CONTEÚDO
SUSTENTÁVEL
BEM
PARANÁ
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Sustentabilidade
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2013
Ceres Battistelli é jornalista especializada em meio ambiente e
coordenadora de comunicação da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos.
Óleo de cozinha pós-consumo
O potencial poluidor do óleo de cozinha impressio-
na: um litro do produto pode contaminar até 20 mil li-
tros de água. Isso por que os óleos, seja de origem vege-
tal ou animal, não dissolvem em contato com a água.
Apesar disso, muitas pessoas ainda descartam o óleo
de cozinha inadequadamente. Segundo dados da Asso-
ciação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal, ape-
nas 1% do produto é separado após o uso no país.
Para mudar este quadro foi instalado na sede da Se-
cretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos um pon-
to para a coleta de óleo de cozinha pós-consumo. Todo
produto coletado é entregue à reciclagem e a empresa
responsável pela coleta transforma o óleo usado em
detergente, água sanitária, sabão em pasta e em pedra.
Além de indústrias, a empresa recolhe o óleo pós-con-
sumo em restaurantes, lanchonetes, hotéis, cozinhas
industriais, supermercados, panificadoras e condomí-
nios residenciais.
Para garantir a reciclagem é simples: depois de usar
o óleo, armazene-o em recipientes com tampa, como
garrafas PET ou embalagens de vidro. Leve ao ponto de
coleta mais próximo da sua casa. Na sede da Secretaria
do Meio Ambiente, a entrega pode ser feita a qualquer
hora do dia ou da noite.O endereço é : Rua Desembar-
gador Motta, 3384 - Mercês
Parque Escola
O Programa Parque Escola - que prevê ações educati-
vas sobre meio ambiente nas Unidades de Conservação
do Paraná - já atendeu 10 mil alunos de escolas públicas,
em 13 Parques Estaduais. Guarapuava foi a primeira ci-
dade a incluir o programa na rede municipal de ensino.
Os municípios que tiverem interesse aderir ao Parque
Escola devem entrar em contato com a Diretoria de Áreas
Protegidas e Unidades de Conservação do Instituto Am-
biental do Paraná (IAP) pelo telefone 3213-3700.
Lixo Marinho
A discussão sobre lixo marinho - promovida pelo
Governo do Estado ontem, emParanaguá, foi fundamen-
tal para o diagnóstico de que não existe responsabilida-
de sobre os resíduos jogados no mar. O lixo presente
nas águas oceânicas brasileiras, seja proveniente dos
rios ou do mar, está inserido em um vácuo legal, porque
não se dispõem de instrumentos jurídicos capazes de
enfrentar o problema. Vamos explicar: o lixo urbano –
principal fonte de lixo marinho na maior parte das situ-
ações - é da responsabilidade daquele que o gerou, ou
seja, dos municípios. Já o mar territorial, por definição,
é de responsabilidade da União. Assim, determinada
quantidade de lixo urbano que atinge o mar territorial
não é de responsabilidade dos municípios e nem do
Governo do Estado. Nesse vácuo legal e “imbróglio”
administrativo as perspectivas são, no mínimo, muito
mais que preocupantes e caracterizam uma situação
que incômoda.
Cicloturismo de Inverno na UFPR
Acontece, neste domingo (25,) mais um passeio de
cicloturismo de inverno da Universidade Federal do
Paraná (UFPR). O circuito será de aproximadamente 75
quilômetros e o grau de dificuldade leve-moderado. A
UFPR disponibilizará apoio e transporte de volta gra-
tuito. As inscrições podem ser feitas até o dia 23 de agos-
to, na Loja Bike Sul. É preciso levar 1quilo de alimento
não perecível. Serão disponibilizadas apenas 70 vagas
e, em caso de chuva, o passeio será cancelado. Impor-
tante: É obrigatório o uso do capacete, não esqueça pro-
tetor solar e repelente, não se esqueça da máquina foto-
gráfica, lembre-se de trazer suas luvas. Inscrições na
loja BikeSul: (041)3205-3566
Vale a pena conhecer
O Parque Estadual de Campinhos está localizado
no Município de Tunas do Paraná, a cerca de 80 quilô-
metros de Curitiba e abriga as Grutas do Conjunto Je-
suítas/Fadas – Gruta das Fadas, Portal Encantado, Abis-
mo das Fadas e Gruta dos Jesuítas - que representam
um dos monumentos naturais de maior importância
para o patrimônio espeleológico paranaense. Horário
de funcionamento: Quarta-Feira a Domingo das 9h as
16h (visita à Gruta somente até 15h30) Mais Informa-
ções: (41) 3659-1428.
Paraná domina mercado
de plantas medicinais
Mas fiscalizações do Crea revelam que falta assistência técnica para agricultores
O Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do
Paraná (CREA-PR) promove
hoje, às 9h30, na Mandiervas
Indústria e Comércio de Ervas
Medicinais, em Mandirituba,
uma Operação de Fiscaliza-
ção Especializada de Plantas
Medicinais. É apenas uma das
fiscalizações que o conselho
vem realizando em todo o Pa-
raná. O objetivo é fazer um le-
vantamento de dados desta
cadeia produtiva, verificando
desde os cultivos no campo até
as etapas que compõem o be-
neficiamento. O Paraná é o
principal produtor de plantas
medicinais do País, sendo res-
ponsável por aproximada-
mente 90% da produção bra-
sileira. Além de atacadistas,
ervanários e farmácias de ma-
nipulação, o mercado de plan-
tas medicinais também está
associado a indústrias diver-
sas, como a farmacêutica, de
cosméticos e perfumaria, de
alimentos e bebidas, entre ou-
tras. As primeiras fiscalizações
do Crea apontam que apesar
do Estado ser o principal pro-
dutor, ainda falta assistência
técnica para que os agriculto-
res aprimorem as culturas.
