STF
Joaquim Barbosa anuncia aposentadoria
e disse que foi uma informa-
ção “surpreendente” porque
via no “presidente do Supre-
mo uma pessoa importante
para o País”. “Ele vai se apo-
sentar. Sentimos muito por-
que ele é uma das melhores
personalidades do Brasil. Isso
é muito triste”, avaliou Renan.
Barbosa ainda está no
Congresso e fará ainda uma
visita ao presidente da Câma-
ra, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). O presidente do
STF ainda não falou com a
O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL),
informou ontem, que o presi-
dente do Supremo Tribunal
Federal (STF), JoaquimBarbo-
sa, lhe comunicou que vai
deixar o cargo para se aposen-
tar. “Ele disse que vai deixar
o Supremo. Comunicou que a
visita era uma oportunidade
para se despedir ”, contou
Renan, após receber Barbosa
em seu gabinete.
Segundo o presidente do
Senado, a princípio, o encon-
tro de ontem era uma reunião
de rotina, aparentemente
para tratar de temas relacio-
nados ao STF, como o Código
do Processo Civil, que Renan
se comprometeu em acelerar
a tramitação. No entanto, em
meio às conversas, Barbosa
comunicou que a visita de
hoje era uma despedida por-
que ele deixará o STF em ju-
nho.
Segundo Renan, o presi-
dente do STF não justificou a
saída. Ele lamentou a notícia
“Vamos respeitar a
convenção”, diz Temer
Ivan Santos
O presidente nacional li-
cenciado do PMDB e vice-pre-
sidente da República, Michel
Temer, reafirmou ontem, du-
rante passagem por Curitiba,
que vai respeitar a decisão da
convenção estadual do parti-
do que definirá se a sigla terá
candidato próprio ao governo
ou apoiará a reeleição do go-
vernador Beto Richa (PSDB).
Em uma homenage que con-
tou com a presença do sena-
dor Roberto Requião e do ex-
governador Orlando Pessuti –
que disputam a indicação de
candidato peemedebista ao
Palácio Iguaçu - Temer voltou
afirmar que a prioridade é pela
candidatura própria, mas que
se a opção for pela aliança com
os tucanos, a direção nacional
não vai interferir.
A coligação com o PSDB é
defendida pela maioria dos
deputados estaduais do
Em Curitiba, presidente nacional do PMDB reafirma neutralidade sobre decisão do partido no PR
BEM
PARANÁ
3
Geral
CURITIBA, SEXTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2014
KARLOS
KOHLBACH
Ex-ministra do STF Ellen Gracie
édescartadacomovicedeAécio
por ligação com Eike Batista
Foi batido o martelo. A ex-ministra do Supremo Tri-
bunal Federal (STF), Ellen Gracie, não será a vice na
chapa encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB)
para disputar a Presidência da República. Ela estava
cotada para ocupar o posto. Os tucanos viam duas qua-
lidades na ex-ministra: por ser mulher e ter uma ima-
gem respeitável por causa do trabalho no STF. O que
atravancou então? O fato de Ellen Gracie ter participa-
do do Conselho de Administração da OGX – uma das
empresas do até então multimilionário Eike Batista.
Outro que estava cotado para a vice era o ex-presidente
do Banco Central, Henrique Meirelles, que perdeu for-
ça nesta semana. O ex-presidente Lula jogou pesado
nos bastidores para afastar Meirelles dos tucanos. Lula
se encontrou com o vice-presidente Michel Temer
(PMDB) no início desta semana e pediu ao peemede-
bista que insista com o PSD, de Gilberto Kassab, para
convencer Meirelles a disputar uma vaga no Senado
Federal. Com Ellen Gracie e Meirelles fora da jogada,
Aécio Neves e os estrategistas da campanha tucana já
acreditam na possibilidade de lançar chapa pura. São
três os tucanos que podem ser vice de Aécio: os senado-
res Aloysio Nunes e Alvaro Dias, além de José Serra –
este que o primeiro tem mais chances.
Governo espera até hoje liberação
dos R$ 817 milhões do Proinveste
O governo do Paraná espera para hoje o depósito do
empréstimo de R$ 817 milhões referentes aoPrograma
de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal
(Proinveste), do governo federal. Caso o valor não seja
transferido, a Procuradoria Geral do Estado vai ingres-
sar, novamente, com uma ação no Supremo Tribunal
Federal (STF) para fazer cumprir decisão do próprio
Supremo que liberou os recursos. O empréstimo já foi
liberado pelo Ministério da Fazenda, mas esbarrou no
BNDES que alegou uma dívida acumulada do Paraná
referente a liquidação do Banco de Desenvolvimento
do Paraná (Badep), que começou em 1991 e segue sem
desfecho. Nesta semana, o presidente do BNDES, Luci-
ano Coutinho, esteve numa audiência na Câmara Fede-
ral e, quando questionado pelos deputados federais
Fernando Francischini (SDD) e Luiz Carlos Haulyu
(PSDB), deu a entender que os recursos seriam libera-
dos para o Paraná.
