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BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2015
A presidente Dilma Rous-
seff fez ontem, em São Luís
(MA), uma das declarações
mais fortes contra o movi-
mento de perda de apoio no
Congresso que vem abalan-
do seu governo nas últimas
semanas. Dilma afirmou que,
no atual momento de dificul-
dades, o Brasil precisa mais
do que nunca de pessoas que
pensem primeiramente no
bem do País e não “em seus
partidos e projetos pessoais”.
“Quando há dificuldades,
não adianta brigar um com
outro, porque não vai resol-
ver a situação. É necessário
que medidas urgentes sejam
tomadas. Ninguém que pen-
sa no povo brasileiro deve
aceitar a teoria de que: “eu
não gosto do governo, então
vou enfraquecer ‘ele’, a teo-
ria do quanto pior, melhor.
Melhor pra quem?”, questio-
nou Dilma durante evento
Dilma critica “vale-tudo”
da política e “pauta-bomba”
Presidente diz que momento é de pensar mais no País do que em “partidos e projetos pessoais”
mas reiterou que o País é
muito mais forte que isso.
“Estamos em uma travessia,
não estamos parados.” Ela
apontou que esses momen-
tos geralmente causam in-
certezas e apreensão nas
pessoas, mas pediu calma e
disse que a situação é tem-
porária. “Vai passar e passar
Dilma, ontem, no Maranhão: “Vai passar rápido”
Divulgação
rápido”, garantiu.
A presidente fez um defe-
sa enfática dos programas so-
ciais, afirmando que mesmo
durante essa “travessia”, pro-
jetos como o Minha Casa Mi-
nha Vida, Bolsa Família eMais
Médicos não serão abandona-
dos. “Eu trabalho dia e noite
incansavelmente para que a
travessia seja a mais breve
possível”, afirmou.
A presidente foi ovacio-
nada pela plateia, que can-
tava “olê, olê, olê, olá, Dilma,
Dilma” e “no meu País, eu
boto fé, porque ele é gover-
nado por mulher ”. Ela tam-
bém recebeu um forte apoio
do governador do Maranhão,
Flávio Dino (PCdoB), que ci-
tou vários programas do go-
verno federal como motivo
para defender a presidente.
Dilma participou hoje da en-
trega de 4.467 moradias do
Minha Casa Minha Vida.
Diante do agravamento
da crise, a presidente Dilma
Rousseff decidiu chamar to-
dos os presidentes e líderes
dos partidos da base aliada
para conversar durante esta
semana. A decisão foi toma-
da após reunião com o grupo
da coordenação política do
Base
Presidente reúne todos os partidos aliados
A senadora e ex-minis-
tra da Casa Civil Gleisi
Hoffmann (PT-PR) acusou
de “oportunismo” dos mi-
nistros do Tribunal de Con-
tas da União (TCU) na dis-
cussão sobre o julgamento
das contas da presidente
Dilma Rousseff do ano pas-
sado. A petista disse que a
Corte “nunca se preocupou
seriamente” com essas
questões e ressaltou estar
“demonstrado” que são
normais as práticas como a
de postergar pagamentos,
as chamadas pedaladas
fiscais, tendo sido usadas
por governos anteriores.
“Só peço o favor a es-
ses senhores, que já fo-
ram políticos, que já usa-
ram tribuna e que se ma-
nifestam politicamente:
parem de dizer que suas
razões são técnicas por-
que, além disso não ser
verdadeiro, é feio. É mui-
to feio”, criticou ela, em
discurso no plenário.
Gleisi disse que há “vá-
rios” ministros engajados
no esforço de inviabilizar o
mandato da presidente
Dilma. Segundo ela, os
“ministros políticos”, amai-
oria do colegiado, são os
mais engajados.
Para a petista, numa
alusão ao presidente do
PSDB, senador Aécio Ne-
ves (MG), são os perdedo-
res de 2014 que têm inves-
tido no julgamento das
contas do governo pelo
TCU. Uma decisão desfa-
vorável pela Corte de Con-
tas poderia levar o Con-
gresso a abrir um processo
de impeachment contra a
presidente.
