[email protected] Esportes 10 Tiago Nunes muda o esquema e desenha o Athletico sem um ‘camisa dez’ em 2019 Contratações do clube e desenho tático do amistoso de quarta-feira indicam que time terá novo formato na temporada ## ANÁLISE Silvio Rauth Filho O técnico Tiago Nunes deu sinais que po- de usar umAthletico sem um“camisa 10” na temporada 2019. O amistoso da última quar- ta-feira,contraoGeneralDíaz,jáfoiaprimeira demonstração dessa ideia.Outro fator é a au- sência de um“camisa 10” clássico no elenco. Os principais meias contratados pelo Athleticoem2019não têmessa caracterís- tica. Tomás Andrade passou a maior parte da carreira jogando como extremo (aber- to pelo lado do campo, como Nikão e João Pedro). Léo Cittadini é mais semelhante a Rossetto e Bruno Guimarães, como o pró- prio Tiago Nunes explicou. Em2018, oAthletico contava comRapha- el Veiga, que é um especialista nessa função de“camisa 10”.No passado, essa nomencla- tura estava ligada a um jogador comcapaci- dade de armação, visão de jogo, com a prin- cipal missão de pensar e cadenciar o jogo. Hoje, no futebol moderno, esse jogador pre- cisa ser ummeia-atacante,umpontade lan- ça,umdefinidor.Éumjogador que contribui comaarmação,masque jogamuitopróximo do centroavante, que precisa entrar na área para finalizar e definir as jogadas. Em 2018, o Athletico passava a maior parte do tempo formado em um 4-2-3- 1, com Raphael Veiga (centro), Nikão (es- querda) e Marcelo Cirino (direita) na linha de três.Sema bola,o time se desenhava em duas linhas de quatro.À frente dessas duas linhas ficavam Veiga e Pablo, pressionan- do a saída de bola do adversário. É por is- so que Tiago Nunes descreveu esse siste- ma como 4-4-2, durante uma resposta na entrevista coletiva de quarta-feira. No amistoso contra o General Dí- az, o Athletico usou o 4-1-4-1 como ba- se. Wellington ficou como único volante. No primeiro tempo, Bruno Guimarães e Léo Cittadini atuaram na linha de quatro meias, pelo centro, e tiveram bastante li- berdade ofensiva. No segundo tempo, To- más Andrade e Erick ficaram nessas fun- ções – centralizados na linha de quatro. Depois do amistoso, Tiago Nunes afir- mou que esse esquema é apenas uma varia- çãoquepode ser usada emjogos específicos. Um exemplo, segundo ele, foi a final da Co- paSul-Americana,quandooAthleticopode- ria ter usado esse 4-1-4-1para evitar a supe- rioridadetáticadotimecolombiano.“Issofi- cou claro para mim no jogo contra o Junior. O Junior teve muito jogo no espaço nas cos- tas dos nossos volantes,nas entrelinhas.Te- mos que criar uma variedade de situações um pouco diferentes, plantando um volan- teali.Casoagenteenfrenteumaequipecom essa característica, vamos ter repertório pa- ra fazer dentro do jogo”, declarou. No entanto, em outras respostas, o téc- nico admitiu não ter alguém com a carac- terística de Raphael Veiga no elenco. Pe- lo menos, por enquanto. “O Cittadini se aproxima um pouco mais (das caracterís- ticas) do Bruno (Guimarães), do Rossetto e, em alguns momentos, do Camacho. É um jogador de movimento, de combina- ção curta de jogada e um jogador que faz muito mais o time jogar do que ter um re- pertório de drible”, explicou. Perguntado se tem um substituto para Veiga, TiagoNunes novamente argumentou. “Se a gente tentar substituir esses jogadores, a chance de dar errado aumenta muito. São características diferentes. Eu tenho que ten- tar criar um repertório de movimentos para potencializar os jogadores que a gente tem. O Cittadini, o Bruno (Guimarães) e o próprio Tomás (Andrade) são jogadores que diferem alguma coisinha umdo outro,mas a caracte- rística geral é muito parecida”, disse. Épossível,porém,que oAthleticobusque mais um reforço para a função de “camisa 10”. No time de aspirantes, o principal es- pecialista nessa função é Matheus Anjos. 4020 4411 ## SÃO PAULO Jardine é demitido e Cuca assume em abril Durouquase trêsmeses a passagemdeAndré Jardine pelo comando do São Pau- lo. Um dia depois da elimi- nação do time na segunda fase preliminar da Copa Li- bertadores para o Talleres, após derrota por 2 a 0 na Argentina e o empate por 0 a 0 no Morumbi, a dire- toria decidiu mudar ontem o treinador. “O André Jardine deixa o comando do São Paulo, acreditamos no potencial e talento dele, mas vai con- tinuar ligado ao clube. Cla- ro que vamos dar um tem- po para ele, para aliviar a cabeça”, explicou Raí, exe- cutivo de futebol do clube. O substituto de Jardine foi definido pela diretoria do São Paulo: o curitiba- no Cuca vai ser o treina- dor do time para a sequ- ência da temporada, que inclui o Campeonato Bra- sileiro e a Copa do Brasil O maior problema é que o treinador tem recomen- dações médicas para não voltar ao futebol ainda, mas o clube já se acertou comeleevai aguardar a sua recuperação. “Foi unânime que o me- lhor nome é do Cuca, que será o novo treinador do São Paulo. Ele se mostrou motivado, já conversamos, mas está comumproblema momentâneo e não poderá assumir agora. Ele chega- rá em alguns meses. Neste período até que ele esteja bem, e a saúde é a priori- dade, quem vai comandar a equipe é oVagner Manci- ni, nosso coordenador téc- nico”, comentou Raí. Curitiba, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019 Valquir Aureliano Léo Cittadini: ele foi titular no amistoso, mas não é um ‘camisa dez’ O 4-2-3-1 adotado no ano passado O 4-1-4-1 usado no amistoso

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU2OA==