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[email protected] Tecnologia 10 Curitiba, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 P onto C om Josianne Ritz- [email protected] ‘Redes sociais deixam sociedade mais vulnerável’ ## ENTREVISTA Paraná está entre os estados com mais inscritos em rede social de relacionamento extraconjugal A Ashley Madison, líder mundial em relacionamento extracon- jugal, está de olho no Brasil. E tem motivos de sobra. Curiosa- mente, com um total de mais de 8,9 milhões de membros, o Brasil atrai o maior número adúlteros fora da América do Nor- te. Há mais de 138.000 membros inscritos no Ashley Madison no Brasil mensalmente. O Brasil tem quase o dobro do núme- ro de mulheres em relação a homens no site, com uma propor- ção global de 1,91 mulheres ativas para cada 1 homem ativo pagante. O Paraná é o quinto estado com mais inscritos no si- te. Ashley Madison é uma rede social de namoro on-line, volta- do principalmente para pessoas que já estão em um relaciona- mento e foi lançado em 2001. O nome do site foi criado a partir de dois populares nomes femininos nos EUA: “Ashley” e “Madi- son”. Seu slogan é “Life is short. Have an affair. Ashley Madison também revela mais detalhes sobre os brasi- leiros que estão procurando por um parceiro extraconjugal na plataforma. A idade média dos membros da Ashley Madison no Brasil é de 33 anos para homens e 32 para mulheres¹. “Nossos usuários são pessoas que viveram suas vidas e perceberam que talvez ela não seja o conto de fadas que esperavam”, continuou Buell. “Eles estão vindo até nós para encontrar uma solução e se conectar com alguém com uma mentalidade similar, para que possam voltar para casa mais felizes e realizados.” Cientista da computação, escritor e filósofo da tecnologia Jaron Lanier pode dar uma ajuda para quem prometeu deixar Facebook, Twitter e afins Bruno Romani Para algumas pessoas, a promessa de ano-novo não é perder peso ou parar de fumar, mas sim largar as redes sociais. O cientista da computação, escritor e filósofo da tecnologia JaronLanier podedar umaajuda comisso.Com a autoridade de quem na década de 1980 cunhou o termo “realidade virtual” e acabou contribuindo para que pes- soas se conectem em mundos virtuais, ele oferece argu- mentos para deixar de vez o Facebook e afins. Em´DezArgumentos paraVocêDeletarAgora as Suas Re- des Sociais´ (Editora Intrínseca,R$ 34,90), lançado emmaio nos Estados Unidos e em novembro no Brasil, Lanier estru- tura seuargumentocontraas redes sociaisnomodelodene- gócios baseado em anúncios publicitários. Segundo ele, as propagandas são usadas para manipular as pessoas, o que resulta na perda de empatia, no aumento da intolerância e na falta de informação - além do impacto negativo na fe- licidade e na capacidade econômica da sociedade. O Esta- do conversou com ele para saber se as redes sociais, ou os usuários dela, têm salvação. A seguir, trechos da entrevista. Asociedadeestádoentepor contadas redes sociais? Jaron Laier- Sim. A sociedade sempre esteve doente. As sociedades sempre foram violentas e escolheram políticos ruins.Frequentemente,as sociedadesentramemguerraci- vil. Todas essas coisas sempre existiram. As mídias sociais não estão inventando esses problemas, mas estão deixan- do a sociedade mais vulnerável. Na rua, existe todo tipo de vírus, bactéria e agentes de doenças. Se tem uma coisinha errada com você, como não ter dormido direito ou estar muito estressado, você pode ficar doente. É o que aconte- ce com as redes sociais. A maneira como as sociedades fi- cam doentes é tradicional. Em todo o mundo, quando há uma tendência de redução de violência e de tensões civis, ela é revertida assim que propriedades do Facebook sur- gem, como o WhatsApp. As mídias sociais deixam a socie- dade vulnerável a problemas que poderia evitar. É possível tornar as redes sociais melhores? Lanier- Sim. Tem de mudar o modelo de negócios. Eles precisam determinar um prazo, tipo: em três anos não aceitaremos dinheiro de anunciantes e isso nunca acon- tecerá de novo. Vamos mudar para ummodelo de assina- tura ou de pagamento conforme você usa, ou de micropa- gamentos. E assim o usuário não seria o