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BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2016
PMDB do Paraná decide
rumo do partido emmarço
Convenção deve definir se sigla permanece na base de apoio de Beto Richa ou vai para a oposição
POLÍTICA EM DEBATE
Josianne Ritz | Com a colaboração dos editores do BEMPARANA |
Japonês da Federal
Pré-candidato à prefeitura de Curitiba, o presidente do PSD da
Capital e deputado estadual
Ney Leprevost
, recebeu para um
churrasco em sua casa em Guaratuba (Litoral do Estado), durante o
Carnaval, o agente da Polícia Federal, Newton Ishii, que ficou
conhecido como “o Japonês da Federal”, por sua atuação na
operação Lava Jato. O encontro, divulgado por Leprevost nas redes
sociais, suscitou especulações de que o policial estaria sendo
convidado a concorrer às eleições deste ano pelo PSD.
Paraná foi o único
a ter aumento
Receita
O Paraná foi o único
estado brasileiro a ter au-
mento de receita em 2015.
O levantamento foi divul-
gado ontem pelo jornal O
Estado de São Paulo, a par-
tir de dados publicados no
fim de janeiro pelos gover-
nos estaduais. Segundo o
resultado, em todo o País a
queda de receita registra-
da em 2015, em termos re-
ais, foi amaior dos dez anos
anteriores - superior até a
ocorrida em 2009, quando
o país sofreu os efeitos da
crise internacional nos Es-
tados Unidos. A receita cor-
rente líquida dos 25 gover-
nos que já publicaram seus
dados—somente os da Pa-
raíba e do Rio Grande do
Norte ainda não o fizeram
— caiu 4,2%, no acumula-
do de 2015, em relação ao
ano anterior.
Os valores se referem à
variação real, ou seja, fo-
ram corrigidos pela infla-
ção para permitir compa-
rações. São Paulo, o maior
Estado do país em termos
econômicos e populacio-
nais, enfrentou uma que-
da real de receita de 6,5%,
a sétima mais significativa
no ranking das perdas. No
outro extremo, o Paraná
conseguiu ampliar seu bolo
de recursos em 2,5% em
termos reais, ou seja, aci-
ma da variação da inflação.
Divulgação
Ivan Santos
Depois de assumir o co-
mando do PMDB do Paraná,
no final do ano passado, o gru-
po do senador Roberto Re-
quião quer agora levar o par-
tido de vez para a oposição ao
governo Beto Richa. Para isso,
a direção estadual da sigla
prepara uma convenção para
março, onde pretende colocar
em votação a manutenção do
apoio da legenda ao governo,
ou o rompimento definitivo da
sigla com a administração Ri-
cha. O objetivo é isolar os de-
putados estaduais que man-
têm fidelidade ao governador
na Assembleia Legislativa, e
preparar o caminho para que
a legenda assuma um discur-
so oposicionista nas eleições
municipais de 2016, e na dis-
puta estadual de 2018.
O PMDB paranaense está
dividido entre a ala requianis-
ta e o grupo do ex-governa-
dor Orlando Pessuti – nomea-
do por Richa para uma cargo
de diretor do Banco Regional
de Desenvolvimento do Ex-
tremo Sul (BRDE) – que inclui
o líder do governo na Assem-
bleia, deputado Luiz Cláudio
Romanelli. Dois oito parla-
mentares peemedebistas no
Legislativo, cinco votam com
o governo: além de Romane-
lli, Artagão Júnior, Alexandre
Curi, Jonas Guimarães e Ade-
mir Bier. Outros três fazem
oposição ao Executivo: o líder
da bancada peemedebista,
Nereu Moura; Maurício Re-
quião Filho, filho do senador;
e Anibelli Neto.
No último dia 28, a Exe-
cutiva Estadual do PMDB
aprovou resolução que prevê
que qualquer coligação nas
eleições municipais deste ano
precisa ser aprovada pela di-
reção da sigla – comandada
por Requião – mesmo que o
partido tenha a “cabeça de
chapa” - ou seja, tenha o can-
didato a prefeito. A determi-
nação foi mais uma passo na
estratégia do grupo requianis-
ta para isolar os aliados do
governo, em especial os de-
putados estaduais. Com a me-
dida, os parlamentares per-
dem o controle sobre as alian-
ças que serão formadas para
as disputas nos municípios de
suas bases eleitorais, tendo
que passar pelo crivo da cú-
pula da sigla. Além disso,
muitos diretórios comandados
por aliados do governo estari-
am sendo ameaçados de dis-
solução.
No ano passado, a direção
estadual peemedebista já ha-
via tentado proibir filiados a
ocuparem cargos no governo,
excluindoRomanelli da Execu-
tiva. Oparlamentar conseguiu
reverter a decisão na Justiça.
