BEM
PARANÁ
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Cidades
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2015
Fimde semana concentra 40%das
mortes no trânsito emCuritiba
Mas a Capital passou da metade da meta de redução dos casos de mortes — entre 2010 e 2020, intenção é reduzir em 50% os casos
No ano passado, 222 pes-
soas morreram no trânsito de
Curitiba. Os dados mostram
que os fins de semana são os
mais perigosos na Capital. Os
sábados e domingos concen-
tramamaior parte dos aciden-
tes commortes: 40% das mor-
tes ocorreram nesses dias. Do
total do ano passado, 48 de-
correram de acidentes ocorri-
dos em sábados e 41 em do-
mingos. Os períodos do dia
com mais mortes são entre 20
e 21 horas (17 mortes) e entre
5 e 6 da manhã (16).
Os números foram apre-
sentados ontem pela Prefei-
tura e fazem parte do progra-
ma Vida no Trânsito, ao qual
a Prefeitura aderiu em 2010.
O projeto do Ministério da
Saúde em parceria com a Or-
ganização Pan-Americana da
Saúde (Opas) e a fundação
Bloomberg Philanthropies,
tem a meta de reduzir o nú-
mero de mortes no trânsito
em 50% entre 2010 e 2020 —
período batizado como Déca-
da Mundial de Redução de
Mortes em Acidentes de
Trânsito. O programa é reali-
zado também em Belo Hori-
zonte, Campo Grande, Pal-
mas e Teresina.
Mas comparado ao ano
passado, as mortes no trânsi-
to mostram tendência de que-
da. Se em 2014 foram 222
mortes (em 207 acidentes),
em 2013 foram 226 —uma re-
dução de 1,8%.
Desde 2010 Curitiba já re-
duziu em 30,6%o número de
mortes no trânsito. Os primei-
ros dados de 2015 mostram
que de janeiro a março houve
uma queda de 30,5% no nú-
mero de mortes: foram 41,
contra 59 no mesmo período
de 2014. Com isso, Curitiba
passou da metade da sua
meta de redução da letalida-
de quando o programa tam-
bém chega à metade de seu
período proposto.
Perfil
— Oestudo do Vida
no Trânsito mostra que, em
números absolutos, pedestres,
homens e jovens na faixa etá-
ria de 20 a 29 anos são as prin-
cipais vitimas de acidentes.
Porém o risco de morrer no
trânsito é maior para os ho-
mens e para pessoas commais
de 70 anos.
A cada ano, os dados do
levantamento são analisados
por um comitê formado por
profissionais das secretarias
municipais da Saúde e de
Trânsito, do BPTran, da Polí-
cia Rodoviária Federal, do Si-
ate, do Samu e do Instituto
de Criminalística. O resulta-
do dessa análise subsidia uma
série de ações destinadas a
reduzir os acidentes e o nú-
mero de vítimas.
Pedestres são as principais vítimas no trânsito de Curitiba: 80 morreram em acidentes em 2014
ONDE
Ocorrências
Das 222 mortes
ocorridas no
trânsito de Curitiba
em 2014, 149
ocorreram em ruas e
avenidas do centro
e dos bairros e 72
em trechos urbanos
de rodovias
(incluindo a Linha
Verde). Um acidente
tem local ignorado.
“
“A Prefeitura tem
investido
fortemente em
sinalização e
ações educativas,
olhando sempre
para os locais e
públicos de maior
risco, e isso
reflete na
redução do
número de
vítimas”
da secretária
municipal de
Trânsito, Luiza
Simonelli
GÊNERO
165
homens
morreram em
acidentes de trânsito
no ano passado. A
taxa de 74,3 por cem
mil habitantes
registrada no grupo
masculino indica para
os homens um risco
de morte no trânsito
três vezes superior
ao das mulheres.
Pedestres são
principais vítimas
As maiores vítimas de
acidentes são os pedestres.
Dos 222 mortos no ano pas-
sado, 80 eram pedestres.
Em seguida aparecem ocu-
pantes de motocicletas
(69), ocupantes de automó-
vel (59), ciclistas (11) e ocu-
pantes de caminhão (1).
Em dois casos, o perfil da
vítima não pode ser identi-
ficado.
Considerando apenas
as mortes por atropelamen-
to, o risco para a população
de 70 anos ou mais é 16 ve-
zes maior do que para as
crianças de até nove anos,
por exemplo. No ano pas-
sado, 24 idosos morreram
em acidentes na Capital.
Valquir Aureliano
MORTESNO TRÂNSITO
USUÁRIO
2012
2013
2014
Pedestres
108
86
80
Motociclistas
78
76
69
Ocupante/automóvel
58
46
59
Ciclista
13
14
11
Ocupante/caminhão
3
3
1
Ocupante/ônibus
1
1
0
Ignorado
2
0
2
RISCOS
Fatores de risco mais presentes nos acidentes
Uso de álcool
30,6%
Velocidade em excesso
30%
Deficiências de infraestrutura
18,2%
Condições climáticas
6,5%
Más condições dos veículos
6,5%