Cida Borguetti será
a vice de Beto Richa
Ivan Santos
A deputada federal Cida
Borguetti (PROS) foi confir-
mada ontem como candida-
ta a vice na chapa de reelei-
ção do governador Beto Ri-
cha (PSDB). As negociações
para o fechamento da coliga-
ção que apoiará o tucano en-
traram pela noite de ontem,
último dia do prazo legal
para que os partidos definis-
sem candidatos e alianças
para as eleições de outubro.
O resultado final das con-
versas deve ser conhecido
hoje por conta dos detalhes
no fechamento das coliga-
ções para as chapas de can-
didatos a deputado federal e
estadual. É que apesar da lei
prevêr que as convenções
devem ser realizadas até 30
de junho, os partidos têm até
sábado, dia 5, para fazer o
registro oficial das atas com
a relação de candidatos e
chapas na Justiça Eleitoral.
Negociações para fechamento de alianças para a disputa estadual entraram pela noite de
BEM
PARANÁ
3
Geral
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 1º DE JULHO DE 2014
KARLOS
KOHLBACH
Mesmo com candidatura de
Requião, peemedebistas
devemmanter apoio ao
governador Beto Richa
Apesar da candidatura do senador Roberto Requião
(PMDB) ao governo do Paraná, conquistada numa dura
convenção do partido, alguns peemedebistas vão apoi-
ar a candidatura de reeleição do governador Beto Richa
(PSDB). O ex-governador Orlando Pessuti é um destes
exemplos. Desafeto de Requião, Pessuti vai trabalhar
para reeleger Richa. Pessuti sabe que é mais fácil conse-
guir especo no governo do tucano do que numa eventu-
al gestão de Requião. Outro peemedebista de bico tuca-
no é o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli. On-
tem, o parlamentar usou o microblog twitter para man-
dar um recado direto ao senador Requião Romanelli
defendeu a candidatura de Ricardo Gomyde (PCdoB)
ao Senado Federal na chapa do PT – comandada pela
senadora Gleisi Hoffmann. Odeputado disse que Gomy-
de tem ótimas chances, “pois não é dono de pedágio e
representará a renovação” – numa crítica a candidatura
do peemdebista Marcelo Almeida ao Senado.
Diante do silêncio, Justiça cancela
depoimento do doleiro Youssef
Foi cancelado o depoimento do doleiro Alberto Yous-
sef, que estava marcado para amanhã no Conselho de
Ética da Câmara Federal. O doleiro falaria, por video-
conferência, como testemunha nos processos de cassa-
ção do mandato dos deputados federais André Vargas
(sem partido) e Luiz Ârgolo. Os dois parlamentares são
acusados de envolvimento com Youssef em atividades
ilícitas. O doleiro foi preso pela Polícia Federal na ope-
ração Lava Jato acusado de ser o cabeça de uma quadri-
lha suspeita de movimentar ilicitamente mais de R$ 10
bilhões. O depoimento do doleiro foi cancelado graças
a atuação dos advogados, que fizeram uma petição ao
juiz Sérgio Moro, da 13º Vara da Fazenda Federal de
Curitiba, que conduz o inquérito da Lava Jato. Os advo-
gados de Youssef informaram ao magistrado que o do-
leiro permaneceria em silêncio durante toda a audiên-
cia. No despacho, Moro diz que “nessas condições, adi-
antando o preso que ficará em silêncio, sem responder
qualquer pergunta, não se justifica a realização do ato,
com o deslocamento do preso mediante escolta a este
Juízo, com os custos e riscos inerentes”.