produto. Se não mudar o modelo de negócios, não há esperança. Asredesdeveriamserpagaselivresdepropagandas? Lanier - Acredito que as pessoas deveriam pagar pelo serviço e também receber por suas contribuições quando alguma delas se populariza Isso poderia fazer a economia crescer e beneficiar muita gente.As redes sociais deveriam ser livres de propagandas e pagas por aqueles que podem pagar. Deveria existir também uma maneira de acomodar aqueles que não podem pagar. Acredito que isso pode ser feito facilmente.Veja aNetflix.As pessoas pagam,mas elas podem encontrar versões piratas e gratuitas dos filmes a qualquer hora. Só que a experiência émelhor quando é pa- ga. Isso significa que até agora, a Netflix não tem sido tão ruim quanto o YouTube, que espalha propagandas. É um modelo que funciona e serve como exemplo. OWhatsApp não opera comalgoritmos. O sr. o con- sidera uma rede social? Lanier - O WhatsApp tem mudado gradualmente e se assemelhando mais com uma propriedade do Face- book. Os fundadores saíram de lá em protesto. Quando o WhatsApp começou,as pessoas estavamlá compartilhan- do mensagens. Porém, ele mudou para ter uma estrutura mais voltada à personalização de comunicação e prepara- da para planos de negócios que usam os dados das pesso- as. Assim que a arquitetura passou a suportar isso, abriu as portas para agentes nocivos e sofisticados. Existe alguma rede social que o sr. recomenda? Lanier - Não tenho nenhuma conta, porque não acho que há redes sociais boas o suficiente. Uma maneira de medir se uma rede social é boa ou não é se ela está sen- do usada pelos agentes de Vladimir Putin para manipu- lar eleições ou sociedades. Se você utilizar esse teste, você diria que todas as propriedades do Facebook são terríveis, que o Twitter é terrível, você diria que o Reddit é terrí- vel, você diria que o YouTube é terrível (risos). Porém, há uma série de outras que os agentes parecem não ter en- contrado uso. Isso significa que ou os agentes não ligam ou essas redes não se tornaram terríveis. O Snapchat tal- vez não seja terrível. O LinkedIn não parece ser tão ruim, embora tenha sido criticado de outras maneiras. Mas não existe nenhuma da qual eu gostaria de fazer parte. Material escolar é golpe da vez Começo do ano também é momento de preocupação com mate- rial escolar. Sabendo disso, criminosos estão usando mensageiros como WhatsApp e Facebook Messenger para aplicar um golpe que promete materiais escolares de graça. O golpe foi detectado por pesquisadores de segurança da Kaspersky. A campanha está ati- va desde 3 de janeiro e, em um período de quatro dias, fez mais de 560 mil vítimas, segundo analistas da companhia. Como acontece com golpes espalhados via WhatsApp e mensageiros em geral, os criminosos tentam ludibriar pessoas oferecendo brindes - no caso, amostras grátis de material escolar da marca Faber-Castell. Como funciona Para participar da suposta promoção, o usuário precisa clicar em um link que aparece ao final da mensagem. Ele leva a pessoa pa- ra um site que pede a indicação de outros cinco contatos para ga- nhar o prêmio.Após fornecer informações sobre outras cinco pes- soas, o usuário pode tanto ser levado para sites que sugerem aplicativos supostamente legítimos e que geram lucro para cri- minosos sempre que instalados em um celular, ou então para si- tes cheios de propagandas que rendem dinheiro para os golpistas. Além disso, os criminosos ainda conseguem criar um banco de da- dos com informações fornecidas pelos usuários, além de conseguir novos números de telefone para aplicar golpes em mais pessoas. Jaron Lanier: “ É preciso mudar o modelo de negócio” “As propagandas são usadas para manipular as pessoas, o que resulta na perda de empatia, no aumento da intolerância e na falta de informação - além do impacto negativo na felicidade e na capacidade econômica da sociedade.” Jaron Lanier Michael Springer/Gamma Presse RANKING 1 o São Paulo 2 o Rio de Janeiro 3 o Distrito Federal 4 o Santa Catarina 5 o Paraná 6 o Rio Grande do Sul 7 o Mato Grosso do Sul 8 o Espírito Santo 9 o Mato Grosso 10 o Goiás Brasil reúne 138 mil membros da rede social Reprodução

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