SALA
DE AULA
BEM
PARANÁ
16
Educação
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 23 DE SETEMBRO DE 2014
Ensino Profissionalizante
A Federação Nacional das Escolas Particulares (FE-
NEP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV), publica documento de análise e construção de
um marco quantitativo destinado ao setor educacional
privado, de extrema utilidade para estudiosos e pes-
quisadores educacionais, tanto dos setores privado quan-
to público.
No relatório é possível perceber que, na faixa de 15 a
19 anos, a educação profissionalizante vem se tornan-
do uma opção em relação à conclusão do ensino médio
regular, no qual o país enfrenta evasão tradicionalmen-
te forte e preocupante.
Na esfera pública, a Rede Federal de Educação Pro-
fissional e Tecnológica tem uma história de mais de cem
anos, com suas atividades iniciais representando polí-
tica de favorecimento às camadas mais desassistidas
da população, e que hoje constituem excelente meio de
acesso às conquistas tecnológicas para toda a socieda-
de.
Atualmente, para qualificar seus funcionários, os
empresários brasileiros contam também com o chama-
do Sistema S, formado por onze organizações criadas
pelos mais variados setores produtivos, da indústria ao
comércio, que oferecem cursos gratuitos ou de preços
acessíveis, e mantém uma rede de escolas, laboratórios
e centros tecnológicos espalhados por todo o território
nacional. Participam o SEBRAE (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), SENAI (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial), SESI (Serviço
Social da Indústria) e outros.
Muito do desenvolvimento regional está atrelado a
estas novas configurações do mundo do trabalho, per-
mitindo aos jovens uma formação para acesso mais
imediato ao trabalho, além de contribuir para a eleva-
ção da escolaridade de trabalhadores em todas as fai-
xas etárias.
O ensino técnico é considerado mediador entre a
educação básica e a formação profissional, gerando inú-
meras discussões sobre sua estrutura mais adequada,
sua concepção temporal – já que as necessidades pro-
dutivas mudam profundamente com o desenvolvimen-
to tecnológico – seus determinantes econômicos, a for-
ma regional de organização social e até mesmo política.
A modalidade à distância é também uma realidade
neste tipo de aprendizagem, principalmente em cursos
de base mais teórica, que não necessitam de uso inten-
sivo de laboratórios e oficinas.
Na forma presencial ou à distância, é indispensável
o acompanhamento constante das fundamentações dos
cursos, e avaliação periódica de funcionamento.
O ensino profissionalizante foi, durante muito tem-
po, vítima de preconceitos diversos, como se a única
finalidade da educação fosse alfabetizar primariamen-
te parte da população e formar uns poucos bacharéis
dentre os privilegiados que chegassem à Universidade.
O crescimento do parque industrial do país em volume
e complexidade, a expansão do uso de tecnologias so-
fisticadas em todas as áreas, como saúde, agricultura,
transportes, segurança, e outras, geram necessidade de
pessoas qualificadas tecnicamente para seu uso e ma-
nutenção.
As práticas de ensino, pesquisas desenvolvidas e as
inovações trazidas por este espaço de ensino-aprendi-
zagem destacam-se no panorama educacional, pela pro-
ximidade mais imediata com o mercado de trabalho,
pelo progressivo aumento do reconhecimento científi-
co dos portadores destes diplomas, assim como as mais
altas faixas de remuneração obtidas.
* Wanda Camargo, educadora e assessora da presidência das
Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil.
A ONG curitibana ASID
(Ação Social para Igualdade
das Diferenças) está finali-
zando a 1ª edição do Guia de
Boas Práticas da Educação Es-
pecial, publicação inédita no
Paraná que irá reunir as ex-
periências bem sucedidas das
Escolas Especiais Filantrópi-
cas de Curitiba e região. A pro-
posta da ação é ampliar o im-
pacto social das instituições
atendidas pela ASID, por
meio do intercâmbio de infor-
mações. O material será dis-
ponibilizado gratuitamente
às mais de 450 Escolas Espe-
ciais do Paraná.
O Guia de Boas Práticas
irá abordar oito áreas: gestão
financeira, captação de recur-
sos, gestão jurídica, marke-
ting, recursos humanos, im-
pacto social, liderança e infra-
estrutura. “A ideia do guia sur-
giu ao vermos que as quali-
dades das diferentes institui-
ções que trabalhamos se com-
pletam, ou seja, vimos que a
Guia indica boas práticas
da educação especial
ONG paranaense está na reta final de publicação que vai reunir o que há de melhor em Curitiba
BOLETIM
ESCOLAR
Da redação|
Brincadiquê?
Hoje, a Rede Marista de Solidariedade, por meio do
Centro Marista de Defesa da Infância, fará a apresenta-
ção do projeto
Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar
, que ofe-
rece formação continuada para educadores, gestores e
agentes do Sistema de Garantia de Direitos. “Iniciamos
esse trabalho com foco na defesa do direito ao brincar,
mas podemos expandi-lo propondo novos temas sobre
a Primeira Infância”, explica a responsável pelo projeto
e analista de assessoramento do Centro Marista de De-
fesa da Infância, Sheila Pomilho. O evento será realiza-
do na FTD Digital Arena, na PUCPR, das 8h30 às 12h30.
A cerimônia marca ummomento de expansão das ações
do Assessoramento do Centro Marista de Defesa da In-
fância, responsável pela execução do
Brincadiquê?.
