BEM
PARANÁ
11
Tecnologia
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2016
A paranaense Encontre um Nerd, por exemplo, atende 600 chamados por dia
PONTOCOM
Josianne Ritz |
Enquanto as lojas de vare-
jo amargam sucessivas quedas
nas vendas, fabricantes de
smartphones dão adeus aos
dias de recordes de aparelhos
comercializados emontadoras
de veículos anunciam demis-
sões em massa no Brasil, um
outro conjunto de empresas
brasileiras nacionais multipli-
ca o número de clientes, atrai
o interesse de investidores e
vislumbra 2016 como um ano
de grandes oportunidades de
crescimento. Para startups de
tecnologia, a crise econômica
não está encolhendo os negó-
cios. Ao contrário, ela é a gran-
de responsável por multiplicar
a demanda por produtos ou
serviços e atrair investidores
interessados em ganhos de
longo prazo.
O ano de 2015, por exem-
plo, foi o pior da história para a
indústria de computadores. De
acordo com a consultoria IDC,
onúmerodePCs vendidos caiu
Cinco dicas para pais sobre
internet mais segura
Ainda que tenha sido "abafado" pela euforia do Car-
naval, o Dia da Internet Mais Segura, na última terça-
feira, propõe uma reflexão sobre os perigos das más prá-
ticas online, bem como sobre o uso seguro e responsável
das tecnologias. Com o tema "Faça sua Parte por uma
Internet melhor", Antigone Davis, chefe de segurança
global do Facebook, ressalta o "importante papel dos pais"
em tornar o ambiente virtual um lugar mais seguro para
os filhos. Vejam as dicas da mestra
1. Traga para o mundo virtual a experiência do
mundo real
Busque aplicar as mesmas regras que usa com o seu
filho offline no mundo online. O ideal é estabelecer os
limites na compra do primeiro dispositivo móvel.
2. Lembre-se: seus filhos vão "fazer o que você
faz, não o que você diz"
Tente ser um bom exemplo. Se você estabelece restri-
ções sobre quando o seu filho pode usar as redes sociais
ou ficar online (exemplo: nada de mandar mensagem
depois das 22h), ter o mesmo comportamento faz uma
grande diferença.
3. Interaja com seus filhos o quanto antes
Os pais devem interagir com seus filhos logo que eles
estrearem nas mídias sociais, adicionando-os logo que
eles entrarem no Facebook ou seguindo-os no Instagram
logo que criarem uma conta.
4. Aproveite momentos chave
Existem bons momentos para ter essas conversas:
quando eles ganham o primeiro celular (é bom para es-
tabelecer regras básicas), quando o seu filho faz 13 anos
e atinge a idade mínima para entrar no Facebook.
5. Peça para os seus filhos te ensinarem
Descubra com ele o que é streaming de música. Peça
ajuda para baixar algum programa.
A campeã no Facebook
Se dependesse de comentários no Facebook, a Vai-
Vai seria a vencedora do Carnaval 2016 de São Paulo. A
escola de samba, que conseguiu seu 15º título em 2015 e
alcançou o 4º lugar este ano, foi a mais debatida pelos
usuários da rede social entre os dias 5 e 8 de fevereiro.
Na segunda posição do ranking, apareceu a Unidos do
Peruche (12º lugar na classificação oficial), seguida da
Sociedade Rosas de Ouro (10º lugar), Mocidade Alegre
(2º lugar) e Gaviões da Fiel (7º lugar).
Bizarrice na rede
Biblioteca de Apps
Mashups de fotos
Mashups sensacionais de fotoswww.toxel.com/
inspiration/2016/02/04/combo-photo-mashups/
Startups brasileiras
conseguemdriblarcrise
Elas são mais dispostas a se adaptar
10,4% no mundo - no Brasil, o
tombo deve ser de 37%. Mas,
se a crise tem feito as pessoas
adiarema trocadocomputador,
o jeito é consertar quando ele
para de funcionar.
Apostar nesse segmento
fez a startup paranaense En-
contre um Nerd - que conecta
técnicos especializados a pes-
soas com dificuldades no ma-
nejo do computador - atender
uma média de 600 chamados
de suporte em domicílio por
semana. "Enquanto uns per-
dem, outros ganham", resume
Kelly de Castro, diretora de
marketing da startup.
