RÁPIDA
Disputa
Entre os outros candidatos do Paraná que também
querem um pouco de Marina na campanha está a vice
na chapa de Roberto Requião (PMDB) ao governo,
Rosane Ferreira (PV). O partido de Rosane tem
candidatura nacional com Eduardo Jorge (PV), porém,
Rosane tem elogiado Marina Silva em diversas
ocasiões. O PMDB de Roberto Requião, declara voto à
Dilma Rousseff (PT), o próprio senador tem preferência
por Dilma na corrida nacional. Já a senadora Gleisi
Hoffmann (PT) é a única oposição absoluta de Marina
entre os principais candidatos ao governo do Paraná.
Marina Silva se filiou ao PSB depois de não conseguir
oficializar a criação de seu partido Rede
Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Antes da morte de Eduardo Campos, Marina citava o
Rede com mais frequência e já havia declarado que
não firmaria acordos com os quais não concordasse,
mesmo que Campos compusesse alianças. O Rede, na
figura do candidato a deputado federal Eduardo Reiner
(PV) reafirma constantemente a condição de que
Marina nunca apoie o PT ou o PSDB. Por enquanto,
Marina tem se mantido firma no princípio do grupo
criado por ela, apesar de não se manifestar contra as
tendências e acordos do PSB.
BEM
PARANÁ
3
Política
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014
PALANQUE
ELETRÔNICO
Todos contra Marina
A ascensão de Marina Silva nas pesquisas transfor-
mou a candidata do PSB à Presidência no principal alvo
dos adversários. Depois de iniciarem a campanha in-
sistindo na polarização PT-PSDB, Dilma Rousseff e Aé-
cio Neves tiveram que rever suas estratégias, passando
para o ataque contra a nova estrela da eleição. As críti-
cas mais ácidas vieramdo programa da petista, que com-
parou Marina aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fer-
nando Collor, eleitos sem o apoio de grandes partidos, e
que caíram em meio a crises institucionais. Segundo a
campanha de Dilma, o País se deu mal quando apostou
em “salvadores da pátria”. E “sonhar é bom mas é hora
de botar o pé no chão e voltar à realidade”. Aécio foi
mais comedido, dizendo que Marina tem boas inten-
ções, mas que “sem experiência, sem força política, o
sistema engole as boas intenções da noite para o dia”.
Resta saber se esses ataques surtirão efeito, ou se dian-
te da onda favorável à ex-ministra na opinião pública,
em meio ao desencanto popular com os partidos e polí-
ticos tradicionais, não acabaram tendo resultado con-
trário, e fazendo com que ela cresça ainda mais.
Sem nomes aos bois
A propaganda de Dilma compara Marina a Collor
sem em nenhum momento citar diretamente o nome
do ex-presidente. Pudera: o senador alagoano não só
integra a base da atual presidente, como concorre à ree-
leição com o apoio do PT.
Balanço
Dilma apareceu tocando um tambor durante um
encontro com lideranças do movimento negro. Os ad-
versários ironizaram comentando que do jeito que a
situação está, ela tem tudo para “dançar ” nas elei-
ções de outubro.
Crise, que crise?
Dilma afirmou considerar que a queda na ativida-
de econômica é momentânea e que o Brasil não está
em recessão. Também garantiu que a “inflação hoje
está próxima de zero”. Eleitores já pensam em pedir
o endereço do supermercado onde a presidente faz
suas compras.
Goleada
A petista também voltou a lembrar a Copa do Mun-
do para argumentar que as notícias negativas em rela-
ção à economia são coisa de parte da imprensa e dos
pessimistas “que serão desmentidos pelo tempo”. Será
que ela esqueceu do 7 a 1?
Contraste
O programa de Dilma exibiu trechos do debate no
SBT da segunda-feira. O problema é que em compara-
ção com a propaganda da petista, onde ela aparece
como uma dona de casa afável, a imagem que se viu no
debate foi de uma candidata nervosa e com a aparência
de cansada, o que a voz rouca só reforça.
Memória
Requião – sempre modesto – lembra que já foi go-
vernador por três vezes - “sempre com avaliações ex-
cepcionais”. Esquece que em 2006 só se reelegeu por
uma diferença de pouco mais de 10 mil votos, ou equi-
valente a 0,2% dos votos válidos, em relação ao candi-
dato de oposição, o ex-senador Osmar Dias (PDT).
Linha cruzada
O peemedebista também garante que vai resolver o
problema da segurança, reativando o projeto POVO, de
policiamento comunitário, e que vai “por gasolina no
tanque dos carros” dos policiais. Só esqueceu de dizer
se os telefones celulares do projeto para os quais o cida-
dão que precisava da polícia em seu governo vão funci-
onar, ou continuarão forá da área de serviço ou desliga-
dos, como aconteceu na época.
Questão de gênero
A candidata do PT, Gleisi Hoffmann, dedicou o pro-
grama de segunda-feira à noite às mulheres. Prometeu
criar a Patrulha Maria da Penha, para combater a vio-
lência contra elas. E comparando a senadora paranaen-
se à Dilma, disse que já é hora do Estado ter uma mu-
lher no governo.
