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CURITIBA, TERÇA-FEIRA,
26 DE MAIO DE 2015
Diversão
&Arte
BEM
PARANÁ
Twin Peaks
volta com18
episódios e
música nova
Compositor das tri-
lhas sonoras de
Veludo
Azul
,
CidadedosSonhos
eda
trilha sonora original de
Twin Peaks
, Angelo Bada-
lamenti volta ao remake
da série de David Lynch
com uma nova música,
criada especialmente
para a abertura da série.
A informação foi confir-
mada emumpainel com
as atrizes Sherilyn Fenn
e Sheryl Lee, em Seat-
tle, transmitido pelo site
do fã-clube Welcome to
Twin Peaks.
Elas também revela-
ram que o retorno de
Twin Peaks
à TV, previsto
para 2016, terá 18 episó-
dios, o dobro do que era
esperado. Além disso,
disseram que a história
será novamente ambi-
entada na região noro-
este americano e cenas
no café Double R Diner,
de onde o agente Dale
Cooper (Kyle MacLa-
chlan) não dispensava
uma fatia de torta e uma
xícara de café.
Twin Peaks
foi criada
em 1990 e gira em torno
da investigação do FBI
sobre a misteriosa mor-
te de Laura Palmer, in-
terpretada por Sheryl
Lee. Há pouco mais de
uma semana, David
Lynch confirmou que
estará à frente da pro-
dução. Depois de divul-
gar, em abril, que não
dirigiria novos episódi-
os pois não tinha verba
para "fazer o roteiro do
jeito que sentia que ele
precisava ser feito", ele
confirmou pelo Twitter
a terceira temporada da
atração. "Caros amigos
do Twitter, os rumores
não parecem o que são.
Vai acontecer de novo.
Twin Peaks
volta", disse.
Nova temporada
Televisão
O diretor Jacques Audiard, com Kalieaswari Srinivasan e Jesuthasan Antonythasan: vitorioso por
Dheepan
Divulgação
No pós-Cannes, a im-
prensa francesa divide-se em
relação às escolhas do júri
presidido pelos irmãos Coen.
Nice Matin
, o principal jornal
da região, saudou a tríplice
vitória da França — Palma de
Ouro para Jacques Audiard
(
Dheepan
); prêmios de inter-
pretação para Emmanuelle
Bercot (
Mon Roi
, deMaïwenn)
e Vincent Lindon (
La Loi du
Marché
, de Stéphane Brizé). A
manchete foi Carton Plein!
Cocorico à Cannes.
Os jornais parisienses fo-
rammais comedidos.
Le Figa-
ro
saudou “a consagração de
Jacques Audiard”.
Libération
fi-
cou com o pé atrás — “Palma
de Ferrouille et Or (Palma de
Ferrugem e Ouro)”, procla-
mou, pegando carona no fil-
me precedente do diretor,
Fer-
rugem e Osso
.
Libé
, por meio de seus crí-
ticos, esperava que a Palma
coroasse Hou Hsiao-Hsien,
mas o autor de
O Assassino
teve de se contentar com o
prêmio de direção.
O foco das discussões foi
para o prêmio de atriz, que
Emmanuelle Bercot dividiu
com a norte-americana Roo-
Festival, encerrado no domingo, consagrou o filme
Dheepan
com a Palma de Ouro
Cannes apostano social
eprêmios comprovam
ney Mara, por
Carol
, de Todd
Haynes. Emmanuelle, atriz e
diretora, abriu o festival com
seu longa
La Tête Haute
, com
Catherine Deneuve, e ven-
ceu como atriz por seu papel
em
Mon Roi
, dirigido pela atriz
francesa Maïwenn.
Le Figaro
cravouum ‘formi-
dável’ para definir
Mon Roi
.
Libé
diz que o filme é um ego-
trip excessivo e escandaliza-
se que um gênio imenso
como Hou Hsiao-Hsien não
tenha vencido a Palma por
unanimidade. A única una-
nimidade deste ano, segun-
do Jake Gyllenhaal, um dos
jurados, foi o filme de Jacques
Audiard. "
Dheepan
foi o filme
que, em diferentes níveis e
por diferentes motivos, tocou
todo o júri. Impôs-se por isso",
disse ele.
