BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2015
Ivan Santos
O deputado estadual Pas-
tor Edson Praczyk (PRB) –
presidente do Conselho de
Ética da Assembleia Legisla-
tiva – negou hoje ter mantido
funcionários “fantasmas” em
seu gabinete, como apontou
ontem reportagemda RPC TV
a partir de investigação do
Ministério Público. Segundo a
denúncia, uma funcionária de
seu gabinete, de nome Mi-
cheli Borges da Silva, contro-
laria contas bancárias de es-
posas de pastores da Igreja
Universal do Reino de Deus
através de procurações. As
supostas irregularidades teri-
am acontecido entre 2001 e
2003, durante o primeiroman-
dato do parlamentar.
Atualmente, essa funcio-
nária estaria lotada no gabi-
nete da 3ª Secretaria da As-
sembleia, comandada pelo
deputado Adelino Ribeiro
(PSL), com salário mensal de
R$ 10 mil. Ainda de acordo
coma reportagem, Micheli Sil-
va teria procurações que per-
mitiriam a ela “solicitar extra-
tos, conferir saldos e juros,
depositar e sacar qualquer
quantia” das contas de servi-
dores comissionados do gabi-
nete do parlamentar.
Praczyk alegou que outra
funcionária que ocupava car-
go em comissão em seu gabi-
nete, mas atuava como agen-
te político de seu mandato no
Praczyk nega ter
mantido “fantasmas”
Presidente do Conselho de Ética da Assembleia alega contratadas trabalhavam
interior do Estado teria feito a
procuração em nome de Mi-
cheli Silva para facilitar a ob-
tenção de cartões de crédito e
talões de cheque. “Essa fun-
cionária (Micheli) não geren-
ciou conta de ninguém”, afir-
mou. “Micheli nunca foi fun-
cionária fantasma. Ela foi re-
manejada para a 3ª secretaria
em 10 de abril deste ano por-
que nós formamos um bloco.
E os deputados que compõem
esse bloco indicaram os funci-
onários para a 3ª secretaria. Eu
indiquei dois. Não há nada de
irregular nisso. Ela (Micheli)
presta assessoria a mim e ao
bloco também”, disse.
Odeputado – que é pastor
da Igreja Universal – confir-
mou ter contratado esposas de
Praczyk (PRB): “Micheli nunca foi ‘fantasma’”
Franklin de Freitas
pastores e “obreiros” da igreja
para cargos de confiança. “Co-
loquei pessoas de minha con-
fiança, da minha igreja. Todas
trabalhavam e recebiam nor-
malmente pelo que recebiam”,
garantiu ele, que prometeu
colocar seu sigilo bancário à
disposição da Justiça para pro-
var que não ficou com os salá-
rios desses servidores.
Praczyk atribui a acusação
a uma “denúncia encomen-
dada”, oriunda de outro ex-
funcionário dele que teria atu-
ado como “informante”, e que
era responsável por todas as
contratações e exonerações de
seu gabinete. “Tive que exo-
nerá-lo porque parece que ele
contratou amãe, esposa, irmã,
cunhada. E parece que esta-
va mancomunado em uma
negociação de ‘barriga de alu-
gue’”, acusou.
Caso Justus -
Oparlamen-
tar também disse que se for
necessário, coloca à disposição
da Assembleia seu cargo de
presidente doConselho de Éti-
ca. Praczyk negou ter respon-
sabilidade na decisão do órgão
que arquivou denúncia contra
o deputado Nelson Justus
(DEM), acusado pelo Ministé-
rio Público de comandar um
esquema de desvio de salários
de funcionários “fantasmas”
quando presidiu o Legislativo
entre 2007 e 2010. “Eu não ino-
centei ninguém. Não tenho
esse poder. Fiz tudo dentro do
regimento interno. Eu sequer
voto”, argumentou.
“
“Coloquei pessoas
de minha
confiança, da
minha igreja.
Todas
trabalhavam e
recebiam
normalmente pelo
que recebiam”.
do deputado estadual
Pastor Edson Praczyk
(PRB)
“Resposta é trabalhar”,
diz Richa sobre ataques
Sob ataque
berá, ao seu tempo, distin-
guir o certo do errado, a ver-
dade da mentira, o justo do
injusto”.
A campanha de desgas-
te ao governo, segundo Ri-
cha, serve para desviar o foco
dos escândalos e denúncias
que tomam conta do cená-
rio nacional e que envergo-
nham os brasileiros. “No ce-
nário nacional, o Brasil as-
siste perplexo ao drama do
desrespeito aos valores re-
publicanos. E ao serem pe-
gos em flagrante, buscam
agora des-
viar o foco.
Tentam nos
a r r a s t a r
para o mar
de
lama
onde eles se
e n c o n -
tram”, afir-
mou. “Na
ânsia de me
atingir, ata-
cam até mesmo a minha
mulher, agridem a decência,
a ética e o respeito”, alegou.
Richa falou da desacele-
ração da economia nacional
e explicou que o governo
estadual se baseou em da-
dos federais para fixar me-
tas, definir prioridades e pro-
jeções orçamentárias para
2015. “Fomos traídos em
nossa confiança, acreditan-
do que os dados oficiais ser-
vissem para revelar a verda-
de de um país promissor e
não para ocultar contas ma-
quiadas”, argumentou. O
governador disse que o Pa-
raná não é uma ilha e tam-
bém foi afetado pela crise.
Ogovernador Beto Richa
(PSDB) voltou a afirmar on-
tem que o Paraná é maior do
que todas as crises e que o
Estado não ficará parado em
função do que classificou
como insultos e baixarias
“contra o governo, a mim e a
minha família”. Ele disse
ainda que “contra os ataques
e armações, nossa resposta
será trabalhar, trabalhar e
trabalhar”.
Desde a semana passa-
da, o governador vem atri-
buindo a onda de más notí-
cias
que
atinge sua
administra-
ção a um
s u p o s t o
“ c omp l ô ”
do PT para
abafar os
escândalos
da Petro-
bras e do
mensalão.
Ele também apontou que a
greve dos professores, que
culminou no confronto en-
tre policiais e manifestantes
no Centro Cívico, no último
dia 29, durante a votação
pela Assembleia Legislativa
das mudanças no plano de
aposentadoria dos servido-
res, que acabou em mais de
200 feridos, à ação de adver-
sários políticos para desgas-
tá-lo.
“Nosso governo não será
lembrado pelas calúnias dos
nossos adversários. O nosso
governo será lembrado no
futuro como uma referência
de trabalho e de eficiência”,
disse Richa. “O Paraná sa-
Governador
culpa
adversários
políticos por
onda de notícias
negativas contra
sua gestão