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P
PMDB
“
empaca
”
reforma do
SECRETARIADO DO GOVERNO
Ivan Santos
A dúvida sobre qual espa-
ço caberá ao PMDB e quem o
ocupará levou o governador
Beto Richa (PSDB) a adiar
novamente o anúncio da refor-
ma do secretariado do governo
do Estado. Depois de prome-
ter que divulgaria os novos
nomes de sua equipe no início
desta semana, Richa afirmou
ontemque precisa demais tem-
po para os últimos acertos. Mas
confirmou que um dos objeti-
vos das mudanças é compor
uma ampla aliança para apoiar
seu projeto de reeleição em
2014. Para isso, além do
PMDB, o tucano pretende atra-
ir ainda o PSC e o PSD.
“Eu vou anunciar esta se-
mana. Eu disse que seria a se-
mana passada, mas coloquei da
mesma forma que não tinha
pressa. Os resultados do gover-
no são bons, mas alguns ajus-
tes eu pretendo fazer em algu-
mas áreas específicas. Eu sou
muito cauteloso e não tenho
pressa”, alegou o governador,
após visita às obras do PAC da
Copa em São José dos Pinhais,
na região metropolitana de
Curitiba.
“Temos o apoio do PMDB,
que já integra a nossa base de
apoio naAssembleia Legislati-
va garantindo a governabilida-
de que toda gestão pública es-
pera para ter tranquilidade para
administrar o Estado”, expli-
cou. “Portanto a governabili-
dade nós já temos e acredito que
diante desta boa relação que
temos tido com os deputados e
os partidos que integram a nos-
sa base, temos tudo para fechar
em 2014 uma grande coliga-
ção”, afirmou Richa.
A intenção do governador
é atrair PMDB, além de PSC e
PSD para uma aliança formal
para a disputa pelo governo,
isolando o PT da ministra che-
fe da Casa Civil, Gleisi Hoff-
mann. Em dezembro, a banca-
da do partido na Assembleia
Legislativa se uniu ao ex-go-
vernador Orlando Pessuti e der-
rotou o grupo do senador Ro-
berto Requião na convenção
que elegeu o novo diretório
estadual, colocando na presi-
dência da Executiva da legen-
da o deputado federal Osmar
Serraglio.
Fontes peemedebistas in-
formavam ontem que Pessuti
teria comunicado ao partido
que aceitou convite de Richa
para assumir a presidência da
Sanepar. O ex-governador, po-
rém, também estaria sendo as-
sediado pelo PT de Gleisi, que
lhe ofereceria a possibilidade de
ser indicado candidato a vice-
governador ou ao Senado em
uma chapa liderada pela petis-
ta no ano que vem.
Governador adia
anúncio de
mudanças, mas
confirma intenção de
montar “grande
coligação” para 2014
Richa vistoria obras do PAC da Copa: reforma “sem pressa”
Arnaldo Alves / ANPr
O também peemedebista
Luiz Cláudio Romanelli, atual
secretário de Estado do Traba-
lho, que chegou a ser cotado
para a Casa Civil, agora pode
ir para a Secretaria de Estado
do Planejamento. No lugar de
Romanelli, o deputado estadu-
al Waldyr Pugliesi assumiria a
Pasta do Trabalho. O proble-
ma é que o atual secretário,
Cássio Taniguchi, estaria resis-
tindo em deixar o cargo, como
previsto anteriormente.
Também é dada como cer-
ta a ida do deputado federal
Reinhold Stephanes, que trocou
o PMDB pelo PSD, para a che-
fia da Casa Civil. Com isso,
abriria-se caminho para que o
suplente de deputado federal
MarceloAlmeida (PMDB) as-
sumisse uma vaga na Câmara
Federal. Almeida coordenou a
campanha do deputado federal
Ratinho Júnior (PSC) à prefei-
tura de Curitiba.
Emergente - Ratinho Júni-
or, aliás, é tido como já tendo
O governador Beto Richa
visitou ontem, emSão José dos
Pinhais, na Região Metropoli-
tana de Curitiba, obras do Cor-
redorAeroporto-Rodoferrovi-
ária e Corredor Marechal Flo-
riano, que fazem parte do Pro-
grama de Aceleração do Cres-
cimento (PAC) para a Copa do
Mundo 2014.As duas obras de
mobilidade têm investimentos
de R$ 68,7milhões, com finan-
ciamento do governo federal e
contrapartida do Estado. “Es-
tas obras vão garantir uma li-
gação eficiente entre os muni-
cípios, aumentar a capacidade
de fluxo de veículos e dar se-
gurança aos motoristas”, afir-
mou.
