Política 4 [email protected] ## PROVOCAÇÕES Venezuela decide fechar fronteira com Brasil Opresidente daVenezuela,Nicolás Maduro, anunciou ontemo fechamento da fronteira terrestre entre o país e o Brasil. Segundo ele, amedida é uma resposta a “provo- cações” externas, como a tentativa de enviar ajuda hu- manitária a partir de Colômbia e Brasil. Em sua fala, ele não fez referência ao envio de energia venezuelana ao País. Maduro qualifica o envio dessa ajuda como um es- tratagema para enfraquecê-lo e derrubá-lo, em prol do líder oposicionista Juan Guaidó. Em reunião com o co- mando militar, veiculada na televisão estatal, o presi- dente afirmou que tem um plano de envio permanente de militares a várias regiões, sem especificá-las. Além disso, criticou o presidente americano, Donald Trump, ressaltando que ele não é o comandante das Forças Ar- madas venezuelanas eportantonãopodeditar ordenas a ela. Em sua fala, Maduro disse ainda que avalia o fecha- mentoda fronteira comaColômbia,pelomesmomotivo, o que disse que não gostaria de fazer. O Palácio do Pla- nalto decidiu não se manifestar sobre o anúncio do pre- sidente daVenezuela. Emnota, a assessoria de imprensa afirmou que “não haverámanifestação sobre o assunto”. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS), afirmou ontem que o presidente Jair Bolso- naro (PSL) aguarda as investigações sobre a responsabilidade de criação de candidaturas “laranja” do PSL em Minas Gerais para avaliar a possibi- lidade de demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. “O governo observa, mas, nesse mo- mento, não há nada nesse sentido”, disse Lorenzoni. Ele ainda ressaltou as diferenças entre o caso do ministro do Turis- mo e o recente episódio que levou à exoneração do ex-ministro da Se- cretaria-Geral Gustavo Bebianno. “O problema do ministro que foi afas- tado foi muito mais uma ruptura em uma amizade de muitos anos”, afir- mou. Ele lembrou que houve um es- topim causado por candidaturas em Pernambuco, “mas a razão da exone- ração foi uma ruptura na relação de amizade” e, “do ponto de vista que envolve Marcelo Álvaro, é outra coi- sa” esclareceu o chefe da Casa Civil. Ainda sobre oministro do Turismo, Lorenzoni afirmou que é necessário dar tempoparaque sejamfeitosos es- clarecimentos pelas autoridades e a decisão final é de Jair Bolsonaro. “Em umregime presidencialista,a decisão é do presidente”, finalizou. De acordo com o chefe da Casa Ci- vil, Bolsonaro ainda vai avaliar a si- tuação do ministro caso apareça seu envolvimento direto no esquema de candidaturas laranjas do PSL. Onyx ponderou,noentanto,que,nestemo- mento, a intenção não é demiti-lo. Ele disse que Bolsonaro acompanha com atenção a apuração sobre o ca- so e defendeu que, antes de se tomar uma decisão, é preciso “dar o tempo para que os esclarecimentos venham a público”. “Se houver algo de gravi- dade, de responsabilidade direta do ministro, o presidente vai analisar e tomar a sua decisão”, acrescentou. O jornal Folha de S.Paulo revelou no início do mês que o ministro pa- trocinou um esquema de candida- turas laranjas em Minas Gerais que direcionou verbas públicas de cam- panha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara dos Deputa- dos. Candidata nas últimas eleições a deputada estadual pelo PSL de Mi- nas Gerais, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa afirmou ter havido um esquema de lavagem de dinheiro público pela sigla no estado. Ela en- tregou ao Ministério Público mensa- gem em que um assessor de Álvaro Antônio cobrava a devolução de ver- ba pública de campanha para desti- ná-la a uma empresa ligada a outro assessor do político. Pauta negativa - O envio do texto da reforma previdenciária na quarta- -feira deu sobrevida aoministro.Com a queda na segunda-feira de Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), o presi- dente está convencido, segundo inte- grantes de sua equipe, de que não de- ve criarmais uma pautanegativanes- te momento. A avaliação é de que uma nova de- missão neste momento poderia sina- lizar ao Poder Legislativo o enfraque- cimento da gestão federal, criando condições para que deputados da fu- tura base aliada já iniciemmovimen- to para alterar pontos da iniciativa. ## LARANJAS Bolsonaro avalia demissão de ministro do Turismo Chefe da Casa Civil diz que presidente vai aguardar avanço das investigações ## EQUADOR Ajuda O FundoMonetário In- ternacional (FMI) infor- mou