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41 manias de curitibano 2 Kit tempo de Curitiba Essa mania é muito típica de Curitiba. Ter à mão um kit para enfrentar o clima que tenha uma blusa, um guarda-chuva, protetor solar, óculos escuros e até uma roupa mais leve pa- ra o calor. Claro que é uma piada, mas é o que se diz, às vezes, da cidade ter as quatro estações num único dia. Nem sempre é verdade. Na real, pode ocor- rer, mas é muito raro as quatro estações no mesmo dia. Porém, ter de enfrentar mudan- ças bruscas no tempo, isso acontece com fre- quência. No outono é possível que você saia de casa comblusa, tire ela de tarde e passe ca- lor, e volte a sentir frio de noite. Também acontece muito de você ver o dia amanhecer ensolarado e a previsão do tem- po apontar que assim vai ficar, mas no meio da tarde cai um temporal. Por essas e outras, que não é raro ver pessoas com mochilas às costas, com o tal kit Curitiba. Além do mais, expressões como “verani- co” ou “invernico” (o calor ou o frio fora de época), são muito comuns em Curitiba. Tem- po doido! O curitibano, suas manias e seu jeito de ser Manias e particularidades do curitibano é um dos cadernos que comemoram os 41 anos do Jornal Bem Paraná em 2024. Aqui, procuramos 41 tópicos que mostram um pouco do que é o povo curitibano, suas “esquisitices”, modos de agir, luga- res e formas características. E o curitibano tem suas idiossin- crasias (coisas peculiares) que normalmente só o nativo vai entender, como o jeito de falar algumas coisas como “o que é um cachorro quente com duas vinas com gengibirra para o piá”, ou glamourizar o nome do seu bairro com uma pitada de “gourmetização”. A eterna discussão sobre o tempo e os seus humores diários (mau humor, às vezes), surpreendido enquanto se caminha pelos diversos parques da cidade ao lado do fiel animalzi - nho de estimação. O curitibano é assim, às vezes está corren- do do tempo e contra o tempo, noutras curte a noitada sen- tado à beira da calçada, come pinhão, vai à Feirinha do Lar- go da Ordem, reclama do ônibus atrasado e lotado, aprendeu a separar o lixo, não vive sem um café e sem a fé. Ama o frio, mas sempre que pode o critica, assim como faz com os dias de chuva, com as capivaras fofas do Parque Barigui, da fila nos almoços do Dia ds Mães. Se esbalda com pratos típicos de festa junina, dos botecos da vida, na aventura de um qui- tute feito para os “fortes”. Curitibano vai para a feira só para comer pastel, adora um brechó e vai benzer o carro toda primeira sexta-feira do ano com os Capuchinhos. Gosta de doces e não pode ver um sho- pping que entra. Gosta de pedalar de noite e no Carnaval se fantasia de monstro. Odeia e ama o movimento no calça- dão da Rua XV, mas o chama de seu, e se pudesse mandava ladrilhar. No inverno faz uma caça às sopas, e curte um cemitério, mes- mo de noite. Tem crença em Santo Antônio ou gosta mesmo é de bolo. Curte os apelidos que dão à cidade, e não perde as atrações de Natal. E se perde, jura para si mesmo que no ano que vem, vai. Como vai ao cinema e se delicia meio a meio, entre o doce e o salgado. Faz do Litoral sua segunda casa, e sonha que ele estivésse mais perto. Adora comer de tudo e preza suas origens. Acima de tudo, o curitibano adora a cidade, sua ruas e vielas, sua grandeza e ao mesmo a singeleza da madrugada. O curi- tibano não é perfeito, e como qualquer povo, tem seus de- feitos. Tem manias. Tem seu jeito de ser. Tem orgulho de ser curitibano. EXPEDIENTE Textos: Mario Akira com editoria de Cidades | Diagramação: Lycio Vellozo Ribas | Coordenação: Josianne Ritz Kit tempo (foto: Lucilla Guimarães / SMCS)

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