Os trabalhos foram inicia-
dos no final de dezembro e as
obras devem ser concluídas até
maio de 2014. “Serão umgran-
de legado não só para as cida-
des de Curitiba e São José dos
Pinhais, mas para a região me-
tropolitana, que ganha mais
mobilidade”, destacou Richa.
“O cronograma será cumprido
à risca”, garantiu o governador.
De acordo com a Coorde-
nação da Região Metropolita-
na de Curitiba (Comec), res-
ponsável pelos serviços, somen-
te naAvenida das Torres o flu-
xo de veículos deve aumentar
em 30% com a implantação de
mais uma pista em ambos os
lados e a construção de trinchei-
ras.
O deslocamento até a ca-
pital também será facilitado
pela intervenção na Avenida
Marechal Floriano, onde serão
construídas duas trincheiras e
também prolongada a canaleta
exclusiva de ônibus até o ter-
minal de passageiros de São
José dos Pinhais. “Essas obras
vêmao encontro dos anseios da
nossa população, pois vão de-
safogar o trânsito e facilitar o
deslocamento das pessoas”, res-
saltou o prefeito de São José
dos Pinhais, Luiz Carlos Setim.
“São obras extremamente
importantes, não só para a
Copa. A ampliação naAvenida
das Torres vai facilitar o fluxo
de pessoas que utilizam o ae-
roporto”, informou o secretá-
rio do Desenvolvimento urba-
no, Cesar Silvestri.
Os projetos executivos das
obras foram integralmente pa-
gos pelo Governo do Estado,
que também participa com
aproximadamente 20% do va-
lor total investido. O governo
federal obriga que apenas 5%
dos valores dos projetos do
PAC da Copa sejam de contra-
partida dos estados.
Avenida das Torres
– O
Corredor Aeroporto/Rodofer-
roviária prevê obras em toda a
extensão daAvenida Comenda-
dor Franco (Avenida das Tor-
res). Parte das obras será feita
pela prefeitura de Curitiba. A
parte de responsabilidade do
Estado inicia na divisa entre a
capital e São José dos Pinhais,
e segue até o acesso ao Aero-
porto Internacional Afonso
Pena.
Neste trecho, de aproxima-
damente quatro quilômetros,
serão retiradas nove torres de
energia e semáforos para a im-
plantação de mais uma pista
em ambos os lados. Desta for-
ma, a avenida terá quatro pis-
tas em cada sentido, o que deve
aumentar a capacidade de flu-
xo em 30%.
Além disso, serão constru-
ídas três trincheiras para veí-
culos e duas passagens em des-
nível para pedestres (locais ain-
da não definidos). A obra está
orçada em R$ 47,6 milhões,
dos quais R$ 5 milhões são do
Estado.
Também serão feitos ser-
viços de pavimentação, ilumi-
nação, calçamento, ciclovia e
paisagismo. Segundo a Comec,
a via será totalmente urbaniza-
da e ligará os parques locais.A
empresa responsável pelos tra-
balhos também irá repor árvo-
res ao longo da avenida.
Richa visita obras de mobilidade
PAC DA COPA 2014
um pé na Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Urbano.
Com isso, Richa agrega a seu
grupo uma das principais lide-
ranças políticas emergentes do
Estado, que no ano passado
surpreendeu ao chegar ao se-
gundo turno da eleição para
prefeito de Curitiba, conquis-
tando quase 400 mil votos.
Dessa forma, o governador
compensaria a derrota para
Gustavo Fruet (PDT), que ven-
ceu o segundo turno na Capital
com o apoio do PT de Gleisi.
Ontem, em entrevista ao
programa “Brasil Urgente” da
TV Bandeirantes, Richa não
confirmou oficialmente, mas
admitiu que são grandes as
chances do parlamentar do
PSC ir para o governo. “É um
bom quadro, foi o deputado
mais votado no Paraná, teve
boa votação na Capital, e tem
boas qualidades para contribuir
com o governo, sim. Agrega
bastante, com grande densida-
de eleitoral”, avaliou.
