Jornal Bem Paraná - page 17

17
CURITIBA, QUINTA-FEIRA,
11 DE FEVEREIRO DE 2016
Diversão
&Arte
BEM
PARANÁ
Lycio Vellozo Ribas
A trama é bobinha. Assas-
sino mercenário descobre que
tem câncer terminal. Ele se
submete a um tratamento ex-
perimental que pode curá-lo
— e mais que isso, aprimorá-
lo. O experimento dá certo,
mas ele fica totalmente desfi-
gurado. Teme que o amor de
sua vida não o aceite dessa
forma. E jura vingança contra
o sujeito que o deixou assim.
Essencialmente, assim é
Deadpool
, que estreia hoje em
Curitiba. A trama não parece
atrativa? Não, não parece.
Mas isso é o de menos. O im-
portante é como ela se desen-
volve. E, não menos impor-
tante, deve-se saber que
Dea-
dpool
é ummutante (ou quase
isso) das HQs da Marvel. Al-
tamente tagarela. E sem a
menor preocupação combons
costumes. Herói? Melhor se-
ria dizer anti-herói.
Deadpool
veio à luz por vias
tortas. O anti-herói já havia,
de certa forma, aparecido em
X-MenOrigens:Wolverine
, opri-
meiro filme-solo do mutante
interpretado por Hugh Jack-
man. O longa recebeu uma
saraivada de críticas —mui-
tas delas porque Deadpool
foi bastante descaracteriza-
do, a ponto de ter seus lábios
costurados e de não usar uni-
forme vermelho. Deadpool
parecia tão morto e enterra-
do no filme quanto nos basti-
dores.
Mas aí Ryan Reynolds
entrou em cena. O ator,
que interpretou o
mutante taga-
rela no filme
doWolverine,
vestiu um co-
lante vermelho
por conta própria e
fez “testes” para o pa-
pel num eventual filme-
solo. Os vídeos desses
testes caíram
na Internet.
Em geral,
quando isso
Deadpool
, com o cara mais desbocado
da Marvel, estreia hoje em Curitiba
Anti-herói
Anti-modos
Anti-filme
acontece, o estúdio tem um
chilique. Contudo, o vídeo de
Reynolds colocou os fãs em
polvorosa. E, para a Marvel,
isso foi um sinal verde para
produzir o filme.
Sob certo aspecto,
Deadpool
é um personagem diferente
dos demais da Marvel. Ele
constantemente age como se
soubesse que está numa his-
tória em quadrinhos. Ele pa-
ralisa a ação e solta uma fra-
se “daquelas” direto para o es-
pectador. Mais ou menos
comoem
Curtindo aVidaAdoida-
do
, o clássico
teen
dos anos 80,
ou como nos desenhos
Homem
Aranha EmAção Sem Limites
. O
filme respeita essa essência.
Também respeita o humor es-
catológico, as tiradas fanfar-
ronas, as cenas de sexo (qua-
se explícito) e as cenas de ação
com sangue, muito sangue.
Por conta disso, noBrasil,
Dead-
pool
tem uma classificação in-
dicativa de proibido para me-
nores de 16 anos. Um anti-fil-
me com anti-modos.
Entre tiros, tiradas, por-
rada e bomba, desenrola-se a
tal trama bobinha. Wade Wil-
son (Ryan Reynolds), um as-
sassino mercenário, descobre
que tem câncer terminal. Ele
se submete a um tratamento
experimental que pode curá-
lo — e mais que isso, aprimo-
rá-lo. O experimento dá cer-
to. Wilson fica praticamente
imortal, mas totalmente des-
figurado. Teme que o amor de
sua vida, Vanessa (a brasilei-
ra Morena Baccarin), não o
aceite dessa forma. E jura
vingança contra Francis (Ed
Skrein), o sujeito que o dei-
xou assim. O importante é
como a trama se desenrola.
Nem que seja para ver Wade
Wilson sacaneando Wolveri-
ne, Hugh Jackman, os X-Men,
os Vingadores, o próprio es-
túdio do filme (a Fox), o Bat-
man e até o Lanterna Verde
— outro herói interpretado
por Ryan Reynolds e que, até
agora, está morto e enterra-
do nos bastidores.
Deadpool
firmaatriz
brasileiraem
Hollywood
Morena Baccarin
ainda não perdeu o so-
taque característico do
Rio de Janeiro. No in-
glês, soa como uma na-
tiva. Compreensível
para alguémque deixou
a cidade natal para ru-
mar em direção a Nova
York, nos Estados Uni-
dos, aos 7 anos. Hoje, o
nome da brasileira de 36
anos já circula com des-
taque em Hollywood.
Destaque conquistado
em séries como
V
(de
ficção científica) e
Home-
land
. E que deve ser con-
solidado com
Deadpool
.
Como filme do anti-
herói da Marvel, More-
na se prepara para dar o
maior puloda carreira ao
experimentar a supe-
rexposição ao integrar
umblockbuster baseado
em personagens de his-
tórias em quadrinhos.
Ela interpreta Vanessa
Carlysle, uma prostituta
que conheceu o anti-he-
rói quando ele era ape-
nas ummercenário com
mais humor do que one-
cessário. Encontram-se
em um bar com, diga-
mos, má fama, compe-
tindo para determinar
qual deles teve a infân-
cia mais difícil. “É diver-
tido que a dinâmica dos
dois seja construída des-
sa miséria”, ela explica.
Em
Deadpool
,Morena
não interpreta a moça
indefesa. “Pelo contrá-
rio, ela está brava com
Wilson porque ele a lar-
gou”, diz a atriz. “É uma
personagem diferente.
Ela é forte, sexy, engra-
çada. E, ainda assim, há
algo de sombrio nela.
Vanessa não teve uma
vida fácil, também não
permite que isso a dei-
xe abatida. Ela não é
uma dama indefesa que
precisa ser salva. É bem
diferente daquele este-
reótipo da garota boni-
ta dos filmes.”
Morena, contudo,
não se coloca em um
pedestal. Ri com fre-
quência. Admite que
nem sequer sabia o que
significava
Deadpool
,antes
de ler o roteiro. “Em fic-
ção científica, eu gostava
de
StarWars
”, diz ela.
1...,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16 18,19,20,21,22,23,24
Powered by FlippingBook