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BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2015
O PSDB reúne, hoje, em
Brasília, os dirigentes estadu-
ais do partido, em encontro
convocado pelo presidente
nacional da legenda, senador
Aécio Neves (MG). O objeti-
vo é unificar o discurso em
torno do impeachment e da
manifestação de domingo
contra a presidente Dilma
Rousseff (PT). E ao contrário
do governador Beto Richa –
que criticou a adesão oficial
da sigla ao protesto – o presi-
dente do PSDB paranaense,
deputado Ademar Traiano,
defende o engajamento dos
tucanos nos movimentos po-
pulares que querem a depo-
sição da petista.
“Acho que o partido não
tem outro caminho. É um
momento de indignação. O
PSDB tem que ter uma posi-
ção clara. É difícil conter qual-
quer manifestação. Eu apoio
a ida dos brasileiros às ruas”,
afirmou Traiano, ontem, pou-
co antes de embarcar para a
Capital federal.
Há duas semanas, Aécio
anunciou que o PSDB se en-
gajaria nos protestos, usando
as inserções do partido na
propaganda de rádio e televi-
PSDB tenta unificar discurso
pró-impeachment de Dilma
Ao contrário de Richa, presidente do partido no PR defende adesão à manifestação contra presidente
Aécio e a cúpula do PSDB
teriam ficado descontentes
com o posicionamento do pa-
ranaense. Por isso, teriam de-
cidido reunir os dirigentes
para que todos adotemomes-
mo discurso favorável ao afas-
tamento da presidente.
Traiano minimizou o de-
sencontro interno de opini-
ões dentro do PSDB, alegan-
do que Richa – por ser go-
vernador – tem que manter
um bom relacionamento com
o governo federal, até para
garantir recursos para as
obras e projetos do Estado.
“O governador, na posição
que tem, tem que ter um
pouco de cautela. A posição
do governador é mais na
questão da governabilidade”,
argumentou o dirigente. “O
partido pode ter divergênci-
as em relação a posição do
governador”, admitiu.
Guinada -
Na semana pas-
sada, outra guinada expôs
mais divergências internas no
PSDB. Líderes do partido na
Câmara e no Senado abando-
naram a tese do impeachment
e passaram a defender a rea-
lização de novas eleições como
solução para a crise. Omotivo
é simples: em caso de impea-
chment da petista, assume o
governo o vice-presidente
POLÍTICA EM DEBATE
Josianne Ritz | Com a colaboração dos editores do BEMPARANA |
Traiano: “O partido não tem outro caminho”
Valquir Aureliano
são para convocar a popula-
ção a participar da manifesta-
ção. A iniciativa foi criticada
por Richa quando ele foi à
Brasília para uma reunião dos
governadores coma presiden-
te. “Eu acho desnecessário
(fazer a convocação). Nós ti-
vemos grandes manifestações
no país inteiro, sempre com
chamamentos espontâneos”,
avaliou. “Acho desnecessário
até para não ser explorado de
forma indevida, que seria uma
convocação de partidos adver-
sários. Poderia parecer um re-
vanchismo (se) explorado
maldosamente”, disse ele na
ocasião.
Falta semdesconto
Um grupo de vereadores está tentando mudar o
regimento da Câmara Municipal de Curitiba para
que eles possam sair antes do fim das sessões sem
registro de falta ou desconto no salário.
Atualmente, o regimento prevê que os vereadores
que se ausentam antes do fim do Grande
Expediente – quando a sessão é encerrada - levam
falta e, como consequência, têm seus salários
descontados. Com a alteração, os vereadores
pretendem que o regimento permita que os
parlamentares saiam ao final da “Ordem do Dia”,
quando são feitas as votações. “É obrigação dos
vereadores permanecerem durante toda a sessão.
Essa alteração é um retrocesso”, critica a
vereadora Professora Josete
.
“Dança”
Valquir Aureliano
Michel Temer (PMDB). Já na
possibilidade de novas elei-
ções, Aécio seria o favorito, já
que conta com o “recall” da
eleição do ano passado.
Essa mudança também foi
motivada por uma inflexão na
posição de Temer – que em
discurso surpreendente afir-
mou que o Brasil precisava de
alguém para “unir o País”. A
declaração foi interpretada
como um sinal de que o pee-
medebista já estaria se caci-
fando para substituir Dilma.
Além disso, setores do
PSDB ligados ao senador José
Serra teriam interesse na as-
censão de Temer. Segundo
essa versão, Serra seria cota-
do como possível ministro da
Fazenda em um eventual go-
verno peemedebista, o que
lhe daria a chance de repetir
em 2018 o papel desempe-
nhado por Fernando Henri-
que Cardoso, que assumiu a
Fazenda no governo Itamar
Franco, após a queda de Fer-
nando Collor da presidência,
e assim ganhou respaldo para
concorrer e ser eleito presi-
dente em 1994, reeleito qua-
tro anos depois na esteira do
sucesso do Plano Real.
