[email protected] Política 3 Câmara de Curitiba estuda retomar projeto de nova sede Segundo novo presidente, ideia é usar recursos economizados do orçamento do Legislativo E ntrevista Curitiba, segunda-feira, 21 de janeiro de 2019 Ivan Santos ACâmaraMunicipal de Curi- tiba estuda retomar o projeto de construção de uma nova se- de, engavetado no início de 2017, diante da crise econômi- ca. A informação é do vereador Sabino Picolo (DEM), que as- sume a presidência da Casa no próximo dia 4. Segundo ele, a ideia é usar recursos economi- zados pelo próprio Legislativo. Picolo assume o cargo pela segunda vez. Na primeira, em março de 2012, ele assumiu in- terinamente o posto em subs- tituição a João Cláudio Deros- so, que renunciou ao manda- to após ser alvo de denúncias de gastos irregulares com pu- blicidade. Desta vez, afirma o vereador, a situação é bem di- ferente, já que desde então, a Câmara reduziu gastos, cor- tando cargos e investindo em transparência. Em entrevista ao Bem Paraná, Picolo explica quais seus planos para a nova gestão e como pretende condu- zir a discussão de temas polê- micos, como a adoção da bilhe- tagemeletrônica emtodo o sis- tema de transporte coletivo da Capital paranaense. Bem Paraná – Qual a ex- pectativa do senhor para es- se novo mandato como pre- sidente da Câmara? Sabino Picolo - Nós estamos fazendo uma série de reuniões, vendo com os meus diretores, como pessoal que está nos aju- dando para fazer uma série de inovações, investidas. Quere- mos levar a nossa Câmara aos bairros através das comissões permanentes. Tipo assim: a co- missão de Saúde fazer pelome- nos uma vez por mês uma vi- sita aos hospitais que são cre- denciados ao SUS, às unidades de saúde, ir em loco ver a parte de saúde. A comissão de Urba- nismo, do Meio Ambiente, de Educação nas escolas, creches. E tambéma nossa escola do Le- gislativo, dar uma incrementa- da junto escolas, levar o que a gente faz aqui na Câmara, pa- ra os alunos, a comunidade ter uma ideia do que a gente faz. BP - O senhor pensa em re- tomar a ideia de construção de uma nova sede? Picolo - Até tenho uma reu- nião marcada amanhã (quinta- -feira, 17). A cidade precisa de um prédio novo. Nós temos que trabalharnessalinha,semgastar nenhum recurso da prefeitura. Isso é recurso de poupança in- terna da Câmara, de economia. Porque nossos prédios aqui não condizemcomaqualidadeda ci- dade.Nós estamosmuito abaixo do que a cidade, o povo merece. BP - Como seria viabiliza- do isso? Picolo - Eu conversei com o prefeito. E o prefeito Rafael Greca é um entusiasta – ele foi vereador, gosta da cidade - de que Curitiba merece um prédio onde acolha, acomode a popu- lação com um espaço adequa- do. Nós não temos. Nós esta- mos aqui, por exemplo, o meu gabinete é um prédio (da anti- ga empresa) da Força e Luz, que temmais de 70 anos. Amaioria das nossas instalações são de 70, 80 anos.Nós temos o prédio histórico onde nós temos o ple- nário, que também é um pré- dio muito bonito, que tem que ser preservado, já foi Assem- bleia Legislativa. A gente tem que trabalhar nessa linha para ver se a gente consegue devol- ver para a cidade algo que se- ja adequado para a população. BP - Por enquanto é só um estudo, então? Picolo - É um estudo, eu di- ria que até um sonho. Porque não é tão fácil. Mas o prefeito está bem entusiasmado em de repente fazer uma PPP (Parce- ria Público Privada), um outro estilo de construção. Amanhã nós vamos começar a trabalhar em cima disso. BP - Com o prefeito? Picolo - Com o prefeito eu já conversei. Eu vou conversar com o (presidente do IPPUC, Luiz Fernando) Jamur, para o IPPUC começar a fazer um es- tudo. Ver o que cabe. Seria na- quele prédio onde é a antiga ga- ragemdos bondes, ou seria nes- seespaçodoestacionamentoda Câmara. A gente quer continu- ar a transparência dos vereado- res, levando para a comunida- de dos vereadores,o trabalho da Câmara.Que a população parti- cipemais, se integremais, saiba mais o que a Câmara faz. Sabino Picolo (DEM): “A cidade precisa de um prédio novo” Franklin de Freitas ‘Temos que fazer uma transição gradual e contínua’ ‘Casa hoje está bem mais enxuta’ ## NOVOS TEMPOS Bem Paraná - Tem a questão do projeto da prefeitura que amplia a adoção da bilhetagem eletrônica no transporte coletivo e acabou tendo a votação adiada para 2019, justamente