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5 Tendências Curitiba, sexta-feira, 16 de julho de 2021 [email protected] SAIBA Plataforma digital Depois do lançamento do livro, de um ano e meio para cá a equipe do Prédios de Curitiba começou a crescer — hoje já conta com cerca de 20 colaboradores — à medida que o pro- jeto também foi se digitalizando. Assim surgiu a plataforma prediosdecuritiba.com.br , com forte presença no Instagram também, e que traz conteúdos que já estavam no livro, demo- cratizando o acesso à informação, e também artigos inéditos que tratam de temas diversos: o porquê do nome Boca Maldita; o mito sobre a origem e o histórico de transformação da Praça Tiradentes; a história do artista curitibano Poty Lazzarotto e suas obras espalhadas pela cidade; o resgate da memória de Enedina Alves Marques, a primeira engenheira do Pa- raná e a primeira engenheira negra do Brasil. “A plataforma digital tem a parte de arquitetura, prédios, fotografia, cultura, história…Acre - ditamos que é uma ferramenta de pesquisa não somente para arquitetura, mas para a his- tória da cidade. A intenção é levar conhecimento e cultura para todos que tem interesse em conhecer mais a capital”, afirma Mayra Abalem, revelando ainda que a equipe já pensa tam - bém numa segunda edição do livro Prédios de Curitiba, com outros edifícios icônicos de Curitiba tendo suas histórias resgatadas. ## PRÉDIOS DE CURITIBA Fotos: Franklin de Freitas Tudo começou em 2017, com a primeira edição de um livro que apresenta 40 edifícios históricos da capital paranaense e que agora será reimpresso Rodolfo Luis Kowalski Qual ahistória por trás das imponen- tes paredes que sustentam os prédios mais icônicos de Curitiba? Foi para res- ponder questões como essa (e muitas outras) que surgiu o projeto “Prédios de Curitiba”, que busca, através da ar- quitetura e do urbanismo, resgatar a história local, reativando a memória curitibana e contribuindo para o for- talecimento da identidade cultural. Coordenadora do projeto, Mayra Abalem conta que tudo teve início em 2017, quando foi publicada a primeira edição do livro “Prédios de Curitiba”, idealizado por Guilherme Macedo (da LonaArquitetos) e realizado emparce- ria com Fábio Domingos Batista (Gri- foArquitetura) eWashingtonTakeuchi (fotógrafo e idealizador do blog Circu- lando por Curitiba).Aobra, que fala so- bre o processo de verticalização na ci- dade e apresenta 40 edifícios da capital paranaense inaugurados desde 1916, está para ser reimpressa, com os inte- ressados podendo adquiri-la por meio de uma campanha no Catarse, intitu- lada “Livro Prédios de Curitiba - Reim- pressão 1ª edição”. Quando do lançamento da obra, mil cópias foram impressas e vendidas ou distribuídas para bibliotecas e escritó- rios de arquitetura. “Hoje em dia não temos mais [exemplares do livro] e es- tamos trabalhando para essa reim- pressão devido à alta demanda e bus- ca pelo primeiro exemplar. Após essa reimpressão, não faremos mais. É uma oportunidade única de adquirir”, co- menta Abalem. “O livro é como uma li- nha do tempo, conseguimos acompa- nhar essa mudança nos movimentos, na direção da cidade, desde o período eclético até o arte déco, modernismo”. Alguns dos prédios cujas histórias são contadas são o Tijucas, conheci- do por sua galeria e por concentrar um grande número de alfaiates; o Eduardo VII,que está passandopor umprocesso de revitalização atualmente; oAsa,que muitos dizem ser assombrado por con- tada taxade suicídionoedifício; eoPa- ço da Liberdade, inaugurado em 1916 e primeira sede da Prefeitura de Curiti- ba, um ponto importante para a cida- de não só pela questão arquitetônica. “A intenção, desde o início do projeto e até pela própria linguagem que o li- vro utiliza, não é alcançar apenas pes- soas da área de arquitetura, mas qual- quer pessoaque teminteresseemsaber a história da cidade através dos edifí- cios. Boa parte dos seguidores já são da área, têm interesse mais instintivo, mas muitos estudantes [de outras áre- as], pessoas mais velhas que querem conhecer sobre prédios mais antigos, nos acompanham. Sempre tem um co- mentário ou outro de ‘cresci nesse pré- dio’, essa parte é bastante forte”, relata a coordenadora do Prédios de Curitiba. Projeto conta a história de edifícios icônicos de Curitiba e muito mais Capital paranaense tem 43 prédios com mais de 100 m de altura Recentemente a equipe do Prédios de Curitiba, em artigo publicado em 8 de ju- nho e assinado pelo advogado Diego Mi- nella, divulgou um levantamento que descobriu quais os edifícios mais altos da capital paranaense. O estudo, que catalo- gou um total de 228 edifícios no municí- pio, revelou 43 prédios na cidade que pos- suem mais de 100 metros, além de trazer um ranking dos maiores na cidade. Na primeira posição aparece o Univer- se Life Square, localizado na Rua Comen- dador Araújo (nº 252), no Centro, e inau- gurado em 2013. O empreendimento tem 152,28 metros de altura. Na sequência, com 129,65m, vem o Evolution Corpora- te, de 2004, localizado também no Cen- tro (Rua Brigadeiro Franco, 1826). Ele é seguido de perto por dois edifícios que fi - cam no Campo Comprido: o Maison Le- gend (Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 3480), com 127,04m; e o Palazzo Lumini (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Sou- za, 3305), com 125,3m. UM PEDAÇO DE NOVA YORK E OUTRO DO MARROCOS – Você pode não conhecer Nova York e jamais ter visitado o avistado o Flatiron Building. Inaugurado em 1902, o empreendimento foi um dos primeiros arranha-céus construídos na cidade estadunidense. Por outro lado, provavelmente já viu o Edifício Eduardo VII (foto da esq.) , localizado na Av. Mal. Floriano Peixoto (nº 16, Centro). O prédio foi encomendado nos anos 1950 pelo empresário Miguel Calluf e nasceu de uma inspiração do famoso arranha-céu nova-iorquino. Já foi considerado um dos mais importantes e luxuosos da cidade, mas chegou a ficar fechado por duas décadas e agora está sendo revitalizado pela VR Investimentos, em parceria com a Housi, para ter moradias por temporada. Mais um ‘pedacinho’ de outro país fica na Rua José de Alencar, quase esquina com a Rua Dr. Goulin, onde está localizado o El Cashbah (à direita) . Idealizado pelo engenheiro civil Munir Guérios, a obra é, na prática, um grande castelo branco e de janelas coloridas com quatro torres nas pontas, inspirado nas fortalezas antigas do Marrocos. EDIFÍCIOS CASARIO E BRASILINO MOURA: ESTÉTICAS INUSITADAS – Dois prédios que se destacam em Curitiba por sua ousadia, pelo inusitado, são o Edifício Casario (foto da esquerda) (Avenida João Gualberto, 2099, Juvevê) e o Brasilino Moura (à direita) (Rua Cândido Lopes, 205, Centro). O primeiro foi construído em 1979 e idealizado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que por anos morou ao lado do empreendimento. O prédio chama a atenção por sua fachada, que apresenta recuos de diferentes tamanhos. Já o segundo, de 1944, fica no Centro (Rua Cândido Lopes, 205) e também tem como ponto alto a estética da fachada, que transmite a sensação de que o prédio está prestes a cair. Não à toa, o apelido do edifício é “balança, mas não cai”.

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