[email protected] Educação 13 Curitiba, terça-feira, 12 de março de 2019 Proficiência: requisito para estudar fora ## IDIOMAS Distopias Um gênero literário soturno surgiu como sucessor da ficção científica de Jules Verne e H.G. Wells, a distopia. Em contraste ao otimismo amargo dos precursores, os autores previram ver- dadeiras hecatombes tecnológicas e políticas para nossa espé- cie, e o assustador é a relativa precisão das previsões: Em “Admirável Mundo Novo”, publicado em 1932, Aldous Huxley imagina um futuro em que a engenharia genética determinaria o lugar social de cada indivíduo ainda em embrião, e também a conformidade de todos com sua sorte/azar temperada pe- lo uso de uma droga alienante, o “Soma”. Não chegamos a tan- to (ainda?). Anthony Burgess, em “Laranja Mecânica” de 1962, prevê uma sociedade inglesa futura convivendo com a violên- cia descontrolada de adolescentes sem perspectivas de inclu- são, só realmente notada pelo governo quando a oposição a usa como palanque. A partir daí buscam-se panaceias suposta- mente humanitárias de “cura”, submetendo o líder de um grupo violento a lavagem cerebral, com consequências trágicas. Esta- mos quase lá. Talvez a visão mais sombria e pessimista tenha sido a de Ge- orge Orwell, em “1984”. Publicado em 1948, no rescaldo da Se- gunda Guerra e em plena Guerra Fria, com os crimes de to- das as guerras vindo à tona, descreve o mundo dividido em três grandes blocos perpetuamente em guerra: periodicamente dois deles se aliam contra o terceiro, mas esta aliança muda, o ini- migo de um dia é o amigo de outro e vice-versa. O governo é totalitário, o Estado é personificado no “Big Brother”, o nome do programa de TV não é coincidência. Em todos os lugares públi- cos e nas residências estão obrigatoriamente instaladas “telas”, que divulgam as mensagens governamentais e captam eventu- almente imagens e áudios ambientes, ninguém pode ter certe- za de não estar sendo filmado em algum momento. O protagonista trabalha no Ministério da Verdade, que tem a função justamente de apagá-la, notícias elogiando algum alia- do que deixou de sê-lo são eliminadas ou modificadas, as- sim como fotografias de personagens que caíram em desgra- ça, até mesmo palavras podem ser alteradas ou suprimidas se não cumprirem mais sua função política. Há uma semelhança perturbadora com o principal jornal soviético, “Pravda” (verda- de em russo), considerado até por alguns comunistas como um dos jornais mais distantes da verdade; são notórios os casos de obliteração de fotos de desafetos do ditador que não o eram em passado recente. Orwell talvez não imaginasse o quão pró- ximo de seu futuro imaginado seria o futuro real, não há lugar hoje onde não estejamos sob foco de alguma câmera, políticos negam o que acabaram de dizer em rede nacional e na frente de milhões de testemunhas, o novo Grande Irmão são as redes sociais e o politicamente correto que pretendem arbitrar a vi- da e até a morte de todos nós. O sentido das palavras muda de acordo com modas de momento. Da Inocência traída nasce o cinismo. Houve tempo em que se acreditava em praticamente tudo, afinal pensava-se que os go- vernos e as empresas não mentiriam para o público, e a palavra escrita ou televisionada tinha foros de verdade. Com as muitas desilusões, destas crenças quase infantis passou-se à descren- ça generalizada, talvez a credibilidade quase alucinada das fake news derive disto. Para não acreditar no que parece razoável as pessoas passam a acreditar no que parece absurdo, a epifa- nia das teorias de conspiração. Assim se criam as novas lideran- ças populares, os “influenciadores digitais” com milhões de se- guidores, cujas mensagens se forem realmente analisadas nada mais significam do que o velho “paca, tatu, cotia não”, manifes- to de exclusão que, a rigor, não quer dizer absolutamente nada. Espíritos simples querem verdades simples, talvez tão simples que sejam mentiras. As distopias são a expressão literária de nosso tempo, em que a utopia passou a ser ingenuidade. Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil. S ala de A ula Wanda Camargo | [email protected] Teste avalia a capacidade do aluno em compreender e se comunicar na língua do país destino e é fundamental para qualquer pessoa que queira se preparar ou fazer carreira em outras terras A instabilidade política e econômi- ca no Brasil tem feito com que, cada vez mais, os brasileiros saiam do pa- ís com a intenção de não voltar mais. Essa tendência,queaumentaanoapós ano, foi registrada pela Receita Fede- ral. Em 2011, o órgão registrou a saída definitiva de 8.170 pessoas. Em 2017, pelo menos 21.701 saídas definitivas foram registradas — um aumento de 165%. Nesse cenário, cresce o número de brasileiros correndo atrás de um di- ploma de graduação e pós-graduação internacional. Em 2017, dos 246,4 mil estudantes que deixaram o país para fazer cursos no exterior, 25,5% deles, ou 62.832, ingressaram em uma insti- tuição de ensino superior — uma alta de 50% em relação a 2015, que regis- trou 41.800 casos. Os exames de proficiência têm pre- sença garantida no processo de sele- ção para muitas universidades no ex- terior. Eles são exigidos dos alunos internacionais para comprovar que o aluno tem fluência em determinado idioma e, portanto, conseguirá com- preender, acompanhar e participar das aulas em outro idioma. O IELTS (International English Lan- guage Testing System) é um teste que avalia os diferentes níveis de compe- tência da língua inglesa e é desenhado para avaliar a competência linguísti- ca de pessoas que desejam estudar ou trabalhar em países onde o inglês é a língua de comunicação formal. Ainda no inglês há o teste TOEFL ITP de pro- ficiência em língua inglesa que tam- bém é aceito por Universidades em várias partes do mundo. Além de ser utilizadopor escolas de idiomas e pro- gramas de internacionalização edu- cacional. O IELTS é reconhecido por mais de dezmil instituições em todo o mundo, incluindo universidades, em- pregadores,instituições profissionais, autoridades e outras agências gover- namentais, e é uma parceria entre o British Council, IDP Austrália e Cam- bridge Assessment English, parte da Universidade de Cambridge. INGLÊS A Cultura Inglesa é um centro autorizado para aplicação do teste. O IELTS está disponível em duas versões com quatro módulos: Listening, Speaking, Writting e Reading. Todos os candidatos realizam a mesma tare- fa em Listening e Speaking. Já as modalidades Reading e Writing serão distintas de acordo com a versão es- colhida. O teste é desenhado para avaliar as competências linguísticas em uma série de níveis. Não há no- ta mínima para passar no IELTS. Os resultados são apresentados em bandas de escore numa escala de 1 (a mais baixa) até 9 (nota máxima). A Cultura Inglesa Curitiba oferece dois cursos preparatórios que ajudam o candidato a se familiarizar com o exame. Um deles com 12 horas, para os candidatos que já tiveram uma boa nota nos simulados e só precisam de dicas e estratégias para realizar a prova com sucesso e outro de 30 horas, curso mais completo que além das estratégias traz gramática da língua inglesa e dicas preciosas para o sucesso no exame. FRANCÊS Para ingressar em uma universidade no exterior é preciso falar o idioma do país e, mais do que isso, compro- var proficiência. Se o seu destino for um país de língua francesa, o exame mais comum é o DELF ou o DALF, que são os testes oficiais de avaliação do grau de fluência em francês, emitido e reconhecido pelo Centre In- ternational d’Études Pédagogiques (CIEP), órgão ligado ao Ministério da Educação e das Relações Exteriores, da França. A Aliança Francesa é a instituição responsável pelos exames no Brasil. ALEMÃO Quem quer estudar na Alemanha precisa ter um certificado de proficiência da lingua alemã. O mais requesi- tado pelas universidades é o TestDaF (Deutsch als Fremdsprache = Alemão como Língua Estrangeira) desen- volvido pelo TestDaF-Institut. O teste foi criado para avaliar o conhecimento dos estudantes estrangeiros – e por isso, como você verá mais adiante, tem seu foco na compreensão da língua escrita e falada em contexto da vida universitária e cultural. Em Curitiba, há ainda o Goethe-Zertifikate para os níveis A1 até C2 como cer- tificados internacionalmente reconhecidos do seu conhecimento de alemão. ESPANHOL Se o destino for um país de língua espanhola, o exame mais comum é o DELE (Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira), que é o teste oficial de avaliação do grau de fluência em espanhol, emitido e reconheci- do pelo Ministério da Educação, Cultura e Esporte da Espanha. O Instituto Cervantes é a instituição respon- sável pelos exames no Brasil, e a University of Salamanca é a responsável com a elaboração, correção e clas- sificação final do teste. O DELE é dividido em seis níveis. ITALIANO O PLIDA, o “Progetto Linguia Italiana Dante Alighieri” e traduzido para o português como “Projeto de Língua Italiana Dante Alighieri” é um certificado de língua italiana, atestando a proficiência e o grau de conheci- mento na língua italiana como língua estrangeira. Mais informações no Instituto Dante Alighieri.

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