Na TV, PT compara
Marina a Collor e Jânio
Programa de Dilma alerta para risco de crise em caso de eleição de “salvadores da pátria”
O programa eleitoral de
ontem na televisão subiu o
tom das críticas à candidata
do PSB, Marina Silva. A pro-
paganda da candidata à ree-
leição Dilma Rousseff (PT) ci-
tou o impeachment do ex-
presidente Fernando Collor
de Mello, sugerindo o que
pode acontecer quando se
elegem “salvadores da pá-
tria”.
Aécio Neves (PSDB) foi
mais sutil, mas indicou que
a pessebista representa uma
mudança arriscada por con-
ta da falta de experiência.
Marina não foi poupada nem
pelos candidatos dos parti-
dos nanicos Luciana Genro
(PSOL), Zé Maria (PSTU) e
Levy Fidelix (PRTB).
O programa de Di lma
Rousseff, além da menção ao
impeachment de Collor, fa-
lou sobre governabilidade. A
campanha da petista criticou
o discurso da adversária so-
bre a “nova forma de fazer
política” e questionou como
a pessebista, caso eleita, con-
quistaria apoio dos parla-
mentares para aprovar pro-
jetos.
Foram destacados tam-
bém trechos do debate de se-
gunda-feira em que Dilma
questionou como Marina
pretende obter recursos para
cumprir suas promessas que,
segundo a petista, somam R$
140 milhões e sobre o petró-
leo do pré-sal. No trecho, Dil-
ma afirmou que, segundo os
jornais, a candidata teria dito
que iria reduzir a importân-
cia dada ao pré-sal e criticou
o fato de o programa de go-
verno de Marina trazer ape-
nas “uma linha” sobre essa
fonte de energia, em 250 pá-
ginas.
A propaganda da candi-
data petista à reeleição falou
ainda sobre economia ao
destacar trecho do debate do
SBT em que Dilma disse não
haver recessão no País e que
a inflação estaria próxima a
zero. Com imagens de recor-
tes de jornal ao fundo, o lo-
cutor comparou o momento
atual com 2009, no governo
do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, quando em um
momento de crise internaci-
KARLOS
KOHLBACH
PT convoca reunião
emergencial para tentar
salvar campanha de
Dilma emSão Paulo
Muito preocupado com a candidatura de reeleição
da presidente Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, o PT
convocou ontem uma reunião do Diretório Nacional
para tentar salvar a qualquer custo a campanha petista.
A reunião vai acontecer nesta sexta-feira e vai contar
com a presença do ex-presidente Lula e de prefeitos e
parlamentares de São Paulo. O PT parece não crer no
resultado das pesquisas de intenção de voto que mos-
tram a candidata Marina Silva na frente de Dilma no
estado de São Paulo. A estratégia petista, já mostrada
nos recentes debates, é partir atacar Marina. O proble-
ma é que a tarefa de desconstruir a imagem de Marina
Silva não agrada em nada o ex-presidente Lula. Ele já
disse a alguns petistas que como a biografia de Marina
é muito semelhante à dele, dificulta o ataque.
Deputado nega sociedade
com doleiro Alberto Youssef
O deputado federal Luiz Argôlo (SD) negou ontem,
em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara dos Deputados, que seja
sócio do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia
Federal na Operação Lava Jato, acusado de
comandar uma quadrilha especializada em lavagem
de dinheiro e que pode ter desviado mais de R$ 10
bilhões. Argôlo rebateu as acusações feitas pela
contadora Meire Bonfim da Silva Poza, que
trabalhava com o doleiro, no Conselho de Ética. Ela
afirmou que o parlamentar era sócio de Youssef e
que recebeu do doleiro mais de R$ 1 milhão. O
deputado afirmou que Meire era uma “mulher
problemática” e que os recursos era parte do
pagamento pela venda do terreno do irmão
Manuelito Argôlo Júnior. Argôlo afirmou em
depoimento que foi apresentado ao doleiro pelo
então líder do PP, Mário Negromonte, em um jantar
promovido pelo PP, partido pelo qual se elegeu
deputado federal. Nenhuma testemunha será
chamada mais para depor. O parecer do Conselho
de Ética deve ficar pronto no fim deste mês e deve
ser votado nos primeiros dias de outubro – antes
da eleição.
