SALA
DE AULA
Wanda Camargo |
A Meritocracia na Educação
e a Mudança de Paradigmas
O chamado tripé da educação superior é constituído
por Ensino, Pesquisa e Extensão. A pesquisa, quando
feita seriamente e não apenas para alavancagem de cur-
rículos, é a garantia do futuro de uma nação. Extensão é
democracia, a abertura para a comunidade das benes-
ses da universidade. Mas é o ensino que encerra em si
quase toda esperança depositada pela sociedade na
academia, os recursos imensos que são gastos (tanto na
esfera pública quanto privada), o tempo, o labor, a dedi-
cação dos professores, estudantes e seus familiares na
procura por conhecimento, reconhecimento, emprega-
bilidade e melhoria de vida.
E para que isso seja alcançado é crucial que se tenha
em mente uma palavra, um verdadeiro palavrão, se-
gundo alguns: resultados. É impossível que se faça qual-
quer coisa em qualquer área ignorando os objetivos que
se almeja - e a Educação, como todas as instituições,
deve ser avaliada, deve ser fiscalizada, deve ser cobra-
da. Toda a sociedade paga por ela - e merece retorno em
forma de qualidade, de estudantes bem formados, de
um país melhor.
Há uma enorme resistência quando se fala em ava-
liar educação, educandos e educadores. Qualquer pro-
posta de analisar métodos e resultados nesta área gera
acusações ao proponente de ser “positivista”, “fordista-
taylorista” ou coisa pior. De fato, as teorias de Taylor,
Fayol e os métodos de Ford estão superados, mas tive-
ram o seu momento e a sua relevância.
A produção totalmente artesanal anterior à primeira
revolução industrial era, talvez, mais “humana”. Os ob-
jetos produzidos eram o que hoje caracterizamos quase
como obras de arte: únicos, individuais. O senão era a
pequena escala produtiva, que os encarecia demais e
restringia sua posse a poucos privilegiados - não esque-
cendo que o ingresso nas corporações de artesãos se-
guia protocolos que enrubesceriam nossos mais reni-
tentes nepotistas.
Os processos industriais, com destaque para a linha
de montagem implantada por Henry Ford, possibilita-
ram que uma imensa maioria de pessoas tivesse acesso
a bens de consumo, mais do que em qualquer outro
momento da história. Embora o mero consumo não tra-
ga felicidade - seja evidente que são muitas as injusti-
ças sociais decorrentes da industrialização -, que atire a
primeira pedra quem tiver coragem de dizer isso ao
cidadão que finalmente consegue comprar o seu pri-
meiro carro - ou quem puder afirmar que os servos feu-
dais viviam em condições sequer comparáveis às dos
trabalhadores modernos.
Carregamos, é verdade, a má consciência de uma
das distribuições de renda mais indecentes do Ociden-
te - e relutamos em adotar melhorias que impliquem
em uma atribuição madura de responsabilidades. Em
função de um socialismo utópico que nunca conhece-
mos na prática, adquirimos ojeriza à meritocracia. A sim-
ples ideia de que alguém possa responder por seus atos,
ser premiado por seus esforços ou punido por seus er-
ros parece um crime de lesa pátria. A mudança de al-
guns velhos paradigmas certamente traria benefícios
ao processo educacional.
Como os pais podem
estimular criatividade
Pedagoga explica que desenhos, brincadeiras e histórias auxiliam no desenvolvimento
DICAS DE
VESTIBULAR
Lawrence Chiu |
Concorrência Motivadora
A chamada “concorrência”, ou relação candidato/
vaga, de um vestibular, por vezes parece assombrar di-
versos estudantes em todo o país. À primeira vista, en-
carar isso não é fácil, mas os vestibulandos precisam
compreender que esses índices e projeções são infor-
mações complementares para a sua preparação - pois o
seu principal oponente, o que realmente pode derrotá-
lo, pode ser ele mesmo.
O diferencial para que esse aluno se destaque na
prova é o planejamento do estudo. Assim, a contagem
curso a curso passa a ser um fator motivador. No cursi-
nho, aplicamos simulados com ranking, entre outras
atividades, que levam o aluno a se acostumar com a
competição, com quem deve conviver pacificamente
durante toda a vida acadêmica e profissional.
Outro fator importante é o comparecimento a todas
as aulas, além do contraturno - ou seja, as horas de estu-
do extra-classe. É fundamental que esse vestibulando
seja um aluno constante, pois não adianta se preparar
somente para as áreas com as quais tenha afinidade,
pois são justamente as outras que poderão derrubá-lo e
distanciá-lo dos bancos da universidade.
