7 [email protected] Economia Curitiba, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019 ## PROTESTO Contrários à reforma, centrais sindicais realizam manifestações na Grande Curitiba Entidades fizeram atos na porta de fábricas, panfletaram no Centro da Capital e prometem mais protestos Enquanto o presidente Jair Bolsonaro entregava no Congresso Nacional a pro- posta de reforma da Previdência, as cen- trais sindicais se uniramemprotestos em muitas cidades brasileiras. Em Curitiba, os atos começaram ainda de manhã, com manifestações promovidas pelo Sindica- to dos Metalúrgicos de Curitiba e Região na porta das fábricas na Grande Curitiba. De tarde, as centrais fizeram panfleta- gem em diversos pontos, como o Termi- nal Guadalupe, em Curitiba, entregan- do material para a população advertindo sobre os prejuízos que a reforma apre- sentada traz para a classe trabalhado- ra. No próximo dia 20, as centrais sindi- cais irão realizar um ato na Praça da Sé, em São Paulo, como forma de protesto contra o que eles afirmam ser o fim da aposentadoria. “Além do trabalhador não conseguir se aposentar, essa reforma praticamen- te acaba com todos os benefícios asse- gurados pela Previdência. Se o trabalha- dor ficar doente, não conseguirá mais se afastar pelo INSS, é isso o que represen- ta essa proposta”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante ato realiza- do também ontem em São Paulo. “O novo sistema vai aumentar em cer- ca de dez anos o tempo de trabalho. Por exemplo: um homem que começa a pa- gar o INSS com 20 anos, terá de contri- buir por 45 anos para ter o direito de se aposentar. Ou seja: vai ter de pagar mais para receber a mesma coisa”, diz nota da Força Sindical. As manifestações unem a CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Cen- tral, CGTB, CSP-Conlutas e CSB, que ela- boram um calendário de lutas em todos os estados aproveitando datas como oDia da Mulher, o 1º de Maio, além de um dia nacional de paralisação a ser definido. Metalúrgicos realizaram manifestações nas portas das fábricas Para os empresários, projeto corrige distorções e pode impulsionar a economia O presidente da Federação das Indús- trias do Paraná (Fiep), Edson Campagno- lo,consideraque apropostadeReformada Previdência entregue pelo governo fede- ral ao Congresso Nacional tem potencial para impulsionar a retomada da economia brasileira. “A equipe econômica do gover- no foimuito feliz ao apresentar uma refor- ma aomesmo tempo consistente, que tra- rá reflexos positivos para o equilíbrio das contas públicas,e comviabilidade para ser aprovada no Congresso”, diz. Em sua opinião, a proposta é um sinal claro de que o governo está realmente dis- postoa enfrentar oproblemadodéficit fis- cal. “Isso é importante para que o merca- do financeiro e o setor produtivo retomem a confiança e voltem a investir no país, o que certamente resultará emuma recupe- ração mais robusta da atividade econômi- ca e da geração de empregos ainda neste ano”, acrescenta. Para a Confederação Nacional da Indús- tria (CNI)—que tambémemitiunota sobre o projet —as mudanças são essenciais pa- ra incentivar o retorno dos investimentos, do crescimento sustentado e da necessária modernizaçãodopaís.“Anova proposta de reforma Previdência é bastante abrangen- te, incluindo servidores públicos federais, estaduais e municipais, trabalhadores da iniciativa privada e políticos”, afirma o di- retor de Políticas e Estratégia da CNI, José AugustoFernandes.“Uma de suas virtudes é exatamente estabelecer que todos os se- tores da sociedade deverão dar sua contri- buiçãoparaasoluçãodaquestãopreviden- ciária no Brasil”, acrescenta. Presidente pede apoio do Congresso e diz que futuro do País depende da reforma Em reunião fechada na presidência da Câmara, da qual participaram ministros e parlamentares, o presidente Jair Bol- sonaro pediu ontem o apoio de deputa- dos e senadores para aprovar a proposta de reforma da Previdência. Ele lembrou que é um “amigo” dos presentes e “igual” a eles. Também afirmou que o futuro das novas gerações depende das mudanças previdenciárias. “Nós temos que juntos realmente mos- trar, não para omundo,mas, primeiro, pa- ra nósmesmos,que nós erramos no passa- do, eu errei no passado, e nós temos uma oportunidade ímpar de realmente garan- tir para as futuras gerações uma Previdên- cia emque todos possam receber. Este não é um apelo. É uma palavra de amigo. De alguém que é igual a vocês.” Obrevediscursodopresidente foi acom- panhado pela imprensa oficial. Bolsonaro falou por pouco mais de cinco minutos, indicando que aguarda aperfeiçoamentos ao texto por parte da Câmara e do Senado. Divulgação/Força Sindical

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