Ogovernador BetoRicha
recebeu ontem, no Palácio
Iguaçu, a visita do prefeito de
Londrina,Alexandre Kireeff.
Foi o primeiro encontro ofi-
cial dos dois desde a posse do
prefeito. Kireeff formalizou
umpedido de subsídio do Es-
tado para o transporte coleti-
vo da cidade.
Ele decidiu oficializar o
pedido depois que o prefeito
de Curitiba, Gustavo Fruet
(PDT), passou a cobrar do
governo a manutenção do
subsídio de cerca de R$ 60
milhões anuais concedido
pelo Estado a partir de 2011,
ainda na gestão do ex-prefeito
da Capital, Luciano Ducci
(PSB). Richa garantiu o cum-
primento do convênio com a
prefeitura de Curitiba, em
vigor até abril, mas a partir
de maio, não definiu se man-
terá os repasses.
Fruet alega que o subsí-
dio é fundamental para garan-
tir a manutenção da tarifa in-
tegrada de transporte com os
municípios da região metro-
politana de Curitiba. Estudo
apresentado pelo Sindicato
das Empresas de Transporte
Coletivo de Curitiba aponta
que o custo real da tarifa hoje
seria de R$ 3,10, contra R$
2,60 cobrado dos usuários.
Desde a posse, porém, prefei-
tos de cidades do interior tem
cobrado o repasse do subsí-
dio do Estado também para
suas cidades.
Segundo Richa, um gru-
po técnico avalia as alterna-
tivas de apoio do governo
estadual para cidades que
possuem sistemas organiza-
dos de transporte coletivo. O
governador ressaltou que está
aberto para parcerias e inves-
timentos que contribuampara
o desenvolvimento de Lon-
drina e região. “Estamos re-
alizando obras relevantes que
mostram o compromisso do
nosso governo com Londri-
na, que por anos ficou esque-
cida pelo Estado. O Paraná
agora é parceiro do municí-
pio”, disse o governador.
O prefeito disse que tem
a expectativa de fazer uma
gestão integrada com o go-
verno estadual. “Foi uma boa
reunião. Discutimos, entre
outras coisas, as obras do go-
verno no município. O go-
vernador se demonstrou dis-
posto a continuar ajudando
Londrina, principalmente no
transporte coletivo”, afirmou
Kireeff.
Aeroporto
– No encon-
tro, Richa citou alguns inves-
timentos do Estado no mu-
nicípio, como os recursos
destinados para indenização
de áreas para as obras do ae-
roporto, no valor de R$ 27
milhões, a duplicação da PR-
445, um projeto de 93 mi-
lhões, além da construção de
uma nova delegacia. O go-
verno também está apoiando
a reconstrução do Cine Ouro
Verde e já autorizou a cons-
trução do novo IML e a re-
forma do Hospital Universi-
tário, além de investir em
obras de saneamento.
Kireeff oficializa pedido de subsídio
TRANSPORTE COLETIVO
Da Redação
O Ministério Público en-
trou com ação na Justiça con-
tra o prefeito de Reserva do
Iguaçu (região Centro Sul),
Emerson Julio Ribeiro
(PSDB), sob a acusação de
compra de votos. A acusação
envolve ainda um vereador e
outras cinco pessoas acusadas
de cometer uma série de irre-
gularidades durante as eleições
municipais de 2012.
Segundo a acusação assi-
nada pela promotora de Justi-
ça Mariana Dias, da comarca
de Pinhão, o prefeito “por di-
versas vezes durante sua cam-
panha eleitoral ofereceu, pro-
meteu e entregou combustí-
veis (...) e outras vantagens
econômicas a eleitores do mu-
nicípio de Reserva do Iguaçu,
o que inclui o pagamento de
contas de água e luz, com o
fim de obter-lhes o voto”.
Além disso, segundo a Promo-
toria, “por meio de compar-
sas, utilizou-se de violência e
grave ameaça contra as pesso-
as em Reserva do Iguaçu, (...)
agredindo fisicamente adver-
sários políticos e seus familia-
res, de forma a ostentar para a
população local que aqueles
que não estivessem ao seu lado
poderiam ser vítimas de agres-
sões físicas”.
