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[email protected] Cidades 3 Curitiba, sexta-feira, 18 de junho de 2021 ## RISCO AUMENTADO NA PANDEMIA Segundo BPTran, até abril mais da metade dos acidentes em Curitiba envolveu motociclistas e número de óbitos quase triplicou na comparação com 2020 Rodolfo Luis Kowalski Mesmo com a pandemia do novo coro- navírus, as mortes no trânsito de Curitiba estão emalta. E em2021, os motociclistas aparecem como os mais expostos a risco. Provadissoéqueeles estãoenvolvidos em mais da metade das ocorrências na capi- tal paranaense, além do número de óbi- tos entre a categoria ter registrado umau- mento de 160% no primeiro quadrimes- tre deste ano. Números que assustam e, em alguma medida, pelo menos, refletem o aumento na circulação de motocicletas para a realização de entregas durante o período de isolamento social. Conforme dados do Batalhão de Polí- cia de Trânsito (BPTran), até abril des- te ano foram registrados 1.426 acidentes de trânsito em Curitiba, sendo que 745 (52,24% do total) envolverammotociclis- tas. Para piorar, nos quatro primeiros me- ses deste ano foram 13 mortes e 629 pes- soas feridas nessas ocorrências, ao passo que no mesmo período de 2020 haviam sido registrados cinco falecimentos em acidentes envolvendo motocicletas, mo- tonetas e ciclomotores, o que aponta pa- ra um aumento de 160% entre o começo de um e de outro ano. Um dos motivos para esses núme- ros, apontam especialistas, pode estar na maior circulaçãodemotociclistas,umavez quehouveumaquecimentonomercadode entregas por conta da necessidade de iso- lamento social em meio à crise sanitária. Outro fator importante,contudo,é tam- béma imprudência–e issonão diz respei- to apenas aos motociclistas. Ao longo de 2020, por exemplo, Curitiba registrou 181 mortes no trânsito, com o falecimento de 69 motociclistas (38,1% de todas as mor- tes). No ano antes da pandemia, em 2019, haviam sido 169 mortes. Ou seja, mesmo commenos veículos emgeral na rua, hou- ve um aumento de 7% nos falecimentos. “Mesmo com menos veículos nas ruas emdecorrência da pandemia de Covid-19, 2020 infelizmente registrou aumento no total de acidentes fatais e a imprudência pode ter sido um fator decisivo para es- te resultado”, aponta a superintendente de Trânsito, Rosangela Battistella, apon- tando ainda que o aumento nas fatalida- des é mais um motivo para a redução no limite de velocidade permitido em diver- sas ruas da cidade. Valquir Aureliano/Arquivo BP BOLETINS Curitiba passa dos 230 mil casos e Paraná dos 29 mil mortos A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba registrou, ontem, 841 novos casos de Co- vid-19 e 26 óbitos. Com os novos casos confirmados, 230.043 moradores de Curitiba tes - taram positivo para a Covid-19 desde o início da pandemia, e o total de mortes chegou a 5.843. A taxa de ocupação dos 548 leitos de UTI SUS exclusivos para Covid-19 estava em 102%. A taxa de ocupação dos 746 leitos de enfermarias SUS covid-19 em 86%. Paraná — A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem mais 7.649 casos confirmados e 330 mortes pela Covid-19 no Paraná. Os números são referentes aos meses ou sema - nas anteriores e não representam a notificação das últimas 24 horas. Os dados acumu - lados do monitoramento da doença mostram que o Estado soma 1.164.281 casos confir - mados e 29.013 óbitos. O informe relatava que 2.749 pacientes com diagnóstico confir - mado de Covid-19 estavam internados ontem. Eram 2.069 pacientes em leitos SUS (982 em UTI e 1.087 em enfermaria) e 680 em leitos da rede particular (366 em UTI e 314 em enfermaria). Brasil — O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na noite de ontem confirmou mais 74.042 casos da Covid-19 no País, e mais 2.311 óbitos pela doença. Assim, o total de ca - sos passou para 17.702.630 e o de mortes para 496.004, o que dá quase a certeza de que o número e 500 mil mortes deve vir neste fim de semana. ## PRESSÃO