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Gosto das crianças vale
na decoraçao do quarto
Se a criança gosta de azul, não adianta pintar o quarto todo de verde. É preciso negociar
PAPO
PET
Fabiana Ferreira | [email protected]
Confira notícias sobre os pets no blog Papo Pet
www.bemparana.com.br/papopet/
MAIS
Crianças podem até não
saber o que ser quando cres-
cer, mas têm certeza do que
querem agora mesmo, ainda
pequenos. Prova disso são
seus quartos. Feitos por arqui-
teto ou mesmo pelos pais, os
ambientes retratam os gostos
dos exigentes moradores.
As duas irmãs de 5 e 6
anos ganharam da mãe a pri-
meira cama depois do berço.
A peça foi encomendada para
a designer Manu Reyes e ga-
nhou um toque especial. "A
cliente pediu um desenho
com curvas e essência natu-
ral. A proposta era transmitir
beleza com a simplicidade da
madeira pinus de refloresta-
mento. Incorporei um bichi-
nho de crochê em cada uma,
para elas brincarem enquan-
to ouvem histórias antes de
dormir", explica Manu.
Nas cabeceiras, o revesti-
mento também de crochê, as-
sinado por Letícia Lima, da
Little Land, dá o toque diver-
tido que acompanha o resto
do quarto. "A janela grande é
importante, deixa entrar a vis-
ta lá de fora, com jabuticabei-
ra e grafite da dupla osgême-
os na parede."
No Jardim Paulistano,
zona sul de São Paulo, a pró-
pria mãe do menino de 6 anos
cuidou da decoração e esco-
lheu um azul para a parede e
a bancada de laca projetada
pela arquiteta Sandra Sayeg
Para ser usado por muito tem-
po, o móvel tem uma mesa
menor encaixada que poderá
ser retirada quando a criança
estiver maior O restante da
composição ficou, praticamen-
te, por conta do garoto. "Como
adora super-heróis, ele esco-
lheu os quadros. Nos nichos
e gavetas transparentes ficam
os brinquedos", conta a mãe,
que já nota uma mudança de
fase do filho. "Ele está trocan-
do os bonecos do Charlie e
Lola por carrinhos e aviões."
A nova paixão de um me-
nino de 9 anos, que também
está na fase de carros e afins -
barcos para ser mais específi-
co -, foi o ponto de partida para
a arquiteta Maite Maiani es-
colher um tecido com rotas de
navegação para a parede do
quarto em Moema, zona sul
de São Paulo. Os pendentes,
imitando nó de marinheiro,
foram uma exigência do me-
nino. Embaixo da cama com
escorregador ficam as caixas
com brinquedos e futons,
para quando os amigos dor-
mem lá
Ainda juntos. Em uma
casa em Maringá (PR) não
teve jeito: foi preciso incluir
uma segunda cama no quar-
to todo azul que, inicialmen-
te, seria apenas do irmão
mais velho, de 7 anos. Omais
novo, de 6, ficaria com um
todo colorido. Mas eles deci-
diram continuar juntos. "Ti-
vemos de ajustar o espaço
para as duas camas e mais
uma bicama", conta o desig-
ner de interiores Guilherme
Torres, que se inspirou em
um brinquedo de montar
para criar os nichos de MDF,
com diferentes tonalidades
de azul.
Para o quarto de uma me-
nina de 4 anos, a base foi o
rosa, combinado a outras co-
res para escapar de clichês.
"Tudo foi pensado para que o
espaço de brincar fosse privi-
legiado e ocupasse o centro
do quarto", diz a arquiteta
Yaskara Idemori. O armário
para guardar os brinquedos
fica ao lado da cama, para fa-
cilitar a circulação. "Evite en-
cher o quarto de estantes e
móveis fixos, pois isso dificul-
ta as mudanças que com cer-
teza vão ocorrer ao longo dos
anos."
Quantomais velho,mais autonomia
Organização, cores, iluminação devem ser levadas em conta na hora de planejar
Gatos que acompanhama
rotina do comércio
Hoje os personagens prin-
cipais desta coluna são os bi-
chos, mais precisamente os
felinos. Geralmente, escolho
gente que tem na sua rotina
algum envolvimento com os
animais. Já passaram por aqui
adestradores de cães e cava-
los, além de veterinários au-
daciosos e com projetos tera-
pêuticos. Pra variar um pou-
co, vou contar breves histórias
de gatos de “guarda” do co-
mércio de São Paulo e Curitiba.
Começo com este gatinho, de São Paulo, que temuma
coleira inusitada. Em volta do pescoço, o bichano tem um
alarme daqueles que ficam grudados nas roupas e api-
tam na saída da loja. Ele vive, ou melhor, mora literal-
mente na loja, no bairro Bom Retiro, tradicional comércio
de roupas da capital paulista. A medida de segurança é
para que o gato não se perca pelas ruas movimentadas.
Geralmente, ele costuma ficar no alto do balcão obser-
vando a mulherada enlouquecida com as últimas ten-
dências da moda.
Já o Lolo, umgato preto vira-lata
, quemais pa-
rece umpersa, tem a liber-
dade de ir vir. Fica emuma
loja de produtos pets no
Hugo Langue, em Curiti-
ba. O bichinho parece a
versão black do Garfield.