Ué, cade a Gleisi?
Chamou à atenção a ausência da senadora petista
Gleisi Hoffmann na CPMI da Petrobras, instalada na últi-
ma quarta-feira no Congresso Nacional. Gleisi que, a pe-
didodoPaláciodoPlanalto, lutou tantopara evitar aCPMI,
agora sequer foi uma das escolhidas pelo partido para
representar o PT na comissão. Os indicados foram os se-
nadores Anibal Diniz e José Pimentel. Gleisi sequer está
na lista dos suplentes – composta por Ana Rita e Jorge
Viana. Ao sair da reunião da CMPI, deputados e senado-
res da oposição comentaram a ausência de Gleisi. “Ué, a
presidente Dilma não mandou a senadora Gleisi para a
CPMI?”, questionou um deputado federal da oposição.
Mensaleiros otimistas com a
aposentadoria de Barbosa no STF
Os petistas presos no escândalo do Mensalão fica-
ram animados com a notícia que o presidente do Supre-
mo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, vai se apo-
sentar em junho. Babosa foi o relator do processo que
terminou com a prisão da cúpula do PT – entre eles o
ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-deputado
federal e ex-presidente nacional do PT, José Genuíno.
Foi o ministro Joaquim Barbosa quem, recentemente,
negou o pedido dos mensaleiros de trabalhar – uma
vez que, segundo a Lei de Execuções Penais, este bene-
fício só pode ser concedido para o preso que já cumpriu
umsexto da pena ou estar sob o regime semiaberto, o
que não é o caso de Dirceu. A animação dos mensalei-
ros é que, com a saída de Barbosa, quem assume o STF é
o ministro Ricardo Lewandowski, que foi o revisor do
processo do mensalão. Na época, Lewandowski foi cri-
ticado pelo próprio Joaquim Barbosa em algumas deci-
sões favoráveis aos mensaleiros.
Não pegou bem
A ideia do governo do Paraná de leiloar florestas que
pertencem ao Estado não pegou nada bem – tanto entre
os ambientalistas quanto no meio político. O senador
Roberto Requião (PMDB), que tenta viabilizar a candi-
datura ao Palácio Iguaçu, chegou a entrar com uma ação
na Justiça para conseguir uma liminar que suspendes-
se o leilão, mas acabou tendo o pedido negado. Para
tentar aliviar a barra, deputados estaduais governistas
farão, no próximo dia 11, uma audiência pública na As-
sembleia Legislativa para esclarecer o uso e a destina-
ção das áreas rurais do Instituto de Florestas do Paraná.
Divulgação
imprensa.
A aposentadoria do minis-
tro ocorre fora da brecha legal
para que ele possa se candi-
datar a algum cargo nas elei-
ções deste ano. Barbosa foi
cortejado pela maioria dos
partidos do País. Ele chegou a
ser cogitado como vice na cha-
pa do senador Aécio Neves
(PSDB-MG) para disputar o
Palácio do Planalto e até foi
apontado como nome certo
para o Senado pelo Rio de Ja-
neiro.
Mágoa
Pessuti rejeita “afagos” de Requião
do que se imagina, Pessuti
não baixou a guarda e partiu
para o ataque, enfatizando a
distância entre ele e o sena-
dor. “Aqui nessa plenária que
aqui está podem ter hoje pes-
soas que aqui estejam e tem
que não se somam à minha
pré-candidatura ao governo
do Estado. Mas também têm
aqueles que se somam. Mas
se tem aqueles que não se so-
mam por conta de divergên-
cias aqui mencionadas pelo
senador Requião, e que exis-
tem e não foram superadas,
existem aqui pessoas na sua
plenitude que são meus ami-
gos. Talvez uma duas, três ou
cinco pessoas que não se co-
locam nessa condição de ami-
go, companheiro. Que não
me dá a mão estendida para
o comprimento”.
O ex-governador também
lembrou as vezes em que Re-
quião vetou pretensões de
O senador Roberto Re-
quião (PMDB) bem que ten-
tou ontem – na reunião em
homenagem ao presidente
nacional licenciado do PMDB
e vice-presidente da Repúbli-
ca, Michel Temer, no restau-
rante Madalosso, em Curiti-
ba – fazer um aceno ao seu
antigo vice e ex-governador
Orlando Pessuti na esperan-
ça de um acordo entre os dois.
Pessuti, porém, deixou claro
que não esquece as mágoas
do passado e reagiu com crí-
ticas ácidas ao comportamen-
to do colega de partido.
Requião e Pessuti dispu-
tam a indicação de candidato
próprio do PMDB ao governo
do Estado. Os dois estão rom-
pidos desde 2010, quando
Requião vetou a candidatura
de Pessuti, levando o PMDB
a apoiar o ex-senador Osmar
Dias (PDT) para o governo.
