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Marina vem a Curitiba
ainda sem palanque
Primeiro evento de campanha de ex-ministra no Estado não terá candidatos ao governo
KARLOS
KOHLBACH
Karlos Kolhbach | [email protected]
Antes vítima, PT agora
adota a tática do medo
contra Marina Silva
Na eleição presidencial de 2002, o PSDB do então can-
didato José Serra adotou a estratégia de estimular o medo
entre os eleitores numa possível vitória de Luiz Inácio Lula
da Silva. Artistas consagrados da televisão brasileira gra-
varam participações no horário comercial do tucano afir-
mado ter medo do governo petista. Pois bem. Passados 12
anos, o mesmo PT de Lula adota a estratégia contra a ad-
versária Marina Silva (PSB). Na propaganda eleitoral gra-
tuita de rádio e televisão a presidente e candidata à reelei-
ção Dilma Rousseff (PT) tem pintado um futuro nebuloso
para os brasileiros caso Marina saia vitoriosa. Em uma das
propagandas são mostradas pessoas ficando sem comida
como consequência de algumas medidas propostas por
Marina. Ontem, durante a entrevista concedida ao Bom
Dia Brasil, Dilma tratou de rechaçar a estratégia de usar o
medo contra Marina. No entanto, afirmou que uma das
propostas da adversária é dar mais autonomia ao Banco
Central e minimizar a atuação dos bancos públicos – Ban-
co do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES. Dilma
afirmou que com a redução da atuação dos bancos públi-
cos, os empréstimos de empresas para investimento em
infraestrutura minguariam – assim como a linha de crédi-
to para o programa Minha Casa Minha Vida.
Juiz nega acesso a delação de
ex-diretor para Petrobras, CPMI e CGU
O juiz da 13º Vara Federal de Curitiba Sergio Moro
negou ontem acesso à delação premiada do ex-diretor
da Petrobras Paulo Roberto Costa. Opedido foi feito pela
Controladoria Geral da União (CGU), pela CPI da Petro-
bras e pela própria estatal. Os três tiveram o pedido
negado. Na decisão, Moro argumenta que a delação
premiada sequer foi homologada pela Justiça, que está
protegida por sigilo e será anulada caso seu teor seja
conhecido antes da conclusão do julgamento. Os pro-
curadores do Ministério Público Federal, que atuam na
força-tarefa da Operação Lava Jato, que fez o acordo de
delação com Costa, foram contrários à liberação da de-
lação – que pode ser compartilhada no futuro. Na dela-
ção, Paulo Roberto Costa entregou o nome de pelo me-
nos 25 deputados federais, oito senadores, três gover-
nadores e um ministro de Estado. Sérgio Moro, no en-
tanto, autorizou o compartilhamento do depoimento da
contadora Meire Pozzo, que trabalhou para o doleiro
Alberto Youssef, para a CPI da Petrobras. A contadora
relatou que Youssef recebeu de empreiteiras por servi-
ços de consultoria por serviços que não prestou.
Mesmo assim...
Apesar da negativa ontem do juiz Sérgio Moro, da
13 º Vara Federal de Curitiba, o presidente da CPMI da
Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB), não desistiu
de ter acesso a delação premiada feita pelo ex-diretor
de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Rêgo tem reunião marcada para hoje a tarde com o mi-
nistro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavas-
cki e com o procurador-geral da República, Rodrigo Ja-
not. A reunião será realizada no prédio do STF, em Bra-
sília, e será intermediada pelo presidente do Supremo,
ministro Ricardo Lewandowski. O presidente da CPMI
vai reforçar o pedido de acesso às informações da dela-
ção premiada que o ex-diretor está fazendo à Justiça
Federal do Paraná, no âmbito da operação Lava Jato.
Candidato a deputado estadual paga
conta de baladeiros em troca de voto
Um candidato a deputado estadual tem concentra-
do o trabalho da campanha política nos bares e boates
de Curitiba. É lá que o jovem candidato tempedido voto.
A forma é um pouco estranha de fazer campanha. Ele
chega cercado de assessores, aborda os frequentadores
de bares e boates e dizem que vai pagar a conta deles.
Em troca, pede o voto. Muitos jovens têm embarcado na
campanha do candidato a uma vaga na Assembleia
Legislativa. Outros, claro, aproveitam a noite para be-
ber de graça – à custa do candidato. Dizem que vão vo-
tar, bebem na balada e no dia seguinte conversam sobre
o “jovem candidato bobo” que têm pagado bebida.
