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[email protected] 16 Agora, ele estreia a sua nova “aposentadoria”. A No More Tours II Tour tem início neste mês de abril, nos Estados Unidos, e segue para a América Latina emmaio, passando por México, Chile, Argentina e Brasil. Por aqui, Ozzy se apresentará em São Paulo (Allianz Park, dia 13 de maio), Curitiba (Pedreira Paulo Leminski, dia 16), Belo Horizonte (Esplanada do Minei- rão, dia 18) e Rio de Janeiro (Jeunesse Arena, dia 20). “Mas eu não estou me aposentando por completo”, apressa-se na dizer o senhor Osbourne. Seus planos são realizar shows pontuais - inclusive, ele não descarta uma outra volta ao Brasil - o que ele não pretende mais é seguir com as longas excursões pelo mundo. Por enquanto, sua agenda tem shows marcados até outubro deste ano. Depois,nemmesmoOzzyOsbourne sabe.“Éminha esposa (e em- presária Sharon Osbourne) quem decide essas coisas”, ele expli- ca. “E eu vou seguindo.” O fato é que a idade e os anos de abuso ao longo da vida adul- ta cobram um preço alto na atualidade. Com 69 anos, sua lo- comoção é debilitada e,nos palcos,nos shows maisrecentessolo,eletemtocadotrezemúsi- cas eháumenorme solodebateriaparaque o Madman (outro apelido de Ozzy) pos- sa descansar na metade do show Aos poucos, entre algumas frases balbu- ciadas e outras ditas distantes de- mais domicrofone do aparelho ce- lular, Ozzy deixa cair a armadura doroqueirodurão.Mostraadúvi- da: “ninguém mais compra dis- cos, o que eu devo fazer?”, ele diz. “Posso gravar alguma coi- sa, quando tiver uma chance, mas não sei”, conclui - ou não. O fato é que, 50 anos desde que estreou com o Black Sab- bath,Ozzyentendequeotem- po age e é implacável. A lis- ta de artistas razoavelmente da sua geração que anun- ciaram aposentadoria re- centemente é grande: Eric Clapton, Elton John, Paul Simon, Neil Diamond, Rush... “Sabe”, ele diz, “depois desses shows dessa turnê, eu vou pa- racasa,curtir oNatal.Eu tenho que cuidar da mi- nha sobriedade, entende? Não estive próximo dosmeus filhos na infância e queria, ago- ra, estar próximo dos meus netos.” Por fim, Ozzy admite o inevitável. “Estou cansado.” SERVIÇO OzzyOsbourne Quando: dia 16 de maio, às 21 horas Onde: Pedreira Paulo Leminski Quanto: de R$ 160 a R$ 650 Vendas: http://premier.ticketsfor- fun.com.br/ Curitiba, terça-feira, 17 de abril de 2018 Curitiba em contagem regressiva para o adeus de Ozzy aos palcos ## SHOW ACONTECE EM 16 DE MAIO NA PEDREIRA PAULO LEMINSKI Pedro Antunes O público do Black Sabbath pedia por mais uma música. A última da importante carreira da banda que ajudou a fun- dar os pilares do heavy metal ainda em 1968. Na noite de 4 de fevereiro de 2017,Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Ge- ezer Butler estavamde volta à sua cidade, Birmingham, para uma última apresentação, quase quatro décadas depois. “One more song! One more song!”, gritavam aqueles à beira do palco. O trio da formação origi- nal, somado a Tommy Clufetos (bateria) e Adam Wakeman (teclado), subiu para mais uma canção. Tocaram Paranoid, música que dá nome ao segun- do disco deles, um dos seus mais potentes sucessos do início da carreira da banda, que canta sobre te- mas sombrios como depressão e niilismo. Findada a apresentação, o barulhento Sabbath se silenciou para sempre. No more Songs. Aos 69 anos, falando da mansão que tem em Be- verly Hills, na Califórnia, Estados Unidos, Ozzy an- da para lá e para cá, a frente do telefone com a op- ção de viva-voz ligada. Sua voz aproxima-se e se afasta. Por vezes, se aproxima do microfone e grita para ouvir a pergunta mais uma vez. A entrevista é cronológica e tem início na cena descrita acima. O sentimento de Ozzy naqueles momentos an- tes de voltar ao palco para o úl- timo bis com a banda que lhe transformou um dos maiores nomes do rock mundial. Mas, como um bom rockstar, e pro- vavelmente milhares de entre- vistas concedidas nos últimos 50 anos, o vocalista veste sua desgastada porém resistente armadura para falar sobre o que realmente lhe toca.“Estávamos juntos novamente há quase dez anos”, diz Ozzy, sobre a despedida do Sabbath. “O que fica é um senti- mento de que acabou, eu não queria ficar muito emocionado “ Silêncio que não era suficiente, ainda, para Ozzy. O conhecido como Príncipe das Trevas, conhecido pe- la história de morder a cabeça de um morcego, em 1982 - ele achou que era uma imitaçãodobichodeborracha epor isso decidiu abocanhar o animal, acredi- te - queria fazer barulho um pouco mais. Cincomeses depois, iniciou uma breve se- quência de shows pelos Estados Unidos e, nofimde 2017,revelou seuúltimoplano: uma turnê de despedida da carreira solo. Curiosamente, pela segunda vez, já que ele se aventurou pelo mundo com a No More Tours Tour (algo como “turnê do fim das turnês” ), em 1992, e, três anos depois, anunciou um novo gi- ro, a Retirement Sucks Tour (“aposentadoria é uma porcaria”). Em entrevista, o Príncipe das Trevas fala sobre a aposentadoria, a turnê de despedida, sons e sentimentos Foto: divulgação