BEM
PARANÁ
16
Educação
CURITIBA, TERÇA-FEIRA, 25 DE AGOSTO DE 2015
SALA DE AULA
Wanda Camargo |
Viagens e aprendizado
Somos todos viajantes, ainda existem em nós os ge-
nes de ancestrais nômades em perene busca de melho-
res campos de caça ou de coleta, fuga de condições cli-
máticas adversas ou de predadores. Estar emmovimen-
to sempre foi essencial à sobrevivência. A História é o
relato de guerras e também de migrações, de jornadas
de comércio e de busca, de novidades e descobertas.
Fenícios, vikings, polinésios, portugueses, povos do
mar empenhados em expandir as fronteiras do mar, pe-
los melhores e pelos piores motivos, com bons e maus
resultados, sempre estendendo seus limites. Algumas
das maiores realizações literárias da humanidade tra-
tam de viagens marítimas. AOdisseia, de Homero, conta
o “desvio” de dezessete anos de Ulisses pelo Mediterrâ-
neo, desde Troia até a sua Ítaca. O grande Luís de Ca-
mões não poderia julgar resultados das Grandes Nave-
gações com nossos olhos, mas pôde vê-las como a reali-
zação de seres humanos que “por mares nunca de antes
navegados [...] mais do que prometia a força humana”
tornaram o mundo menor, e maior.
Por terra se realizaram algumas das mais fantásticas
jornadas do homem, arqueólogos desenham rotas de
povos pré-históricos até mesmo em nosso país, o Cami-
nho do Peabiru pelo qual os indígenas iam do oceano
Atlântico ao Pacífico. Pelo planeta espalham-se os sinais
de caminhadas, jornadas, fugas, passeios, buscas, via-
gens; as rotas da seda no Oriente, a estrada do âmbar do
mar Báltico ao mar do Norte, as trilhas dos Jesuítas na
Serra do Mar, o Caminho de Santiago na Espanha, os
marcos da Coluna Prestes de sul a norte do Brasil, os
infinitos roteiros que sempre levaram pessoas, mercado-
rias, esperanças, exércitos, de um a outro lugar.
As viagens de estudos já eram realizadas pelos anti-
gos gregos e romanos, restritas, no entanto à aristocra-
cia. Na Idade Média, os mosteiros europeus recebiam
viajantes ligados à Igreja que desejassem consultar suas
bibliotecas. Os árabes dominavam um vasto império em
que o trânsito de conhecimento era constante, dando
base inclusive ao Renascimento italiano. Mas até o início
do século dezenove praticamente só se viajava por ne-
cessidade, viajantes eram aventureiros, comerciantes,
religiosos, descobridores, peregrinos, conquistadores, la-
drões, fugitivos. Os meios de transporte eram precários,
os caminhos difíceis, os perigos muitos. Com o desenvol-
vimento de navios e trens a vapor, as viagens tornaram-
se mais rápidas e seguras e mais pessoas passaram a
viajar por curiosidade, “para ver”: para ver outros povos
e suas cidades, para conhecer aquilo que apenas uns
poucos livros relatavam.
É cada vez maior o consenso sobre os aspectos edu-
cacionais das viagens, embora, claro, tenhamos registro
literários, como o feito no Dom Quixote, de Miguel de
Cervantes. O personagem, Quixote, nada aprende em
suas jornadas; não adquiriu mais sabedoria, e, ao final
volta para casa como o mesmo homem do início da obra,
um sonhador e iludido. O próprio autor pondera o fato
de que assim como viagens podem ampliar a visão do
mundo e iluminar as pessoas, podem também servir
apenas para fortalecer preconceitos e lugares comuns.
Mas o deslocamento, tanto no espaço físico quanto
no tempo, o confronto com outras culturas pode sim
ampliar os horizontes, permitir uma maior compreensão
dos demais e da nossa própria essência.
Pensadores como Jean Jacques Rousseau, John Lo-
cke, David Hume já refletiram sobre vantagens e des-
vantagens das viagens dentro do sistema educacional,
já que estas tem um duplo efeito, modificam a cultura
visitada e a própria cultura do que viaja. Discussões em
seminários, leituras, grupo e palestras, analisam a via-
gem educativa, e cada vez mais estas parecem alterar
significativamente o aprendizado, e para melhor.
Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência
do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.
Em meio a tantas ativida-
des escolares, esportes, idio-
mas, música, robótica e outras
aulas extracurriculares, a me-
ditação infantil pode ser um
instrumento para ajudar pais
e mães a preservar as crian-
ças do estresse, da ansieda-
de, da agressividade e da im-
pulsividade no seu dia a dia,
além de ajudar na concentra-
ção e no desempenho escolar.
A educadora transpessoal
Aruana Medeiros dá aula de
meditação infantil para crian-
ças com idade entre 4 e 10
anos em Curitiba e garante
que os benefícios são muitos.
Segundo Aruana, a prática
aumenta a capacidade de
atenção e reduz a ansiedade.
“Quando estou meditando,
me sinto mais tranquila, cal-
ma e feliz. Saio da aula com
uma sensação de paz”, conta
a aluna Daniela Ivanike Mar-
Educadora transpessoal dá aulas de meditação para crianças de 4 a 10 anos
Meditação infantil ajuda
nodesempenhoescolar
Aula de meditação no Palácio da Mamãe: pequenos ganham tranquilidade e paz para encarar a rotina
Valquir Aureliano
As aulas de meditação
para crianças são diferentes
das aulas dos adultos. Segun-
do Aruana, o tempo máximo
que a criança consegue man-
ter-se em estado meditativo
gira em torno de 10 a 15 mi-
nutos e isso depende muito
de como foi o dia dela. No to-
tal, a aula dura 30 minutos. A
educadora começa combrinca-
deiras lúdicas, passa por exer-
cícios respiratórios e alonga-
mento e depois a meditação.
Dependendo das necessida-
des e de como estão as crian-
tins Isolani, de 9 anos.
A meditação é indicada
para todo tipo de criança. A
prática previne dificuldades e
ajuda as crianças mais instá-
veis, trazendo serenidade
emocional. A meditação é in-
dicada para crianças com hi-
peratividade, déficit de aten-
ção, mau aproveitamento es-
colar e com problemas para
dormir ou comer. Além disso,
ajuda crianças comproblemas
de autoestima ou autoafirma-
ção, colaborando para que elas
se tornem desinibidas.
Outros benefícios aponta-
dos por Aruana são o aumen-
to da consciência do corpo,
pensamentos e emoções que
melhoram a gestão emocio-
nal e mental perante as situ-
ações de estresse e desafios,
além de contribuir para as
relações interpessoais entre
os alunos.
Tempo diferente dos adultos
ças, as aulas de meditação são
orientadas para que elas fi-
quem ou na posição da flor de
lótus ou de barriga para cima.
A música está sempre presen-
te nas aulas de meditação.
As aulas são ministradas
às segundas e quintas-feiras,
das 11 horas às 11h30, no Pa-
lácio da Mamãe, na Rua Ca-
pitão Virginio de Oliveira Me-
llo, 137, Mercês, Curitiba.
Mais informações pelo te-
lefone 41 9996 6616 ou pelo
e-mail contato@aruanamedei
ros.com.br
CONFIRA
15 benefícios que o seu filho obterá se ele meditar
1
Será mais responsável, tanto das suas coisas
materiais como das suas emoções, da sua
vida e da sua felicidade.
2
Gostará mais de si mesmo.
3
Poderá se concentrar melhor ao ser capaz
de focar sua atenção no que deseja, sem
cair em distrações.
4
Terá menos ansiedade e menos estresse.
5
Dormirá melhor.
6
Será menos impulsivo.
7
Terá mais autoestima, e mais segurança em
si mesmo.
8
Melhorará o seu rendimento acadêmico.
9
Melhorará o controle das suas emoções.
10
Melhorará suas relações sociais. Mostrará
mais empatia e gratidão.
11
Melhorará o seu sistema imunológico.
12
Será menos violento.
13
Será capaz de enfrentar as frustrações e as
dificuldades, já que desenvolverá mais
capacidade de aceitação do que acontece.
14
Será feliz.
15
Lançará as bases de uma maturidade mais
sólida.