Clima ruim
Há um clima ruim dentro do Tribunal de Contas do
Estado do Paraná (TCE) – principalmente entre os con-
selheiros. Desde que veio à tona a suspeita de fraude na
licitação do prédio anexo do TCE – quando o Gaeco,
ligado ao Ministério Público do Paraná, prendeu cinco
pessoas, entre elas o ex-coordenador-geral do tribunal
Luiz Bernardo Dias Costa – os conselheiros têm busca-
do respostas. O clima piorou ainda mais depois que foi
divulgada a suspeita de que o presidente do TCE, con-
selheiro Artagão de Mattos Leão, possa estar envolvido
com esta fraude. Dentro do TCE, pouco se fala. Mas nos
gabinetes dos conselheiros o assunto é recorrente. Por
enquanto, os conselheiros aguardam mais informações
sobre o possível envolvimento de Artagão com a fraude.
Ninguém no TCE arrisca um desfecho do caso. “ Vai
depender da investigação à cargo do STJ”, diz um dos
conselheiros.
Beto Richa confirma
Cida Borghetti como vice
Como esta coluna adiantou a deputada federal Cida
Borghetti (PROS) será a vice na chapa encabeçada pelo
governador Beto Richa (PSDB). A decisão foi tomada on-
tem – no último dia previsto pela legislação eleitoral. O
nome de Cida ganhou força desde a recusa do deputado
federal Ratinho Júnior (PSC) de ser vice do tucano. Com
esta manobra, Richa consegue, numa só tacada, afastar a
candidatura de Silvio Barros (PHS), cunhado de Cida, ao
governo do estado e ainda atrair Ricardo Barros (PP), mari-
do da deputada federal, para a campanha. Além disso, o
PROS e o PHS desembarcam na chapa de Beto Richa. O
PSD, do deputado federal Eduardo Sciarra, que estava co-
tado para vice, está mantido na coligação tucana. Sciarra
vai ser o coordenador geral da campanha de Beto Richa.
Pesquisa na praça
A partir de amanhã, o Instituto Datafolha pode di-
vulgar o resultado de uma pesquisa eleitoral feita em
todo o país. A sondagem foi registrou na última sexta-
feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os ques-
tionamentos, o Datafolha perguntou aos eleitores sobre
a popularidade da presidente da República, Dilma Rous-
seff (PT), e os cenários de primeiro e segundo turno para
a sucessão presidencial. Foi perguntado também a per-
cepção dos brasileiros sobre a realização da Copa do
Mundo no Brasil.
A parlamentar – que é ca-
sada como ex-deputado fede-
ral e ex-secretário da Indús-
tria e Comércio de Richa, Ri-
cardo Barros – foi a terceira
opção dos tucanos para com-
por a chapa do governador. A
primeira era a indicação de
um vice do PMDB, mas a con-
venção do partido rejeitou a
aliança com os tucanos, pre-
ferindo a candidatura própria
ao governo do senador Rober-
to Requião. A segunda alter-
nativa era o deputado federal
Ratinho Júnior, que recusou a
proposta, preferindo manter
o projeto de disputar a As-
sembleia Legislativa para ele-
ger uma bancada numerosa
do PSC – seu partido – e bus-
car uma candidatura ao go-
verno em 2018.
O próprio grupo da depu-
tada Cida Borguetti trabalha-
va inicialmente com a possi-
bilidade do PMDB ocupar a
vice de Richa. Tanto que lan-
çou o ex-prefeito de Maringá,
Silvio Barros – irmão de Ricar-
do Barros – como candidato
ao governo pelo pequeno
PHS, com o apoio do PROS –
atual legenda da parlamen-
tar. No final de semana, o PP
de Ricardo Barros chegou a
fechar acordo para apoiar o
atual governador, “liberando”
o ex-deputado para fazer
campanha para o irmão.
Alternativas
- Com o re-
vés na convenção peemede-
bista, e a recusa de Ratinho,
Cida Borguetti voltou ao pá-
reo, disputando a indicação
da vice com o deputado fe-
deral Eduardo Sciarra (PSD)
– outro partido que inicial-
mente anunciava a intenção
de ter candidato próprio ao
governo, lançando o nome do
empresário Joel Malucelli. O
PSD de Sciarra acabou deci-
dindo, no início da noite de
ontem, pelo apoio a Richa,
mas sem coligação para a
chapa de candidatos a depu-
tado estadual.