No encontro de ontem, já
em seu discurso, o senador
mostrou que estaria disposto
a uma reaproximação. “Nós
fizemos – eu e o Pessuti – um
governo popular, com 298
programas voltados à popu-
lação”, fez questão de desta-
car, em um claro e raro gesto
de “apaziguamento” das ten-
sões entre os dois.
Mais tarde, já após o discur-
so de Temer, percebendo que o
cerimonial não deu a palavra a
Pessuti, ele saiu em defesa do
antigo vice. “Quero suprir uma
falta do cerimonial. Divergên-
cias existem, são saudáveis.
Mas não existe hoje uma reu-
niãodoPMDBque faleoTemer,
que fale o (deputado federal
Osmar) Serraglio (presidente
do Diretório Estadual), e que
não fale o Pessuti. Pessuti, fale”,
pediu, recebendo aplausos da
plateia presente.
Demonstrando que o res-
sentimento é mais profundo
seus correligionários em elei-
ções passadas. “Já vi de tudo
no PMDB nacional, nos mu-
nicipais e no estadual. E lem-
bro muito bem em 94, quan-
do fazia como presidente da
Assembleia que eu era um
esforço para que o professor
Elias Abrahão fosse nosso
candidato a governador e na-
quele momento se impediu
que o PMDB tivesse candida-
tura própria”, destacou. “Fui
daqueles que lutou para que
o Greca, o Gustavo (Fruet) em
2004 fossem candidatos a pre-
feito e não conseguimos. Lu-
tei como poucos lutaram para
que em 2010 eu pudesse ser
o candidato do PMDB para
darmos sequência ao que es-
távamos fazendo. Então o
PMDB, tanto em nível de
município quanto de Estado,
muitas vezes cerceou a cami-
nhada de companheiros”,
afirmou.
PMDB. Em troca, o partido in-
dicaria o candidato a vice na
chapa de reeleição de Richa.
Requião e Pessuti disputam a
indicação, mas não admitem
apoiar um ao outro. A inter-
venção da direção nacional era
uma das esperanças dos de-
fensores da candidatura.
“Vamos respeitar a deci-
são da convenção. Estou pre-
gando a unidade: terminada
a convenção estadual que to-
dos deem as mãos e sigam a
orientação que a convenção
decidir ”, explicou o dirigen-
te. “É claro que a orientação
nacional é ter candidatura
própria em todos os Estados,
mas respeitamos as decisões
estaduais e é o que tem feito a
força e a vitalidade do
PMDB”, disse Temer. “A tese
do PMDB é a candidatura
própria onde seja possível”,
afirmou Temer, garantindo,
porém, o respeito à “sobera-
nia” das direções estaduais do
partido. “Se a convenção na-
cional vai decidir uma alian-
ça, os diretórios locais vão di-
zer o que fazem nas suas lo-
calidades”, explicou.
O presidente do PMDB
também não quis avaliar qual
seria a melhor candidatura,
entre Requião e Pessuti. “Não
quero falar de candidaturas
porque ainda não se abriu o
prazo para campanha eleito-
ral. Não quero avançar o si-
nal. Avançar sinal dá proble-
mas”, alegou.
O dirigente admitiu que a
candidatura de Requião é for-
te, mas deixou claro que não
pretende intervir na disputa
internada siglanoEstado. “Aqui
eu vejo umgrande entusiasmo
pelo nosso querido Requião.
Todos têm liberdade para fazer
o que quiser. A convenção esta-
dual vai se reunir e vai decidir
oquedeve fazer”, avaliou. “Evi-
dentemente que uma figura
como o Requião tem todas as
condições de ir à convenção e
vencer”, explicou.
Candidato à reeleição na
chapa da presidente Dilma
Rousseff, Temer afirmou estar
confiante de que a repetição
da aliança PMDB-PT para a
eleição presidencial será con-
firmada. “A convenção será
dia 10 de junho e acredito que
vai dar tudo certo, mas sobre
os governos (estaduais) só fa-
larei depois da convenção
nacional”, disse. Ele afirmou
não temer a queda da popu-
laridade da presidente, de-
monstrada nas últimas pes-
quisas e também nos levan-
tamentos de intenção de voto
para a eleição. “Queda de po-
pularidade com 40% eu acho
que está bom. Imagino queda
de popularidade se ela tives-
se 25%, 30%?”, brincou. “Ela
está ganhando no 1º turno.
Como é queda? Na última
pesquisa ela subiu de 37%
para 40%”, ressaltou Temer.
Temer com Requião: “A tese do PMDB é a candidatura própria onde seja possível”
Valquir Aureliano
“
“É claro que a
orientação nacional
é ter candidatura
própria em todos os
Estados, mas
respeitamos as
decisões estaduais e
é o que tem feito a
força e a vitalidade
do PMDB”,
do vice-presidente da
República e presidente
nacional licenciado do
PMDB, Michel Temer