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CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2014
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POLÍTICA EM DEBATE
GIRO PELO MUNDO
Ataques
Síria
—Ativistas da oposi-
ção síria afirmam que pelo
menos 13 pessoas, a maioria
crianças, morreram ontem
após ataques aéreos do gover-
no que atingiram um ônibus
no leste no país. O ônibus le-
vava civis da província de
Deir el-Zour até a capital Da-
masco e foi atingido na aldeia
de Shoula, segundo o comitê
de coordenação local. Segun-
do o Observatório Sírio-britâ-
nico de Direitos Humanos, o
saldo de mortes chega a 16,
das quais 10 seriam crianças.
O número pode subir, pois
muitos ficaram feridos. Os
ataques têm como alvo as áre-
as controladas pela oposição.
Alerta
Senegal
— Um médico
infectado com ebola no sul
da Nigéria expôs dezenas
de pessoas ao vírus ao con-
tinuar tratando pacientes
antes de morrer, alertou a
Organização Mundial da
Saúde (OMS) ontem. A
OMS anunciou que a do-
ença matou mais de 1.900
pessoas na África Ociden-
tal. O médico continuou
atendendo pacientes após
perceber sintomas da do-
ença. “Antes de ser hospi-
talizado, ele teve diversos
contatos com a comunida-
de, como parentes e ami-
gos que o visitaram em
casa”, afirmou a OMS.
Fuga
Nigéria
—Milhares de
pessoas fugiram do nor-
deste da Nigéria para Ca-
marões, informou a Agên-
cia da ONU para Refugia-
dos (Acnur), ontem, en-
quanto extremistas bus-
cam uma nova estratégia
para manter as terras que
chamam de “califado islâ-
mico”. Centenas de cama-
roneses também estão
abandonando suas casas
desde que extremistas is-
lâmicos da Nigéria come-
çaram a atacar vilarejos no
país vizinho, na última
semana, informou a porta-
voz da Acnur, Helene
Caux.
Estado Islâmico matou
770 soldados iraquianos
Iraque
— Militantes do grupo Estado Islâmico realiza-
ram assassinatos em massa de soldados iraquianos captu-
rados quando seus integrantes invadiram uma base mili-
tar ao orte de Bagdá em junho. Ontem, o Human Rights
Watch (HRW) divulgou o número de mortos, tendo como
base a análise de fotografias, vídeos e imagens de satélite
da área. O incidente em Camp Speicher, base aérea que já
serviu como instalação militar norte-americana, foi uma
das piores atrocidades perpetradas pelo grupo militante
durante sua rápida ofensiva, quando tomou o controle de
grandes partes do território norte e oeste do Iraque. Segun-
do o HRW, novas evidências indicam que o Estado Islâmi-
co matou entre 560 e 770 homens capturados em Camp
Speicher, que fica perto da cidade de Tikrit. “Estes são abu-
sos horríveis e atrocidades cometidos pelo Estado Islâmi-
co”, afirmou Fred Abrahams, conselheiro especial do HRW.
EMBAIXA
EMALTA
A piloto
ALYNNE ALMEIDA
, de Curitiba, será a
primeira paranaense a participar do mais
tradicional Enduro do País, o da Independência,
que acontece em Mariana (MG) a partir de hoje.
São quatro dias de prova, que tem ainda outras
três mulheres participantes entre 400 pilotos.
Ceticismo
Estados Unidos
— O
presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama,
disse ontem que é muito
cedo para dizer o que um
cessar-fogo entre russos e
ucranianos significa. A tré-
gua foi divulgada por Kiev,
contudoMoscou ressaltou
que os presidentes da
Rússia, Vladimir Putin, e
da Ucrânia, Petro Poro-
shenko, apenas discuti-
ram medidas que levari-
am a um cessar-fogo du-
radouro. De acordo com o
Kremlin, Putin não pode-
ria ter fechado um acordo
do gênero porque Moscou
não faz parte do conflito.
Cavalaria
A Justiça Eleitoral permitiu que o candidato ao Senado Ricardo
Gomyde (PCdoB) continue afirmando na propaganda eleitoral que o
senador Álvaro Dias (PSDB), adversário na eleição para o Senado,
“agrediu” professores quando era governador do Paraná, em 1988. O
candidato tucano entrou com uma ação para impedir que Gomyde
repita que ele teria “agredido” professores. A propaganda acusa Dias
de “ter jogado cavalos em cima dos professores”. Na decisão, o juiz
Leonardo Castanho Mendes afirma que a acusação da campanha de
Gomyde não acusa o ex-governador por ter “jogado cavalos nos pro-
fessores”. “Ao contrário do afirmado em toda a petição inicial a propa-
ganda não imputa ao governador Álvaro Dias eventual agressão, mas
sim ao Governo Álvaro Dias. Há aí, ao menos para fins eleitorais, uma
diferença abismal”, aponta o juiz. Na ação, a coligação tucana afirma
que a propaganda de Gomyde não se limitou a criticar ou a divulgar e
explorar os fatos efetivamente ocorridos em 1988, mas responsabiliza
Álvaro “por determinar que se agredisse a população”. O juiz discorda
e afirma que não cabe à Justiça limitar a crítica ao comportamento
político dos candidatos, e que é vedada apenas a ofensa pessoal.