“Independente se in natu-
ra ou processadas, é de funda-
mental importância que as
plantas medicinais comerciali-
zadas atendam a padrões de
qualidade, de forma que suas
propriedades terapêuticas e
aromáticas sejam assegura-
das, além de estarem livres de
contaminação por impure-
zas”, explica a gerente do De-
partamento de Fiscalização
(DEFIS) do Crea-PR, Vanessa
Moura.
Na semana passada, o
Crea esteve naCoopaflora (Co-
operativa de Produtos Agroe-
cológicos, Florestais e Artesa-
nais de Turvo). A cooperativa
é formada por 120 produtores,
sendo 80 deles agricultores
familiares de Turvo, e outros
40 residentes no município
vizinho, Boa Ventura de São
Roque. Possui uma pequena
agroindústria para embalar os
produtos numa localidade ru-
ral a cerca de sete quilômetros
de Turvo e a sede no parque
industrial da cidade, onde fi-
cam os equipamentos para a
secagem e à armazenagem de
cerca de 32 espécies de plan-
tas medicinais. Entre elas es-
tão a sálvia, o alecrim, a camo-
mila, a manjerona, manjeri-
cão, alcachofra, menta, melis-
sa e orégano. De acordo com a
direção da Coopaflora, toda a
produção é orgânica.
O COMEÇO
Camomila
Há mais de um
século, a cultura de
camomila foi
introduzida pelos
imigrantes europeus
na Região
Metropolitana de
Curitiba. O cultivo
comercial passou a
ser estruturada há
40 anos, é
alternativa de renda
para o período de
inverno. Hoje, 19
espécies ocupam
92,5% da área
destinada ao cultivo
de espécies
medicinais,
aromáticas e
condimentares no
Paraná. O mercado
da camomila cresce
de 5% a 10% ao ano.
Fonte de renda e sustentabilidade
Há cinco anos, a produção
de plantas medicinais tornou-
se a principal fonte de renda
da família da agricultora fami-
liar Roseli Eurich, 49 anos. Na
propriedade de 21 hectares, lo-
calizada em Arvoredo, há oito
quilômetros de Turvo, no Para-
ná, Roseli, seu marido Sidney
e seu filho Max Gustavo culti-
vam alcachofra, melissa, ale-
crim, capim limão, orégano e
tomilho. No primeiro ano de
atividade, a família obteve
uma renda mensal média de
R$ 90,00. Cinco anos depois,
passou para R$ 1,2 mil. “Na
época da melissa, tiramos en-
tre R$ 3 mil e R$ 4 mil durante
três a quatro meses”, destaca.
Na propriedade, também são
produzidos alimentos para
consumo da família, como fei-
jão, milho, ovos e legumes.
Uma das características da
propriedade da família Euri-
ch é a sustentabilidade. Toda a
produção é agroecológica, com
certificação orgânica pela Eco-
cert. Roseli lembra que a pro-
priedade conta com 70% de
cobertura vegetal. Permite
agregar valor em pequeno es-
paço de 1 hectare. O cultivo de
plantas medicinais também
contribui para a preservação
da mata. A diversidade de cul-
turas assegura, em caso de
mau tempo, como geadas,
mais opções de comercializa-
ção.
A produção de plantas me-
dicinais na região de Turvo
está amparada na estruturação
dos processos de comerciali-
zação e assistência técnica. A
comercialização é feita por
meio da Cooperativa de Pro-
dutos Agroecológicos, Artesa-
nais e Florestais de Turvo (Co-
opaflora), fundada pelos pró-
prios produtores que conta
com 86 associados. Desde
2005, o Instituto Agroflorestal
Bernardo Hakvoot (IAF) de-
senvolve atividades de assis-
tência técnica para estruturar
a produção agroecológica de
plantas medicinais, condi-
mentares e aromáticas, e for-
mação de sistemas agroflores-
tais. Atualmente, 160 famílias
agricultoras são atendidas
pelo IAF nos municípios de
Turvo, Boa Ventura de São Ro-
que e Iretama, no Paraná.
O produtos são comerciali-
zados para indústrias de cos-
méticos, fármacos e chás.
Da crendice à cura: uso de ervas medicinais cada vez mais comuns e eficazes
SERVIÇO
Lista completa de ervas
medicinais: http://
portal.saude.gov.br/portal/
arquivos/pdf/RENISUS.pdf
Coma conqui - site do
Ministério da Saúde que
trata de Fitoterapia http://
portal.saude.gov.br/portal/
saude/profissional/
area.cfm?id_area=1336
Coopaflora: http://
www.arvoredobrasil.com.br/
Site da Secretaria de
Agricultura Familiar do
Ministério do
Desenvolvimento Agrário
(SAF/MDA) – link sobre
Plantas Medicinais e
Fitoterápicos:
http://www.mda.gov.br/
portal/saf/programas/div/
2294038
Franklin de Freitas
“
“A fiscalização
também quer
mostrar que a
assistência técnica no
Paraná está
deficitária em
recursos humanos. A
maior parte da
produção da cadeia
de plantas medicinais
no Estado é realizada
por pequenos
produtores, que
dependem do
cooperativismo e do
acompan hamento
técnico para o
sustento de suas
famílias”.
do agente de
fiscalização Ricardo
Araújo.