8 Cidades Curitiba, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019 [email protected] ## CASO DANIEL ‘Encarei os assassinos cruéis’, diz mãe de jogador assassinado Eliana Aparecida foi ouvida no segundo dia de audiências em São José dos Pinhais Narley Resende No segundo dia de audiências de instru- ção do caso que julga o assassinato do jo- gador Daniel Corrêa Freitas, a mãe do atle- ta, Eliana Aparecida Corrêa Freiras, ouvi- da ontem como testemunha de acusação, disse que foi “bombardeada” de perguntas feitas pelo advogadode que defende o réu confesso Edson Brittes. Ementrevista cole- tiva, após sua participação nas audiências, Eliana disse que a defesa da família Brit- tes “fez de tudo” para manchar a imagem do seu filho. Eliana ficou pela primeira vez cara a cara com os acusados. Segundo ela, esse era seu principal objetivo ao aceitar participar das audiências.“Queria olhar na cara deles. Pra eu ver quem são essas pessoas que tiveram coragem de fazer isso com meu filho”, dis- se no primeiro dia. A mãe do jogador contou que a juíza Lu- ciani Martins de Paula, da 1ª Vara Crimi- nal, Júri e Execuções Penais de São José dos Pinhais, onde o crime aconteceu, pergun- tou se ela se importava com a presença dos acusados. “Na hora eu encarei os assassinos cruéis, que não são nada para mim. Eu fiz questão de olhar no rosto de cada um, para ver o que levaumapessoaa torturar ematar outra.Eu tenho certeza que Deus vai me dar paz pa- ra enfrentar tudo isso e que o meu filho es- tá no céu, ao lado Dele, olhando por mim. E eupermaneci forte,consegui ficar semcho- rar e respondi tudo”, desabafou. Hoje, devem continuar a ser ouvidas as testemunhas de acusação, primeiras na lis- ta de convocados, indicadas pelo Ministé- rio Público. Por enquanto, dez foram ouvi- das. O atraso alterou a expectativa de que os réus já pudessem ser ouvidos hoje, mo- mento anterior à decisão da juíza quanto à confirmação de que o caso seja julgado pe- lo Tribunal do Juri. O delegado Amadeu Trevisan, responsá- vel pelo inquérito, e policiais que trabalha- ramnocaso,alémdeuma jovemque relatou que Daniel tentou entrar no banheiro em que ela estava no dia da festa, estão entre as testemunhas que serãoouvidas hoje.São dez testemunhas de acusação, mais quatro informantes.Outras 48 testemunhas foram chamadas pela família Brittes. Sete pessoas foram denunciadas pelo as- sassinato de Daniel,morto a facadas na Co- lônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, no fimde outubro do ano passado. São elas: Edison Luiz Brittes Júnior, Cristiana Rodri- gues Brittes,Allana Emilly Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King, David Willian Vollero Silva e Evellyn Brisola Pe- russo. Dos réus, apenas Evellyn responde ao processo em liberdade. ## PINHEIRINHO OAB-PR acompanha caso de advogado morto em Curitiba O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraná (OAB Paraná), Cássio Telles, esteve na Delegacia de Ho- micídios e Proteção à Pessoa, ontem, para obtermais informações sobre o assassina- to do advogado Domingos Zanuncini Jú- nior,ocorridonofinal damanhãdeontem. Cássio Telles foi recebido pela dele- gada Camila Cecconello, que periciou o local e continua colhendo informações em câmeras de segurança da região pa- ra tentar identificar o suspeito. De acordo com a delegada, todas as li- nhas de investigação estão sendo consi- deradas, embora não haja evidências de que o crime tenha sido em decorrência do exercício profissional. Essa hipótese, contudo, não está descartada. Cássio Telles fez contato também com o delegado-geral adjunto da Polícia Civil doParaná,RiadBraga Farhat, para solici- tarquesejadadaadevidaatençãoaocaso. Na delegacia, o presidente da OAB Pa- raná esteve acompanhado do presiden- te da Comissão de Prerrogativas,Andrey Salmazo Poubel, e do assessor da presi- dência Ricardo Miner Navarro. Como foi O advogado Domingos Zanuncini Jú- nior, foi executado a tiros em frente ao seu escritório no bairro Pinheirinho, em Curitiba, no fim da manhã. Um funcio- nário do escritório, de 60 anos, também foi morto pelo atirador no local. Zanun- cini advogava desde 2015. Mais de dez tiros teriam sido dispara- dos em direção aos dois, segundo a po- lícia. Segundo testemunhas, o atirador fugiu à pé. Até a noite de ontem ele não havia sido identificado. Câmeras de mo- nitoramento na região vão ajudar a po- lícia no caso. Foto: Giuliano Gomes/PR PRESS/ESTADÃO Eliana Corrêa, mãe de Daniel, e o advogado Nilton Ribeiro 4020 4411

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