Dheepan
dirige seu foco
para esse exilado político que
cria uma falsa família para fu-
gir de Sri Lanka. No subúr-
bio, na França, onde tenta re-
construir a vida, entra em
choque com a violência local
— tráfico, disputa de poder.
Por um momento, o especta-
dor chega a pensar que Au-
diard vai fazer
O Profeta 2
. Na
entrevista que deu a
O Estado
de S.Paulo
, o diretor e roteirista
confessou que sentiu a mes-
ma coisa, que estava a se re-
petir. Quase desistiu, ainda
bem que seguiu em frente.
No limite, foi umbom, não
grande festival. Para sua pri-
meira seleção, o novo presi-
dente do Festival de Cannes,
Pierre Lescure, fez uma apos-
ta no social. Não por acaso,
as Palmas para Audiard e Vin-
cent Lindon — o segundo,
pelo filme mais à esquerda da
competição,
A Lei do Mercado
,
sobre o fantasma do desem-
prego —, dividiram as man-
chetes da imprensa francesa
no dia de ontem, com o calo-
te anunciado da Grécia, que
ameaça não pagar suas dívi-
das com o FMI e a Comuni-
dade Europeia, se não hou-
ver um acordo que lhe seja
favorável.
Os melhores filmes do
festival foram o húngaro
O
Filho de Saul
, de LaszloNemes,
que propõe uma nova abor-
dagem da Shoah, e o mexica-
no, em língua inglesa,
Chro-
nic
, de Michel Franco, que
merecia mais que o prêmio de
roteiro.
As vitórias de Jacques Au-
diard, Stéphane Brizé e
Maïwenn foramboas também
para o presidente do festival.
Embora a seleção oficial seja
uma escolha do curador Thi-
erry Frémaux, Pierre Lescu-
re, que substitui o lendário
Gilles Jacob na função, esta-
va sendo criticado pelo exces-
so de filmes franceses — cin-
co! — entre os 19 da compe-
tição. Ele pode agora apre-
sentar resultados e fortalecer-
se no posto. O prêmio de
mise-en-scène (direção) con-
templou o filme talvez mais
refinado dos que concorriam
à Palma.
Mesmo quem reclamou
da dramaturgia de
O Assassi-
no
, o filme de artes marciais
do mestre de Taiwan, Hou
Hsiao-Hsien, reconheceu a
beleza das imagens e da tri-
lha, a elegância dos movi-
mentos de câmera. Tudo isso
compõe a mise-en-scène e,
para quem consegue ver,
também as dramaturgia sem-
pre tênue, delicada do cine-
ma de Hsiao-Hsien.
O festival que acaba de
terminar foi um espelho do
mundo.
Divulgação
PRÊMIO
Os vencedores
em Cannes
PALMA DE OURO
Dheepan
Do francês
Jacques Audiard
GRANDE PRÊMIO
Saul Fia
(
Son of Saul
)
Do húngaro
Laszlo Nemes
MELHOR DIRETOR
Hou Hsiao-Hsien,
tailandês
Por
The Assassin
PRÊMIO DO JÚRI
Yorgos
Lanthimos, grego
Pelo filme
The
Lobster
CÂMERA
DE OURO
La tierra y la
sombra
Do colombiano
César Acevedo
MELHOR
ROTEIRO
Michel Franco,
mexicano
Por
Chronic
MELHOR ATRIZ
Rooney Mara,
americana
Por Carol
Emmanuelle
Bercot, francesa
Por Mon Roi
(O júri, presidido
pelos irmãos Joel
e Ethan Coen,
decidiu dividir o
prêmio)
MELHOR ATOR
Vincent Lindon,
francês
Por
La loi du
marché
CURTA-
METRAGEM
Waves '98
Do diretor
libanês Ely
Dagher.