Presidente do PSDparana-
ense, Sciarra deve integrar
agora a coordenação da cam-
panha de Richa. Joel Maluce-
lli será o candidato a primei-
ro suplente de senador, e o
presidente estadual do PSB,
Severino Araújo, o segundo.
Alémde garantir o apoiodo
grupo político de Barros – que
tem forte presença no Norte
do Estado, a indicação de Cida
Borguetti tira Silvio Barros da
disputa pelo governo e agrega
à campanha de Richa o tempo
de mais dois partidos – PROS
e PHS – na propaganda eleito-
ral gratuita de rádio e televi-
são. A chapa de Richa conta
ainda com o senador Álvaro
Dias (PSDB) – candidato à re-
eleição. E até ontem, incluía
o apoio de 12 partidos confir-
mados:
Sol idariedade,
PROS, PSTC, DEM, PSC,
PSD, PR, PP, PSB, PMN, PTB
e PSL. Mas pode chegar a 15
e a oito minutos diários no
palanque eletrônico.
Cida Borguetti (PROS): deputada foi a terceira opção
Valquir Aureliano
PT enfrenta impasse para fechar chapa
Dificuldade
No último dia de prazo le-
gal, o PT da senadora Gleisi
Hoffmann enfrentava ontem
dificuldades para fechar a
chapa que apoiará sua candi-
data ao governo do Estado. No
domingo, o partido havia
anunciado acordo para a in-
dicação do ex-deputado fede-
ral Ricardo Gomyde como
candidato ao Senado, e apon-
tava esperar a definição do
PDT sobre quem seria o vice
de Gleisi. Até ontem à noite,
porém, o partido ainda nego-
ciava os detalhes da coligação
diante do impasse com alia-
dos e dentro do próprio parti-
do da senadora.
O PDT – que tem como
principais lideranças no Esta-
do o ex-senador Osmar Dias
e o prefeito de Curitiba, Gus-
tavo Fruet – havia decidido,
em convenção no último dia
21, que apoiaria Gleisi em
troca da indicação do candi-
dato ao Senado. O partido
apresentou três nomes para
a vaga: o deputado estadual
André Bueno; o vereador de
Curitiba, Jorge Bernardi; e o
ex-deputado federal Léo de
Almeida Neves.
O próprio Osmar Dias era
cotado inicialmente como
candidato ao Senado pela
chapa de Gleisi, mas preferiu
permanecer no cargo de vice-
presidente de Agronegócios
do Banco do Brasil, e não dis-
putar a eleição deste ano. O
outro nome para o posto era o
do deputado federal André
Vargas (sempartido), que caiu
em desgraça depois de ser
acusado de envolvimento
como doleiro Alberto Youssef,
preso na operação Lava Jato,
que investiga um esquema de
lavagem de dinheiro. Após as
denúncias, Vargas acabou ten-
do que renunciar à vice-pre-
sidência da Câmara, e pressi-
onado pelo próprio partido, foi
obrigado a pedir desfiliação
do PT, além de responder a
um processo de cassação do
mandato por quebra de deco-
ro parlamentar. Antes das
acusações virem à tona, o de-
putado também era apontado
como um dos prováveis coor-
denadores da campanha de
Gleisi.
No domingo, porém, a di-
reção do PT anunciou que
Gomyde seria o candidato ao
Senado, e que caberia ao PDT
indicar o vice de Gleisi. A pro-
posta não foi bem aceita en-
tre os pedetistas, que manti-
nham até a noite de ontem a
exigência da vaga de candi-
dato ao Senado para o parti-
do.
