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[email protected] Educação 16 Curitiba, terça-feira, 12 de fevereiro de 2019 Disciplina: a chave para passar no vestibular Especialista dá dicas para quem quer conquistar bons resultados neste ano Preparar-se com antecedência pa- ra os vestibulares é fundamental para obter sucesso e a tão sonhada vaga na universidade. É o que afirma Mariana Bruno Chaves, especialista em litera- tura infantil e gerente de desenvol- vimento de material didático de Lín- gua Pátria do Kumon, maior franquia educacional do país. Mariana ressalta que estudar um pouco todos os dias, sempre no mes- mo horário e focar na leitura, inde- pendente do assunto, também são pontos importantes. “Para conseguir se desenvolver e aprimorar sua capa- cidade linguística, o candidato preci- sa estudar em um ambiente que esti- mule a concentração e também criar alguns hábitos e rotinas”, completa a profissional. “Tanto o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), quanto para os vestibulares das mais conceituadas universidades do país, como a Uni- versidade de São Paulo (USP) e a Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outros, exigem que o candidato saiba administrar o tempo e a ansiedade para realizar uma boa prova”, diz Mariana. Colocar em prática os ensinamen- tos da profissional pode ajudar nos enunciados dos exercícios, na narra- ção de feitos históricos, nas descri- ções dos textos de geografia e quí- mica, que deixarão de ser “monstros enigmáticos”e se tornarão textos que poderão ser “decifrados” facilmente. “Os benefícios da leitura não se res- tringem somente aos estudos de lín- gua portuguesa, pois levam o estu- dante a um universo de descobertas e aprendizagempor todas as áreas do conhecimento”, completa. ## ESTUDOS Fake News na Caverna de Platão A palavra grega Paideia, sem tradução literal em português, po- de ser entendida por cultura ou formação, com conotação original de estruturação da personalidade, arte da construção de si mesmo de forma harmônica e completa.Afinal, se o homem é a imagem de Deus, a ordem e a forma, este espelho Dele mesmo, de um mo- do finito e não infinito como Ele, necessitaria o cultivo e o cuidado total para com a alma, de modo que os seres humanos pudessem atingir objetivos mais elevados. Toda meta concreta a ser alcançada passa por uma fase de plane- jamento ou projeto; assim como é impossível construir uma ca- sa sem primeiro ter pensado nela, sem tê-la sonhado, sem ter feito um desenho prévio, uma planta e reunido esforços para concreti- zá-la, o virtual é uma das faces do real, é difícil definir a separa- ção entre ambos, embora o senso comum costume diferenciá-los. Vários filósofos analisam o virtual não como oposição ao real, e sim se contrapondo ao conceito do atual. Somente é virtual o que existe em potência e não em ato, como uma árvore que já existe de forma latente na semente: a possibilidade daquela existe nesta, e o possível é exatamente como o “real”, apesar de faltar – ainda – sua efetivação.A produção inovadora de uma ideia, de uma arvore, de uma casa ou de uma forma artística qualquer faz com que a di- ferença entre possível e real seja puramente temporal ou lógica. Mesmo que na teoria a meta seja de auto aperfeiçoamento, nestes tempos de maior relacionamento nos meios digitais a virtualidade pode fragilizar as relações humanas ao minimizar a necessidade ética de acolher os demais, de reconhecer a validade das opiniões contrarias às nossas, é mais fácil excluí-los; na contemporaneida- de usamos as tecnologias de informação e comunicação mais para nos afastar uns dos outros que para desenvolver paciência, aceita- ção, respeito. No entanto, a questão não está nos dispositivos tecnológicos, mas na forma como os usamos, ou seja, quais as motivações existen- ciais que se encontram embutidas na criação de aplicativos e pro- gramas destinados a estimular as relações interpessoais que, po- rém, utilizamos mais para criar avatares que reafirmem nossa su- perioridade. Redes, por constituírem mediação entre eu e o outro, tem, portanto, conexão com o par possível/efetivo, a oposição im- perfeita entre virtual e real. Este caminho digital interfere na transformação de uma determinada realidade dentre um conjunto de possibilidades, relacionar-se dentro delas é sempre uma visita à Caverna de Platão, uma forma de descida, como o fizeram