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[email protected] Cidades 3 Curitiba, quarta-feira, 12 de maio de 2021 RÁPIDA: O que é o platô? Uma explicação da Secretaria de Saúde de Minas Gerais ajuda a entender. Imagine que você está subindo um morro inclinado e, ao chegar no final da subida, encontra um terreno reto, que continua assim por um bom tem- po até começar uma descida. Essa parte reta (plana, horizontal) seria cor- respondente ao que é chamado de platô da Covid-19 nos gráficos que mos - tram a evolução de casos ou mortes de coronavírus em uma região. Isso significa que o platô corresponde a uma estabilização no número de novos casos confirmados da doença ou de óbitos: não há aumento nem redução significativas referentes a esses números. No ‘novo platô’, Curitiba registra mais mortes que em outros picos da pandemia ## CRISE DO CORONAVÍRUS Com casos novos e óbitos em alta, capital paranaense decide hoje se afrouxa, endurece ou mantém medidas restritivas em vigor Rodolfo Luis Kowalski Após registrarmais de 30mortes diárias por Covid-19 en- tre meados de março e o começo de abril, Curitiba chegou a registrar nas últimas semanas uma importante redução na média de casos novos e óbitos por Covid-19. Ainda assim, o patamar de falecimentos no que se pode chamar de ‘no- vo platô’ da pandemia é elevado, bem como a pressão sob o sistema de saúde ainda é grande, com ocupação de 94% dos 525 leitos UTI SUS exclusivos para a doença e 80% dos leitos de enfermaria SUS covid-19 até ontem. E é num momento assim, de grandes incertezas e risco ainda elevado, que o município decidirá hoje qual o rumo a ser seguido nas próximas semanas no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Na capital paranaense, conforme revelam os dados dos boletins divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), compilados pelo Bem Paraná, o pico de casos novos na terceira onda de Covid-19 foi registrado entre as sema- nas 51 e 55 (28 de fevereiro a 3 de abril), com mais de 800 diagnósticos positivos para a doença a cada dia (e mais de 1 mil casos diários entre as semanas 52 e 53). Depois disso, a cidade atingiu um platô, com cerca de 600 casos por se- mana, número que chegou próximo de 500 na semana 58, mas voltou a subir recentemente. Já com relação aos óbitos, a situação é ainda mais pre- ocupante. Isso porque Curitiba não havia fechado uma se- mana (domingo a sábado) commais de 20 falecimentos di- ários por Covid-19 (oumais de 140 mortes em sete dias) até o começo de março. Na semana 52 (entre os dias 7 e 13 da- quele mês), no entanto, foram 23,57 registros diários em média, com 165 óbitos ao todo no período. Desde então, a capital paranaense nunca mais registrou menos de 20 óbitos diários por Covid-19 numa semana. Já são nove semanas consecutivas com patamar elevado de mortes, sendo que entre as semanas 53 e 57 o município teve mais de 30 falecimentos diárias (média), com pico de óbitos na semana 53, entre os dias 14 e 20 de março: 36,86 registros diários e um total de 258 mortes. Resumindo, então, há uma situação na qual, desde o dia 7 de março, a capital paranaense registrou 1.841 mortes e 49.047 casos novos de Covid-19. Isso significa que nos úl - timos dois meses (até o dia 8 de maio, quando encerrou a semana pandêmica 60) Curitiba registrou 37,7% das 4.883 mortes e 25% das 196.392 contaminações pelo novo coro- navírus em 14 meses de pandemia. Prefeitura decide bandeira Hoje, a Prefeitura de Curitiba anunciará se endurece, fle - xibiliza ou mantém as restrições para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. É que hoje chega ao fim a vigência do decreto que impôs bandeira laranja (risco mé- dio) na cidade nas duas últimas semanas. Nessa bandeira o comércio em geral não pode funcionar aos domingos, mas no último final de semana foi feita uma exceção por con - ta do Dia das Mães. Anteriormente, Curitiba atravessou um período de 23 dias na bandeira vermelha (alto risco) entre 13 de março e 4 de abril. Desde então, a média de casos novos e óbitos causados pelo coronavírus teve queda importante, mas na última semana, entre os dias 2 e 8 de maio, voltou a subir. Uma situação inaceitavelmente alta, diz OMS Na última segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o mundo está num platô de números de casos e de mortes causadas pela Covid-198. A exemplo do caso curitiba- no, no entanto, essa aparente estabilidade foi alcançada com um patamar elevado de contaminações e vidas perdidas. “É um platô inaceitavelmente alto, commais de 5,4 milhões de casos relatados de Covid-19 e quase 90mil mortes na semana pas- sada”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreye- sus, em entrevista coletiva na qual a OMS ainda destacou que é muito difícil combater o coronavírus “porque a epidemia atinge milhares de pessoas e está se multiplicando a um ritmo muito di- fícil de conter”, o que pode significar que a vacinação sozinha não será suficiente para o controle da crise sanitária neste momento. As três ondas na Capital paranaense Até omomento, conforme se pode verificar nos gráficos de casos emor - tes por Covid-19 semana a semana, Curitiba já enfrentou três ondas ou três momentos de pico na crise sa- nitária, quando houve rápida eleva- ção no nível de casos novos e óbitos registrados na cidade. A primeira dessas ondas veio en- tre as semanas 16 e 22 (28 de junho a 15 de agosto), quando a capital pa- ranaense, pela primeira vez, regis- troumais de 400 casos diários emais de 10 mortes por dia por Covid-19. Na sequência, os números segui- ram em queda até o começo de no- vembro, quando houve nova explo- são de casos (que pela primeira vez ficou acima de mil diagnósticos di - ários) e aumento no nível de óbitos entre as semanas 36 e 42 (16 de no- vembro a 2 de janeiro), com pico de 37,14 mortes diárias entre os dias 6 e 12 de dezembro (semana 36). Por fim, agora, a terceira e, até aqui,mais letal onda da doença, que atingiu Curitiba de maneira muito forte, principalmente entre meados de fevereiro e o final de março. Franklin de Freitas Hoje a Prefeitura deve definir a bandeira em Curitiba: vai para amarela ou mantém laranja?

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