[email protected] Cidades 3 Curitiba, quarta-feira, 23 de junho de 2021 ABUSO Uma em cada dez mulheres já foi violentada sexualmente Sem considerar o intervalo de 12 meses, temos um cenário no qual 6% dos paranaenses com mais de 18 anos (524 mil pessoas) já foi vítima de algum tipo de violência sexual al- guma vez na vida, porcentual que novamente fica acima da média nacional, de 5,9%. Entre os homens, o porcentual de violentados sexualmente no Paraná é relativamente baixo (1,7%). Entre as mulheres, porém, chega a 9,8%, o que significa que uma em cada dez paranaenses já foi violentada. No Brasil, essa proporção en- tre elas é de 8,9% e, entre eles, de 2,5%. Quando verificada a faixa etária da vítima, tem-se um cená - rio em que 7,2% eram jovens, com idade entre 18 e 29 anos; 8,1% com 30 a 39 anos; 6,2% com 40 a 59 anos; e 2,1% já estavam na terceira idade (tinham 60 anos ou mais). Estudo do IBGE mostra que 18,6% da população com mais de 18 anos foi vítima de violência psicológica, física ou sexual em 12 meses Rodolfo Luis Kowalski No Paraná, praticamente uma em cada cinco pes- soas com 18 anos ou mais de idade sofreu algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual ao longo de um ano. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada em maio pelo Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,6% dos pa - ranaenses — o equivalente a 1,634 milhão de pesso - as — relatou ter sofrido algum tipo de agressão nos 12 meses anteriores à entrevista. Além disso, 9% des - sas pessoas (cerca de 146 mil indivíduos) deixaram de realizar atividades habituais em decorrência da vio - lência sofrida. A PNS estimou ainda que 17,6% da população (ou 1,546 milhão de pessoas) sofreram violência psicoló - gica, 4,4% (391 mil) sofreram violência física e 0,5% (36 mil) sofreram violência sexual. Importante notar, ainda, que a maior parte dos autores desses três tipos de violência são pessoas conhecidas das vítimas,e que essas, em sua maioria, eram mulheres. Chama a atenção, também, o fato de a violência ser mais prevalente entre os paranaenses do que entre os brasileiros como um todo. Prova disso é que, no país, a PNS estimou que cerca de 18,3% (ou 29,1 milhões) das pessoas de 18 anos ou mais de idade sofreram al- gum tipo de agressão psicológica, física ou sexual nos 12meses anteriores à pesquisa.A violência psicológi - ca, que atingiu 17,4% da população, é a mais comum, seguida pela violência física (4,1%) e pela violência sexual (0,8%). Entre todas as unidades da federação,oSergipe apre - senta a maior proporção de pessoas vitimadas por al - gum tipo de agressão, com 24,9%. Em seguida apare - cem ainda Roraima (22,3%), a Bahia (21,8%), o Mato Grosso do Sul (20,6%) e São Paulo (19,8%). O Paraná, por suavez,estána10ª posição,numranking cujosme - nores porcentuais foram verificados no Acre (12,4%), em Santa Catarina (13,3%), no Mato Grosso (14,8%), em Rondônia (15,5%) e no Rio de Janeiro (15,6%). ## PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 5,4% da população adulta ainda é virgem Além de dados sobre violên - cia,aPesquisaNacional de Saúde também trouxe informações re - lativas à saúde das pessoas, in- clusive à vida sexual delas. E no Paraná, um dado curioso é que a proporção de virgens é menor do que em relação ao restante do país. No Brasil, 93,9% da po - pulação com mais de 18 anos já manteve relações sexuais algu - ma vez na vida. No Paraná, esse porcentual chega a 94,6% -o que significa que cinco em cada 100 paranaenses ainda são virgens, basicamente. Apesar disso, a idade média de iniciação da atividade sexu - al acontece um pouco mais tar- denoParaná,emmédiaquandoa pessoa já tem 17,5 anos de idade. NoBrasil,isso acontece quando a pessoa tem 17,3 anos, mas há es - tamos em que essa iniciação se - xual acontece bemmais cedo,co - mo é o caso doAmapá: 15,9 anos. Imagem: Getty Images/iStockphoto Anualmente, violência atinge um em cada cinco paranaenses Quase 4 horas por semana indo e voltando do trabalho No que diz respeito ao traba - lho, em 2019, 87,8% dos parana - enses com15 anos oumais de ida- de, ocupados na semana de refe- rência,sedeslocavamde casapara o trabalho. Isso é o equivalente a um contingente de 4,89 milhões de trabalhadores se deslocando todos os dias. O tempomédio de deslocamen - to de casa para o trabalho dessas pessoas ocupadas (somando-se os trajetos de ida e volta) era de 3,8 horas semanais, consideravel - mente abaixo da média nacional, de 4,8 horas. A desigualdade racial, porém, também se faz presente aqui. En - tre a população branca do Para - ná, por exemplo, o tempo médio gasto com o deslocamento para o trabalho é de 3,7 horas semanais. Entre a população preta, porém, chega a 5,4 horas.