BEM
PARANÁ
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Saúde &Comportamento
CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO DE 2014
O câncer de pele será no-
vamente um dos maiores vi-
lões da saúde dos brasileiros
em 2014. De acordo com da-
dos do Ministério da Saúde e
do Instituto Nacional de Cân-
cer (Inca), devem ocorrer 182
mil ocorrências da enfermi-
dade, o equivalente a 31,5%
do total de 576,5 mil novos
casos de câncer previstos no
país. Os dados anteriores, de
2012, indicavam um total de
518 mil ocorrências da doen-
ça, sendo o de pele o mais co-
mum, com 134 mil pessoas
acometidas (26%).
Entre os tipos de tumores
Câncer de pele: ameaça
fantasma a cada verão
Doença pode atingir 182 mil brasileiros em 2014. Tumor na pele é o mais frequente tipo
de câncer no Brasil e pode ser evitado com uso de protetor solar e exposição moderada
na pele está o carcinoma ba-
socelular (75% dos casos),
mais comum em homens e
mulheres de pele clara com
mais de 40 anos. E o melano-
ma, que, apesar da baixa inci-
dência — apenas 4% —, é o
mais temido devido à possi-
bilidade de metástase. Segun-
do a dermatologista do Hos-
pital Vita Curitiba, Fabiane
Mulinari Brenner, os tumores
se relacionam a alguns fato-
res de risco, especialmente a
exposição demasiada ao sol.
“Deve-se tomar cuidado
com a incidência do sol du-
rante todo o ano. A praia, po-
rém, é um espaço que requer
maiores cuidados e atenção,
pois a água aumenta a irradi-
ação da luz solar em 5% e a
areia em 25%”, ressalta. Além
disso, nos dias de verão, têm
sido comum a incidência ex-
trema de raios UV nas praias
brasileiras, o que requer mais
atenção com o tempo de per-
manência ao sol e em relação
ao uso e renovação do filtro
solar.
De maneira geral, o cân-
cer de pele é mais comum em
adultos, com pico de incidên-
cia por volta dos 40 anos, se-
gundo o Inca. Entretanto, as
O câncer de pele não é o
único mal a ser temido no ve-
rão. Para a dermatologista Fa-
biane Brenner, outros proble-
mas podem ser perigosos.
"Manchas na pele, micoses e
queimaduras podem causar
muita dor de cabeça", diz.
As micoses causadas por
fungos podem afetar a pele,
unhas, cabelo ouvirilha, geran-
do coceira e lesões. "Esses fun-
gos gostam de lugares quentes
e úmidos, por isso é recomen-
dável não permanecer com
roupa de banho molhada", ex-
plica a dermatologista.
Além do sol, a água e a
areia também merecem aten-
ção. "Águas ou areias contami-
nadas podem resultar em in-
fecções, como bicho geográfi-
co, furúnculos ou toxoplasmo-
se. É importante ficar atento e
evitar esse contato", afirma.
últimas estatísticas mostram
que pessoas mais jovens têm
sido afetadas pela doença,
exigindo maior precaução aos
sinais. "Os sintomas comuns
são feridas que levem mais
de quatro semanas para cica-
trizar, além de manchas que
coçam, descamam ou san-
gram", explica Fabiane.
Apesar de curável, é ne-
cessário procurar ajuda mé-
dica assim que for identifica-
da qualquer anomalia.
"Quando não tratado, o cân-
cer de pele pode se espalhar
e até mesmo atingir outros
órgãos", salienta.
ESTATÍSTICA
182
mil
ocorrências de câncer
de pele devem ser
diagnosticadas em
2014, de acordo com
dados do Ministério da
Saúde e do Instituto
Nacional de Câncer
(Inca). Isso equivale a
31,5% do total de
576,5 mil novos casos
de câncer previstos
para todo o país.
Estação do calor
traz outros males
Banho de sol na praia: com protetor solar, risco de câncer de pele cai drasticamente
Divulgação
DICAS QUE PODEM SALVAR VIDAS NO VERÃO
PROTEJA-SE
)
Além de óculos de sol, use chapéus e bonés de abas largas e proteja as partes mais
expostas. Não são raros os melanomas que surgem como pequenas pintas nos pés ou
nas costas.
)
Evite ficar sob o sol entre as 10 e 16 horas, quando a irradiação de ultravioleta é
maior.
)
Conheça o histórico de problemas de pele na sua família. Ele pode indicar a
necessidade de cuidados especiais.
)
Abuse do protetor solar em todas as partes do corpo. Repita a aplicação diversas
vezes e não apenas no início da atividade. E lembre-se: protetor solar bloqueia
somente até 55% dos raios ultravioleta que danificam a pele.
ATENÇÃOAOS ALERTAS DA SUAPELE
)
Os principais sinais de alerta são pintas ou lesões novas que surgem na pele. Por
isso, um autoexame rotineiro é fundamental.
TRATAMENTO
)
Quando o melanoma é identificado precocemente, faz-se cirurgia no local. Mas se o
melanoma se espalha para outras partes do corpo, o tratamento pode ser realizado
com medicamentos de última geração.
FILHOS E
FAMÍLIA
Mãe de menino, mãe de
menina, mãe de menino e
menina – tem diferença?
Tem. É inegável que o sexo do filho influencia nosso
modo de educar. Eu achei que seria mãe de menino.