Big brother
O governador Beto Richa (PSDB) prometeu, como
grande novidade de seu programa para a área de segu-
rança, a implantação do projeto Vigia – sistema de mo-
nitoramento em vídeo usado segundo ele pela polícia
de Nova York e que no Brasil teria semelhante somente
em Curitiba e São Paulo. Segundo o tucano, com tempo
todas as câmeras da cidade, mesmo de empresas priva-
das, vão entrar no sistema.
Contaminação
Mesmo com o candidato à presidência em queda
livre nas pesquisas, Richa insistiu em veicular depo-
imento de Aécio Neves pedindo votos para ele no
final do programa. Tem aliado do governador já tor-
cendo para que Richa esqueça a disputa federal, para
evitar que o senador mineiro acabe puxando ele para
baixo no Estado.
Tá certo
Ricardo Gomyde (PCdoB) usou o horário eleitoral
para criticar o horário eleitoral. No que deve ter recebi-
do a concordância da maioria da audiência.
PSB do Paraná lança
chapa “Marina-Richa”
De olho em ascensão de candidata, partido produz material de campanha conjunto com tucano
Narley Resende
O PSB do Paraná vai dis-
tribuir 28,4 milhões de santi-
nhos com a imagem da can-
didata à presidência da Repú-
blica, Marina Silva (PSB) ao
lado do candidato à reeleição
ao governo do Paraná Beto
Richa (PSDB). O presidente
da legenda no Estado, Severi-
no Araújo (PSB), contou que a
impressão do material foi fei-
ta logo depois que Marina se
confirmou como candidata
oficial do PSB, no dia 20 de
agosto. O presidente do PSB
estadual aguardava somente
a autorização da direção na-
cional do partido para distri-
buir o material entre os comi-
tês do Paraná, mesmo sem
consultar Marina. Severino
garante que a determinação
do partido é unir Marina e
Beto na corrida eleitoral.
A disputa pelo apoio de
Marina ficou intensa depois da
última pesquisa Ibope em que
ela aparece empatada em pri-
meiro lugar com Dilma Rous-
seff, candidata à reeleição, bem
à frente de Aécio Neves. A co-
nhecida indisposição de Mari-
na em apoiar candidatos do
PSDBnoParaná, SãoPauloeRio
de Janeiro não impediu que o
PSB mantivesse os apoios con-
solidados antes da morte do
então pré-candidato à presi-
dência Eduardo Campos
(PSB), morto em um acidente
de avião do dia 13 de julho. O
PRP integra a coligação nacio-
nal de Marina e também já
tem material de campanha
pronto para fazer dobradinha
noParaná. Ocandidatodopar-
tido aqui é Ogier Buchi (PRP),
que inicialmente declarava
apoio a Aécio Neves (PSDB),
adversário de Marina na cor-
rida presidencial.
O coordenador da campa-
nha de reeleição de Beto Ri-
cha ao governo, Eduardo Sci-
arra (PSD), afirma que Marina
Silva é “muito bem vinda” à
chapa tucana no Paraná. Sci-
arra lembra que a campanha
majoritária de Richa temcomo
candidato oficial Aécio Neves
e tem apoio de Pastor Everal-
do (PSC), José Maria Eymael
(PDC), eMarina Silva (PSB). “O
PSB, manifestado por meio de
Severino, colocou essa condi-
ção (de produzir material de
campanha unindo Marina e
Richa) e cabe a nós aceitar
mais um apoio ao leque que
nós temos; isso veio do PSB,
não é algo que parta da coor-
denação da campanha do go-
vernador”, afirma.
O presidente do PSB do
Paraná, Severino Araújo, afir-
ma que o candidato do parti-
do no Paraná sempre foi Beto
Richa e essa é a determina-
ção do partido em todas as
esferas. “Eu tenho a obrigação
de fazer cumprir o que o par-
tido decidiu; se o candidato à
presidente era Eduardo Cam-
pos, houve a tragédia, e Mari-
na passou a ser candidata do
partido e o partido decidiu
por seu órgão máximo que o
candidato no Paraná é o Beto
Richa”, sentencia.
Já sobre a gravação do pro-
grama de TV e rádio, além de
aparição em eventos de cam-
panha, Severino desconversa.
“Isso depende da agenda
dela. É irrelevante, se ela qui-
ser gravar ela grava, se ela não
quiser não grava; o que é rele-
vante é que o partido apoia o
Beto; se Marina vai pra lá ou
pra cá, não importa”, ironiza.