“Pedaladas”
Gleisi acusa TCU
de “oportunismo”
O juiz federal Sérgio
Moro, que conduz as ações da
Operação Lava Jato, aceitou
denúncia contra o ex-diretor
da Petrobrás Jorge Zelada (In-
ternacional), os lobistas João
Augusto Henriques, suposto
braço do PMDB no esquema
de propinas na estatal, Raul
Schmidt Felippe Junior e Ha-
mylton Padilha - um dos de-
latores da Lava Jato -, o ex-
diretor geral da área Interna-
cional da estatal Eduardo Vaz
da Costa Musa e o executivo
chinêsHsinChi Su (NobuSu).
Os seis são réus por corrup-
ção, lavagem de dinheiro e
evasão de divisas.
Lava Jato
Zelada e lobista do PMDB viram réus
A força-tarefa da Lava
Jato apurou que Hsin Chi Su,
executivo da empresa chine-
sa TMT, e Hamylton Padilha,
lobista que atuava na Petro-
brás, repassaram aproxima-
damente US$ 31 milhões,
sobre um contrato de afreta-
mento do navio-sonda Tita-
nium Explorer, a título de
propina para Zelada (diretor
Internacional da Petrobrás
entre 2008 e 2012), para
Eduardo Musa e para o
PMDB, responsável pela in-
dicação e manutenção des-
tes em seus respectivos car-
gos. Segundo a Procuradoria,
o lobista João Augusto Hen-
riques, fez suposto repasse
de propina ao PMDB. Cerca
de US$ 10 milhões teriam
sido pagos.
“Há ainda, segundo afir-
ma o MPF, possível direcio-
namento de parte da propi-
na ao PMDB. Entretanto,
não há na denúncia identi-
ficação de qualquer autori-
dade com foro privilegiado
que teria recebido tal propi-
na, nem há rastreamento
documental do dinheiro da
parte que foi supostamente
intermediada por João Au-
gusto Rezende Henriques
ao referido partido político”,
afirmou Moro.
para a entrega de casas po-
pulares no Maranhão.
A presidente afirmou que
não aceita “nenhuma medida
que leve à instabilidade polí-
tica e econômica”. “Não con-
cordamos com medidas que
levem o caos às finanças do
governo federal, de Estados e
municípios”, acrescentou. Ela
convocou a população a repu-
diar sistematicamente o “vale-
tudo” contra o governo, em
qualquer esfera. “No vale-
tudo, quem acaba sendo atin-
gidopelo ‘quantopior, melhor’
é a população”, ressaltou.
Dilma voltou a admitir
que o Brasil passa por um
momento de dificuldades,
governo. Ao todo, 13ministros,
o vice-presidente da Repúbli-
ca, Michel Temer, e dois líde-
res petistas no Congresso par-
ticiparamdo encontro realiza-
do ontem à noite no Palácio
do Alvorada.
Na semana passada, o
Planalto foi surpreendido com
o anúncio de rompimento fei-
to por dois partidos da base
aliada, que juntos somam 44
deputados na Câmara. Lide-
ranças do PTB e PDT disse-
ramque não iriammais seguir
as orientações do governo, ale-
gando falta de diálogo.
“A presidente quer dialo-
gar com todos os partidos da
base. Nós reconhecemos as
dificuldades políticas que es-
tamos enfrentando, mas te-
mos a confiança que essas di-
ficuldades serão superadas
com diálogo”, afirmou o mi-
nistro da Comunicação Soci-
al, Edinho Silva. O esfacela-
mento da base aliada foi o
principal assunto da reunião.
Odiagnóstico foi direto: é pre-
ciso recompor a base, forma-
da por nove legendas, para
garantir a governabilidade.
Segundo Edinho, as conver-
sas serão realizadas separa-
damente com cada partido.
PPI
“Quando há
dificuldades, não
adianta brigar um
com outro,
porque não vai
resolver a
situação”.
da presidente Dilma
Rousseff (PT)
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