Felipão pedindo voto para
candidato a deputado gaúcho
Mesmo depois do fiasco na Copa do Mundo do Bra-
sil, quando a seleção brasileira perdeu por 7 a 1 para a
Alemanha, o técnico Felipão parece ter crédito com a
população – pelo menos no Rio Grande do Sul. Felipão
apareceu no horário eleitoral pedindo votos para o ex-
jogador Jardel que é candidato a deputado estadual. Na
gravação, o ex-técnico da seleção brasileira diz que Jar-
del será “um grande deputado” e fará “muitos gols” a
favor do Estado.
BEM
PARANÁ
4
Política
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 23 DE SETEMBRO DE 2014
Narley Resende
A candidata do PSB à pre-
sidência da República, Mari-
na Silva, desembarca hoje em
Curitiba pela primeira vez
nesta campanha sem um pa-
lanque definido no Estado. A
ex-ministra do Meio Ambien-
te estará na Capital parana-
ense ao lado do vicem Beto
Albuquerque (PSB) para uma
reunião com lideranças co-
munitárias e do agronegócio,
mas não está prevista a parti-
cipação de nenhum candida-
to ao governo. A visita está
sendo organizada pelo ex-
prefeito de Curitiba e candi-
dato a deputado federal, Lu-
ciano Ducci (PSB).
Marina deve participar
apenas do evento público da
campanha no Espaço Torres,
no bairro Jardim Botânico, a
partir das 9h30 e depois se-
gue para Santa Catarina. Já o
candidato à vice Beto Albu-
querque participa de um café
da manhã, às 8 horas, com li-
deranças do setor do agrone-
gócio paranaense, no Hotel
Radisson, em Curitiba.
Assembleia confirma indicação
A Assembleia Legislativa
referendou ontem, por unani-
midade, a indicação do audi-
tor Ivens Zschoerper Linha-
res para conselheiro do Tribu-
nal de Contas do Estado, na
vaga aberta com a aposenta-
doria de Caio Márcio Noguei-
ra Soares. A indicação feita
pelo governador Beto Richa
(PSDB) com base em lista trí-
plice elaborada pelo próprio
TCE foi aprovada com os vo-
tos de todos os 40 deputados
presentes à sessão.
Apenasocandidato falouda
tribuna, expondo seu currículo
profissional e algumas de suas
ideias sobre as prioridades do
tribunal. Como nenhumparla-
mentar se inscreveu para usar
a tribuna, o presidente Valdir
Rossoni (PSDB) indicou os de-
putados Ademar Traiano
(PSDB) eEltonWelter (PT) para
a fiscalização da urna e do es-
crutínio dos votos, que ocorreu
logo em seguida. Anunciado o
resultado, Rossoni leu e colo-
cou em votação o projeto de
decreto legislativo nº 14/2014,
formalizando a eleição.
Antes da votação no ple-
nário, Linhares foi sabatina-
do pelos membros da Comis-
são Especial designada para
coordenar o processo. teve
dez minutos para falar sobre
Tribunal de Contas
a experiência adquirida ao
longo de sua vida profissional
e, especialmente, nos quase
dez anos de atividade na cor-
te estadual de contas.
Ele defendeu a participa-
ção no tribunal como orienta-
dor na estruturação dos muni-
cípios e das entidades sujei-
tas à prestação de contas, a
aplicação de sanções corres-
pondentes à gravidade das
infrações cometidas, e a inte-
ração entre o TCE e a Assem-
bleia Legislativa, uma vez que
ambos estão incumbidos de
função fiscalizadora. Defen-
deu também o estímulo à rea-
lização de concursos públicos
que permitam o fortalecimen-
to e a especialização dos qua-
dros funcionais, agregando
eficiência ao seu desempenho.
Rusch, Romanelli e Welter
abordaram a questão das mul-
tas aplicadas às prefeituras,
que acabaram gerando recen-
temente uma representação
da Associação dos Municípi-
os do Paraná. Reforçando a
necessidade da apresentação
de extratos na prestação de
contas, o auditor admitiu que
é necessário compatibilizar as
carências dos municípios com
as dificuldades para o preen-
chimento das lacunas. Como
exemplo, citou o caso da saú-
de, onde as prefeituras vem
enfrentando sérios obstáculos
para atrair profissionais espe-
cializados. “Mais do que pu-
nir, o grande desafio do tribu-
nal é orientar”, afirmou ele,
apontando que muitos dos
pequenos municípios sofrem
com a falta de estrutura técni-
ca para gerir seus orçamentos.