Hospital na RMC registra fila de ambulâncias com pacientes de emergências Josianne Ritz Uma fila de cinco ambulâncias se formou no início da tarde de ontem na frente no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande Sul, na RegiãoMetro- politana de Curitiba. De acordo com informações apuradas pela reporta- gem do Bem Paraná, alguns pacientes aguardavam leitos Covid e outros va- gas para outras enfermidades. Segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), atualizado na quarta, o hospital não tinha uma vaga sequer em Unidades de Terapia Inten- siva (UTIs) e enfermarias Covid SUS, e também em UTIs gerais. O Hospital Angelina Caron (HAC) confirmou, em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, que o aumento do número de casos de pacientes com Covid-19 está pressionando todo o sis- tema de saúde e, em alguns momen- tos, gerando filas de espera de ambu - lâncias com pacientes que necessitam de internamento. As filas incluiam pa - cientes com covid e também pacientes de outras especialidades. “Nesta quinta-feira (ontem), houve fila de cinco ambulâncias, dentre elas, apenas um paciente estava com Co- vid-19.Otempode esperadessas ambu- lâncias não excedeu a 40 minutos. Nes- temomento,nãohámais fila.Ohospital recebe pacientes encaminhados direta- mente pelo SAMU, grande parte con- siderada ‘vaga zero’, ou seja, quando o hospital é obrigado a internar o pacien- temesmosemtervagas.OHACintegraa rede hospitalar de enfrentamento à Co- vid-19noEstadodoParanáe temumto- tal de 26 leitos não críticos e 51 leitos de UTI, de atendimento exclusivo para pa- cientes com a doença”, diz a nota. O hospital é hoje o único da região metropolitana que tem um Pronto So- corro (PS) “porta aberta”, contando com uma procura direta de pacientes da RMC, de municípios como Campina Grande do Sul,Quatro Barras, Piraqua- ra, Pinhais, Bocaiúva do Sul, Colombo, além de Curitiba, que corresponde a cerca de 25% dos internamentos, de acordo com a assessoria de imprensa. Outros a superlotação está longe de ser ex- clusividade do Hospital Angelina Ca- ron. O Hospital do Trabalhador, em Curitiba, por exemplo, registrava taxa de ocupação de 100% em UTIs e lei- tos de enfermaria na quarta. O Hospi- tal de Reabilitação, emCuritiba, oHos- pital do Rocio, em Campo Largo, e o Hospital São Sebastião da Lapa tam- bém apresentavam 100% de taxa de ocupação em UTI. Com entregas em alta,motoboys ficam ainda mais expostos Doações de sangue são ainda mais necessárias nesse momento Com o aumento nos atendimentos a acidentes, a necessidade de bons esto- ques de sangue também cresce. O ge- rentemédico doHospital Universitário Cajuru, JoséAugusto Ribas Fortes, des- taca que a cada doação de sangue, uma pessoa contribui com cerca de 450 ml, o que pode auxiliar até quatro pacien- tes.Alémdisso, ele ressalta quemesmo em tempos de pandemia a doação é um ato seguro, uma vez que todos os ma- teriais utilizados são descartáveis e os profissionais são preparados para re - ceber os doadores com muito cuidado, dentro dos protocolos do combate ao coronavírus. No Paraná, inclusive, é preciso agen- dar horário para realizar a doação, com mais informações disponíveis no si- te da Secretaria da Saúde do Paraná (www.saude.pr.gov.br) . O doador tam- bém deve ter entre 16 e 69 anos, é ne- cessário pesar nomínimo 51 quilos, es- tar bem alimentado, evitando alimen- tos gordurosos, ter dormido seis horas nas últimas 24 horas e apresentar do- cumento oficial com foto. A frequência máxima por ano é de quatro doações de sangue para o homem e de três para as mulheres. Por fim, pessoas que con - traíram a forma leve da Covid-19 po- dem doar após 30 dias de cura comple- ta, enquanto os pacientes que tiveram quadros mais graves devem aguardar o restabelecimento completo do orga- nismo, o que pode levar até um ano. Mesmo commenos movimento nas ruas, acidentes ficarammais sérios

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