“Que-
remos apresentar oficialmente esse trabalho para os
educadores, gestores e agentes do Sistema de Garantia
de Direitos como forma de oferecer a nossa experiência
e competência a um número cada vez maior de profis-
sionais que atuam com as crianças, contribuir para a
qualidade da educação e a para a implantação do Plano
Nacional da Primeira Infância”, explica Sheila.
Avaliação de professores
A Pró-Reitoria de Graduação da UFPR (Prograd) está
convidando estudantes e professores a participarem da
avaliação de cursos e disciplinas disponibilizada pela
Coordenação de Políticas de Avaliação Institucional de
Ensino (Copaie). Por meio do site www.avaliacao.ufpr.br,
professores poderão avaliar os cursos e estudantes po-
derão avaliar cursos e disciplinas cursadas durante o
primeiro semestre deste ano. Os questionários poderão
ser respondidos on-line até o dia 15 de outubro.
dificuldade de uma seria o
ponto forte da outra e na com-
posição destas diferenças
chegaríamos a um modelo
muito melhor”, explica o di-
retor de projetos e fundador
da ASID, Alexandre Amorim.
A estimativa da ONG Cu-
ritibana é reunir cerca de 40
práticas de 19 Escolas Espe-
ciais Filantrópicas. “As própri-
as instituições mandam as
práticas que consideram bem
sucedidas e nós apontamos
aquelas que em nossa visão
são um diferencial dentro do
contexto do segmento”, escla-
rece Amorim.
Entre os exemplos de boas
práticas está a profissionaliza-
ção da gestão da Afece (Asso-
ciação Franciscana de Educa-
ção ao Cidadão Especial), que
elaborou um planejamento
estratégico com foco em sua
reestruturação. A instituição
estruturou uma gestão orgâni-
ca em quatro níveis de atua-
ção: buscar uma identidade da
Afece com a sociedade, poten-
cializar as relações pessoais
comos colaboradores, implan-
tar sistemas e controles de pro-
cessos e buscar recursos para
adequar infraestrutura, finan-
ceiro e pessoal.
A Afece também procurou
se expandir de maneira sus-
tentável e para isso focou suas
práticas de marketing na con-
solidação da marca. Foram
elaboradas campanhas insti-
tucionais como objetivo de di-
vulgação, o site foi moderni-
zado e a comunicação e inte-
ratividade com o público alvo
fortalecidas.
Em outro exemplo, que re-
sultou em uma aproximação
da comunidade com a escola,
o IRP (Instituto de Recupera-
ção Pedagógico) estruturou
reuniões para os pais e cola-
boradores, visando tornar a
gestão mais transparente. Nos
encontros mensais são divul-
gadas questões referentes a
gastos, receitas e doações.
Entre os exemplos de boas práticas está a profissionalização da gestão da Afec, que faz a diferença no processo
Divulgação
asidbrasil.org.br
facebook.com/asidbr
MAIS
ABORDAGEM
CONFIRA
RÁPIDA
Sobre a ASID
Fundada em 2010, a
ASID (Ação Social para
Igualdade das
Diferenças) é uma
organização sem fins
lucrativos que
trabalha para
melhorar a qualidade
de ensino e a gestão
nas escolas de
educação especial
gratuitas, resultando
na abertura de vagas
no sistema. Já são 18
as instituições
beneficiadas em
Curitiba.
O trabalho é
totalmente gratuito
para as escolas.
Depois da aplicação
do Índice de
Desenvolvimento da
Educação Especial
(IDEE), metodologia
desenvolvida pela
ONG que permite
traçar o diagnóstico
de cada escola de
educação especial, a
ASID traça o plano de
ação, que envolve
desde a capacitação
dos gestores até a
execução de obras nas
escolas.
O Guia de Boas
Práticas irá
abordar oito áreas:
)
Gestão
financeira
)
Captação de
recursos
)
Gestão jurídica
)
Marketing
)
Recursos
humanos
)
Impacto social
)
Liderança
)
Infraestrutura
Projetos da ONG têm investidores
Cada projeto conta com
um ou mais investidores so-
ciais, grandes empresas que
entram com recursos e volun-
tários para a realização das
ações. O dinheiro vem tam-
bém de campanhas como a
Especial, da qual participam
atualmente 38 dos melhores
estabelecimentos gastronô-
micos de Curitiba. Parte da
venda de determinados itens
dos cardápios é revertida
para as ações nas escolas de
educação especial. No caso
de buffet por quilo, os restau-
rantes participam com valo-
res mensais.
MÃO NA MASSA
Obras realizadas nas escolas a partir de voluntariado. Participam trabalhadores e
empresários das empresas parcerias, estudantes e familiares, além da comunidade do
entrono das escolas, em um verdadeiro trabalho social transformador.
CAPACITA
Cursos ministrados por profissionais das empresas parceiras que são especialistas em
áreas estratégicas para as escolas, como finanças, administração e marketing, por
exemplo. Os gestores das escolas são capacitados para que possam melhorar a gestão
das instituições.
LÍDER ESPECIAL
Projeto inédito em que as escolas de educação especial se transformam em
verdadeiros laboratórios para os profissionais das empresas parceiras possam
desenvolver suas competências de liderança, ao mesmo tempo em que contribuem
com as instituições de ensino ao aplicarem seu trabalho.
ASSESSORIAADMINISTRATIVA
A ASID tem atuação direta nas áreas da gestão escolar que necessitem de melhorias,
entre elas jurídico, financeiro, recursos humanos, marketing, liderança e captação de
recursos.