BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, SEXTA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2016
O ministro da Saúde, de-
putado federal paranaense
Ricardo Barros (PP) voltou
ontem a causar polêmica ao
afirmar que os homens procu-
rammenos o atendimento de
saúde porque “trabalham
mais do que as mulheres e são
os provedores” das casas bra-
sileiras. Alémde acreditar que
os homens “possuem menos
tempo” do que as mulheres, o
ministro considerou que os
homens fazem menos acom-
panhamento médico por uma
questão de hábito e de cultu-
ra. Nesta quinta-feira, 11, o
ministério lançou um guia do
“Pré-Natal do Parceiro”, a fim
de incentivar os homens a fa-
zerem exames de prevenção
ao acompanhar as mulheres
aos postos de atendimento
durante a gravidez.
Apesar da declaração do
ministro, dados do IBGE indi-
cam que as mulheres traba-
lham mais do que os homens.
Em 2004, as mulheres traba-
lhavam quatro horas a mais
que os homens por semana,
quando se soma a ocupação
remunerada e o que é feito
dentro de casa. Em uma déca-
Ministro da Saúde
volta a causar polêmica
Ricardo Barros diz que homens vão menos ao médico por trabalharem mais
da, a diferença aumentoumais
de uma hora. Em 2014, a du-
pla jornada feminina passou a
ter cinco horas a mais, segun-
do a Pesquisa Nacional por
Amostra deDomicílios (Pnad).
Nestes dez anos, os homens
viram sua jornada fora de casa
cair de 44 horas semanais para
41 horas e 36 minutos.
O programa do Ministé-
rio da Saúde do pré-natal
para homens busca reduzir a
diferença de sete anos entre
a expectativa de vida entre
homens e mulheres e aproxi-
mar os pais durante a gesta-
ção. “Nesse momento em que
eles vão aos postos de saúde
acompanhar as mulheres no
pré-natal nós queremos cap-
turar os homens”, disse Bar-
ros. “Normalmente quando
o atendimento familiar vai à
casa das famílias os homens
estão fora trabalhando”, co-
mentou. Barros.
Antecedentes
- Não é a
primeira polêmica do parana-
ense à frente do ministério.
Logo após assumir o cargo, em
maio, ele suscitou críticas de-
pois de afirmar que o País não
teria condições financeiras de
garantir o direito de acesso
universal à saúde pública a
Barros: paranaense coleciona polêmicas no cargo
Franklin de Freitas
O juiz federal Sérgio
Moro, que conduz as ações
da Operação Lava Jato, res-
tabeleceu a prisão preventi-
va do pecuarista José Carlos
Bumlai, amigo do ex-presi-
dente Luiz Inácio Lula da
Silva. A decisão foi tomada
na quarta-feira e determina
que o pecuarista, atualmen-
te em prisão domiciliar, se
apresente à Polícia Federal
em 23 de agosto.
Bumlai, de 71 anos, é
acusado de corrupção pas-
siva, lavagem de dinheiro
e por crimes financeiros no
emblemático empréstimo
de R$ 12 milhões da
Schahin para o PT em 2004.
Ele havia sido custodiado
preventivamente, por or-
dem de Moro, em novem-
bro de 2015, na Operação
Passe Livre, desdobramen-
to da Lava Jato.
Juiz Moro manda
Bumlai de volta à prisão
O presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Gil-
mar Mendes, decidiu auto-
rizar na noite de quarta-fei-
ra, o andamento das inves-
tigações contra o PMDB e o
PP, atendendo pedido feito
pela corregedora-geral da
Justiça Eleitoral, a ministra
Maria Thereza de Assis
Moura. Na última terça-fei-
ra, 9, a corregedora havia
pedido que fossem abertas
investigações contra o PMDB
e o PP com base nas apura-
ções em andamento no âm-
bito da Operação Lava Jato.
O pedido foi feito ao pre-
sidente do TSE, que na se-
mana passada solicitou apu-
ração semelhante sobre o
uso de verbas públicas da
Petrobras, mas com relação
ao PT. Se a investigação con-
cluir que houve uso de fi-
nanciamento vedado pela
Caixa dois
TSE abre investigações
contra PMDB e PP
legislação eleitoral, o resul-
tado pode ser a extinção das
siglas.
“Constato, nesta análise
preliminar da documentação,
indícios de práticas ilegais
tanto por parte do PT, quan-
to pelo PP e pelo PMDB”, ale-
gou a corregedora, que cita
depoimentos do ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Cos-
ta e do doleiro Alberto Yous-
sef, personagens centrais da
Operação Lava Jato.