Fundada no final de 2014,
a Encontre um Nerd se inspi-
rou na "economia do compar-
tilhamento". Assim como no
Uber, que conecta passageiros
a motoristas, o Encontre um
Nerd permite localizar um téc-
nico para resolver o problema -
da temida tela azul doWindo-
ws ao smartphone quenão liga.
Basta digitar os "sintomas" no
site e esperar o algoritmo achar
o nerdmais próximo do ende-
reço informado.Oatendimento
acontece, em média, em ape-
nas duas horas.
"Quando o nerd aceita o
chamado, o cliente recebe to-
dos os dados dele e a previsão
de chegada, assim como acon-
tece com os motoristas do
Uber", explica Kelly. Segundo
a startup, em apenas um ano,
o número de técnicos cadas-
trados chegou a 6,5 mil. "Esta-
mos presentes emCuritiba, Rio
de Janeiro, São Paulo e Porto
Alegre, mas queremos chegar
ao Brasil inteiro ainda neste
ano", diz Kelly.
Outra startupque está cres-
cendo vertiginosamente é a
catarinense Conta Azul. A
empresa, que foi fundada em
2011 em Joinville, aumentou o
número de clientes em 92%
em 2015, dobrou seu fatura-
mento em relação ao ano an-
terior e contratou cem novos
funcionários - atualmente, são
270 pessoas. "Foi omelhor ano
da nossa história", conta Mar-
celo dos Santos, um dos seis
sócios da Conta Azul.
A empresa criou um siste-
ma de gestão totalmente aces-
sível por meio da web e com
um "jeitinho" amigável, mais
parecido como das redes soci-
ais do que comos complexos e
caros sistemas de gestão de
gigantes como Totvs e SAP. O
software é vendido para pe-
quenas emédias empresas por
meio de uma assinatura men-
sal, que custa a partir de R$
29,90. Com o agravamento da
crise econômica e aumento do
desemprego, a esperança dos
sócios é quemais gente decida
abrir opróprionegócio em2016
e a demanda pelo software da
Conta Azul aumente. "Janeiro
já se mostrou melhor que no
ano passado", diz o sócio da
startup.
A startup conecta técnicos especializados a pessoas com dificuldades no manejo do computador
Números desconhecidos nunca mais
Line Whoscall é um app gratuito para Android que
identifica chamadas de números desconhecidos sem
precisar atendê-las, informando quem é o dono do nú-
mero. Ele também bloqueia ligações e mensagens de tex-
to indesejadas, além de permitir gerenciar contatos tem-
porários.
Mas por que as startups
ostentam bons resultados en-
quanto a economia brasileira
está emmarcha lenta? "As que
estão melhor posicionadas no
mercado são aquelas que re-
solvem problemas. No mo-
mento de crise, empresas e
consumidores buscam formas
de reduzir custos e aumentar
a produtividade", explica An-
dré Monteiro, sócio e presi-
dente executivo da rede de
empreendedores Brazil Inno-
vators.
Para Pedro Waengertner,
presidente executivo da ace-
leradora de startups Acelera-
tech, essas empresas estão em
vantagem em relação às tra-
dicionais no momento de cri-
se, por conseguirem validar a
demanda antes de se lançar
no mercado.
Elas também podem ado-
tar preços mais agressivos
para aumentar rapidamente a
base de clientes - lucrar não é
a principal preocupação na
fase inicial. "Elas estão mais
dispostas a se adaptar ao que
os clientes precisam e têm
muita vontade de crescer", diz
Waengertner. "Além do mais,
a crise dá mais espaço para
que os modelos já consolida-
dos sejam questionados."
É esse umdos motivos que
fazem com que o número de
startups em operação no País
continue a subir, apesar do
momento econômicodifícil. De
acordo com levantamento da
Associação Brasileira de Star-
tups (ABStartups), o número
de startups brasileiras emope-
ração no Brasil cresceu 30,4%
entre março e dezembro de
2015, chegando a 4,1 mil em-
presas iniciantes. "A crise abre
espaço para disrupção, por isso
esperamos um crescimento
aindamaior nonúmerode star-
tups brasileiras em 2016", diz
Amure Pinho, presidente da
ABStartups.