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Cavaletes motivam
protesto de eleitores
“Cavalete Parede” tem adesão de mais de 3 mil pessoas em comunidade do Facebook
Narley Resende
Incomodados com a polui-
ção visual que toma conta das
cidades em período eleitoral,
manifestantes recorreram às
redes sociais para protestar
contra os candidatos que não
respeitam a legislação. A Ca-
pital Paranaense aderiu ao
movimento nacional do “Ca-
valete Parade” e criou um
perfil no Facebook para o
evento, marcado para o dia 27
de setembro. Até ontem, mais
de 3 mil pessoas haviam con-
firmado a presença na mani-
festação, na Boca Maldita, o
“centro político” não oficial da
cidade, das 14 às 17 horas.
Na data, os participantes
do evento prometem realizar
uma grande exposição comos
cavaletes irregulares que fo-
ram recolhidos pela cidade.
“Já que os políticos brasileiros
não respeitam o espaço públi-
co e o poluem com seus cava-
letes, vamos deixar a cidade
mais bonita com a Cavalete
Parade”, informa o enuncia-
do do perfil.
No perfil há a orientação
para que sejam recolhidos
apenas cavalete de político,
que se encontram em situa-
ção irregular, e emprestado.
No data da Cavalete Parade,
o cavalete será exposto, mas
com uma intervenção. A su-
gestão dada é que o cavalete
tenha o o nome e o número
do candidato cobertos com
algum material que possa ser
retirado sem causar dano.
“O candidato que ‘reinvidi-
car ’ posse do cavalete estará,
por sua vez, criando provas
contra si mesmo”, esclarece o
perfil do evento
O cuidado ocorre pelo fato
de que o cavalete é um bem
de propriedade do candida-
to. Por este motivo, ele não
pode ser danificado e nem
mesmo levado para casa.
Essa prática do eleitor indig-
nado não representa crime
eleitoral, mas crime comum
de roubo e dano ao patrimô-
nio particular.
Ainda do perfil, os organi-
zadores ressaltam que é im-
portante deixar claro que os
cavaletes “pegos” foram
aqueles que infringiram a lei,
atrapalharam o ir e vir das
pessoas, ou que estavam
comprometendo a segurança
delas, em um espaço que é
propriedade de todos, o pú-
blico.
KARLOS
KOHLBACH
Karlos Kolhbach | [email protected]
Beto Richa vai se
licenciar do governo
na sexta-feira
Está decidido. O governador Beto Richa (PSDB) vai
se licenciar do cargo nesta sexta-feira, véspera do
feriado de Independência do Brasil, para se dedicar
exclusivamente à campanha de reeleição. O vice,
Flávio Arns (PSDB), é quem vai assumir o governo
do estado nos trinta dias que antecedem a eleição.
Richa vai intensificar os compromissos de
campanha, principalmente, em Curitiba e na
Região Metropolitana. Uma das estratégias é
repetir as caminhadas com o apresentador de
televisão Ratinho e com o candidato a deputado
estadual Ratinho Júnior (PSC).
Dilma admite problemas na
economia e fala em mudanças
caso na equipe caso seja reeleita
Para tentar frear os problemas econômicos do país e
tentar reconquistar o apoio do empresariado, a presi-
dente Dilma Rousseff (PT) admitiu ontem, em discurso
na cidade de Belo Horizonte (MG), que há problemas
na política industrial e afirmou que, caso seja se reelei-
ta, irá mudar a equipe econômica. Nos bastidores, al-
guns petistas do alto escalão já comentam sobre uma
eventual saída do ministro Guido Mantega, da Fazen-
da. Apesar de reconhecer que a economia brasileira não
vai bem, a presidente Dilma saiu em defesa das ações
do governo, cuja produção cresceu 0,7% em julho, após
cincomeses seguidos de queda, segundo dados do IBGE.
Dilma e Marina empatadas, segundo Ibope
A presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu reagir
um pouco na disputa pela dianteira na pesquisa de in-
tenção de voto para a presidência da República. A pes-
quisa do Ibope, divulgada ontem, mostra que a presi-
dente subiu três pontos em relação a levantamento da
semana passada e agora tem 37% das intenções de voto
na simulação do primeiro turno. O problema da campa-
nha petista segue sendo o crescimento da candidata
Marina Silva (PSB). Segundo o Ibope, Marina avançou
quatro pontos e está com 33%. Aécio Neves (PSDB) caiu
quatro pontos e agora aparece com 15%. Pelos núme-
ros, Dilma e Marina estão tecnicamente empatadas –
dentro da margem de erro que é de dois pontos percen-
tuais, para mais ou para menos. O Ibope perguntou aos
eleitores sobre a intenção de voto num eventual segun-
do turno entre as duas candidatas à presidência. O re-
sultado mostra Marina na frente da petista com sete
pontos de vantagem. Marina tem 46%, contra 39% de
Dilma. A pesquisa do Ibope foi realizada entre domingo
e terça, contou com 2.506 entrevistas em 175 municípi-
os em todas as regiões do país.