Albuquerque deve apre-
sentar propostas de governo
aos empresários e o governa-
dor Beto Richa (PSDB), candi-
dato à reeleição, que é apoia-
do oficialmente pelo PSB, não
deve se encontrar com os pre-
sidenciáveis do partido. Richa
já tinha compromisso marca-
do em Londrina (região Nor-
te) e não cogitou cancelar a
agenda para dividir palanque
comMarina ou seu vice. Nem
mesmo Ogier Buchi (PRP),
cujo partido apoia oficialmen-
te Marina na disputa presi-
dencial, deve aparecer no
evento.
O candidato do PRP disse
que o partido não comunicou
que Marina viria e ele não te-
ria sido convidado oficial-
mente ao evento. Buchi está
em Ponta Grossa, nos Cam-
pos Gerais, para entrevistas
com rádios da cidade. “Não
vou deixa de fazer votinho
em Ponta Grossa”, desdenha.
A Rede Sustentabilidade e o
ex-prefeito de Curitiba forma-
lizaram convites à imprensa
e lideranças locais. “Quer di-
zer que ela veio a convite do
Luciano Ducci, é?”, ironizou
Buchi.
Quem promete apoio in-
condicional à Marina no Pa-
raná é o candidato do PTC ao
governo, Tulio Bandeira. Ele
oficializou seu apoio à presi-
denciável no início de setem-
bro, durante um evento de
lançamento do seu Programa
de Governo em São Paulo e
garantiu presença no ato de
Marina em Curitiba. O PSB
não confirma o apoio.
O coordenador da campa-
nha de Marina e presidente
do PSB no Paraná, Severino
Araújo, não quis comentar a
ausência de candidatos ao
governo no evento emCuriti-
ba. Segundo ele, “muitos”
partidos da coligação têmopi-
niões diferentes sobre a can-
didata no Paraná. O próprio
PSB tem conflitos internos
quanto ao apoio à candidata
do partido. “O Carlos Andra-
de é o coordenador da cam-
panha pelo PSB, mas ele não
é o coordenador da Marina
aqui; ele não aceita”, revela.
Carlos Andrade afirma
que não há outros encontros
Ogier Buchi: PRP apoia Marina, mas candidato ao governo não foi convidado
Franklin de Freitas
Divulgação
na agenda de Marina porque
ela tem outros compromissos
e a reunião do vice com em-
presários foi um “encaixe” na
agenda dele. Marina Silva
deve chegar no evento às 9h30
e partir para Santa Catarina
antes do meio dia. A presi-
denciável segue para o Rio
Grande do Sul ainda hoje no
final da tarde.
Neutralidade —
Antes da
morte do ex-governador de
Pernambuco e candidato à
presidência Eduardo Cam-
pos, Marina já havia dito que
não apoiaria a candidatura do
governador Beto Richa no Pa-
raná. Já o Beto Albuquerque
participou do programa elei-
toral de Beto Richa (PSDB) e
declarou o apoio do partido à
reeleição do tucano. O apoio
do PSB a Richa foi articulado
pelo ex-governador de Per-
nambuco, Eduardo Campos,
então candidato do partido à
Presidência, que acabou sen-
do substituído por Marina
após morrer em acidente de
avião. Como previsto, Marina
deve ficar neutra nas eleições
para o governo no Paraná.
TSE
Voto
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE)
divulgou ontem que o
eleitor deve levar em
média um minuto e
14 segundos para
votar na urna
eletrônica. A
estimativa leva em
conta desde o
momento em que o
eleitor se apresenta
ao mesário e vai à
cabine de votação
até o último voto na
urna eletrônica. No
dia 5 de outubro,
serão eleitos
deputados estaduais
e federais,
senadores,
governadores e o
presidente da
República.
A estimativa do TSE
foi baseada no tempo
gasto pelo eleitor
para votar nas
eleições gerais de
2010. Para agilizar a
votação, o tribunal
recomenda a
utilização de um
papel para anotar o
número dos
candidatos. A cola
está disponível na
página do TSE.
(http://
www.tse.jus.br)
Ivens Linhares: maior desafio do TCE é orientar
Valquir Aureliano
“O Carlos Andrade é
o coordenador da
campanha pelo PSB,
mas ele não é o
coordenador da
Marina aqui; ele não
aceita”.
do presidente do PSB do
Paraná, Severino Araújo