[email protected] Cidades 3 Curitiba, sexta-feira, 16 de julho de 2021 ## ANUÁRIO BRASILEIRO DA SEGURANÇA PÚBLICA Crimes patrimoniais caem, mas mortes ficam mais frequentes na pandemia Chamadas de violência doméstica crescem 16,7% No ano passado as chamadas via 190 denunciando possíveis casos de violência doméstica ti- veramaumento de 16,7%no Pa- raná, passando de 54.274 liga- ções em2019para63.345noano seguinte, o equivalente a 7,5% do total de chamadas 190noano passado. Não só as denúncias, contu- do, se tornaram mais comuns, mas também as ocorrências de lesão corporal dolosa/violência doméstica, que subiram 0,5%, passando de 17.810 casos num ano para 18.038 no outro. Por outro lado, os casos de feminicídio tiveram queda de 18,6%, com 73 registros; en- quanto as tentativas de femini- cídio registradas caíram 5,5%, com um total de 60 casos. NÚMEROS Mortes violentas intencionais (MVI) no Paraná Total de MVI 2020: 2.486 2019: 2.219 Variação: +11,2% Homicídio doloso 2020: 2.008 2019: 1.780 Variação: +12,81% Latrocínio 2020: 60 2019: 99 Variação: -39,39% Lesão corporal seguida de morte 2020: 45 2019: 52 Variação: -13,46% Policiais militares e civis vítimas de crimes violentos letais intencionais 2020: 2 2019: 1 Variação: +100% Morte decorrente de intervenção policial 2020: 373 2019: 288 Variação: +29,51% Crimes violentos não letais intencionais contra a pessoa no Paraná Tentativa de homicídio 2020: 922 2019: 654 Variação: +40% Lesão corporal dolosa 2020: 57.118 2019: 66.792 Variação: -15,1% Crimes contra o patrimônio no Paraná Roubo de veículo 2020: 4.457 2019: 5.790 Variação: -25,2% Furto de veículo 2020: 12.002 2019: 16.005 Variação: -27,2% Outros roubos* 2020: 33.209 2019: 48.798 Variação: -32,4% Evolução no número de mortes violentas intencionais no Paraná 2020 Vítimas: 2.486 Taxa por 100 mil habitan- tes: 21,6 2019 Vítimas: 2.219 Taxa por 100 mil habitan- tes: 19,4 2018 Vítimas: 2.409 Taxa por 100 mil habitan- tes: 21,2 2017 Vítimas: 2.557 Taxa por 100 mil habitan- tes: 22,6 2016 Vítimas: 2.940 Taxa por 100 mil habitan- tes: 26,2 * Inclui: roubo de carga; roubo a instituição financeira; rou - bo a transeunte; roubo a residência; e roubo a estabeleci- mento comercial. Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública / Fórum Brasileiro de Seguran- ça Pública Em 2020, Paraná registrou alta de 11,2% nas mortes violentas intencionais, enquanto crimes como roubo e furto caíram 29,64% no Estado Rodolfo Luis Kowalski O Paraná registrou em 2020, o pri- meiro ano da pandemia do novo coro- navírus, uma importante redução nas ocorrências de crimes patrimoniais, como furto e roubo de veículos, roubo a residências e a estabelecimentos co- merciais. Por outro lado, asmortes vio- lentas intencionais (MVI) tiveram alta no estado, com especial destaque para os homicídios dolosos e as mortes de- correntes de confronto policial. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e fazem parte da mais recente atualização do Anuário Brasileiro de Segurança Públi- ca, publicação que se baseia em dados oficiais, fornecidos pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, en- tre outras fontes da Segurança Pública. Em 2020 o Paraná registrou um au- mento de 11,2%no total demortes vio- lentas intencionais, passando de 2.219 registros em 2019 para 2.486 no ano seguinte. A alta se explica, principal- mente, pelo crescimento de 12,81% no número de homicídios dolosos (de 1.780 para 2.008) e também pela alta de 29,51% nas mortes decorrentes de intervenção policial (de 288 para 373). O dado representa um recorde desde que as estatísticas começaram a ser compiladas. Por outro lado, os crimes contra o patrimônio tiveram queda expressi- va no estado. Os roubos de veículos, por exemplo, caíram 25,2%, passando de 5.790 registros em 2019 para 4.457 em 2020; no mesmo período, os furtos de veículo caíram 27,2%, passando de 16.005 para 12.002. Ainda na categoria de crimes violen- tos não letais contra o patrimônio, há outros tipos de roubo, como os contra estabelecimento comercial, residên- cia, instituição financeira, transeunte e roubo de carga. No ano passado, fo- ram verificados 33.209 registros des - se tipo, 32,4% a menos que em 2019 (48.798). As quedas ocorreram, princi- palmente, entre os roubos a transeun- te (22.185 registros em 2020, 35,7% a menos que no ano anterior) e entre os roubos a estabelecimento comercial (5.233, com -21,7%). Pandemia mostrou um cenário policial diferente Franklin de Freitas Em três anos, número de armas nas mãos de civis cresce 61% Em apenas três anos, o núme- ro de armas de fogo nas mãos de civis teve um aumento de 61,02%, segundo dados do Anu- ário Brasileiro de Segurança Pú- blica. Em 2017, segundo a Polí- ci Federal, o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) contabiliza- va 47.634 registros de armas ati- vos. Ao final do ano passado, o número subiu para 76.701. O fenômeno, no entanto, es- tá longe de ser uma exclusivida- de paranaense. Com a facilita- ção no acesso a armas e também um aumento do arsenal por de- cretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro, o número de re- gistros de posse de arma ativos no país teve crescimento supe- rior a 100% entre 2017 e 2020. Nesse período, o número de re- gistros no país subiu de 638.972 para 1.279.491 - alta de 100,6%.