Jornal Bem Paraná - page 7

BEM
PARANÁ
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Cidades
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO DE 2015
Ações violentas fazemPM
e Guarda reforçar vigilância
Nos últimos dias, foram pelo menos três denúncias nas redes sociais sobre agressões sofridas em Curitiba
As redes sociais estão em
polvorosa desde o dia 6 de de-
zembro, quando começarama
circular nas redes sociais aler-
tas sobre a ação de grupos
com orientação fascista e in-
tegralista em Curitiba. Nos
últimos sete dias, foram pelo
menos três relatos de agres-
sões e intimidação envolven-
do estes grupos na região cen-
tral da Capital. Diante da si-
tuação, a Polícia Militar e a
Guarda Municipal divulga-
ram, ontem, que reforçaram o
policiamento em alguns pon-
tos especifícos da cidade após
a realização de um levanta-
mento em conjunto com o se-
tor de inteligência das duas
corporações.
Em contato com a repor-
tagem, a assessoria de comu-
nicação da PM informou que
o serviço de inteligência da
corporação tem acompanha-
do “toda a movimentação dos
extremistas e que está prepa-
rada e atenta em toda a cida-
de para qualquer movimento
de discriminação ou agressão.
Já a Guarda Municipal afir-
mou ter reforçado o policia-
mento e intensificado o patru-
lhamento na região central da
cidade para evitar casos de
violência. Quemtiver informa-
ções ou denúncias deve ligar
Grupos neonazistas
para a PM pelo 190 ou para a
Guarda pelo 153.
Os relatos sobre agressões
ou intimidações têmtomado as
redes sociais. Um dos casos,
registrado no dia 10, envolveu
a agressão de uma estudante
universitária e foi denunciado
pelo Diretório Central dos Es-
tudantes (DCE) da Universi-
dade Federal do Paraná
(UFPR). No dia seguinte, foi a
vez do grupo antifascista Fren-
te 16 denunciar um caso que
teria sido relatado por mora-
doras da Casa da Estudante
Universitária de Curitiba
(CEUC). Na ocasião, dois ho-
mens carecas e fortes teriam
saído de um carro ao avistar
ummorador de rua negro uri-
nando em frente a um prédio
e teriam o espancado aos gri-
tos de “estamos aqui para fa-
zer uma limpa na cidade” e de
insultos como “porco imundo”.
Por fim, ontem foi vez de
uma tatuadora denunciar em
seu perfil no Facebook ter sido
intimidada por supostos na-
zistas. Ela disse ter sido abor-
dada na Rua Presidente Faria
por dois rapazes altos e com a
cabeça raspada. A dupla teria
questionado se ela era femi-
nista antes de mandá-la olhar
para baixo e “pinar” para que
não os identificasse.
Polícia Civil pede que vítimas denunciem
Apesar dos relatos recen-
tes, a Polícia Civil informou
não ter registrado nenhum
caso nos últimos dias envol-
vendo supostos grupos que
sigamas ideologias neo-fascis-
tas. De acordo com a assesso-
ria de comunicação da insti-
tuição, recentemente foi feito
um levantamento buscando-
se boletins de ocorrências que
se enquadrassem em situa-
ções como as relatadas. Ne-
nhum caso, no entanto, pôde
ser confirmado.
“Recentemente não há
percepção de nenhum au-
mento, de alguma mudança
de comportamento”, afirma o
delegado Gil da Rocha Tesse-
roli, do 1º Distrito Policial (DP)
de Curitiba, ressaltando a im-
portância de as vítimas de-
nunciarem. “Sempre que al-
guém for vítima de um fato
criminoso deve procurar a de-
legacia de polícia para relatar
o fato e expor abertamente o
que aconteceu. Como o cam-
po desse tipo de crime bem
amplo, indo desde injúria at
rascismo, então o precisa ser
bem especificado para ter
apuração correta e encami-
nhamento correto para o judi-
ciário mais tarde”, ressalta.
PM e Guarda Municipal dizem estar de olho nestes grupos na Capital
Na crise,
extremistas
ganham
espaço
A historia prova: situa-
ções de instabilidade econô-
mica edeslegitimaçãodo sis-
tema político acabamsendo
propícios para o surgimento
e desenvolvimento de par-
tidos e ideologias mais radi-
cais. Isso acontece porque a
descrença e a desesperança
alimenta o rancor, o que aju-
da esses grupos a capitali-
zaremo descontentamento,
uma vez que se assumem
como forças anti-sistema.
Sem a sombra de dúvi-
das, o exemplo mais notá-
vel disso foi a Alemanha
(então República de Wei-
mar). Devastada após a 1ª
Guerra Mundial e as duras
sanções impostas pelos ven-
cedores, o país chegou ao
fundo do poço com a crise
da Bolsa deValores deNova
York, em 1929. A partir daí
iniciou-se o fortalecimento
da influência nazi-fascista,
que trazia a ideia de “rege-
neração nacional. Se em
1928 os nazistas haviamelei-
to 12 deputados, dois anos
depois já eram 107 cadeiras
no legislativo. Nas eleições
de julho de 1932, menos de
um ano antes de Adolf Hi-
tler ser nomeado Chanceler
alemão, os nazistas elege-
ram 230 deputados.
Mais recentemente, a
crise de refugiados associa-
do aos ataques terroristas na
Europa e outros países oci-
dentais tem promovido o
ressurgimento deste tipo de
pensamento de ódio.
GRUPOS
3
mil
ativistas
neonazistas
pertencentes a
pelo menos
12 grupos atuam
no País
atualmente,
incluindo o Paraná.
Em uma semana, mais de 100 novos casos
Novo boletim epidemi-
ológico divulgado ontem
confirma 367 casos de pes-
soas que contraíram den-
gue em Paranaguá. Os bair-
ros com o maior número de
casos é a Ponta do Caju
com 61 casos, Vila Cruzeiro
com 34, Estradinha com 30
casos, Porto dos Padres 28.
Comparado ao boletim do
dia 8 de dezembro, foram
117 novos casos no muni-
cípio, o que coloca Parana-
guá como uma das que
mais preocupa para a tem-
porada.
Com isso, recentemen-
te o prefeito Edison Kers-
ten editou decreto decla-
rando situação de emergên-
cia no município. O Minis-
tério Público, também pre-
ocupado com a situação,
expediu a recomendação
administrativa na qual reco-
menda adoção de medidas
a fim de conscientizar a po-
pulação. "A Procuradoria
Geral do Município acom-
panha estas recomenda-
ções que fortalecem as me-
didas administrativas", dis-
se o procurador, Maurício
Vitor Leone de Souza.
A Prefeitura, por meio
da Secretaria Municipal de
Saúde, acompanha a situ-
ação relacionada à dengue
e vem realizando diversos
mutirões em diferentes
bairros da cidade.
Dengue/Paranaguá
Microcefalia
País confirma
2.401 infectados
Novos casos demicroce-
falia, relacionados a infecção
pelovírusZika, foramdivul-
gados ontem pelo Ministé-
riodaSaúde.De acordo com
o novo Boletim foramregis-
trados 2.401 casos da doen-
ça e 29 óbitos, até 12 de de-
zembro. Esses casos estão
distribuídos em549municí-
pios de 20 Unidades da Fe-
deração. Do total de suspei-
tos notificados, foram con-
firmados 134 e descartados
102. Continuam em investi-
gação 2.165 casos. Foi con-
firmado um óbito e descar-
tados dois. Permanecemem
investigação 26 mortes.
Cabo Daniel Meneghetti/PMPR
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