNdador
ROBERTO BARROZO FILHO (1922-1999)
Editora Jornal do estado Ltda CNPJ 76.637.305/0001-70
rodrigo barrozo
Diretor
RONEY RODRIGUES PEREIRA
Superintendente
Josianne Ritz
Chefe de redação
Lycio Vellozo Ribas
Secretário de redação
Foto: Franklin de Freitas