Canseira
O número de ações judiciais contra publicidade desde o início
do período eleitoral passou de 80 em julho para 177 em agosto. Em
pouco mais de duas semanas da propaganda eleitoral gratuita, o
Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) mais que dobrou o número de
ações. Mesmo assim, a internet ainda lidera o levantamento e é
responsável por 60% do total.
Ainda
O governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), afir-
mou na terça-feira que “ainda” está com Aécio Neves, candidato de
seu partido à presidência da República, mas elogiou a candidata
do PSB, Marina Silva — cujo desempenho nas pesquisas, segundo
o tucano, está sendo “surpreendente”. “Foi surpreendente o de-
sempenho dela. Ela é muito forte, é uma pessoa bem intencionada,
tem grandes ideias para o país”, afirmou Richa ao UOL, antes de
sabatina promovida pela Universidade Positivo e pelo grupo RIC.
Preocupação
Richa desconversou ao ser questionado sobre a possibilidade de
apoio do PSDB a Marina no segundo turno. “Estamos apostando no
Aécio, ainda. Vamos esperar”, argumentou. Ele admitiu que o cresci-
mento de Marina nas pesquisas deve preocupar o comando da cam-
panha do senador mineiro. “Não dá para dizer que não”, reconhe-
ceu, alegando, porém, que ainda há tempo para reverter a situação.
Mirabolantes
Em reunião ontem com um grupo de oficiais ativos e da reser-
va da Polícia Militar, a candidata do PT ao governo, senadora Gleisi
Hoffmann (PT) assumiu o compromisso de valorizar a categoria,
caso eleita. Para Gleisi, é fundamental remuneração, plano de
carreira, capacitação permanente, equipamentos e estrutura aos
policiais militares paranaenses. Gleisi disse que o Paraná não
precisa de “planos mirabolantes” ou soluções importadas de ou-
tros estados na área da segurança pública. “Vamos integrar as
forças de segurança, valorizar a PM, investir em capacitação e
tecnologia e ouvir as opiniões de pessoas que têm experiência na
área, como os oficiais inativos da Polícia Militar.”
Por que os debates
eleitorais são um circo
O jornalismo moderno, uma versão do ideal de Walter Lippman
de intermediação dos fatos entre o público e as elites, é especialmente
adaptado à produção corporativa de notícias e análises. Como obser-
vou Kevin Carson, o modelo jornalístico atual requer mínima referên-
cia aos fatos, já que os fatos não são independentemente importantes
e devem ser avalizados por algum tipo de elite de “especialistas”.
Mais que ummodelo de geração de conteúdo, o jornalismo prati-
cado atualmente também é ummodelo organizacional, já que ele dre-
na o valor do trabalho jornalístico, que fica sem um ponto de referên-
cia e passa a se ater às subjetividades das opiniões daqueles que se
encontramemposições específicas dentro das instituições sociais e po-
líticas. Quando o trabalho jornalístico é despido de seu conteúdo des-
sa forma, ele passa apenas a propagar a validade de uma estrutura
social, porque é essa estrutura que valida o jornalismo (a cobertura de
protestos, por exemplo, só é validada com a opinião de um represen-
tante da Polícia Militar; a cobertura das eleições só é validada com a
chancela dos representantes dos partidos estabelecidos; e assim por
diante).
Assim, quando o jornalista foge desse modelo de produção e bus-
ca fontes e fatos independentes da validação dos agentes estabeleci-
dos, ocorre uma sensação de estranhamento. Há uma fuga do que se
tem como ideia do papel da imprensa e uma saída do que se interna-
lizou como “neutralidade” jornalística. Após recentes entrevistas com
os candidatos a presidente no Jornal Nacional, por exemplo, circula-
rammuitas críticas à postura incisiva deWilliamBonner, que tendeu a
não se prender aos assuntos autorizados do “bom debate político”
(uma das ideias muito disseminadas, atualmente, é que “se deve dis-
cutir as propostas dos candidatos”, implicitamente presumindo que a
própria existência dessas “propostas” seja algo desejável ou justificá-
vel, dado o histórico dos programas e projetos presidenciais).
Nessa busca pela neutralidade institucional, alémdisso, ocorre um
cenário muito comum nas avaliações dos debates presidenciais que
começaram recentemente a ocupar os horários das emissoras de TV.