Polícia apreende dinheiro
dentro de carro de candidato
Um carro do candidato a deputado estadual Emiliano
Gomes (PSD) foi parado ontem pela Polícia Rodoviária
Estadual (PRE) na cidade de São Luiz do Purunã. No inte-
rior do veículo, os policias que abordaram o carro encon-
traram cerca de R$ 140 mil em dinheiro vivo. Omotorista
foi conduzido para a delegacia para explicar a origem e o
destino do dinheiro. A informação, repassada por um
policial, é que o carro ia para a cidade de Irati.
Governador Beto Richa deve se
licenciar do cargo nos próximos dias
O governador Beto Richa (PSDB) está discutindo
com os estrategistas da campanha tucana a
possibilidade de se licenciar do governo do estado
nos próximos dias para se dedicar exclusivamente
à disputa eleitoral. Fontes do Palácio Iguaçu
comentam que, se por um lado a saída do governo
permitiria até triplicar os compromissos de
campanha de Richa pelo Estado, por outro
dificultaria a mídia espontânea gerada pela
condição de ser o governador do estado. A
tendência, dizem as fontes palacianas, é que Beto
Richa se licencia do cargo após o feriado da
Independência do Brasil. O vice-governador Flávio
Arns (PSDB) é quem assumirá o governo.
BEM
PARANÁ
4
Política
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014
onal a imprensa era pessi-
mista com os rumos da eco-
nomia e, no ano seguinte, o
PIB brasileiro cresceu 7,5%.
Aécio Neves manteve-se
na estratégia de evitar críti-
cas diretas à Marina, mas ao
mesmo tempo se colocar
como alternativa segura ao
governo do PT. O tucano
mencionou que Marina e ele
representam a mudança que
a população deseja. “Respei-
to a Marina, mas a gente já
viu que para mudar tudo que
está errado é preciso uma
equipe sólida, ideias testa-
das e força política”, disse o
candidato, em depoimento.
“Sem força política as mu-
danças que você deseja não
acontecem”, afirmou.
Padrinho
Dilma faz primeira caminhada com Lula
ma, ainda sem o seu anteces-
sor, concedeu uma coletiva na
qual já demonstrou que seu
alvo agora é somente a candi-
data Marina Silva (PSB). “Eu
me preocupo como projeto da
Marina porque ela reduz a pó
a política industrial.” Dilma
disse ainda que o programa
de Marina “tira o poder dos
bancos públicos de participar
do financiamento da indús-
tria e da agricultura”.
Dilma acusou Marina de
ser contra a política de con-
teúdo local e disse que tam-
bém se preocupa com as pro-
postas de acabar com o papel
de financiamento do BNDES.
“Fico preocupada quando
querem acabar com o papel
Depois de fechar a agen-
da somente na noite de se-
gunda-feira, após participar
do debate presidencial, a pre-
sidente e candidata à reelei-
ção Dilma Rousseff partici-
pou ontem, da primeira “ca-
minhada” ao lado de seu pa-
drinho político, o ex-presi-
dente Luiz Inácio Lula da Sil-
va, em São Paulo. Em desfile
em carro aberto, Dilma e Lula
percorreram as ruas do cen-
tro de São Bernardo do Cam-
po (SP) acompanhados do
prefeito da cidade e coorde-
nador da campanha de Dilma
no Estado, Luiz Marinho.
Por duas vezes, Dilma fez
questão de descer do carro
para poder se aproximar dos
eleitores. Mesmo com o tu-
multo causado pelos seguran-
ças, que faziam cordão de iso-
lamento, Dilma conseguiu
descer e entrar em um insti-
tuto de beleza, que oferece
cursos profissionalizantes, e
em um atacadão. Lula não
desceu do carro em nenhuma
das oportunidades.