Líder nega que vá
deixar o PMDB
O líder do governo na
Assembleia Legislativa, de-
putadoLuizCláudioRoma-
nelli, nega, por enquanto, a
intenção de deixar o PMDB,
mas admite desconforto
com as atitudes do coman-
do estadual do partido, con-
trolado pelo grupo do sena-
dor Roberto Requião
(PMDB). No sábado, Roma-
nelli participou de encon-
tro do PSB paranaense, o
que estimulou especula-
ções de que ele pudesse
estar se preparando para
mudar de legenda.
“Não cogito sair do
PMDB, mas tem alguns
querendo me expulsar”,
reconheceu. A declaração
é uma referência à resolu-
ção da Executiva Estadu-
al do PMDB, que proibiu
filiados ao partido de ocu-
parem cargos no governo
Beto Richa. Outra resolu-
ção determinou que os fi-
liados que ocupam cargos
no governo teriam que
deixar os a direção parti-
dária. Romanelli recorreu
à Justiça para manter o
cargo de segundo vice-
presidente do PMDB. Ele
alega que havia um acor-
do para que se licencias-
se enquanto ocupasse a
liderança governista na
Assembleia, mas o acordo
foi descumprido pela di-
reção peemedebista.
Água
A Câmara abriu licitação para compra
de água mineral. Através do pregão pre-
sencial aberto exclusivamente às microem-
presas e empresas de pequeno porte, a Casa
pretende contratar empresa apta a forne-
cer água em galões de 20 litros e em copos
plásticos de 300ml por um período de 12
meses. O pregão acontece na quinta-feira e
o preçomáximo para a aquisição será de R$
63.206,40. A estimativa é que sejam consu-
midos, no período, 3.840 garrafões e 34.560
copos de água. O custo estimado de cada
galão é de R$ 11,96. Já os copos têm valor
unitário de R$ 0,50. No valor global da lici-
tação está incluído o serviço de entrega dos
produtos, bem como inspeção e higieniza-
ção de 44 bebedouros.
Contrato
A licitação é necessária pois o contrato
que a Câmara possui com a empresa Água
Mineral Naturale, firmado após licitação
realizada em 2013, termina neste mês. À
época, a empresa foi vencedora da dispu-
ta e escolhida para fornecer o produto por
24 meses, ao custo de R$ 49,5 mil.
“O PSDB tem que
ter uma posição
clara. É difícil
conter qualquer
manifestação. Eu
apoio a ida dos
brasileiros às
ruas”.
do presidente do PSDB
do Paraná, deputado
Ademar Traiano
Alvo
Além do líder do governo na Assembleia, de-
putado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), o sena-
dor Alvaro Dias (PSDB) também está sendo as-
sediado pelo PSB para migrar para a sigla. Na
noite de sexta-feira, o presidente nacional do
PSB, Carlos Siqueira, visitou Alvaro no aparta-
mento do tucano em Curitiba e reiterou o convi-
te para que ele se filie ao partido. Siqueira adian-
tou a Alvaro que o PSB está aberto à qualquer um
dos dois projetos do senador nas eleições de 2018:
a candidatura a presidência da República ou ao
governo do Paraná.
Verba
Os deputados federais paranaenses gastaram
R$ 3,8 milhões da cota de verba parlamentar no
primeiro semestre do ano. O levantamento é do
coletivo de jornalistas independentes Livre.jor.
Segundo ele, 21,4% do total dos gastos, ou R$ 818
mil, foram destinados à compra de passagens aé-
reas. Em segundo vem a despesa com divulgação
das atividades parlamentares, que custou R$
687,3 mil, ou 17,9% do total. Chamou a atenção os
gastos com consultorias. Só Edmar Arruda (PSC),
gastou R$ 79,8 mil consultoria para um projeto
que dá nome a um viaduto.
Controle
O grupo que quer promover a
mudança seria formado pelos
vereadores Aldemir Manfron,
Beto Moraes, Cacá Pereira,
Chico do Uberaba, Colpani,
Dirceu Moreira, Geovane
Fernandes, Jairo Marcelino,
Jorge Bernardi, Mauro Ignácio,
Mestre Pop, Rogerio Campos,
Sabino Picolo, Tiago Gevert,
Tico Kuzma e Tito Zeglin. A
obrigação de que vereadores e
vereadoras permaneçam
durante toda a sessão é
recente. O regimento foi
alterado em 2012 com a
previsão de desconto no
salário para os vereadores que
se ausentam da sessão.
Durante a gestão de Luiz
Cláudio Derosso, vereadores e
vereadoras tinham apenas o
controle de presença no início
das sessões. O projeto estava
na ordem do dia de ontem,
mas acabou tendo a votação
adiada para hoje.
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