Depois dos debates da Band e do SBT, as análises que rodaram tendi-
am a não tomar como referência qualquer fato indisputável ou dis-
cussão que havia acontecido. Em vez disso, os jornalistas agem como
consultores de media training, afirmando que candidato fulano esta-
va “nervoso”, ou “se atrapalhou nas respostas”, ou “não mostrou se-
gurança”, ou “foi duro”, ou “passa a imagem de confiança”, entre
outras banalidades.
Esse tipo de avaliação não requer qualquer recurso aos fatos e im-
plicitamente dá como certa uma passividade do espectador, que é vis-
to como incapaz de avaliar o desempenho de um candidato e o que
ele tem a dizer. Se os jornalistas presumissem um espectador ativo,
eles passariam sua avaliação direta sobre o conteúdo e a postura dos
candidatos; diriam que o candidato se saiu bem, que apresentou suas
ideias de forma boa ou ruim, que é o melhor ou o pior entre as op-
ções. Ao contrário, porém, sempre se imagina que existe um especta-
dor ideal médio, que avalia certas atitudes de maneira específica, que
se preocupa mais ou menos com trejeitos e discursos particulares.
Os jornalistas nunca dirão sua própria opinião sobre os políticos,
com um paradigma ou ideologias claros como ponto de partida, mas
vão falar que os candidatos “foram vistos” como fortes ou fracos e
“foram considerados” confiantes ou inseguros. Nunca de seu ponto
de vista pessoal, mas sempre do ponto de vista obscuro de um avalia-
dor independente a que ninguém tem acesso — o espectador médio.
O próprio formato dos debates também é questionável: por que é
que os candidatos têm qualquer liberdade para eleger temas de que
falar? Não é implausível que os próprios políticos saibam o que é mais
relevante para o eleitorado? Não seria mais razoável presumir que os
postulantes — principalmente a cargos muito altos, que governam
milhões de pessoas — estão divorciados das preocupações da popu-
lação e mais preocupados e manter a própria posição de prestígio?
Épor essemotivoquedebates eleitorais, embora sejamvistos como
excelenteentretenimento televisivo (principalmentehojeemdia, quan-
do carregammemes e piadas a reboque em redes sociais), não trazem
qualquer conteúdo informativo a respeito da política.
Seu formato é viciado e os jornalistas, que deveriam ser capazes de
prover uma avaliação objetiva das discussões, se colocam no lugar de
um eleitor imaginário. E os jornalistas não são aqueles que estabele-
cem quais são as questões importantes a serem discutidas — são os
políticos que estipulam os termos do debate, porque o jornalismo em
si, da forma como é praticado, não tem validade fora das estruturas
sociais existentes.
É por isso que debates eleitorais são um circo.
Erick Vasconcelos
Erick Vasconcelos é jornalista, ativista e coordenador de mídias do Centro
por uma Sociedade Sem Estado
O setor de
BEBIDAS FRIAS
espera com apreensão o
reajuste anual. Normalmente o índice passa a valer
no dia 1º de setembro. Contudo, neste ano, por
causa das eleições, a nova tabela deve demorar
mais a ser autorizada. Até lá, continua valendo a
tabela antiga.
Contas de campanha
Todos os candidatos ao governo do Paraná
entregaram as contas parciais de campanha
referentes à segunda declaração ao Tribunal
Regional Eleitoral. Os valores devem ser
divulgados junto com as fontes dos recursos
e os principais gastos de campanha no
próximo sábado, no site do Tribunal Superior
Eleitoral. Entre os oito candidatos ao Senado,
apenas um não apresentou as contas dentro
do prazo, que terminou nesta terça-feira. Por
enquanto, o único partido que divulgou os
valores que teriam sido protocolados no TRE-
PR foi o PSOL, do candidato ao governo
Bernardo Pilotto, que gastou R$ 15.290,00
até agora. Das 344 contas esperadas, 291
(84,5%) declarações foram apresentadas
pelos candidatos a deputado federal; e dos
850 políticos na disputa por uma cadeira na
Assembleia Legislativa, 706 (83%)
protocolaram as contas até a meia-noite
desta terça-feira.
Parcial
Na primeira parcial das prestações de contas,
apenas os candidatos do PT e do PMDB ao
governo do Estado, senadora Gleisi
Hoffmann e senador Roberto Requião,
apresentaram as contas dentro do prazo. Eles
arrecadaram, somados mais de R$ 2,9
milhões no primeiro mês de campanha.
Ambos já confirmaram a entrega dos dados
na Justiça Eleitoral dentro do prazo. Já o
governador e candidato à reeleição, Beto
Richa (PSDB), alegou no primeiro mês não ter
tido receita ou despesa no período e só
apresentou as contas depois de uma liminar
concedida pela Justiça em uma ação da
coligação “Paraná Olhando Pra Frente”, da
candidata petista. A campanha de Richa
declarou gastos de R$ 2,1 milhões entre 29
de julho a 12 de agosto.
Franklin de Freitas