O TSE ainda precisa de-
finir quem deve ser o relator
dos processos. No entendi-
mento de Maria Thereza,
que deixará o cargo nas pró-
ximas semanas, os processos
devem ser distribuídos livre-
mente entre os integrantes
da Corte, em vez de ficar a
cargo da Corregedoria. O ple-
nário do TSE deverá discutir
o assunto no próximo dia 23.
O magistrado, a pedido
da defesa de Bumlai em
março deste ano, concedeu
prisão domiciliar para que o
pecuarista tratasse um tu-
mor na bexiga. Durante o
tratamento, Bumlai passou
por uma cirurgia cardíaca e
teve a prisão domiciliar am-
pliada até 19 de agosto.
Amigo do Lula
ELEIÇÕES 2016
Redação Bem Paraná com Blog Boca Maldita
PRB diz que foi...
... e acabou não fondo. O PRB, liderado pelo deputa-
do Pastor Edson Praczyk, que havia jurado amor à candi-
datura do ex-prefeito Rafael Greca (PMN), acabou en-
trando de fato no barco da reeleição de Gustavo Fruet
(PDT). Mas, o mais estranho veio no diário oficial 9.754,
de 3 de agosto, com a nomeação do Bernardino Barreto
de Oliveira, o Pastor Oliveira Filho, ex-deputado federal
e capo do partido, como presidente do Instituto de Pesos
e Medidas do Paraná (IPEM). O decreto, sob o número
4748, é assinado pelo governador Beto Richa e o chefe
da Casa Civil, Valdir Rossoni, ambos do PSDB, partido
que integra a coligação de Greca.
Loas a Fruet
O site do PRB traz declarações no mínimo enigmáti-
cas de Pastor Oliveira Filho, mais novo secretário do go-
verno Richa. “Nós temos orgulho de dizer que temos um
prefeito limpo”, ressaltou o ex-deputado federal. Que
completou: “Eu prefiro perder com o Gustavo do que
ganhar com qualquer um”. Será que já está prevendo
uma derrota de Fruet?
Rezek na Alep
O ex-ministro do STF, Francisco Rezek, estará na
manhã desta sexta (12) na Assembleia Legislativa (Alep).
A partir das 10h, ele profere a palestra “Direitos Huma-
nos: universalidade e ambiguidades na hora atual”. O
evento, promovido pela Escola do Legislativo, é aberto
aos servidores da Casa e interessados.
Com Leprevost
Renato Adur, ex-secretário de Desenvolvimento Ur-
bano no governo Roberto Requião (PMDB), será um dos
coordenares da campanha de Ney Leprevost (PSD) à
prefeitura de Curitiba. Adur, segundo o jornalista Fer-
nando Tupan, terá como missão integrar todos os seg-
mentos que apoiam Leprevost.
Redação
O Plenário da Assembleia Legislativa foi transforma-
do ontem (11) em uma grande sala de aula. Mais de 600
estudantes fizeram o segundo aulão preparatório para o
Enem e o 1º Concurso de Redação, em parceria com o
Grupo Eureka e a Secretaria de Estado da Educação
(SEED).
Elza fora
A ex-deputada estadual e vereadora por três man-
datos, Elza Correia (PMDB), não vai disputar a reelei-
ção. Segundo ela, a decisão foi por não concordar com a
aliança articulada pela direção estadual do partido. “O
PMDB trai o seu estatuto, trai a sua proposta política e
bandeira”, disse Elza a Rádio Paiquerê.
Em Brasília
A vice-governadora Cida Borghetti, responsável pe-
las relações institucionais do Estado, está desde ontem
em Brasília, para audiências no Ministério dos Transpor-
tes, na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
e no Ministério da Saúde.
PT solo
O ambiente não está fácil para o PT nestas eleições.
Nos 25 municípios da região da Comcam, de Campo
Mourão, o partido tem apenas 1 candidato a prefeito,
mesmo assim, à reeleição. O PMDB tem o maior número
de candidatos: 11 de um total de 61. Na sequência vem
PPS com oito, PSD com sete e PSDB com seis.
MAIS
sobre política no
todos, como previsto na Cons-
tituição Federal de 1988, que
criou o Sistema Único de Saú-
de. E que o tamanho do SUS
teria que ser revisto. Barros
também afirmou que o Minis-
tério deveria discutir a ques-
tão do aborto com as igrejas, e
defendeu a criação de planos
de saúde “populares”, com
menos exigências de cobertu-
ra e atendimento. Outra de-
claração polêmica foi a de que
muitos pacientes que procu-
ram atendimento em unida-
des de atenção básica da rede
pública apenas “imagina” es-
tar doente.
PPI
“
“Normalmente
quando o
atendimento
familiar vai à casa
das famílias os
homens estão
fora
trabalhando”.
do ministro da Saúde,
Ricardo Barros (PP)
LAVAGEM
R$
12
milhões
é valor do
empréstimo que
Bumlai teria obtido
para o PT em 2004