Quando era pré-candidata
à vice-presidência, Marina Sil-
va se negou a participar de um
encontromarcado entre o pre-
sidencial na chapa Eduardo
Campos e Beto Richa, emLon-
drina (norte), no dia 16 de ju-
nho, porque o PSB integra a
chapadeRicha aogoverno. Por
outro lado, o PRP - partido na
chapa do PSB à presidência -
disponibilizou palanque com
o nanico Ogier Buchi (PRP),
que ainda não pontuou em
pesquisas na candidatura ao
governo do Paraná nas elei-
ções deste ano. Outro candi-
dato nanico que quer aparecer
ao lado de Marina é Tulio Ban-
deira do PTC - mas esse corre
por fora e não houve nenhum
acordo entre os partidos.
O site de campanha do
senador e candidato ao gover-
no do Paraná, Roberto Re-
quião (PMDB), deve ser reti-
rado do ar por 24 horas em
função de publicações consi-
deradas ofensivas ao candi-
dato à reeleição, governador
Beto Richa (PSDB). A Justiça
Eleitoral determinou ontem à
tarde que as publicações do
site sejam suspensas. A deci-
são é em função de três pedi-
dos de direito de resposta fei-
tos por Richa e concedidos
pela Justiça. Requião teria
desrespeitado as determina-
Fora do ar
TRE suspende sitedeRequiãopor 24horas
ções judiciais ao repetir men-
sagens semelhantes às que
haviam sido vetadas.
O coordenador jurídico da
campanha de Richa, Cristia-
no Holtz afirma que Requião
foi penalizado porque insiste
em falar que o governador
“desistiu” das ações judiciais
contra o pedágio. “Em vários
outros processos os juízes já
trataram deste assunto e a de-
cisão é sempre a mesma”, ex-
plica. De acordo com o advo-
gado Daniel Romaniuk Pi-
nheiro Lima, membro da
equipe de Holtz, o governo
não poderia desistir das
ações. “Elas foram movidas
pelas empresas de pedágio e
como réu o governo não po-
deria desistir dos processos”.
Em defesa, os advogados
de Requião alegaram que as
pessoas não diferenciam os
termos questionados na ação.
“As locuções “desistência”,
“extinção” e “suspensão” ,
para o homem médio, são in-
distintas, motivo pelo qual
mesmo que se pudesse con-
siderar, por preciosismo jurí-
dico, a informação inverídica,
ela não poderia ser conside-
rada sabidamente inverídi-
ca”, diz a defesa.
O relator da ação, juiz Leo-
nardo Castanho Mendes
apontou que as afirmações de
Requião induzem o eleitor ao
erro. “Os conceitos de “extin-
ção” de uma ação e de “sus-
pensão” são absolutamente
distintos”, diz. O juiz afirma
que a defesa de Requião não
pode se apoiar na compreen-
são das pessoas para direcio-
nar sua conduta. “O que não
se admite é a veiculação de
notícia falsa, capaz, ela sim,
de induzir em erro”, concluiu.
A candidatura do PTC ao
Senado no Paraná foi barrada
pelo Tribunal Regional Eleito-
ral (TRE-PR), ontem à tarde.
O candidato Luiz Barbara
(PTC) não pode mais concor-
rer nas eleições deste ano. O
partido indicou o 1º Suplente
ao Senado, Geisel Machado
Bonfim, o Dj Gege, fora do
prazo e o TRE-PR indeferiu o
registro. Como o prazo para
indicar novos candidatos ter-
minou em 10 dias a partir do
momento que o Tribunal im-
pugnou o registro e o PTC não
indicou um substituto, o par-
TRE
PTC fica sem candidato ao Senado
tido não pode manter a can-
didatura ao Senado por con-
taminar a chapa, de Francis-
co José de Lima e Luiz Anto-
nio Barbara, que concorriam
aos cargos de Senador e 2º
suplente pelo Partido Traba-
lhista Cristão.
Para o relator, desembarga-
dor Jucimar Novochadlo, a
decisão que indeferiu o regis-
tro do 1º suplente foi publica-
da no dia 08 de agosto e o pe-
dido de substituição DJ Gege
foi protocolado somente no
dia 19 de agosto, depois do fim
do prazo máximo de 10 dias.
Severino Araújo (PSB): decisão do partido pró-Beto
A candidata do PT ao go-
verno do Estado, senadora
Gleisi Hoffmann, conse-
guiu reverter decisão da Jus-
tiça Eleitoral que havia de-
terminado a perda de 23 in-
serções de 30 segundos na
propaganda de rádio e TV.
As aparições da petista na
propaganda dos candidatos
a deputado haviam sido
consideradas irregulares
em primeiro grau.
OTribunal Regional Elei-
toral (TRE-PR) reformou a
decisão. Segundo o relator,
Leonardo Castanho Men-
des, a aparição de Gleisi no
horário dos candidatos pro-
porcionais é para expor o
que, teoricamente, é a posi-
ção ideológica de seus apoi-
adores. “Não fere a distri-
buição do tempo de divul-
gação de campanha previs-
to na lei o simples fato de
que o candidato ao pleito
proporcional, para funda-
mentar a sua oposição ao
atual governo, demonstra
exatamente em que pontos
reside a sua discordância
com o ocupante do Palácio”,
decidiu ele.
Gleisi consegue recuperar inserções
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