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BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2015
POLÍTICA EM DEBATE
Josianne Ritz | Com a colaboração dos editores do BEMPARANA |
Ivan Santos
O governador Beto Richa
(PSDB) encaminhou ontem à
Assembleia Legislativa, pro-
posta que prevê reajuste sa-
larial de 12,12% para os servi-
dores públicos estaduais, par-
celado em quatro vezes. Se-
gundo o projeto, os 3,45% re-
lativos às perdas da inflação
de maio a dezembro de 2014
seriam pagos entre setembro
e novembro deste ano. Já a
inflação de 2015, estimada em
8,37%, seria paga em parcela
única em janeiro de 2016. A
proposta foi costurada pela
base do governo na Assem-
bleia como forma de tentar por
fim à greve de professores,
que já dura mais de um mês,
e atinge também outras cate-
gorias. A APP Sindicato, po-
rém, já indicou que dificilmen-
te aceitará a fórmula, pois con-
tinua exigindo a reposição já
dos 8,17% da inflação anual.
Oprojetoprevê amudança
da data-base dos servidores de
maio para janeiro. “Esperamos
que todos compreendam o es-
forço que estamos fazendo. O
índice que estamos propondo
é o maior do País e está sendo
possível porque a solução foi
construída em conjunto”, afir-
mou o governador durante a
Governo propõe 3,45%
em2015e8,37%em2016
Pagamento de reajuste seria entre setembro deste ano e janeiro do ano que vem
reunião comos deputados. De
acordo com o líder da bancada
governista, deputado Luiz
Cláudio Romanelli (PMDB), o
projeto deve ser votado em 20
a 25 dias. “A minha proposta
original era de pagamento dos
3,45%emmaio, mas o governo
não tem dinheiro de fazer esse
pagamento agora, porque ain-
da temque pagar os R$ 260mi-
lhões de progressões e promo-
ções para os professores nego-
ciados na greve de fevereiro”,
explicou.
Inicialmente, o governo
havia anunciado que iria pro-
por um reajuste de 5%, par-
celado em duas vezes, e que
as negociações com o funcio-
Franklin de Freitas
nalismo estavam encerradas.
Temendo um novo confronto
com os servidores, a base go-
vernista no Legislativo se re-
cusou a votar a proposta, e
passou a buscar alternativas
para garantir a reposição das
perdas inflacionárias. Para
ajudar o Executivo a obter re-
cursos para o aumento, a As-
sembleia abriu mão de R$ 87
milhões do repasse de verbas
a que tem direito. O valor vai
reduzir o impacto do aumen-
to no caixa do Tesouro esta-
dual, que deve gastar R$ 200
milhões a mais neste ano com
a aplicação do reajuste.
“Esta é a melhor opção em
função da crise pela qual pas-
sa o Estado e o País”, avaliou
o presidente da Assembleia,
deputado Ademar Traiano.
Ele destacou que a interven-
ção dos deputados foi funda-
mental para uma solução para
o reajuste dos servidores.
Aexpectativa do governo é
de que com essa proposta, a
greve dos professores e demais
categorias seja encerrada. “Se
os professores não aceitarem,
não encerra a greve e a Assem-
bleia não vota. Vamos ficar em
um impasse”, disse Romanelli.
Imoral -
A APP Sindicato
– que representa os professo-
res – classificou a proposta de
“imoral”. Segundo a entidade,
com a medida, cada servidor
irá perder, ao longo do ano, o
equivalente a metade de um
salário atual. Uma professora
que recebe R$ 1.300,00 por
mês perderá, ao final de 2015,
cerca de R$ 650,00, diz o Sin-
dicato. “A APP não concorda
com a proposta. A defesa da
entidade e dos demais sindi-
catos de servidores continua
de reposição da inflação do
período, que é 8,17%, em par-
cela única”, afirmou o presi-
dente da entidade, professor
Hermes da Silva Leão.
Beto Richa: “Índice que propomos é o maior do País”
Frota
A empresa Locadora de Veículos Santa
Cruz venceu licitação para aluguel de veícu-
los para a Câmara Municipal de Curitiba, com
o valor final de R$ 1,086 milhão. Segundo a
direção da Casa, o valor é 34% mais barato
que o contrato atual, que custou R$ 1,653 mi-
lhão no último ano. A economia será de R$
567 mil Pelo valor, a locadora se compromete a
fornecer durante um ano 50 veículos para a
Câmara, sendo 49 carros de passeio e uma
van, todos zero quilômetro, com o seguro e a
manutenção incluída no montante. Os mode-
los ainda serão definidos. Para carros, as op-
ções são: Fiat/Palio, Volkswagen/Gol ou Re-
nault/Sandero. Para a van, Fiat/Ducato, Ci-
troën/Jumper ou Peugeot/Boxer. Dezessete em-
presas participaram da concorrência.
Pregão
O contrato atual foi firmado em 2011 com
a Auto Mercantil Veículos, pelo valor inicial de
R$ 1,524 milhão (contrato 7/2011). De lá para
cá, a Câmara Municipal renovou três vezes
consecutivas o acordo coma empresa, por meio
de aditivos contratuais. O último, assinado em
19 de maio do ano passado, expirou neste mês.