Dante na Divina Comédia, Orfeu,Aquiles, Odisseu, Eneias, com o propósi- to de adquirir conhecimento. Esta caverna, metáfora criada por Platão sobre a ignorância em que vivemos, e a dificuldade de atingir o mundo real pela razão, pois dentro dela pessoas viviam presas, vendo sombras da reali- dade. Bom simbolismo do mundo onde vivemos, e das correntes o que nos prendem: Fake News, ideias sem fundamentação, crenças herdadas sem reflexão ao longo da vida. Vivenciar os fatos, liber- tar-se das correntes, não é simples, é mais fácil aceitar certas ver- dades como evidentes porque ditas por outros que temos como ídolos, venham eles da direita ou esquerda. A rápida propagação de fatos, ou factoides, nas redes sociais deve- -se em parte à aceitação indiscriminada de tudo o nela contido, o meio sendo, definitivamente, a mensagem; aparentemente as re- des tem hoje mais credibilidade que qualquer pessoa com quem nos relacionamos pessoalmente, e suprem qualquer necessidade de reflexão de nossa parte. O sucesso de um recolhimento profun- do em si mesmo, uma descida, pode ser medido apenas pelo mo- vimento de subida, em direção aos demais no reconhecimento da humanidade comum; e isso pode acontecer apenas na saída das cavernas onde vivem os mortos, ou seja, aqueles que não podem mais pensar. Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil. S ala de A ula Wanda Camargo | [email protected] CONFIRA MAIS DICAS ELABORADAS PELA ESPECIALISTA 1. Reservar um tempo do dia para ler Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Seguir esta dica fará com que o estudante assimile com mais facilidade o conteúdo. 2. Ler o texto em voz alta sempre que sentir dificuldade Essa prática auxilia muito na compreensão textual, já que, quando lemos em voz alta, não apenas decodificamos as letras visualmente, mas também escutamos aquilo que está sendo decodificado, podendo, assim, verificar o sentido do que está escrito ao mesmo tempo em que aguçamos nossa percepção.“Não é possível fazer isso nas provas, mas essa prática ajuda na compreensão durante os estudos”. 3. Ler primeiro os enunciados para saber o que está sendo pedido Parece besteira, mas não saber o que pede a questão é um erro comum. Por isso, é preciso ler os enunciados e as alternativas com atenção, buscando fazer as possíveis conexões. 4. Durante o estudo, fazer anotações, paráfrases e comentários Para conseguir compreender um texto, é recomendável fazer uma paráfrase, que nada mais é do que uma explicação ou uma nova apresentação do conteúdo, seguindo as ideias do autor. Comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras- chave que identificar no texto e, se precisar, desenhe o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema. Depois de encontrar as ideias ou palavras básicas, reescreva o texto de acordo com seu entendimento, expressando sua opinião sobre o tema. 5. Procurar informações extras sobre os textos, livros ou matérias estudadas Complementar com informações adicionais o material de estudo também auxilia na absorção do conteúdo que está sendo visto. Na Internet, grupos de estudos e páginas dedicadas aos vestibulandos, contém dicas de onde buscar esses materiais. 6. Ao ler os textos, ficar atento às ilustrações Além de ajudar a formar a imagem do que está sendo lido, as ilustrações complementam o entendimento do texto. 7. Leia bastante, procure livros com assuntos preferidos, inclusive revistas e gibis O estudante que desenvolve sua habilidade de leitura adquire um vocabulário mais amplo, tem mais facilidade em compreender os elementos textuais e, assim, consegue aplicar esse conhecimento em todos os tipos de textos. 8. Treinar fazendo muitas redações durante o ano pode garantir uma boa nota na redação Quem lê bem escreve bem. Para redigir boas redações, não basta conhecer as técnicas de escrita, é preciso demonstrar que domina o conteúdo acerca do tema proposto. Portanto, é importante atualizar-se durante todo o ano, estar atento aos assuntos, notícias, pesquisas e temáticas da sociedade atual. Para isso, uma boa dica é ler jornais, sites de notícias nacionais e internacionais, ficar de olho nos lançamentos de livros, nos profissionais, cientistas e pesquisadores que estão se destacando, por exemplo. Com isso, ao menos uma vez por semana, é possível escolher um dos temas e escrever sobre ele.

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