Sou mãe de menina e acho isso uma providência divi-
na. Confesso que seria uma espécie de “mãe judia”.
Não suportaria, por exemplo, ouvir meu filho elogiar o
empanado de frango congelado da namorada, sabendo
que faço um delicioso macarrão com frango e legumes.
E mesmo com a mais moderna tecnologia, as mães
de meninos parecem sempre “fazer o serviço deles”,
em prol de um comodismo ou um machismo velado de
que eles se virem sozinhos. Por exemplo, se o filho ho-
mem não arruma o quarto e vai fazê-lo, a mãe diz “dei-
xa que eu faço, você faz tudo errado”, enquanto a mãe
de menina insiste para que ela faça até aprender.
O comportamento geral das mães de menino quan-
do este leva um fora da namorada é acusá-las de culpa-
das, de não saberem valorizar seus amados pimpolhos.
Entretanto, se é a menina a rejeitada da relação, as mães
não deixam que elas se abatam, pois “nenhum home
vale suas lágrimas” e cria nela uma resistência, não uma
condição de vítima. Sob meu ponto de vista, ainda acho
que meninas são criadas para ser mais independentes,
contudo, sob o verniz da maternidade e resiliência e os
meninos, eternamente meninos.
Diferenças
Ao longo dos anos torna-se ainda mais visível esta
diferença, segundo a psicopedagoga Soraya Souza Cos-
ta. “Meninos jogam bola, sobem em árvores, soltam
pum, arrotam quando têm vontade, deixam as roupas
espalhadas, o quarto em desordem, podem sair e voltar
tarde para casa, isso tudo sob a aprovação dos pais. Já as
meninas são treinadas a vestirem-se impecavelmente,
aprenderem boas maneiras, ajudarem na organização
da casa, terem boas notas e coisas que no passado, as
suas bisavós faziam e que como receita de família, tam-
bém acabam por aprender. Ou seja, existe sim diferen-
ça na educação de meninos e meninas e mesmo haven-
do exceções no comportamento de muitos pais com re-
lação a forma de agir, a grande maioria “treina” seus
filhos para uma sociedade que distingue perfeitamente
o que são tarefas apropriadas a homens e mulheres”,
conclui.
Um novo universo
A empresária Flávia Bley, mãe de Davi, 8 anos, disse
que tinha certeza absoluta que teria um menino, quan-
do foi buscar o resultado da ecografia. “Eu nunca me
imaginei sendo mãe de menina. Na verdade não sei se
meninos e meninas são diferentes quando bebês, mas
assim que começou a andar, ficavam bem óbvias as ca-
racterísticas masculinas como agarrar qualquer graveto
na rua e sair andando e batendo o graveto no chão. Davi
teve fases de interesses muito fortes e na verdade ele
continua assim até hoje. Primeiro os dinossauros com 3
anos e então ele sabia dizer o nome de mais de 100
espécies. Depois uma fase breve de super-heróis que
eu achei a maior chatice, mas logo depois veio o univer-
so Harry Potter que durou dos 4 até os 6 anos de idade.
Com Harry Potter veio a leitura, o cinema de adulto (o
que ele chamava os filmes que não são de animação) e
o mergulho na fantasia. Depois Tintim, e a leitura de
toda a coleção do Hergé que abriu as portas para o mun-
do politicamente incorreto, pois precisei ensinar a ele o
que era drogas, contrabando e escravidão. Mais recen-
temente chegou o futebol que era um universo que eu
tinha o maior prazer de não participar. Agora estou ten-
do o enorme prazer de torcer para um time e acompa-
nhar meu filho e meu pai nos estádios. Sinto que agora
ele desgrudou mais de mim e começou a querer mais a
companhia do pai e do avô e então já me preparo para
os anos que virão, quando ele arranjar uma namorada,
casar e escolher a família da esposa como sua família
principal. Pois dizem que ser mãe de menino é assim...
eles vão embora. Mas enquanto ele for meu, aproveito
todos os minutos”, definiu Flávia.
Dos dois jeitos
Luciane Pavloski, de 40 anos, tem um casal de filhos.
Caroline de 10 anos e Kaique de 8. “As lembranças da
infância são inevitáveis. As bonecas já não são as mes-
mas, mas a sensação é igual. Lembrei inúmeras vezes
em que usei sapatos de salto de minha mãe e, ela por
sua vez, me chamou atenção. Usei maquiagem, borrei
todo o batom vermelho, coloquei vestidos, escolhi as
melhores bolsas e fui passear. Tudo o que minha filha
fez. Hoje em dia é a minha sombra, não me perde de
vista nem pra eu ir comprar pão. E as compras? Nunca
vi como gosta de fazer compras. Coisas de mulher! Mas
e de menino? Não tenho passado de menino, embora
tenha convivido entre eles. Então percebi que tive que
aprender o nome dos super-heróis, aprender a jogar
futebol de botão, fazer pistas de corrida para os carri-
nhos, aprender a jogar futebol e ter pique para correr,
correr e correr. Amo meus filhos incondicionalmente e
quando cada um deles me olha e me diz eu te amo!”,
analisou.
Soraya Souza Costa atua no Sesc Centro PR como
responsável técnico pelo eixo educacional do Comércio
em Movimento e Educação Complementar
Ronise Vilela é jornalista por opção e mãe por natureza.