Política 4 [email protected] ## EMBAIXADA Trump elogia indicação de Eduardo Bolsonaro O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elo- giou ontem a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, para o comando da embaixada do Brasil emWashington. Trump afirmou Eduardo “um jo- vembrilhante”e que está“muito feliz pela indicação”do deputado para o cargo. “Eu conheço o filho dele e pro- vavelmente é por isso que o fizeram (a indicação). Es- tou muito feliz com essa indicação”, disse. O presiden- te norte-americano negou, ainda, que a indicação seja um gesto de nepotismo do colega brasileiro. “Não, não acho que é nepotismo porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário”, considerou. Na semana passada, o presidente afirmou que não tinha pressa para confirmar a indicação do filho. Ele disse que achava que a consulta aos americanos sobre a possível nomeação havia sido encaminhada na quinta. A indica- ção de Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos pode quebrar uma tradição de ter na embaixa- da em Washington sempre um diplomata de carreira. ## REINO UNIDO Irmão O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, nomeou seu irmão como secretário de Estado da Economia Energia e In- dústria do novo governo. Jo Johnson, de 47 anos, assumiu ontem o cargo. A nomeação foi critica- da por jornais e por par- lamentares de oposição. Jo Johnson já havia sido nomeado secretário das Universidades e Ciên- cia pelo ex-premiê Da- vid Cameron, em 2013, e em 2018, na gestão The- resa May, foi secretário dos Transportes. Ele foi criticado por ter muda- do de ideia sobre oBrexit. ## EUA Comércio O secretário de Co- mércio dos Estados Uni- dos, Wilbur Ross, disse ontem na capital paulis- ta que os Estados Unidos têm interesse em fechar um acordo de livre co- mércio com o Brasil. Ele ressaltou, no entanto, que muitas etapas de ne- gociação comercial ainda precisam ser cumpridas, e não quis estimar o tem- po necessário para que o acordo possa ser fecha- do. “Muitos componen- tes são necessários (pa- ra o acordo). No entanto, nunca concluímos o tra- tado de investimento bi- lateral”, disse. ## PARAGUAI Demissão Uma crise envolvendo a ata de um acordo en- tre o Brasil e o Paraguai, sobre a compra de ener- gia produzida pela Usina de Itaipu, resultou na re- núncia do chanceler Luis Castiglioni e do embaixa- dor paraguaio no Brasil Hugo Caballero. A queda foi motivada pela nego- ciação da ata de um acor- do referente ao cronogra- ma de compra de energia. A polêmica também cau- sou as demissões do pre- sidente daAdministração Nacional de Eletricidade, Alcides Jiménez, e do di- retor paraguaio de Itaipú, Alberto Alderete. ## MÉXICO Gangorras O arquiteto Ronald Ra- el e a designer Virginia San Fratello, da Califór- nia, construíram na se- gunda-feira, gangorras que atravessam o muro entre os Estados Unidos e o México para crianças de ambos os lados brin- carem juntas. As instala- ções ocorreram em Sun- land Park cidade do Novo México, nos EUA. Os dois tomaram a iniciativa de instalar o brinquedo en- tre os limites dessas na- ções em 2009, com o ob- jetivo de mostrar que “as ações que acontecem de um lado têm uma conse- quência direta no outro”. M undo Curitiba, quarta-feira, 31 de julho de 2019 O presidente Jair Bolso- naro voltou ontem a usar o desaparecimento de Fer- nando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados doBrasil (OAB), Felipe Santa Cruz, para cri- ticar a entidade, e atacar as investigações da Comissão Nacional da Verdade sobre a ditadura militar. Segun- do Bolsonaro, não existem documentos que possam comprovar como se deu a morte Fernando Santa Cruz,eos resultadosdo tra- balho da comissão formada no governo Dilma Roussef seria apenas “balela”. Felipe é filho de Fernan- do Augusto de Santa Cruz Oliveira,integrante do gru- po Ação Popular (AP), or- ganização contrária ao re- gime militar. Ele foi pre- so pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto. Em 2012, no livro “Memórias de uma guerra suja”, o ex- -delegado do Dops Cláudio Guerra revelou que o cor- po de Fernando foi incine- rado no forno de uma usina de açúcar em Campos (RJ). “Nós queremos desven- dar crimes. A questão de 1964, não existem docu- mentos se matou, não ma- tou, isso aí é balela. (...) Você quer documento pa- ra isso, meu Deus do céu. Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”, disse Bolso- naro. Ontem, o presidente alegou que pretende “res- peitar a lei da anistia”, que segundoele,“foi ampla,ge- ral e irrestritapor exigência dos militares”, disse. Responsabilidade - Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que poderia “con- tar a verdade” sobre a mor- te do pai de Felipe. De- pois disse que o militante foi morto por correligioná- rios na década de 1970. A declaração contraria uma lei vigente e uma decisão judicial que reconhecem a responsabilidade da União no sequestro e desapareci- mento do então estudante. Bolsonaro volta a falar da morte de pai de Santa Cruz Presidente diz não existirem provas sobre destino do genitor de dirigente da OAB ## ALERTA Presidente pode ser ‘partícipe’ de crime, diz MPF A Procuradoria Fede- ral dos Direitos do Cida- dão (PFDC) doMinistério Público Federal divulgou ontem nota afirmando que é obrigação do pre- sidente Jair Bolsonaro (PSL) revelar tudo o que ele diz saber sobre o de- saparecimento de Fer- nando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Caso contrário, afirma o MPF, Bolsonaro pode ser considerado “partícipe do delito”de crime de de- saparecimento forçado. A procuradoria lem- bra ainda que esse tipo de crime é permanente, ou seja, sua consumação persiste enquanto não se estabelece o paradei- ro da vítima. “Dessa for- ma, qualquer pessoa que tenha conhecimento de seu destino e intencio- nalmente não o revela à Justiça pode ser conside- rada partícipe do delito”, aponta o MPF. DeacordocomoMPF,as declarações do presidente têm enorme gravidade, “não só pelo atrito com o decoro ético emoral espe- rado de todos os cidadãos e das autoridades públi- cas, mas também por su- as implicações jurídicas”. Antonio Cruz/Agência Brasil Bolsonaro: “Pretendo respeitar a lei da anistia” ## REBELIÃO Moro manda força-tarefa a prisão do Pará O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ser- gio Moro, autorizou on- tem o envio da força-ta- refa de Intervenção Pe- nitenciária para o Pará. Os agentes federais de- vem atuar nos presídios do estado por 30 dias. A decisão atendeu ao pedi- do do governador do Pa- rá, Helder Barbalho. Segundo a pasta, a for- ça-tarefa vai atuar em atividades de vigilân- cia e custódia de pre- sos, por meio de traba- lho de apoio aos órgãos de segurança pública lo- cais. Na segunda-feira, uma rebelião no Centro de Recuperação Regio- nal de Altamira, no Pará, deixou 57 presos mortos. De acordo com o órgão, 16 detentos foram deca- pitados e o restante mor- reu por asfixia. Na ma- nhã de hoje, o governo do Pará iniciou a trans- ferência de 46 líderes do conflito para outros pre- sídios estaduais. Dez de- tentos serão transferidos para presídios federais. Arebeliãocomeçoupor volta das 7 horas, quan- do umgrupo de presos da facçãoComandoClasseA (CCA) invadiu a ala dos integrantes do Comando Vermelho (CV). ## POLÊMICA “Nós queremos desvendar crimes. A questão de 1964, não existem documentos se matou, não matou, isso aí é balela” do presidente Jair Bolsonaro (PSL) REPERCUSSÃO Ministro do STF diz que é caso de ‘mordaça’ O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirmou ontem que diante das últimas declarações do presidente Jair Bolso- naro (PSL) sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, tal- vez fosse o caso de uso de um “aparelho de mordaça” para moderar as falas do chefe do Executivo federal. A afirmação foi dada ao portal Uol.“No mais, apenas criando um aparelho de mordaça”, disse Mello.“Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”, afirmou o ministro.

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