Ainda há tempo para se planejar. A falta de progra-
mação pode acarretar o cansaço e o desanimo pelo es-
tudo. O aluno bem preparado é o aluno constante e que
consegue aliar estudos e lazer. É preciso ter disciplina
para que esse gás não termine na metade do caminho.
Bons estudos!
Wanda Camargo é educadora e assessora da presidência das
Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil.
Lawrence Chiu é diretor do pré-vestibular do curso Acesso.
BEM
PARANÁ
8
Educação
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 2013
É durante a infância que
acontece o desenvolvimen-
to físico, mental e psicológi-
co. Portanto, nessa fase é im-
portante deixar que os filhos
leiam, criem histórias, in-
ventem brincadeiras e se en-
volvam com atividades cri-
ativas. Tudo isso colabora
para auxiliar nas suas capa-
cidades de escolha, ajudan-
do-os a se tornarem autôno-
mos, para que saibam en-
frentar seus desafios.
Neste sent ido, os pais
têm uma função muito im-
portante de apresentar estí-
mulos saudáveis e abrir a
porta para a criatividade.
“Em cada fase, a criança ne-
cessita de algo diferente”,
explica a pedagoga Márcia
Murillo. Segundo a profissi-
onal, os bebês, por exemplo,
podem ser incent ivados
através de cores, sons e mo-
vimentos que envolvem co-
ordenação motora, assim
como pelo diálogo estabele-
cido com eles.
Já para as crianças maio-
res, a sugestão são objetos
simples como massinhas de
modelar, bolas, blocos de
madeira, tintas, colas, cane-
tas e lápis de escrever e co-
lorir. “Utilize folhas de pa-
pel em branco, em vez de
álbuns de colorir que já vem
com o desenho pronto. As-
sim, eles têm a oportunida-
de de criar o que estão pen-
sando e construir algo em
cima dessa ideia”, justifica
a pedagoga e acrescenta, “te-
nha sempre essas folhas de
papel espalhadas pela casa
com materiais, como hidro-
cores, lápis de cor, tintas e
giz de cera por perto, porque
a criança tem seu ritmo para
cada atividade, por isso, não
é indicado apressá-la e sim
deixar o pensamento fluir ”.
Teatro, atividades envol-
vendo música e leitura tam-
bém são ótimas formas de
estimular e exercitar a cria-
tividade e contribuir para o
desenvolvimento infantil.
De acordo com Márcia, os
pais também precisam saber
que a presença dos familia-
res é importante, pois pode
ser um bom momento de
ajudar a criança a esclarecer
dúvidas, assimi lar novas
ideias e aprendizados.
Para descobrir quais são
as brincadeira que seu filho
mais gosta é importante
olhar aquilo que ele faz, do
que costuma brincar, como
brinca, e quais os brinquedos
que mais gosta. Este cuidado
é muito importante. Muitas
vezes os pais podem se sen-
tir frustrados ao propor uma
brincadeira que parecia “su-
per legal” e que seu filho não
gostou. Não desista, procure
até encontrar alguma que
contente as duas partes.
Não descarte brincadei-
ras simples, principalmente
com os menores. O contato
físico é importante. Fazer có-
cegas, deixar que a criança
suba em seus pés e andar ou
dançar com ela pela casa,
carrega-la nos ombros, brin-
car de caval inho, ou de
aviãozinho (deitar de costas
no chão ou na cama colocar a
criança sobre os pés e ergue-
la segurando-a pelas mãos).
Para as crianças maiores
valem ainda idéias como
montar quebra-cabeças jun-
tos, andar de bicicleta, pintar,
brincar de massa de modelar,
brinquedos de montar peças,
ou jogos de modo geral.
Na escolha dos jogos é
importante observar alguns
aspectos: veja se o jogo é
adequado para a idade do
seu filho. Dê preferências a
jogos interessantes e que
proporcionem diversão.
Leitura, teatro e música são ótimas atividades para a criatividade das crianças
DICAS PARA ESTIMULARAS CRIANÇAS
)
Incentivar o uso de objetos recicláveis na
construção de brinquedos, como por exemplo,
caixas com papelão ou tampinhas
)
Reconhecer o esforço da criança, mostrando seus
desenhos/criações para familiares, amigos ou
deixar expostos em algum ambiente da casa
)
Estimular brincadeiras espontâneas e a leitura
de histórias infantis
)
Considerar a criança não como alguém que nada
sabe, ou que sabe menos do que o adulto, mas sim,
que sabe outras coisas
)
Procurar sempre responder os questionamentos
das crianças, sem criticá-las ou inibi-las
“
“Utilize folhas de
papel em branco,
em vez de álbuns
de colorir que já
vem com o desenho
pronto. Assim, eles
têm a oportunidade
de criar o que estão
pensando e
construir algo em
cima dessa ideia.”
da pedagoga
Márcia Murillo
Divulgação