Diversão & Arte [email protected] 14 Curitiba, quinta-feira, 7 de março de 2019 Ela pode chutar o traseiro de Thanos # CINEMA ‘Capitã Marvel’ estreia em Curitiba e apresenta a personagem que tem poder suficiente para resolver a encrenca após ‘Guerra Infinita’ Lycio Vellozo Ribas Alerta de Spoiler: em uma das cenas pós-créditos de ‘Vingadores: Guerra Infinita’, o espião Ni- ck Fury consegue mandar uma mensa- gem em um pager antes de desapare- cer no universo. O aparelhinho cai no chão e, instantes depois, aparece um brasão vermelho e azul com uma estre- la no meio. Fãs de quadrinhos entraram em polvorosa: é a Capitã Marvel! Mas quem é a Capitã Marvel para quem não é fã de quadrinhos? Afinal, ela nunca havia aparecido em nenhum filme dos Vingadores ou de outros heróis Marvel. Nas HQs, ela é Carol Danvers, piloto da Força Aérea dos EUA. Uma vez submetida à tecnologia superior da raça alienígena Kree (que é ci- tada em ‘Guardiões da Galáxia’), adquire superforça, capacidade de voar e o poder de soltar raios de energia pelas mãos. No filme que estreia nesta quinta-feira (7), a heroína é interpretada por Brie Larson. Além de todos esses poderes, ela responde a um ser superior e é treinada por outro Kree (Jude Law), que a repreende o tempo todo por dis- persar o foco, deixando-se levar pela emoção. Seus inimigos são os skrulls. Num filme cheio de reviravoltas, ela acaba mudando seus parâmetros de bem e de mal. E se firma como uma heroína superpoderosa. Assim sendo, é ela quem vai chutar o traseiro do vilão Thanos em ‘Vingadores: Ultima- to’, aguardadíssima continuação de ‘Vingadores: Guerra Infinita’ e que es- treia em 25 de abril. Além de chutar o traseiro de Thanos, a Capitã Marvel tem outra serventia para o universo Marvel: apresentar uma herói mulher em meio a um uni- verso quase totalmente masculino. Questão de representatividade, coisa que o estúdio já havia alcançado com o elogiável ‘Pantera Negra’ em rela- ção aos afrodescendentes. No caso de filmes com heroínas mulheres de HQs, a Warner já conseguiu um excelente resultado com ‘Mulher Maravilha’. Ajudava o fato de a DC Comics (pertencente àWarner) ter emseuportfólioumaheroína de primeira linha com carisma suficiente para segurar um filme sozinha. A Marvel não tinha. Tirando as mutantes dos X-Men e Susan Storm, a mulher invisível – que não podem aparecer nos filmes da Marvel por questões contratuais –, todas as heroínas de mais nome são versões femininas de heróis homens. Mulher-Aranha, Mulher-Hulk, Vespa... E isso inclui até a Capitã Marvel. Nos quadrinhos da Marvel, havia o Capitão Marvel, um alienígena Kree chamado Mar-Vell, que adotou a Terra como sua casa. Em uma de muitas vezes que salvou a Terra, o herói teve câncer – após entrar em contato com um composto radiativo do exército norte-americano – e morreu, numa história de soltar lágrimas, escrita e desenhada por Jim Starlin em 1982. Avantagemde Carol Danvers (que desde sua criação eraMissMarvel) é ter se tornado maior que sua contraparte masculina. Em 2012, há sete anos, ela tornou-se Capitã Marvel, não mais a Miss Marvel. Como Capitã, ela ganha um filme-solo que se passa nos anos 90 e traz um Nick Fury (ainda o bom e velho Samuel L. Jackson) vinte anos mais jovem (e com os dois olhos). Daí o pager, numa época em que nem todo mundo tinha celular. Nick Fury sabe o que faz ao chamar a Capitã Marvel. O poder está com ela. O de chutar o traseiro de Thanos, pelo menos. Atriz defende representatividade feminina Brie Larson, a atriz que dá vida à heroica Capi- tã Marvel, esteve no Bra- sil em dezembro, duran- te a Comin-Com, em São Paulo. Na ocasião, defen- deu maior representativi- dade feminina no univer- so dos super-heróis—algo ainda pouco usual. “Estamos contando uma história feminina,mas não basta dizer ‘você só con- tratou uma mulher como protagonista e depois nós o fizemos!”, disse a atriz. “É preciso infundir isso em todos os aspectos. Te- mos que fazer com que realmente haja mais cadeiras nesta me- sa, temos que mos- trar que n ó s agimos s emp r e de acordo. Que não estamos só co- locando isso em um pôs- ter, estamos vivendo isso”. Brie Larson afirmou que a personagem tem que des- cobrir a força dentro de- la. “É o que toda mulher tem de fazer, num mundo dominado por homens.”, declarou. A atriz disse que adorou a ideia conceitual da dire- tora do filme,Anna Boden. “Para ela, o filme teria de ter muita ação e humor, e ser realmente movimen- tado e divertido. Mas isso era só uma parte, porque Carol Danvers também deveria ter um lado mais denso e até sombrio”, fa- lou Brie “Ela descobre de- talhes que abalam seu co- nhecimento das coisas, e do universo. Então eu de- veria trafegar entre extre- mos. Quando é divertido, é muito divertido. Quando é denso, é muito denso”. “Para mim, a Capitã é a personagem mais forte do universo Marvel”, ex- plica Brie Larson. “E o le- gal é que Carol (Danvers) já era durona muito an- tes de adquirir superpo- deres. Adorei fazer. Não é pesada nem amargurada, tem prazer em ser quem é. Lutar é uma forma de brincadeira.” Brie Larson como a Capitã Marvel: “Para mim, é a personagem mais forte do universo Marvel”

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