[email protected] Tecnologia 10 Curitiba, quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019 P onto C om Ana Ehlert - [email protected] Abandonar redes sociais melhora o bem-estar ## ESTUDO Aplicativos falsos para CNH e IPVA instalam vírus no celular Aplicativos que tentam se passar pela Carteira Nacional de Ha- bilitação (CNH) digital e outros que oferecem consulta ao IPVA 2019 são, na verdade, programas maliciosos que infectam os smartphones das vítimas. Eles são oferecidos na loja oficial da Google para celulares Android. Os apps levam nomes como “CNH Digital”, “Consulta IPVA” e “IPVA São Paulo”, oferecidos por um suposto “Ministério da Tec- nologia” - o Brasil nem tem uma pasta com esse nome, a re- al se chama Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Procurada, a Google não respondeu o que aconteceria com usu- ários que já haviam baixado o aplicativo. De acordo com a Kas- persky Lab, empresa de cibersegurança que identificou o pro- blema, os apps maliciosos são oferecidos ao público des- de dezembro do ano passado e já infectaram mais de 17 mil smartphones. Programa malicioso Ao serem instalados, esses aplicativos ativam um adware, pro- grama malicioso que apresenta propagandas invasivas e in- desejadas. Nesse caso em particular, elas são abertas ocupan- do toda a tela do celular. Adwares também consomem internet e bateria do aparelho, e podem explorar dados pessoais. Tudo sem oferecer nenhuma utilidade prática ao usuário. 9. Proteção Para evitar cair nesse tipo de golpe, a dica é acessar os sites oficiais das empresas e órgãos públicos para encontrar a versão correta dos aplicativos desejados. Além disso, antivírus podem identificar essas ameaças e barrá-las antes que façam algum mal. A versão oficial da CNH digital se chama “Carteira Digital de Trânsito”. Ele traz a carteira de habilitação e o CRLV (Certifi- cado de Registro e Licenciamento de Veículo). O serviço é ofe- recido gratuitamente pelo Serpro (Serviço Federal de Processa- mento de Dados) para Android e iPhone nas respectivas lojas oficiais de aplicativos. TURBINADA, COM DOAÇÕES – MyFreelmplants é o nome da rede social para quem quer dar up na aparência. Ela é para mulheres que criam um perfil para conseguirem custear uma operação de implante de silicone. A ideia é ficar turbinada, mas com doações e sem gastar nada. BIZARRICES Dados são de uma pesquisa acadêmica feita em duas universidades dos Estados Unidos, a de Stanford e a de Nova York Abandonar as redes sociais, ainda que seja por um tempo, contribui para melhorar a sociabilização das pessoas, reduz a polarização da política e aumenta a sensação de ‘bem-estar’ do indíviduo. Essa é a conclu- são de uma pesquisa de acadêmicos das universidades de Stanford e de Nova York, nos Estados Unidos (EUA) que mostrou os impactos positivos em pessoas que pararam de usar a rede social Facebook du- rante um período. O estudo verificou uma queda do tempo de presença na plataforma após o fimdo levantamento. O trabalho, que envol- veu 2,8 mil pessoas re- sidentes nos EUA, constatou que a in- terrupção reduziu o tempo em re- des sociais, “li- berando” em mé- dia uma hora por dia dos partici- pantes. Eles relataram ter se dedicado a outras ativi- dades, como as- sistir televisão e so- cializar com familia- res e amigos. Os autores também examinaram o acompa- nhamento de notícias e o engajamento político, in- cluindo a polarização das pessoas en- volvidas. Esse último termomostra a inten- sidade de discordância de pontos de vista, fenômeno in- dicado por outros estudos como um dos efeitos do uso de redes sociais diversas. Foi observada uma queda de 15% no tempo dedicado a notícias. As pessoas fora da rede social acompanha- ram menos questões de atualidade política e iniciati- vas de governantes, como do presidente Donald Trump. Os autores não conseguiram detectar impacto na parti- cipação política, como a decisão de não participar das eleições legislativas norte-americanas. Contudo, o estudo verificou uma diminuição da po- larização e exposição a mensagens com conteúdos de críticas fortes a determinadas visões políticas. Houve queda no índice formulado pelos autores. Contudo, eles alertam para o fato de que esse resultado não foi sig- nificativo e não pode ser generalizado como uma mu- dança de postura em relação a temas como o partido de preferência, por exemplo. Bem-estar Também foram analisados indicadores relacionados ao bem-estar das pessoas que participaram do estudo. “A desativação da rede social trouxe pequenas, mas sig- nificativas melhorias no bem-estar e, em particular, em registros de felicidade, satisfação de vida, depressão e ansiedade”, concluíram os acadêmicos. Na escala utili- zada, esses impactos foram equivalentes a cerca de 25% a 40% de efeitos percebidos em intervenções psicológi- cas, como terapias individuais e emgrupo. Uso do Facebook Outro ponto avaliado foi a continuidade do uso do Facebook pelos partici- pantes. Eles relataram, em média, um tempo na plataforma 23% menor do que o dispendido pe- las pessoas que não desativa- ram as contas e também foram acompanhadas no estudo. “Os participantes relataram que estavam pas- sando menos o Facebook, tinhamde- sinstalado o app de seu telefone e estavam fa- zendo um uso mais de- cidido da plataforma”, diz o texto. Segundo os autores, essas respostas vão ao encontro da percepção de impactos positivos na vida dos usuários, ao encerrar ou re- duzir o engajamento na rede social. “A desativação fez com que as pessoas apreciassem mais o Facebook, tan- to em seus impactos positivos quanto negativos em sua vida”, destaca a pesquisa. Procedimentos O levantamento avaliou 2,8 mil usuários da rede so- cial e convidou-os a interromper o uso durante ummês, especificamente na reta final das eleições legislativas promovidas no ano passado nos Estados Unidos. Fo- ram avaliadas tanto pessoas que desativaram seus per- fis quanto aquelas que não o fizeram, técnica chamada em pesquisas de “grupos de controle”.

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