Além disso, a indicação de
Gomyde também passou a
ser questionada pelos própri-
os petistas. Um grupo de mi-
litantes do partido chegou a
divulgar ummanifesto defen-
dendo que o candidato ao Se-
nado fosse do PT. O deputado
federal Dr Rosinha e o jorna-
lista Cláudio Ribeiro disputa-
vam a vaga. “Pesados os no-
mes do PT e do PCdoB apre-
sentados para cumprir a tare-
fa de enfrentar e derrotar elei-
toralmente o tucano Álvaro
Dias na disputa para o Sena-
do, temos a firme convicção,
mesmo considerando a figu-
ra pública do companheiro
Gomyde, de que o nome do
companheiro Rosinha reúne
hoje melhores condições para
o embate eleitoral que se avi-
zinha”, apontou o texto.
Somente no início da noi-
te de ontem o “martelo” foi
batido. Gomyde foi confirma-
do candidato ao Senado. O
vice de Gleisi será o médico
Haroldo Ferreira, do PDT. A
coligaçã inclui ainda PRB,
PEN e PTN.
Divulgação
QUADRO
Estado pode ter oito candidatos ao governo
O Paraná deve ter oito candidatos ao governo do
Estado nas eleições deste ano. Além de Beto Richa
(PSDB), Gleisi Hoffmann (PT), Roberto Requião
(PMDB), outros quatro partidos anunciaram até
ontem à noite a intenção de concorrer à sucessão
estadual.
A lista inclui Bernardo Pilotto (PSOL), Geonísio
Marinho (PRTB), Ogier Buchi (PRP), Rodrigo Tomazini
(PSTU) e Tulio Bandeira (PTC). A dúvida ontem era em
relação ao ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, que
teve a candidatura aprovada pelo PHS, mas pode
desistir por conta da articulação para que sua
cunhada, a deputada federal Cida Borguetti, seja vice
na chapa de Beto Richa.
Aécio anuncia senador de São Paulo
Sucessão presidencial
O candidato do PSDB à
Presidência da República,
Aécio Neves, anunciou on-
tem, o nome do senador Aloy-
sio Nunes Ferreira (PSDB)
para compor a chapa na vice.
A escolha do senador ocorre
no prazo limite determinado
pela Lei Eleitoral e foi basea-
da na possibilidade de Nunes
conquistar votos para a cam-
panha presidencial do PSDB
em São Paulo, maior colégio
eleitoral do País. O senador
paulista tem como legado
uma votação histórica nas úl-
timas eleições, quando con-
quistou 11,1 milhões de votos
no Estado.
A indicação passou pelo
crivo do ex-presidente Fer-
nando Henrique Cardoso e
pelo governador de São Pau-
lo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Além da votação expressiva
para o Senado em 2010, Aloy-
sio Nunes carrega em seu cur-
rículo atuação como deputa-
do estadual pelo PMDB em
duas ocasiões: de 1983 a 1987,
quando foi líder do governa-
dor Franco Montoro na As-
sembleia Legislativa e; de
1987 a 1991. Também foi elei-
to deputado federal pelo
PMDB de 1995 a 1999. Já pelo
PSDB, teve mandatos de 1999
a 2003 e de 2003 a 2007.
No Executivo, o tucano
ocupou entre 1991 a 1994 o
cargo de vice-governador de
São Paulo, no período em que
o Estado foi governado por
Luiz Antônio Fleury (PMDB).
Na ocasião, também coman-
dou a secretaria estadual dos
Transportes. Na gestão do
presidente Fernando Henri-
que Cardoso (PSDB), Aloysio
Nunes atuou como ministro-
chefe da Secretaria Geral da
Presidência da República de
1999 a 2001 e ministro da Jus-
tiça, em 2001 e 2002. Três anos
depois voltou para São Paulo,
onde foi secretário de gover-
no da prefeitura em 2005 e
2006.
Considerado como uma
pessoa próxima a José Serra,
em 2010, o senador também
ocupou o cargo de secretário-
chefe da Casa Civil do gover-
no do Estado de São Paulo.