[email protected] Educação 17 Curitiba, terça-feira, 26 de março de 2019 Cinco passos para se preparar para o Enem Especialista dá orientações valiosas para o estudante ter bom desempenho ## ESTUDOS Armas de fogo e escolas –difícil compatibilidade Neste momento em que o país chora uma nova tragédia em es- cola, na qual dois adolescentes com várias armas efetuaram disparos contra alunos e funcionários, ferindo e matando mui- tos deles antes de tirar a própria vida, só se pode fazer conjec- turas sobre seu motivo, porém é chocante constatar a frequ- ência com que estes fatos vêm se repetindo, até em função do mito da cordialidade que sempre supomos constituir nossa ca- racterística inata. Talvez o que mais choca é a aparente gratui- dade, não conseguimos imaginar o que pode causa-la, revolta, exclusão, delírios, desejo de fama... e também é incompreensí- vel como alguns jovens podem realizar um ato tão sem sentido. Incrível como familiares, amigos e pessoas próximas não con- seguiram perceber que havia alguma coisa muito errada, com seus prováveis discursos e postagens de ódio e ameaça, ou pior ainda, não se importaram; terrível pensar que podemos estar cegos a tempestades semelhantes ao nosso redor, e que tenha- mos muitas vezes uma imensa incapacidade de detecta-las até que seja tarde demais. Conceber a inadaptação do jovem a este ponto, a desvalorização da vida e incredulidade no futuro, a re- jeição dos valores culturais e comportamentais básicos de nos- sa comunidade é o oposto do que professores esperam do pro- cesso educativo. No entanto, daí concluir que o massacre po- deria ter sido evitado se os funcionários e/ou professores da escola estivessem armados é ilação perigosa. Reflete uma pos- tura já indicada em outro país, que este tipo de problema se re- sumiria apenas a doenças mentais, que deveriam ser tratadas com mais rigor, seja lá o que se entenda por mais rigor nesta época de luta antimanicomial, levando à proposta errônea de que professores possuíssem armas, treinassem seu uso e esti- vessem prontos a defender seus alunos, ganhando um adicio- nal em seus salários pela dupla função: mestre e pistoleiro. Em- bora as doenças mentais devam de fato serem levadas a sério em suas manifestações, a facilidade com que pessoas sem qua- lificação podem obter armas é igualmente séria. As mortes por arma de fogo que enfrentamos em nosso pa- ís decorrem de assaltos, guerras de quadrilhas, ajustes de con- tas, imperícia, até mesmo deste absurdo denominado “bala per- dida”, já que balas não se perdem nem matam pessoas, pessoas o fazem. E temos também, para nossa infelicidade, as chacinas anteriores a esta, todas deixadas de lado após uma grande sur- presa e indignação inicial. O Estado deve prover segurança à população, e deve fazê-lo com profissionais – militares, segu- ranças, policiais – que supostamente tem treinamento constan- te para o uso de armas de fogo e estabilidade emocional pa- ra isso, embora nem sempre estes postulados se verifiquem na prática. Entretanto, pessoas inexperientes, mesmo tendo apren- dido a atirar, acreditam que o ambiente de um conflito armado é semelhante ao de um estande de tiro; a realidade brutal cos- tuma mostrar a diferença. A antítese de absolutamente tudo o que se possa pensar como processo educativo seria a presença de armas destinadas a docentes no ambiente escolar em qual- quer país. Segurança é constitutivo do processo de aprendiza- gem, mas imaginar um professor portando armas, treinando pa- ra manuseá-las, encarando criminosos nos tiroteios em meio às crianças ou jovens é o oposto de todas as mensagens, exem- plos, ensinamentos, teorias, práticas que este pudesse transmi- tir aos seus alunos. No Brasil teríamos adicionalmente a gran- de probabilidade de que bandidos invadissem a escola para roubar o armamento, colocando a comunidade escolar em ris- co ainda maior. Em qualquer nação, todos os discursos, englo- bando desde uma degradação da própria civilização, a perda da cultura e a dissolução dos costumes como justificativas das vio- lências escolares, a disseminação do uso de armas como forma de resolução de conflitos, certamente não seriam solucionados com o armamento de professores. Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil. S ala de A ula Wanda Camargo | [email protected] Oedital do ExameNacio- naldoEnsinoMédio(Enem) 2019 foi divulgadonestase- gunda-feira, 25, pelo Insti- tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A publicação está disponível no Diário Oficial e no novo hotsite da prova. O exame será aplicadonos dias 3 e 10 denovembro.Conformeco- municado anteriormente e as inscrições devem ser fei- tas entre os dias 6 e 17 de maio. Neste ano, a taxa a ser paga será de R$ 85. Na ediçãode2018,eradeR$82. Ela deverá ser quitada entre os dias 6 e 23 de maio, em agências bancárias, casas lotéricas e correios. ViniciusdeCarvalhoHai- dar, coordenador do Curso Poliedro, listou cinco pas- sos importantes para os es- tudantes que quiseram ter um bom desempenho na prova deste ano. Entre ele, o estudante deveficar aten- to ao cronograma para não perder o prazo de inscrição. Muitos estudantes já es- tão em rotina de prepara- ção para o próximo Exa- me Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano ocorre nos dias 3 e 11 de novembro. O primeiro domingo terá questões de múltipla escolha relacio- nadas a Linguagens, Códi- gos e suas Tecnologias; Ci- ênciasHumanas e suasTec- nologias e a Redação. Já no outro domingo a prova irá cobrar Matemática e Ci- ências da Natureza e suas Tecnologias. Diferentemente dos ves- tibulares tradicionais, a no- ta final nas provas objetivas do Enem não é obtida ape- nas pela quantidade total de acertos. Essa média leva em conta o nível de dificul- dade de cada questão, uti- lizando o método TRI (Te- oria da Resposta ao Item), que valoriza mais as ques- tões mais fáceis do que as com nível de dificuldade elevado. Com o objetivo de auxi- liar os estudantes a se pre- parar para essa importante prova, Vinicius de Carva- lho Haidar, coordenador do Curso Poliedro, preparou uma lista com cinco dicas importantes para os candi- datos colocarem em práti- ca ao longo do ano de pre- paração. Afinal, o esforço e adedicaçãonos estudos são peças fundamentais para quem quer conquistar um bom desempenho. Novidades na edição de 2019 Nesta edição do exame, os lanches levados pelos candidatos serão revis- tados. Além disso, have- rá as seguintes novidades: nNovo sistema de inscri- ção; inclusão opcional de foto na inscrição; espa- ço com linhas para ras- cunho da redação; espa- ço para cálculos no final do caderno de questões; surdos, deficientes audi- tivos e surdocegos pode- rão indicar, na inscrição, se usam aparelho auditivo ou implante coclear. OS CINCO PASSOS PARA O ENEM 1) Faça simulados Permanecer horas focado e concentrado na resolução de questões não é uma tarefa simples. Por isso, o treino é essencial.“Ao realizar simulados no estilo Enem, o candidato utiliza uma excelente ferramenta diagnóstica, que auxilia na definição de quais matérias precisam de mais dedicação nos estudos e que o ajuda a se ambientar em dois aspectos importantes: a preparação física/ emocional e o bom gerenciamento do tempo de prova”, afirma Haidar. 2) Crie um bom planejamento de estudos Elabore um planejamento de estudos com metas semanais. Assim fica mais difícil de perder-se ao longo das semanas em meio ao conteúdo denso. Inclua todas as matérias e frentes que precisa estudar para o Enem, priorizando tópicos que mais pesam nesta prova e que você tem mais dificuldade. É preciso ter um domínio sólido dos conteúdos do Ensino Médio para conseguir uma nota satisfatória. 3) Comece pelos exercícios mais simples Não inicie os estudos pelos exercícios mais complicados, porque é importante construir uma boa base antes de avançar para os problemas mais difíceis. A melhor maneira de estudar é se focar na teoria e na resolução dos exercícios, em nível crescente de dificuldade. 4) Tire suas dúvidas e atualize-se Embora o Enem tenha uma grande contextualização das questões e alta exigência de raciocínio e compreensão dos enunciados, equivoca-se quem considera que é possível obter um ótimo desempenho só por ter uma boa habilidade de interpretação de textos e gráficos. É preciso assimilar o conteúdo das aulas, prestando atenção e copiando a matéria. Tome cuidado com as distrações, principalmente o celular. Utilize as aulas e a presença do professor para sanar todas as suas dúvidas.“A leitura de jornais, revistas e conteúdo da internet é indispensável para o candidato se preparar e ter conhecimento para a produção da redação do Enem”, aponta o coordenador do Poliedro. 5) Cuide da saúde De acordo com Vinicius, a saúde física e mental pode afetar diretamente a qualidade dos estudos. Por isso, é preciso dormir bem (entre seis e oito horas diárias) e cuidar da alimentação, sem cometer exageros. Antes das provas procure ingerir alimentos com baixo índice glicêmico, como os alimentos integrais, que irão reduzir o seu apetite durante a realização do exame. FIQUE ATENTO ÀS DATAS Pedido de isenção: 1º a 10 de abril Justificativa de ausência no Enem 2018: 1º a 10 de abril Resultado da solicitação de isenção: 17 de abril Solicitação de recursos caso a isenção seja negada: 22 a 26 de abril Pedido de atendimento especial ou de uso de nome social: 6 a 17 de maio Pagamento da taxa de inscrição: 6 a 23 de maio Inscrições: 6 a 17 de maio Provas: 3 e 10 de novembro Tirar as dúvidas durante as aulas é essencial Franklin de Freitas

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