9 Cidades Curitiba, segunda-feira, 15 de abril de 2019 [email protected] Especialistas alertam: mesmo pets de apartamento devem ser vacinados Não há notícia de outros animais com a doença além de morcegos. O último contaminado foi um ga- to, em2010.“Omorcego às vezes entra emumaparta- mento e pode ser atacado por gatos ou cães, por isso é perigosoquehajaumacontaminação.Apessoaachaque porque mora em um apartamento o animal está livre de contaminação,masnãoéassim.Por isso temosorientado osveterináriosquerecomendemavacinaçãosempre”,diz. De acordo com a coordenadora da Vigilância de Zoono- ses, os veterinários também enviam animais para análise quando suspeitam de casos de raiva. “Às vezes mandam al- guns,mas não tivemos nenhuma confirmação.Muitos vete- rinários têm ideia de que a raiva está erradicada, mas, não, a gente tem que lembrar que temos ainda casos, estão contro- lados, mas tem”, destaca. Aincidênciademorcegoscomraivaéregularao longodetodo o ano, mas no verão mais casos são notificados. “Varia um pou- co de ano para ano. A demanda aumenta no verão porque é épo- ca de reprodução dos morcegos, as pessoas deixam mais as por- tas e janelas abertas, então os animais acabam entrando nas ca- sas.Ou quando temmais chuvas emque o animal acaba caindo.No inverno a demanda é menor porque as pessoas ficam mais fecha- das em casa”, diz. A orientação da Secretaria da Saúde é que a po- pulação entre em contato com a Central 156 em caso de suspeita de morcegos contaminados. ## ATENÇÃO Prefeitura pede que veterinários recomendem vacinação contra raiva De cem casos analisados, Curitiba tem seis casos de morcegos contaminados em 2019 Narley Rezende Veterinários deCuritiba receberamnaúltima semanaumpedidoda prefeitura para que notifiquem casos de raiva identificados em con- sultórios e que também reforcem os trabalhos de vacinação e cuida- dos relacionados à doença. No memorando, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lembra que dez casos de raiva foram constatados em exames em 295 morcegos na capital em 2018. De acordo com a no- ta, “não há motivo para alarde”. Em 2018 foram enviados para exame 295 morcegos não hematófa- gos (que não se alimentam de sangue), sendo diagnosticados 10 po- sitivos. Neste ano, segundo a coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Saúde, Ana Paula Mafra Poleto, cerca de cem morcegos já foram analisados e seis (6%) apresentaram con- taminação positiva por raiva. “A incidência de positividade vem se mantendo ao longo dos anos, e não há necessidade de alarde,mas devemos manter os cuidados em relação às orientações aos tutores de animais domésticos. Os morce- gos são recolhidos através de monitoramento passivo (demanda da população), por estarem em situações diferentes das habituais (ca- ídos, caçados por cães ou gatos, isolado no interior da residência, etc)”, informa a secretaria. A intenção da secretaria, diz a nota, é apenas pedir que animais domésticos sejam vacinados, mesmo aqueles que vivem em aparta- mentos.“Reforçamos comos colegas a importância da vacinação an- tirrábica em cães e gatos, mesmo em animais de apartamento. Tive- mos algumas situações de gatos que entraram em contato commor- cego em prédios altos (acima do 10º andar), pelo fato do quiróptero ter adentrado o apartamento. O tutor acreditava que os animais es- tavam com vacinação em dia, por serem acompanhados em clínica veterinária, porém constatamos que os pets não tinham nenhuma dose de vacina antirrábica na vida”, afirma a secretaria. Opedido é para que veterinários reforcemorientações a seus clien- tes quanto aos procedimentos a serem adotados caso encontrem morcegos em situações não habituais. “Não tocar no animal (mesmo se estiver morto); Evitar que os ani- mais da residência entrem em contato; Ligar no 156 para registrar solicitação de remoção do morcego (um técnico entrará em conta- to para realizar a remoção, inclusive finais de semana). Tal técni- co também realizará orientações e encaminhamentos caso pessoa ou animal de estimação tenha entrado em contato com o morcego. No caso de contato de cães ou gatos com o morcego, o clínico de- verá adotar o esquema de pós-exposição, conforme Nota Técnica nº 19 (enviada em anexo). Em caso de dúvidas poderá entrar em con- tato com nossa equipe para esclarecimentos. Todo médico veteriná- rio é um profissional de saúde, e tem papel fundamental na preven- ção de zoonoses”, orienta. O texto enviado por e-mail é acompanhado de uma nota técnica e umcartaz da prefeitura para impressão comorientações à população. Ana Paula Poleto afirma que o aviso é feito com regularidade. “É importante, mas é meio de rotina para manter os veterinários enga- jados. A gente temmonitorado os morcegos e a demanda é quase di- ária. Aqui em Curitiba os morcegos não são hematófagos que mor- demas pessoas.E eles têmumpapel importante porque espalhamse- mentes, comem insetos, e a grande maioria está saudável”, pondera. 4020 4411

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