Jornal Bem Paraná - page 8

BEM
PARANÁ
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Cidades
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2015
Elaine Martins da Silva, 26
anos, desenvolvedora de sis-
temas, sempre gostou de
olhar para o céu. Seu interes-
se pelos astros surgiu aos 14
anos, quando seu tio comprou
um telescópio e mostrou a ela
omplaneta Saturno. “Não tem
como a gente ver Saturno e
não se apaixonar ”, diz ela.
Quando seu tio se mudou, ela
não pôde mais observar o
céu, por isso, anos depois,
usou seu primeiro 13° salário
para comprar uma luneta
simples. E com o tempo foi
adquirindo aparelhos melho-
res. Para ela a fascinação pela
astronomia está no tamanho
das galáxias em relação à Ter-
ra e ao homem. “Deve existir
vida (fora da terra), só não
encontramos ainda”.
E da mesma forma como
ela, existem muitos outros.
Fascínio pelo universo
Astronomia amadora tem dezenas de clubes e milhares de adeptos na Capital
Nós não estamos sozinhos,
serve também para mostrar
que o interesse pelos astros
reúne muitos, milhares, talvez
milhões de pessoas. Basta
pesquisar na internet e des-
cobre-se pelo menos uma de-
zena de clubes de astronomia
que reúne os anônimos.
No caso de Elaine, uniu-
se com a de alguns amigos,
que criaram o grupo Nevoei-
ro, que se reúne para obser-
var o céu. O que começou
como um encontro de algu-
mas pessoas se tornou algo
maior e, hoje, conta commais
de 100 seguidores na internet.
Ogrupo costuma se reunir em
chácaras fora da cidade para
ter uma visão mais nítida.
E esse interesse cresce a
cada ano. Para o professor e
astrônomo José Manoel Luís
da Silva, fundador do Plane-
tário e Observatório do Colé-
gio Estadual do Paraná, o in-
teresse das pessoas cada vez
maior pela astronomia se deve
às grandes descobertas que
aconteceram na área a partir
dos anos 1965-1970, que mos-
traram ao homem a extensão
do universo. Segundo ele, an-
teriormente o interesse da po-
pulação pelo céu era muito
menor porque o conhecimen-
to que se tinha dele também
era. Com o descobrimento de
novas estrelas, planetas e ga-
láxias, as pessoas passaram a
ter curiosidade sobre os mis-
térios que o universo poderia
guardar. “O homem quer sa-
ber se é exclusivo ou se com-
partilha o universo com ou-
tros”, diz.
Só o Planetário do Colégio
Estadual já recebeu 1,2 milhão
de expectadores desde a sua
fundação, em abril de 1978.
Desde lá já aconteceram cer-
ca de 13,5 mil sessões. As ses-
sões no planetário têm uma
média de visitação de 100 pes-
soas por sábado, de acordo
com o professor Amauri José
da Luz Pereira, professor do
complexoObservatório Astro-
nômico e Planetário (OACEP).
Outro ponto de observa-
ção e ensino é o Observatório
do Colégio Estadual, emCam-
po Magro. E mais recente-
mente, entrou em operação o
FTD Arena, no campus da
PUC-PR, que também faz
apresentações sobre o univer-
so e seus segredos.
Para Elaine Martins, astrônoma amadora, fascínio começou quando seu tio lhe mostrou o planeta Saturno
Até o dia 15 de agosto,
acontece na FTD Digital
Arena, localizada na Ponti-
fícia Universidade Católica
do Paraná (PUC-PR) a Se-
mana de Astronomia. São 10
programas diferentes, des-
de palestras, filmes, e pro-
gramas 4D. Já o curso de
astronomia básica também é
ministrado na FTD Arena
Digital e é dividido em três
módulos, com duração de
seis semanas cada etapa, to-
FTD Arena promove curso básico para iniciantes
COLABOROU
Fernanda Menucci
Especial para o Bem Paraná
O Planetário Professor
Dr. Francisco José Gomes
Ribeiro está localizado den-
tro das dependências do
Colégio Estadual do Para-
ná. Inaugurado em 27 de
abril de 1978, o planetário
tem um formato piramidal
de base quadrada, onde um
instrumento alemão tipo
“Zeiss ZKP1” projeta ima-
gens do céu emtempos pas-
sados, presentes e futuros,
como tambémo firmamen-
to de qualquer cidade bra-
sileira edomundo. Também
são projetadas o céu este-
lar, o sistema solar e outros
fenômenos celestes. O pla-
netário está aberto para o
público em geral e recebe
excursões de alunos para o
aprendizado.