por sofrer resistência de motoristas e cobradores. Como o senhor pretende conduzir essa discussão? Picolo – Eu conduzo commuita natu- ralidade. Eu até quero pegar uma com- paração. Então se extingue (a função) o cortador de cana com um facão. Mas se cria o cortador de cana com uma máqui- na ultramoderna onde o emprego sai de R$ 1 mil, R$ 1,5 mil por mês para R$ 5 mil, R$ 6 mil. Eu tenho falado para os representantes dos cobradores: nós te- mos que fazer uma transição. As empre- sas do transporte coletivo já estão trei- nando os cobradores. Aqueles que vão se aposentando, não se contrata mais. Os motoristas que vão se aposentando, po- de o cobrador substituir omotorista e ga- nhar melhor. Ou ele pode trabalhar na administração das empresas. Ou o mer- cado vai absorvendo. Nós temos que fa- zer uma transição gradual e contínua.De tal formaque esses cobradores,deumdia para o outro não percamo emprego.Mas eles vão buscando no mercado algo me- lhor que eles têm. Porque esse é um em- prego, um cargo que está em extinção. Não tem como. Custa na passagem R$ 0,74. Então o povo está sendo penaliza- do pormanter os cobradores. Se nós con- seguíssemos passar tudo para a bilheta- gem eletrônica, o custo da tarifa técni- ca baixava R$ 0,74. Assim como todas as isenções. Por exemplo: Polícia Militar, Guarda Municipal, Correios, aposenta- dos e outros mais consomem em torno de 17% da tarifa do ônibus. E tem mui- tos dessas daí que nós podemos começar a cobrar. Por exemplo, o Correio é uma empresa que dá lucro. BP – Nas eleições de 2018, muitos partidos e políticos tradicionais fo- ram rejeitados. Na avaliação do se- nhor, qual o recado das urnas? Picolo – Eu vi com naturalidade, por- que o povo queria novidade. A vonta- de de mudança. Os políticos tradicio- nais: desde o Geraldo Alckmin, o nosso Alvaro Dias, Beto Richa, Meirelles, ne- nhum teve sucesso. O povo queria reno- vação.Quis experimentar algo diferente. E quem tinhamelhores condições, o Bol- sonaro saiu na frente porque o discurso dele veio ao encontro do que o povo que- ria. Isso é normal. BP – Para os vereadores, há algo a aprender? Picolo – O vereador é aquele que tem o voto direto com o povo. Não é na tele- visão, e nem no discurso que ele vai ga- nhar o voto. Bem Paraná - O senhor as- sumiu a presidência da Câ- mara pela primeira vez em 2012, após a renúncia do ex- -vereador João Cláudio De- rosso. Qual a diferença para esse novo mandato? Sabino Picolo - A diferença que eu acho mais importante agora é que na época nós tínha- mos 556 cargos comissionados e 332 cargos efetivos, que são os concursados. Naquela época nós fizemos um enxugamen- to dos comissionados. Tivemos também redução de quadro dos funcionários concursados. Fi- zemos uma série de ações que reduziram bastante o custo da Câmara. Tanto é que nos últi- mos anos a Câmara sempre de- volve R$ 40, R$ 50 milhões por ano para a prefeitura.ACâmara já está bem mais enxuta, já não temmuita coisa a ser enxugado, porque hoje nós temos 174 fun- cionários (efetivos). Temos al- gumas profissões, por exemplo, temos aqui a profissão demoto- rista que é uma profissão emex- tinção. Temos algumas delas na sequência que vamos extinguir essas profissões e de repente até criar outras.São adequações desse tipo. A Câmara, de lá para cá, não teve grandes mudanças, porque o que tinha que ser fei- to foi feitona época.Agora énós trabalharmos e fazermos o me- lhor pela cidade.Acho que a Câ- mara, o que tinha que fazer em termos de economia e enxuga- mento foi feito. Temos que mo- dernizar a nível, por exemplo, a nossa informática ainda é mui- to atrasada, a parte da comuni- cação nas redes sociais nós te- mos que melhorar. Nós temos que ficar mais perto do povo. O povo tem que saber mais da Câmara. BP - Em 2017, a Câmara te- ve momentos tensos com a votação do ajuste fiscal pro- posto pelo prefeito, que aca- bou tendo que ser feita na Ópera de Arame. Para 2019, o senhor prevê alguma vota- ção tão polêmica que possa causar algo nesse sentido? Picolo - Não tem nenhum projeto de ajuste, adequação, polêmico. Não vejo nada po- lêmico porque tudo o que pre- cisava fazer foi feito na época. É claro que tem algumas ques- tões que surgem, mas não vejo nada polêmico. + em: www.bemparana.com.br ## COBRADORES

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