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[email protected] Consumidor 8 Curitiba, segunda-feira, 11 de março de 2019 ## ECONOMIA DESFAVORÁVEL Para esticar dinheiro, brasileiro muda habitos de consumo e adere a pesquisa OS NÚMEROS DA PESQUISA 56% passaram a limitar os gastos com lazer 55% passaram a controlar as despesas pessoais 54% procurou reduzir o valor da conta de luz, água e telefone 53% passaram a ficar mais atentos às promoções e ofertas 46% procuram marcas mais baratas 42% afirmaram que passaram a praticar de pechinchar 37% se diz satisfeita por manter, ao menos, os gastos essenciais 33% por não estourar o orçamento 32% dos entrevistados disseram se sentir impotentes do ponto de vista econômico 26% mostram-se constrangidos por não conseguir dar à família o que deseja 25% demonstram frustração por deixar de comprar Cortar gastos com lazer, controlar despesas e reduzir valor de contas básicas foram outras medidas encontradas para não entrar no vermelho. Maioria pretende manter cuidados com a gestão do orçamento após retomada da economia; 47% esperam poupar mais Diante de um cenário econômico desfavo- rável, boa parte das famílias passou a admi- nistrar melhor o orçamento e, consequente- mente, criar uma relaçãomais saudável com o dinheiro. É o que aponta um levantamen- to feito pela Confederação Nacional de Di- rigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parce- ria com o Banco Central do Brasil (BCB). De acordo como estudo, oito emcada dez (79%) brasileiros mudaram seus hábitos no dia a dia e entre as medidas adotadas, destaca-se a pesquisa de preços (59%) antes da aquisi- ção de algumproduto—percentual que che- ga a 68% nas classes A e B. Alémdisso, 56%passarama limitar gastos com lazer e 55% a controlar despesas pesso- ais.O aperto financeiro também fez comque muitas pessoas encontrassem alternativas para economizar. Mais da metade (54%) dos entrevistados procurou reduzir o consumo de luz, água e telefone, de olho no valor da conta. Outros 53% passaram a ficar aten- tos às promoções em busca de preços me- nores, enquanto 46%substituíramprodutos por marcas similares mais baratas e 42% ad- mitem ter incorporado em sua rotina a prá- tica de pechinchar. Na avaliação da Economista-Chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados mostram que o consumidor está mais consciente da importância de controlar as despesas mais de perto. “A situação econômica desfavorá- vel acabou deixando uma lição para a maio- ria dos brasileiros que perceberam o quanto é fundamental ter uma vida financeira mais controlada. Pesquisar preços, repensar gas- tos, avaliar se realmente é necessário ad- quirir um determinado produto ou mesmo o simples fato de pedir desconto nas com- pras são atitudes que contribuem para uma gestão eficiente do orçamento e evitamficar no vermelho”, orienta a economista. As mudanças no padrão de vida para dri- blar os momentos de dificuldades acabaram causando impactos emocionais nos brasi- leiros, que viram seu poder de compra ser afetado. Para 32% dos entrevistados, a von- tade de ter algo e não poder tem provocado uma sensação de impotência. Já 26% mos- tram-se constrangidos por não conseguir dar à família o que deseja e 25% demons- tram frustração por deixar de comprar cer- tos produtos que gostam. Em contrapartida, uma parcela considerável (37%) se diz satis- feita por manter, aomenos, os gastos essen- ciais e outra aliviada (33%) por não estou- rar o orçamento. Brasileiro limita gastos com lazer para manter orçamento O levantamento quis saber ainda se o no- vo comportamento dos brasileiros deve se manter diante das perspectivas de recupe- ração da economia. Considerando um cená- rio mais favorável para 2019, com a retoma- da dos empregos e o acesso ao crédito, os dados indicam que a maioria pretende con- tinuar com os mesmos hábitos adquiridos na crise. O principal item apontado é a econo- mia de luz, água e telefone, mencionado por 71% dos entrevistados. Entre outras práticas citadas estão a tro- ca de produtos por outros de marca mais em conta (68%), atenção às promoções para ob- ter menor preço (67%) e até cortar ou redu- zir o valor pago com serviços por assinatu- ra (65%) — TV ou internet, por exemplo. Há ainda aqueles dispostos a aumentar a frequ- ência com que poupam, de pelo menos par- te dos rendimentos (47%), e pechinchar ou pedir desconto nas compras (33%). Por outro lado, parte dos entrevistados re- conhece que pode vir a deixar de lado atitu- des adquiridas com a crise, tão logo a situ- ação volte a melhorar, como reduzir gastos com lazer (16%), evitar parcelamentos mui- to longos (15%) e resistir a itens de alimen- tação supérfluos (11%). A razão mais citada para esse comportamento é o fato de reto- mar o estilo de vida que se tinha nosmomen- tos de bonança da economia (42%). A prefe- rência por boas marcas, mesmo sendo mais caras (27%), aparece como segundo motivo e, em seguida, vem a dificuldade em manter uma vida financeira regrada (23%). “Bons hábitos de educação financeira cos- tumam ser encarados como restrições a ex- periências positivas de consumo.Mas ter um orçamentoplanejadoe controladoacaba via- bilizando objetivos importantes na vida das pessoas. Deixar de comprar aquele par de tê- nis da moda, por exemplo, ajudar na compra domaterial escolar.Alémdisso,uma boa ges- tão do orçamento também prepara qualquer um para eventuais imprevistos que surjam. Cuidar bem das finanças evita o estresse que costuma vir junto com o endividamento ou o aperto financeiro”, ressalta o Chefe do De- partamento de Promoção da Cidadania Fi- nanceira do Banco Central, Luis Mansur. Maioria pretende seguir com o controle de gastos para poupar mais Pedro Ribas/SMCS

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