Bonachão, com andar cal-
mo, sem pressa, gosta de
ficar descansando sempre
em algum cantinho.
A Pet World pertence
ao casal, Michele e Fabio, este veterinário. Ela me conta
que o gato ainda pequeno foi deixado por uma conhecida
para ser adotado. Ficou por alguns dias na loja à espera
de um lar, mas a Michele sempre ficava na torcida para
que ninguém o levasse. Gostou do gato desde o início. E
foi assim que o Lolo, hoje com oito anos, ficou por lá.
Com chip importado e placa de identificação, o Lolo
costuma dar umas voltinhas na vizinhança. Mas sempre
retorna. Mesmo com o grande número de visitantes cani-
nos na loja, ele não perde a linha. Está sempre na boa.
Sem se importar com os clientes mais estressados.
Tambémnãopoderiadeixardecitar
o tão famoso
gato preto do Largo da
Ordem. O Bóris, do Sebo
Trovatore. Já foi notícia em
diversos jornais, inclusi-
ve quando ficou desapa-
recido por uns dias. Ele
também é um gato livre.
Sai para dar umas voltas
pelas redondezas, mas
claro, sempre com a pla-
ca de identificação bem afixada à coleira.
Previna-se
– Cães e gatos devem ser “emplacados”.
Principalmente se têm o costume de passear sozinhos.
Para os acostumados a ficar em casa, o cuidado deve ser
redobrado. Ninguémquer que eles escapem, mas se acon-
tecer, a placa com o número de contato é uma maneira
barata que pode facilitar o retorno.
Lolo: emplacado e chipado
Chipagem
- Quem
puder pagar entre R$ 80
e R$ 100 existe no merca-
do um microchip eletrô-
nico. O produto não é de
vidro, comum nas chipa-
gens gratuitas. Segundo a
fabricante Virbac, ele é re-
vestido por polímero-bio-
compatível. Tem a vantagem, de acordo com a empresa,
de não quebrar e nem se deslocar pelo corpo do animal.
O dispositivo, que não é um rastreador, armazena um
código. Tipo um RG. A empresa disponibiliza um site
onde o número do animal é cadastrado. Ao ser encontra-
do, o cão ou o gato deve ser levado a uma clínica veteriná-
ria que tenha a máquina de leitura. Com os dados do
bicho é possível localizar o dono. No site também consta
a lista de clínicas que fazem a leitura.
Senso de direção
- O
zootecnista e especialista em
comportamento animal, Paulo Parreira, explica que os
cães
não têm um sentido especial de localização, como é
o caso das aves, por exemplo, os pombos. “Naturalmente
se guiam, principalmente, pelo olfato, que é extremamen-
te desenvolvido”, diz.
Nos gatos ocorre o mesmo. Se os animais têm acesso
à rua, acabam “conhecendo” a área e pontos de referên-
cia, o que ajuda e muito na volta para casa. Mas o especi-
alista alerta. “O que pode atrapalhar na verdade é o risco
que eles correm de serem atropelados ou vítimas de vio-
lência (de pessoas ou outros animais)”, explica.
Segundo o especialista, animais que nunca passeiam
ou saem pouco, normalmente ficam mais desorientados
ao se deparar com tamanha liberdade, o que pode fazer
com que estes animais andem a esmo por longas distân-
cias. “Isto sem dúvida dificultará a sua volta em seguran-
ça para casa”, completa.
BEM
PARANÁ
15
Casa & Comida
CURITIBA, SEXTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2013
Divulgação
Conforme vai ficandomais
velho, o dono do quarto assu-
me mais autonomia nas esco-
lhas e na manutenção do am-
biente. Como gosta de espor-
tes, ogarotode13anosganhou
um adesivo temático sobre a
cama. As bolas de futebol ame-
ricano viraram peças decora-
tivas, assim como os bonés
pendurados em um painel de
madeira, que esconde a porta
para a saleta onde a família
guarda as malas de viagem.
Para garantir que o quarto ti-
vesse cara de ummenino cres-
cido, a arquiteta Clélia Regina
Ângelo trabalhou commateri-
ais mais masculinos, como o
baú de couro e a madeira no
piso e painéis de parede.
Em um quarto no Planalto
Paulista, a tarefa da mãe se li-
mitou a dispor os móveis; o
menino de 12 anos é quem
mantémtudo emordem. E faz
questãodisso. "Eumesmo lim-
po os carrinhos, assimnão tem
risco de alguém quebrar", diz
ele, colecionador de miniatu-
ras de automóveis, que tam-
bém é responsável pela orga-
nização. No primeiro armário
estão expostos os carros pre-
feridos, os modelos mais anti-
gos ocupam o móvel central e
os de estilo variado, como ôni-
bus, por exemplo, ficam perto
da mesa de estudo.
A organização também se
estende para a lista de conta-
tos do garoto. Em segundos,
ele encontra o nome da em-
presa que produz os carros de
lata sob encomenda. "Ela fica
na Vila Madalena (zona oeste
da capital paulista), o site é
fabricaideias.com", diz ele,
que por sinal já sabe o que ser
quando crescer: "Quero dese-
nhar carros".