Interceptação telefônica do
celular do prefeito eleito e de
outro réu, pedida pelo MP e
autorizada pela 160ª Zona Elei-
toral de Pinhão teria revelado
ameaças do prefeito e então
candidato a adversários políti-
cos. A interceptação foi reali-
zada entre 5 e 15 de outubro
de 2012. “Diga pro Dirceu que
pelos votos dele o que eu dei
de dinheiro pra ele já é sufici-
ente”, disse Ribeiro, em uma
das conversas, segundo a inves-
tigação.
Em outro diálogo, ocorri-
do na véspera das eleições mu-
nicipais, Ribeiro teria dito a um
colega que pode “surrar o piá”,
referindo-se, segundo a ação,
em um dos casos, ao filho do
candidato adversário, Joãozi-
nho Camargo (PMDB), que
teria sido vítima de agressões
físicas. “Podem botar pra cor-
rer; (...) podem surrar, só não
se incriminem; batam no estô-
mago, no testículo...”, diz o
prefeito eleito na conversa, ain-
da segundo o MP.
A Promotoria pediu à Jus-
tiça que seja declarada a práti-
ca de ato de captação ilícita de
votos, com aplicação de multa
e cassação do registro ou do
diploma do prefeito eleito. Re-
quer, ainda, que seja confirma-
da a prática de abuso de poder
econômico e que seja declara-
MP acusa prefeito de compra de votos
RESERVA DO IGUAÇU
da pela Justiça a nulidade dos
votos obtidos por Emerson Ju-
lio Ribeiro nas eleições muni-
cipais de 2012.
Falta de provas
—Ribei-
ro negou as acusações. Segun-
do ele, a Justiça local já teria
determinado o arquivamento do
processo por falta de provas. O
prefeito afirmou ainda que o
suposto “piá” a que ele se refe-
re na gravação não era o filho
do candidato adversário, mas
alguém que estaria promoven-
do vandalismo em material de
propaganda de sua campanha.
Em novembro do ano pas-
sado, Ribeiro já havia sido de-
tido pela Polícia Federal sob
acusação corrupção eleitoral
junto com outras três pessoas.
Na ocasião a PF apontou que
ele teria articulado um esque-
ma de compra de votos por
meio de dois postos de com-
bustíveis.
O PSDB e o DEM entra-
ram ontem com ação direta de
inconstitucionalidade (Adin) no
Supremo Tribunal Federal
(STF) contra a Medida Provi-
sória (MP) 598/12. AMP abre
crédito extraordinário no valor
líquido de R$ 42,5 bilhões em
favor de órgãos federais e em-
presas estatais e garante recur-
sos para obras do Programa de
Aceleração do Crescimento
(PAC), contornando o atraso na
aprovação do Orçamento da
União para 2013.
“É uma invasão às prerro-
gativas do Congresso Nacional
que vem sendo praticada pelo
Executivo, e essa trena para
poder medir o limite de cada
Poder está muito bem definido
pela Constituição brasileira. O
que ocorreu foi nada mais do
que uma nova maquiagem do
governo Dilma. Essa medida
provisória tem por objetivo
maquiar o PIB do primeiro tri-
mestre”, criticou o deputado
Ronaldo Caiado (DEM-GO).”
A MP foi editada porque,
sem acordo para analisar os ve-
tos dapresidenteDilma àLei dos
Royalties, o Congresso deixou
para a volta do recesso, em fe-
vereiro, a votação doOrçamen-
to da União de 2013. Ainda se-
gundo Caiado, o governo não
será prejudicado pela não vota-
ção do orçamento de 2013, já
que, até que isso aconteça, pode
manter o custeio com 1/12 (um
doze avos) do valor total da peça
orçamentária.Alémdisso, segun-
do o deputado, há mais R$ 178
bilhões em restos a pagar.
Para o líder do governo no
Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), a Medida Pro-
visória 598 atende aos princí-
pios da legalidade. “O gover-
no tomou uma medida respon-
sável para não paralisar o país,
garantido os investimentos”,
explicou.
Oposição questiona liberação de gastos
STF
Assim como
Curitiba, prefeito
de Londrina
também quer
ajuda do governo
do Estado para
manter tarifa de
ônibus
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRODE 2013
J
ORNAL DO
E
STADO