Mas apesar de afirmar preten-
der permanecer no PMDB, o
líder governista admitiu que
estaria negociando comoutros
partidos, como o PSB.
Há duas semanas, Re-
quião recebeu o vice-presi-
dente da República, Michel
Temer, e prometeu que o
PMDB do Paraná apoiará sua
reeleição para a presidência
nacional do partido, na con-
venção de março. Com isso,
garantiu também que Temer
e a cúpula nacional da sigla
se manterá neutra na briga
entre seu grupo e a ala go-
vernista.
Popularidade -
O líder do
PMDB na Assembleia aposta
que se for a voto, a aliança com
BetoRicha será rompida, já que
após os episódios motivados
pelo ajuste fiscal, no ano pas-
sado, que culminaramno con-
fronto entre policiais e servi-
dores grevistas, no Centro Cí-
vico, em 29 de abril, commais
de 200 feridos, a popularida-
de do governador caiu e com
isso, ganhou força na legenda
a percepção de que é preciso
um discurso de oposição para
voltar a ter competividade
eleitoral. “O PMDB só vai so-
breviver se opondo a esse go-
verno”, avaliaMoura. Já o gru-
po governista diz que é cedo
para qualquer mudança de
postura, já que ainda falta
muito tempo para as eleições
de 2018 e o cenário é de insta-
bilidade.
Nereu Moura: PMDB tende a ir para a oposição
Roçada
Os vereadores de Curitiba enca-
minharam 766 requerimentos à pre-
feitura em janeiro, segundo levan-
tamento da assessoria da Câmara
Municipal. Assinadas por 27 dos 38
vereadores, as proposições tratamde
reivindicações como pavimentação,
roçada, limpeza de áreas, desratiza-
ção, iluminação pública, sinalização
viária, segurança, esporte e lazer.
Berçários
Uma das questões que mais pre-
ocupam os parlamentares é o fecha-
mento de turmas de berçário emCen-
tros Municipais de Educação Infantil
(CMEIs). A medida foi questionada
em pedido de informações do verea-
dor Valdemir Soares (PRB), que per-
guntaou se as crianças matriculadas
até 2015 tiveram as vagas garantidas
e se poderão ser firmados convênios
com creches particulares, para aten-
der a demanda. “Como será feito o
atendimento da fila de espera e de
novos inscritos emtoda Curitiba, con-
à prisão o ex-presidente nacional e
fundador da legenda, José Dirceu, e
o tesoureiro João Vaccari, o clima não
está propício para comemorações.
Troca de comando
Opresidente do Tribunal Superi-
or Eleitoral, ministro Dias Toffoli, es-
tará em Curitiba, amanhã. Ele vem à
Capital do Estado para a posse da
nova direção do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE/PR). Serão empossa-
dos, na ocasião, o desembargador
Luiz Fernando Tomasi Keppen, na
Presidência, e o desembargador Adal-
berto Jorge Xisto Pereira, na Correge-
doria e vice-presidência do órgão.
Piso
AAPP-Sindicatopromoveamanhã
entrevista coletivapara apresentar sua
pauta de reivindicações para 2016. O
calendário da categoria prevê mobili-
zação em março, com paralisação no
dia 17, em que pretende cobrar rea-
juste de 7,75%, para implantação do
novo piso nacional dos professores.
Valquir Aureliano
siderando a necessidade de trabalho
dos pais?”, pergunta Soares.
Sembrinde
Fundado em 10 de fevereiro de
1980, em São Paulo, o Partido dos Tra-
balhadores completou ontem 36 anos,
sem grandes comemorações. Entre as
poucasliderançasdopartidoquesema-
nifestarampublicamente estão a sena-
doraparanaenseGleisiHoffmann, que
destacouemtextonas redes sociais que
“como qualquer organização humana
(o PT) cometeu erros, mas seu legado,
sua importância para o sistema parti-
dáriobrasileiro, para ademocracia, são
inquestionáveis”.
Embranco
A página oficial do PT paranaen-
se na internet não trazia ontem qual-
quer menção ao aniversário do parti-
do. Ao que parece, com a sigla envol-
ta na maior crise de sua história, mo-
tivada pelas denúncias de desvio de
recursos da Petrobras, investigadas
pela operação Lava Jato, e que levou
Amigos
Leprevost fez questão
de assegurar que o
encontro foi
meramente festivo, sem
nenhuma conotação
política. “O Newton é
uma pessoa que admiro
e que minha família
tinha o desejo de
conhecer. Confio muito
em toda Polícia Federal
e seus membros serão
sempre bem vindos em
meio ao nosso grupo de
amigos”, afirmou o
parlamentar.
A Executiva
Estadual do
PMDB aprovou
resolução que
prevê que
qualquer
coligação nas
eleições
municipais passe
pela direção do
partido.
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