No percurso, Dilma e Lula
conversaram ao pé de ouvido
e em alguns momentos era
possível observar o ex-presi-
dente “aconselhar ” Dilma.
“Dilma, pegue a mão dessa
senhora”, disse Lula, guian-
do a mão da presidente até
uma senhora que estava ao
lado do carro.
Antes da caminhada, Dil-
do BNDES. Sabe por que in-
dústria e a agricultura procu-
ram o BNDES? Porque o BN-
DES oferece prazo mais lon-
gos e juros mais baixos e uma
política industrial específica
de apoio para aqueles setores
que são importantes para a
economia brasileira porque
geram emprego”, disse.
Escolhas - A candidata do
PSB, que virou alvo preferen-
cial dos petistas depois que as
pesquisas de intenção de vo-
tos revelaram que ela empa-
ta com Dilma em 34% nas
pesquisas de intenção de vo-
tos e venceria num eventual
segundo turno, também foi
lembrada, ainda que indire-
tamente, por Lula.
Dilma, em caminhada com Lula, ontem, em São Paulo: ordem é “desconstruir” Marina
Divulgação
No ataque
Aécio sobe tom contra candidata do PSB
crédito aos autores verdadei-
ros da proposta e a FHC”,
cobrou.
Além de Marina, Aécio
voltou a criticar a adversária
do PT, presidente Di lma
Rousseff, dizendo, mais uma
vez, que sua candidatura fra-
cassou e que está convenci-
do de que Dilma vai perder
essas eleições. E justificou
que isso vai ocorrer porque
“o governo do PT vai entre-
gar o País em condições pio-
res, com inflação e juros em
alta, recessão e crise de con-
fiança”. E defendeu o seu
pleito: “Somos a candidatu-
ra mais consistente, temos
um grande time, uma verda-
deira seleção para realizar
um projeto de País, que não
pode ser feito na base de im-
provisos.”
O candidato do PSDB à
Presidência da República,
Aécio Neves, subiu ontem o
tom contra a adversária do
PSB, Marina Silva, alçada à
cabeça de chapa após a mor-
te do ex-governador Eduar-
do Campos, e que já ultrapas-
sou sua candidatura nas
mais recentes pesquisas de
intenção de voto. Ao lado do
ex-presidente tucano Fer-
nando Henrique Cardoso e
de outras lideranças, Aécio
voltou a falar da confiança de
que estará na disputa do se-
gundo turno, classificando a
candidatura Marina de “me-
tamorfose ambulante”.
Em coletiva no comitê de
campanha em São Paulo, Aé-
cio disse que o improviso
não é o melhor conselheiro.
“De um lado temos um go-
verno que reage aos índices
de pesquisa, alterando suas
convicções com certo deses-
pero, o que não é bom. De
outro lado o que vejo é uma
candidatura que mais se as-
semelha a uma metamorfo-
se ambulante, que altera suas
convicções ao sabor das cir-
cunstâncias.”
Nas críticas a Marina, o
presidenciável tucano a acu-
sou de plagiar, no capítulo
dos Direitos Humanos de
seu programa de governo,
lançado na semana passada,
o texto do Programa Nacio-
nal de Direitos Humanos
(PNDH) de 2002, do governo
de Fernando Henrique Car-
doso. “O capítulo do progra-
ma de Marina é uma cópia
exata do PNDH de FHC, ela
poderia ter pelo menos dado
RÁPIDA
Respeito
Antes de centrar seu
discurso nos ataques
a Marina Silva, Aécio
disse que a
respeitava, mas era
preciso deixar claro
“as contradições que
ela representa”. E
questionou: “Em
quais Marinas o
eleitor pretende votar,
a que ataca ou a que
foi do PT? A que
defende os pilares
macroeconômicos ou
a que votou contra a
Lei de
Responsabilidade
Fiscal (LRF) no
Congresso”.
“
“Eu me preocupo
com o projeto da
Marina porque ela
reduz a pó a política
industrial”.
da presidente e
candidata à reeleição,
Dilma Rousseff (PT)
Divulgação
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