Segundo o Clube de
Astronomia do Colégio Es-
tadual do Paraná (Cacep),
já foram realizadas mais de
13.500 sessões, atingindo
vários níveis de ensino,
desde o primário até a pós-
graduação. Segundo a ins-
tituição, o número de es-
pectadores já ultrapassou
1,2 milhões.
Além do planetário, o
colégiomantémoObserva-
tórioAstronômicoProfessor
Dr. Leonel Moro, inaugura-
do em 24 de novembro de
1994, em Campo Magro, a
20 km de Curitiba. A estru-
tura fica em uma região ru-
ral, no topo de uma colina,
para boa visualização do
céu. O local é usado para
fins de pesquisa e também
de aprendizado. Há além
de telescópios, biblioteca,
anfiteatro, sala de estudos
e laboratório fotográfico,
além de oficinas. A visuali-
zação por telescópios de-
pende das condições mete-
orológicas da noite (são ape-
nas 33 noites astronômicas
por ano em Curitiba, em
média).
O interesse da popula-
ção pela astronomia tem
crescido, diz o professor
Amauri José da Luz Perei-
ra. Ele conta que em um
dos sábados uma caravana
de cerca de 60 carros saiu
do planetário em direção
ao observatório, superlo-
tando os lugares disponí-
veis. As sessões abertas
para o público são em am-
bos os locais no primeiro e
o último sábado do mês. O
planetário está aberto tam-
bémumdomingo por mês,
as 11 horas. A entrada de
ambos é gratuita.
Planetário do
Estadual foi
inaugurado
em1978
COMUNIDADE
Aprenda
Um curso de
astronomia para a
comunidade é
ministrado
mensalmente pelo
Clube de Astronomia
do Colégio Estadual
do Paraná) às 19
horas, com duração
de uma hora. O
curso é gratuito,
basta apenas ter
interesse no
assunto. Não é
necessária inscrição
prévia e os
interessados devem
se apresentar no
portão do planetário
do Colégio Estadual.
Aqueles que
comparecerem a
mais de 75% das
palestras ganham
certificado de
participação no ano
seguinte.
talizando 10 horas de mó-
dulo. Há disponibilidade de
duas turmas, as segundas
ou as sextas, ambas das 19
horas às 20h40. As aulas
serão divididas em duas
etapas, com 50 minutos
cada, uma teórica e outra
prática. Os valores variam
de R$ 120 à R$ 180.
A Semana também conta
com convidados especialis-
tas no tema. Como Fabiano
Diniz, que abordará as ma-
nifestações da natureza que
são frequentes, mas que
pouco conhecemos; o profes-
sor Lucas Pysklyvicz de Sou-
za, que apresenta os melho-
res locais e condições para
observação do céu, principal-
mente para os iniciantes nes-
ta ciência, além de Bertoldo
Schneider Junior, que expli-
cará um pouco sobre a obser-
vação solar, o comportamen-
to magnético do Sol, as eje-
ções e as manchas solares.
Telão do Digital Arena mostra o universo
PRESENÇA
1,3
milhão
de pessoas já
assisitiram às
sessões no
Planetário do
Colégio Estadual
do Paraná desde a
sua fundação, em
1978. A cada
sessão, mais de
100 pessoas
comparecem ao
local, onde é
possível ver o
passado, presente
e futuro no
universo. Tema
causa fascínio na
humanidade desde
tempos imemoriais.
Valquir Aureliano
Divulgação
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