em nota que che- gou a um acordo com o Equador para um paco- te de ajuda de US$ 4,2 bilhões. O acordo, que precisa ainda ser avali- zado pelo conselho exe- cutivo do FMI, deve aju- dar as políticas econômi- cas do governo local ao longo dos próximos três anos. Chefe da missão do FMI no Equador, An- na Ivanova afirma que o acordo é parte de um es- forço mais amplo da co- munidade internacional, que inclui quaseUS$ 7bi- lhões ao longo dos próxi- mos três anos de bancos internacionais. ## ATAQUE Violência O presidente da Vene- zuela, Nicolás Maduro, realizou críticas duras ao presidente colombia- no, Iván Duque, acusan- do-o ontem de agir para desestabilizar o vizinho. Maduro afirmou que Du- que será responsável por “qualquer violência na fronteira” e disse que ele tem laços próximos com o presidente americano, Donald Trump. O líder venezuelano falou em um encontro com várias lideranças militares, vei- culado pela televisão es- tatal. Durante o evento, Maduro disse que avalia a possibilidade de fazer o mesmo com a frontei- ra colombiana. ## BANGLADESH Incêndio Um incêndio devasta- dor em um bairro de edi- fícios antigos em Daca, capital de Bangladesh, matou pelo menos 70 pessoas, informaram as autoridades locais on- tem. As construções de séculos de existência abrigavam centros de compras e estavam lota- das quando o fogo come- çou. Cerca de 50 pessoas ficaram feridas, algumas delas com queimadu- ras graves. As chamas no bairro de Chawkbazar fo- ram controladas após 10 horas de trabalho dos bombeiros. O distrito, com cerca de 400 anos, é repleto de edifícios sepa- rados por ruas estreitas. ## VATICANO Crimes O papa Francisco pe- diu ontem, na abertura de uma reunião histórica da igreja para abordar os abusos sexuais cometi- dos por membros do cle- ro, “medidas concretas e efetivas” de combate. Segundo o pontífice, não basta apenas condenar esses crimes. “O povo de Deus está a ver-nos e es- pera que nós não só con- denemos, mas que tome- mos medidas concretas e efetivas”, afirmou o papa Francisco perante 190 representantes da hie- rarquia religiosa. “A con- cretização (dessas medi- das) é necessária”, desta- cou. Seria entregue “uma linha guia” para refletir. M undo ## CAMINHO ‘Caixa 2’ de Onyx vai à Justiça do RS O ministro Marco Au- rélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu ontem encami- nhar ao Tribunal Re- gional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) a investigação que apura suspeitas de caixa 2 fei- tas por delatores da J&F ao ministro-chefe da Ca- sa Civil, Onyx Lorenzoni. A decisão atende a pedi- do da procuradora-ge- ral da República, Raquel Dodge, a partir do no- vo entendimento sobre o alcance do foro privi- legiado, que só deve ser aplicado para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo. Pesam sobre Onyx o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil, em 2012, e R$ 200mil,em2014,quando o atual ministro concor- ria ao cargo de deputado federal. Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil e pe- diu desculpas. No início de dezembro, o ministro Edson Fachin, do STF, determinou a abertura de uma petição au para ana- lisar as acusações de cai- xa 2 feitas por delatores da J&FaOnyxLorenzoni. Wilson Dias/Agência Brasil Lorenzoni: “O governo observa” ## SALVOS PSDB livra filiados de expulsão Em reunião realizada na quarta-feira, em Bra- sília, a direção executiva nacional do PSDB deci- diu arquivar todos os pe- didos de expulsão proto- colados contra integran- tes da legenda. A medida beneficiou o deputado e ex-senador Aécio Neves (MG) e desafetos do go- vernador João Doria. Tratado com discri- ção pela cúpula tucana, o encontro foi coman- dado pelo ex-governador Geraldo Alckmin, pre- sidente nacional da si- gla, e não teve a partici- pação de João Doria, que passou o dia em Brasília. Partiu de aliados do atu- al governador paulista a iniciativa de pedir a ex- pulsão de vários quadros do PSDB por “infidelida- de partidária” nas elei- ções do ano passado. Foram arquivados os pedidos contra o ex-go- vernador Alberto Gold- man, o ex-secretário de governo Saulo de Castro e o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbo- sa. Todos foramacusados de ter apoiado Márcio França (PSB) na disputa pelo Palácio dos Bandei- rantes e boicotado Doria. Curitiba, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

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