Marina vira alvo de Dilma e Aécio
O crescimento da candidata Marina Silva (PSB) nas
pesquisas eleitorais fez com que ela virasse o principal
alvo, tanto da campanha de reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT), quanto do tucano Aécio Neves. Os
dois adversários de Marina adotaram a mesma estraté-
gia: questionar a falta de experiência e de apoio dela no
Congresso Nacional – fundamental para a governabili-
dade do Brasil. Quem acompanha os programas eleito-
rais de rádio de televisão já perceberam que a campa-
nha da presidente Dilma evita agora fazer ataques con-
tra Aécio Neves. Os petistas dizem que cada ponto que
ele perder será umponto a mais para Marina Silva. Aécio
por sua vez, tem criticado Marina Silva para tentar ir
para o segundo turno com Dilma. Ontem, o tucano cu-
tucou Marina ao declarar que “nunca foi filiado ao PT”.
Governo do PT retém resultado do Ideb
temendo desgaste da campanha de Dilma
Com medo de perder voto e desgaste da campanha
à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o gover-
no federal está retendo o resultado do Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica). Os dados foram
repassados para a Casa Civil há 15 dias, mas, até agora,
não foram tornados públicos. Esta estratégia de reter o
resultado tem gerado críticas de educadores, secretári-
os e até de governadores de estado. O Ideb é o principal
indicador da qualidade do ensino do país. Ele é divul-
gado de dois em dois anos e é calculado a partir do
desempenho de alunos em testes de Português e Mate-
mática e das taxas de aprovação no ensino fundamen-
tal e médio. É a partir do Ideb que é possível monitorar
o desempenho de gestores municipais e estaduais na
Educação, além de saber se o país está cumprindo as
metas estabelecidas para cada etapa de ensino.
BEM
PARANÁ
4
Política
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2014
Apreensão -
De acordo
com os dados da assessoria
de Comunicação do Tribunal
Regional Eleitoral do Paraná
(TRE-PR), foram recolhidos
294 cavaletes irregulares, o
que dá uma média diária de
apreensão de 5 cavaletes em
58 dias de campanha. O ba-
lanço foi feito desde a data li-
berada para o início da pro-
paganda eleitoral, dia 6 de
julho, até terça-feira.
O mesmo balanço, ainda
parcial, aponta ainda que a ci-
dadedeApucarana como a que
apresentou omaior númerode
irregularidades na propagan-
da eleitoral, com a apreensão
de 71.050 panfletos. Em segui-
da aparece a cidade de Cru-
zeiro do Oeste, onde foram
apreendidos 950 impressos na
Agência dos Correios.
Análise
Proibição prejudicaria “novatos”
judicados pela ausência dos
cavaletes. Segundo ele, os
candidatos que já tem man-
datos têm outros meios mais
efetivos para reforçar seus
nomes e as manifestações de
depredação de cavaletes, o
movimento contra a propa-
ganda de rua, só prejudicam
a renovação da política.
“Existe uma di ferença
entre segmentos socialmen-
te ativos e segmentos que
O uso cavaletes nas cam-
panhas eleitorais não será
mais permitido a partir das
próximas eleições. A mini-re-
forma eleitoral sancionada
pela presidente Dilma Rous-
seff (PT) emdezembro do ano
passado, deveria ter entrado
em vigor em outubro de 2013,
um ano antes das eleições
para valer neste ano. O texto
sancionado proíbe, em vias
públicas, propaganda eleito-
ral em cavaletes e a afixação
de cartazes, mas libera o uso
de bandeiras e de mesas
para distribuição de materi-
al, contanto que não dificul-
tem o trânsito de pessoas e
veículos.
Para o professor do curso
de pós-graduação em Ciên-
cia Política da Universidade
Federal do Paraná, Emerson
Cervi, os candidatos menos
conhecidos são os mais pre-
tem voz; a minoria baru-
lhenta e minoria que não faz
nada. Depredar patrimônio
privado, resultado de traba-
lho de alguém é inconcebí-
vel como ação individual e
argumento de manifestação
pública. E depredar os cava-
letes é prejuízo aos peque-
nos candidatos que depen-
dem dos cavaletes para
apresentar seus nomes” ,
defende.
Cavaletes de candidatos às eleições do Paraná: protesto marcado para o dia 27
Valquir Aureliano
DEPÓSITO
294
cavaletes
irregulares de
candidatos foram
recolhidos pela
Justiça Eleitoral em
Curitiba desde o
início da campanha