A firma disputou o pregão presencial.
Crise
Os secretários municipais das Finanças,
Eleonora Fruet, e de Planejamento, Fábio Sca-
tolin, apresentaram ontem balanço financeiro
dos primeiros quatro meses do ano da prefei-
tura de Curitiba, culpando a crise econômica
do País pela diminuição da capacidade de in-
vestimento do município. No período, as con-
tas da prefeitura tiveram um superávit de R$
495,8 milhões, com despesas de R$ 1.990,8 bi-
lhão, e receitas de R$ 2,486 bilhões.
Devolução
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná
(TCE-PR) julgou irregulares as prestações de
contas dos ex-presidentes da Câmara de Cam-
po Largo em 2006, Marcelo Puppi e Jorge
Júlioem.por recebimento acima do valor devi-
do na remuneração e despesas impróprias com
alimentação. Os 13 vereadores da época terão
de devolver R$ 108,3 mil.
“Não faço papel de
palhaço”, diz Traiano
Desabafo
sição na busca por um acor-
do entre o funcionalismo e o
governo. “Emum esforço de
até enfrentamento do gover-
no para chegar a uma solu-
ção. O governo disse: ‘então
vamos fatiar isso para que a
gente possa cumprir’. É cla-
ro, 3,45% é coisa muito pe-
quena para ser discutido.
Não sou homem de mandar
recado. Não vamos insuflar
mais ainda. A quem interes-
sa ficar criando esse impas-
se?”, questionou.
Os parlamentares de
oposição responderam afir-
mando que desde o início
deixaram claro que qualquer
acordo dependeria da con-
cordância do Fórum das En-
tidades Sindicais – que re-
presentam os servidores. “É
uma proposta de quem está
apostando na continuidade
da greve e no desgaste dos
servidores”, disse Veneri.
O presidente da Assem-
bleia Legislativa, deputado
Ademar Traiano (PSDB), se
irritou ontem com as críticas
dos deputados da bancada
de oposição à nova proposta
do governo de reajuste do
funcionalismo. Traiano recla-
mou que a proposta foi cons-
truída com a sua ajuda de-
pois que os próprios parla-
mentares oposicionistas pe-
diram sua intervenção junto
ao governo para que fosse
encontrada uma soluçãopara
o impasse entre o Executivo
e os servidores públicos.
O tucano disse ter sido
procurado pelos deputados
Maurício Requião Filho
(PMDB), Péricles de Mello
(PT), José Aparecido Lemos
(PT), e pelo líder da oposi-
ção, Tadeu Veneri (PT), para
que intercedesse junto ao
Palácio Iguaçu.
“Fui o governo, fiquei por
duas horas e meia conver-
sando com toda equipe. Isso
sem sequer ter consultado
deputado (líder do governo,
Luiz Cláudio) Romanelli.
Não sou homem de falar
aqui o que não poso assu-
mir. Implorei uma solução.
O que era possível. Tenho
testemunhas. Não estou fa-
lando nada que não seja ver-
dade. Esse presidente não
vai fazer papel de palhaço”,
queixou-se.
Ele criticou o que consi-
dera intransigência da opo-
“Não sou homem
de falar aqui o
que não posso
assumir. Implorei
uma solução. O
que era possível.
Tenho
testemunhas”.
do presidente da
Assembleia,
deputado Ademar
Traiano (PSDB)
MAIS
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Risos
O petista também cobrou uma postura
crítica de Galdino diante das ações do
PSDB. “Gosta tanto de falar do PT,
deveria também falar dos percalços
que atingem o seu partido e fazer a
defesa dos professores que foram
massacrados há alguns dias; mas você
se cala. Preocupa-se apenas com
peripécias e passa pouca seriedade,
mas aqui na casa, poucos ouvem-no,
apenas riem”, disse o vereador.
Ameaça
Galdino rebateu, acusando Pedro
Paulo de fazer “declarações
lunáticas” para desqualificá-lo,
dizendo que ele seria “ignorante” e
não sabe ler um projeto. “Sei de
coisas do vereador, mas por enquanto
vou ficar quieto. Não quero entrar na
vida particular do vereador Pedro
Paulo, o vereador petista. Aquele que
tenta me desqualificar é quem tem
culpa no cartório”, ameaçou.
Bate boca
Os vereadores
Pedro Paulo (PT)
e Professor
Galdino (PSDB)
bateram boca na
sessão de ontem
da Câmara
Municipal de
Curitiba. O
petista criticou
o colega por
usar palavrões ao
discursar na
tribuna da Casa.
No início do mês, Galdino retrucou as críticas
de parlamentares ao governo Beto Richa, em
razão do confronto entre polícia e servidores,
no Centro Cívico, no último dia 29, usando a
expressão: “amigo é amigo, filho da puta é
filho da puta”. “Isso poderia ter sido notícia
no Brasil inteiro, porque alguém que é
representante da população, utilizar o
microfone para repetir palavras de calão.
Como um professor se utiliza deste artifício?”,
questionou Pedro Paulo ontem.
Franklin de Freitas
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