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BEM
PARANÁ
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Política
CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2016
Ana Ehlert
A sessão para a abertura
do processo de impeachment
da presidente Dilma Rousse-
ff (PT), realizada em Brasília,
terminou com 86% da banca-
da do Paraná a favor do afas-
tamento de Dilma da presi-
dência. Com 26 votos a favor
e quatro contrários, o resulta-
do revelou uma grande sur-
presa e duas grandes traições
dentro do PMDB, partido do
senador Roberto Requião.
Maioria da bancada do Paraná
vota a favor do impeachment
Dos 30 deputados que representam o Estado na Câmara Federal, 26 se pronunciaram favoráveis ao afastamento de Dilma
Os votos dos deputados
peemedebistas João Arruda e
Hermes Parcianello, que
guardaram segredo até o úl-
timo minuto da votação, re-
velaram em seus votos favo-
ráveis o porquê do segredo.
Os dois deputados federais
votaram contra a orientação
da direção estadual do parti-
do, que é presidido pelo se-
nador Roberto Requião, que
se declarou contrário ao pro-
cesso de impeachment da
presidente Dilma.
Barros declarou que seguiria
o direcionamento do partido.
OPP declarou que iria desem-
barcar do governo quatro dias
antes da votação da abertura
do processo de impeach-
ment.
Até então, a falta de con-
vicção do PP como partido da
base do Governo já havia fi-
cado clara na Comissão Es-
pecial do Impeachment, na
qual três dos cinco represen-
tantes do partido votaram
pelo prosseguimento do pro-
Outra grande surpresa foi
o voto favorável do deputa-
do federal Ricardo Barros
(PP), que é também tesourei-
ro-geral do partido. O nome
dele chegou a se dado como
certo para assumir o Minis-
tério da Saúde, no lugar de
Marcelo Castro (PMDB-PI). A
decisão fazia parte da inves-
tida do governo Dilma Rous-
seff para evitar que o pedido
de impeachment passasse
pela Câmara.
No momento da votação
RicardoBarros deu pistas de voto empostagem
PPI
“Contra a
ladroeira, contra
a imposição e a
esquerda desse
partido que quer
transformar esse
Brasil numa
ditadura de
esquerda, por
Sérgio Moro, pelo
araná, pela
minha família!”
Takayama (PSC-PR)
“Meu voto será
uma homenagem
aos jovens da
década de 60
que lutaram
contra a ditadura,
aos sindicalistas,
aos movimentos
sociais, e a todos
aqueles que
sabem que o está
em jogo não é o
governo, é a
democracia”.
Zeca Dirceu (PT-PR)
IMPEACHMENT
Veja como votaram os deputados do Paraná
Alex Canziani
PTB
SIM
Alfredo Kaefer
PSL
SIM
Christiane Yared
PR
SIM
Diego Garcia
PHS
SIM
Dilceu Sperafico
PP
SIM
Evandro Roman
PSD
SIM
Fernando Francischini
Solidariedade SIM
Fernando Giacobo
PR
SIM
Hermes Parcianello
PMDB
SIM
João Arruda
PMDB
SIM
Leandre
PV
SIM
Leopoldo Meyer
PSB
SIM
Luciano Ducci
PSB
SIM
Luiz Carlos Hauly
PSDB
SIM
Luiz Nishimori
PR
SIM
Marcelo Belinati
PP
SIM
Nelson Meurer
PP
SIM
Nelson Padovani
PSDB
SIM
Osmar Serraglio
PMDB
SIM
Paulo Martins
PSDB
SIM
Ricardo Barros
PP
SIM
Rubens Bueno
PPS
SIM
Sandro Alex
PSB
SIM
Sérgio Souza
PMDB
SIM
Hidekasu Takayama
PSC
SIM
Toninho Wandscheer
PROS
SIM
Enio Verri
PT
NÃO
Assis do Couto
PDT
NÃO
Aliel Machado
Rede
NÃO
Zeca Dirceu
PT
NÃO
cesso de impedimento con-
tra Dilma Rousseff.
Na última terça-feira, a le-
genda oficializou o ponto de
vista do partido contrário ao
governo por 37 votos contra
9, os deputados do PP deci-
diram fechar posição a favor
do impeachment — o partido
tem 47 deputados.
“É uma decisão que sei
que é histórica, mas que visa
a unidade da bancada. Va-
mos sair para o gabinete do
presidente do partido e co-
municar que o partido deli-
berou pelo encaminhamento
no plenário do voto sim”, dis-
se o deputado Aguinaldo Ri-
beiro (PB), ex-ministro do
Governo Dilma e líder da ban-
cada na Câmara. Ribeiro vo-
tou contra o processo de im-
pedimento na Comissão do
Impeachment. Como relator
do Orçamento no ano passa-
do, Barros ganhou notorieda-
de na mídia por afirmar que
reduziria em R$ 10 bilhões a
verba do Bolsa Família.
Deputado Rubens Bueno (PPS): voto favorável à saída de Dilma Rousseff
Horas antes de começar a
sessão de abertura do proces-
so de impeachment da presi-
dente Dilma Rousseff, o de-
putado Ricardo Barros (PP)
deixou claro como seria seu
voto. “Sobre o impeachment,
espero que esta decisão seja
melhor para o Brasil e para
todos o brasileiros. Que Deus
nos ilumine. Votaremos SIM”,
postou Barros em seu perfil-
no microblog Twitter.
Apesar do posicionamen-
to ter sido esclarecido apenas
MOTIVO
Pedaladas fiscais
Dos 30 deputados que compõem a bancada
paranaense na Câmara Federal, apenas dois citaram
o crime de responsabilidade fiscal que motivou a
abertura do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. O deputado tucano Luiz
Carlos Hauly (PSDB) e a deputada Christiane Yared
(PR) assim justificaram o voto favorável ao
impeachment. As chamadas pedaladas fiscais são a
prática do Tesouro Nacional de atrasar o repasse
de dinheiro para bancos (públicos e também
privados) e autarquias, como o INSS. Com essa
medida, o Ministério da Fazenda melhorava as
contas federais artificialmente.
Requião tentou orientar deputados no twitter
Ontem pela manhã, an-
tes de começar a sessão de
votação do processo de aber-
tura de impeachment de Dil-
ma Rousseff, na Câmara dos
Deputados, em Brasília, o
senador Roberto Requião
(PMDB) defendeu o man-
dato da presidente. Ele tui-
tou em seu perfil no micro-
blog “deputado, impeach-
ment é ruim para o Brasil,
para o povo e para nossa his-
tória. Não vote,ou vote con-
tra.”
Nilson Bastian
Nesta frases Requião foi
claro quanto ao recado que
queria dar aos deputados da
legenda que ainda não ti-
nham se posicionado quanto
a saída da presidente Dilma
do Palácio do Alvorada. Res-
ta saber qual será o posicio-
namento do partido no Esta-
do em relação aos votos dos
deputados João Arruda e
Hermes Parcianello que, até
o último momento, fizeram
segredo quanto ao voto na
sessão de ontem na Câmara.
ontem, Barros já havia dado
pistas de como votaria ao pos-
ta o texto da nota oficial do Par-
tido Progressista (PP), no qual
o partido se declarava favirá-
vel ao afastamento de Dilma.
O mesmo texto deixava claro
que esta seria a orientação
para os demais votos dos par-
tidários e filiados ao partido.
No entanto, ainda pairava dú-
vida sobre o votode Barros que
teria sido convidado para ocu-
par o cargo deMinistro da Saú-
de do governo Dilma.
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